domingo, 1 de agosto de 2021

SOPA DE AIPO


Ingredientes:

- Um talo de aipo
- Ervilhas
- Alho francês
- Alho
- Courgette
- Chouriço
- Pão
- Batata
- Espinafres
- Louro
- Pimenta
- Sal
- Azeite


Modo de preparação:

Corte o alho francês e refogue-o numa panela com azeite e uma folha de louro.
Corte o talo de aipo em pedaços e adicione juntamente com os restantes legumes.
Corte o chouriço aos pedaços pequenos e misture.
Tempere de sal e pimenta.
Deixe cozinhar.
Depois de cozido retire os pedaços de aipo e deixe ficar apenas um.
O mesmo para com os pedaços de chouriço.
Retire, igualmente, a folha do louro.
Passe tudo com a varinha-mágica.
Adicione um punhado de ervilhas e desligue o lume.
A temperatura residual da sopa irá esquentar as ervilhas, que se desejam meio cruas.


Corte o chouriço cozido, em pedaços pequenos e frite.
Descarte o excesso de gordura.


Acompanha com o chouriço, pão caseiro e um copo de vinho.

Edição: Janiel Martins



domingo, 25 de julho de 2021

CAFÉ COM LETRAS - QUEM DERRUBARÁ O PENSAMENTO?

QUEM DERRUBARÁ O PENSAMENTO?

(Janiel Martins, RN/Brasil)


Eu não me vi

Parei em frente dum poste

Fiz de conta que não existia

Continuei a errar 

(sem berrar)


Desculpa... a beber


 Edição: Paulo Passos

domingo, 18 de julho de 2021

CAFÉ COM LETRAS - TEREZA BEZERRA



TEREZA BEZERRA
(Janiel, RN/Brasil)


Tereza tinha dois metros e dezanove centímetros. 
Era filha do major Pequeno.
O major pequeno não tinha nada de pequeno, além dos colhões.
Diziam por aí que o major não fazia sexo, pela pequenez do material.

Tereza andava acompanhada de três empregados que tinham que a segurar quando ela ia discursar no palanque do pai prefeito. 
Tereza prometia construir uma ponte para tirar o lixo na terra, e a mesma ponte poderia servir como um ponto para as pessoas fazerem auto-eutanásia, e claro... um mirante de namoro.
O major não gostava muito, mas o povo estava gostando das ideias de Tereza.
O major resmungava essa juventude.

É papai... fazer o quê? 
Sonhar, já que as pessoas não querem namorar comigo. 
No meu tempo existia o caminho na perdição.
O que é isso papai?
São os pelos dos machos que formam uma linha que vai do peito até às partes.
Hoje os pentelhos são lixo.
As pessoas estão parecendo um toucinho de porco.
 
Tudo morre de medo de sol, a genética humana vai virar uma gelatina.
Tudo branquelo.
Tu achas papai? 
Claro minha filha. 
Quando se constrói é preciso sol para secar.
E ossos que estão toda hora molhados, aí é que precisa de sol.
Papai, que conceitos tão concretos são esses?

Porque é que o único remédio que Theodor passa para mim é um paracetamol e, mais raramente, um ibuprofeno? 
Eu já falei pra ele que os estudos dele se resumem nesses dois medicamentos.
E aquela jaleca dele, com aqueles negócios pendurados, parece até um boi com chocalho pendurado. 
Mamãe era mais doutora que ele.
Tinha a sua horta e o seu gilete para arrancar os tumores em nós.
Nem fale, minha filha.
O último que mamãe tirou em mim já tinha 23 anos.
Foram cinco homens para me segurar e ainda me pegaram na hora no almoço.

Tereza, tu estás com o bucho crescendo de mais, mulher. 
Tu pegaste um bucho.
Papai, eu nunca namorei, a não ser as panelas, e as mamadeiras de leite, que tu ainda tomas, com essa idade. 
Por isso que os homens não te querem.
Papai, o senhor está-me expulsando de casa, para viver sozinho? 
Não, minha filha, só te fiz uma pergunta.
Bem que queria ter um neto aqui connosco.
É papai? 
Pelos visto vai ser difícil.
Os homens estão todos indo para ginásios para deixar a bunda dura e nada de evoluir o negócio. 
Só os braços é que engrossam.

Eu falei que tu não estás normal, Tereza.
Vou levar-te para Theodor te consultar.
Vou tomar um chá de boldo papai e mascar uma morcela para passar esse mal estar e essa barriga inchada.
Toma e chama os meninos para irem contigo ao Theodor, que isso pode ser algum mais grave, pode ser um bucho da água.
Marlete morreu de bucho inchado papai.
Eu sei minha filha e é por isso que tens que te cuidar.

A filha do major está chegando.
Quem? 
Tereza perna de pau.
Aquilo está mais para um circo que para uma pessoa.
Theodor está?
Não.
Só que está é a enfermeira Francineide.
O que foi minha filha? 
É porque papai pediu para me consultar com Theodor, que eu estou meia má, com a barriga inchando e os peitos também.
Estás sentindo enjoou, também? 
Gosto que tu, Francineide, e o Theodor trabalhem na linha de dois.

Venha cá minha filha, vá no banheiro e faça xixi.
O que é xixi?
Mijar.
E você fala xixi?
É, eu aprendi na escola.
Faça xixi e traga aqui, que vou fazer um teste.

Já descobri o seu problema, você não tem nada de doença, Tereza, você pegou foi um bucho.
Você está dizendo que eu sou do mundo?
Socorro, eu não coisei com ninguém não, nunca. 
Tereza eu não estou dizendo que você coisou com ninguém não, mas o teste deu positivo e você está com os sintomas de uma mulher grávida.
E a pessoa pega um bucho sem coisar?
Claro que sim Tereza.
Tem mulheres que pegam o negócio que o homem coloca no negócio para evitar fazer menino.
Ao depois despeja dentro no negócio dela, e aí a mulher engravida.
Eu não fiz isso não.
Tem mais algum jeito?
Tem sim Tereza, você pode ter usado um banheiro e alguém ter deixado leite macho e você tenha tido contacto.
Menina, como tu sois sabida.
Theodor deve saber nada disso.
Se eu peguei um bucho não é meu. 
Entrou de atrevido e é um bucho emprestado.
Se tu não quiseres eu crio.
E o menino vai ser jogado de um lado pra outro? 
Já basta ter ficado no banheiro sozinho.
Pronto Tereza, está tudo resolvido.
Você não tem doença nenhuma.
É só esperar para ele ou ela vir ao mundo, que você já recebeu esse sortudo.
Bota sorte nessa criação do homem.

Papai peguei um bucho do banheiro.
Como assim, minha filha?
Não sei.
Francineide, a enfermeira, é que falou.
Ela é muito sabida, perguntou se eu tinha coisado, ou se eu tinha ido para o laboratório.
Eu não fiz nada disto como tu sabe.
Aí ela disse que foi algum homem que coisou o leite para fora e eu devo ter sentado em cima.
Aí peguei um bucho.
Não tem problema, minha filha, quando nascer nós descobrimos o pai, e aí tu casas.
Eu casar? 
Deus me livre, meu pai.
Já basta o filho para criar.
Tu não queres casar Tereza?
Não, papai.
Tens que casar para cuidar do teu filho.
E tu vais cuidar, não?
Vou sim, Tereza, mas pai é pai e mãe é mãe.
Nada disso meu pai. 
O importante é amar e cuidar, não importa se é um casal ou um trio, ou outra coisa qualquer.
O amor é a extensão do cuidar.

Vamos esperar que nasça.
Se tiver a cara de alguém daqui, eu vou fazer ele, pelo menos, registar essa criança.
E tu estás desconfiado de alguém?
Claro que sim, é de alguém daqui de casa.
Pode ser até meu, que eu também tenho leite.

Tomara que seja dos meninos que cuidam de ti.
Vou preparar um quarto pra tu parires.
Nada dessas frescuras, tudo que entra sai, papai.

Planeje a vida, não as cagadas da vida.
Fico tão desorientada quando não cago diariamente.
Claro minha filha, a merda desonera, que é para o corpo expulsar com mais facilidade.
Tu, Tereza, não tens dificuldade, só adormeces depois de tomares dois litros de leite morninho, numa garrafa pet.
E o senhor que só toma refrigerantes? 
É para ter as garrafas pra tu tomares o teu leite.
Papai, quando o senhor for na Serra do Sol, traga dois bicos.
O que eu tenho está todo mastigado.



Edição: Paulo Passos

domingo, 11 de julho de 2021

FILETES DE PESCADA COM TOMILHO E PIMENTA


Ingredientes:

- Filetes de pescada
- Couve
- Batatas
- Cenouras
- Ovos
- Limão
- Tomilho
- Louro
- Pimenta
- Azeite
- Sal


Modo de preparação:

Num tacho largo coloque água, louro e sal e deixe ferver.
Junte os filetes até cozerem.
Escorra a água e polvilhe-os, generosamente, com tomilho e pimenta.
Verta um bom fio de azeite.


Entretanto coza as cenouras, as batatas e a couve, em água e sal.
Escalfe os ovos na hora da refeição.


Refresque com uma boa limonada.

Edição: Janiel Martins

domingo, 4 de julho de 2021

CAFÉ COM LETRAS - DESENTERIA CEREBRAL


DESENTERIA CEREBRAL
(Janiel Martins, RN/Brasil)

Como dói
A dor da mente

Como dói
Sentir que não vejo

Como dói
Desacreditar

A dor aparece 
Como uma nuvem


Edição: Paulo Passos 

domingo, 27 de junho de 2021

SOPA DE BACON

Ingredientes:

- Bacon

- Hortelã

- Louro

- Limão

- Alho francês

- Courgette

- Cenoura

- Beringela

- Couve

- Grão de bico (lata)

- Pão

- Óregãos

- Pimenta

- Azeite

- Sal

Modo de preparação:

Corte o alho francês e refogue num pouco de azeite, juntamente com 

o louro e o bacon cortado aos cubos pequenos.

Junte o pé de hortelã.

Corte os legumes em pedaços pequenos e adicione.

Misture o grão de bico.

Tempere com sal, pimenta e um pouco de óregãos.

Deixe que tudo se envolva e, ao servir, adicione umas gotas de sumo de limão.

Acompanha com um copo de vinho e com pão, de preferência, pelo menos, de véspera...!

Refresque com maracujás.


Edição: Janiel Martins

domingo, 20 de junho de 2021

CAFÉ COM LETRAS - ESCLAVAGISMO E UMA CARONA NO VÍRUS


ESCLAVAGISMO E UMA CARONA NO VÍRUS
(Janiel Martins, RN/Brasil)

Não é disfarce
Sim... 
Existem desempregados
Sim...
Desempregos involuntários
Desempregados que enfeitam capitães
Que enfeitam mordomias
Desempregados
Desempregados é o crime legislado 

Trabalho é pão
Não pão sujo de desigualdades
Trabalho é pão puro de justo
Pão limpo de igual
Igual universal

Uma máquina, um ser vivente
Percentagens no lucro num, não é democracia
É vírus aproveitador
Democracia é lucro dividido
Ou subtração nas horas de trabalho

Animais em bruto

Capitão tem alimento e garantia
Capitão tem filho em escola privada
E o teu?
Obediente servirá
Servente será
Viral.... em modo de animal de carga

Edição: Paulo Passos


domingo, 13 de junho de 2021

CAFÉ COM LETRAS - DEFINIÇÃO DE DÔR


DEFINIÇÃO DE DÔR

(Janiel Martins, RN/Brasil) 


Dói o coração de tristeza

Tristeza não é uma dôr

Tristeza é a solidão

 

Prefiro dizer que o coração dói


Edição: Paulo Passos

domingo, 6 de junho de 2021

CAFÉ COM LETRAS - SERTÃO MEU INTERIOR

SERTÃO MEU INTERIOR

(Janiel Martins - Braga / Portugal)

Sertão de desígnios
Serves a todos sentido e amado Sertão
Serves a todos que te escorraçam até
Escorraçando o que de mal lhes corre nas entranhas da alma
Usam-te como a infelicidade que lhes é
Querem-te para purga
Para se verem nos próprios fantasmas
Para se reverem nas próprias perseguições
Purgar a dor e a moléstia
Cravadas nas essências das almas
Sertão de coração de gente
És nobre e não reclamador
Na altivez do teu sereno
Reclamas apenas o amor dos filhos que em ti se pariram
Serás a eternidade da honra no sol da tua fogosa frescura
Frescura sentida por quem é Sertão
Frescura no sol do teu ser Sertão
Sair de ti é ficar no louvado Tu


Edição: Paulo Passos

domingo, 30 de maio de 2021

A SALAD... JUST


Ingredientes:

- Tomates
- Rabanetes
- Pepino
- Alface
- Alho
- Cebola (nova)
- Pimentos padrón
- Ovos
- Bacon
- Hortelã
- Funcho
- Óregãos
- Sementes de sésamo
- Limão
- Azeite
- Sal


Modo de preparação:

Lave os pimentos padrón e asse-os numa frigideira (sem gordura alguma).
Quando começarem a tostar, junte o bacon cortado aos cubos pequenos.
Frite a misture na gordura que se vai libertando do bacon.
Reserve.

Coza os ovos em água.
Reserve.

Toste as sementes de sésamo.
Reserve.

Lave, escorra e corte todos os ingredrientes.
Misture os ovos cozidos e já cortados, assim como
os pimentos padrón e o bacon.

Tempere com azeite, ajuste de sal e 
aromatize com a hortelã e o funcho picados, salpicando
com óregãos, com as sementes de sésamo  
e uma chuvada de sumo de limão.

Enjoy the salad... just a salad...!


Janiel Martins