domingo, 21 de junho de 2020

CAFÉ COM LETRAS: A CIDADE ENCANTADA DA JUREMA PRETA


A CIDADE ENCANTADA DE JUREMA PRETA
(Janiel Martins, RN, Brasil)


Oh de casa, oh de casa...
Oh de fora!
Sou eu, o Eliomar.
Entre Eliomar, meu filho.
A benção, minha mãe.
Que a Jurema Preta nos abençoe, Eliomar. 
Que o homem permaneça na cidade encantada e que os espíritos que procuram, encontrem o caminho.
As lagartas se anteciparão, minha mãe.
É verdade. Eis o ser dona da sabedoria.
Mas o homem se acha o dono e conhecedor, mas ele é só filho da ganância.
Lembre, Eliomar, que as pessoas são como o céu: Cada uma vive a sua distância. 
Só se encontram quando fecharem os olhos e não tiverem mais força para os abrir. 
Aí, perdem-se do universo e viram vazio que aflige.

(Nesse dia vamo-nos perguntar de onde viemos.
Vamos ter a conciência que a vida é um pequeno acaso e não um mundo para encher com sofreguidão).

O homem é criatura da ambição.
Sofre dos devaneios, que são os seus.
É vítima de si.
O homem é bicho de juízo fraco.
Sente mal a vida. 
Sente dor.
Sente o fosso da separação.
Aquela dor de estar em fila, esperando (amor).
Valha Jurema Preta. 



Edição: Paulo Passos