A CIDADE ENCANTADA DE JUREMA PRETA
(Janiel Martins, RN, Brasil)
Oh de casa, oh de casa...
Oh de fora!
Sou eu, o Eliomar.
Entre Eliomar, meu filho.
A benção, minha mãe.
Que a Jurema Preta nos abençoe, Eliomar.
Que o homem permaneça na cidade encantada e que os espíritos que procuram, encontrem o caminho.
As lagartas se anteciparão, minha mãe.
É verdade. Eis o ser dona da sabedoria.
Mas o homem se acha o dono e conhecedor, mas ele é só filho da ganância.
Lembre, Eliomar, que as pessoas são como o céu: Cada uma vive a sua distância.
Só se encontram quando fecharem os olhos e não tiverem mais força para os abrir.
Aí, perdem-se do universo e viram vazio que aflige.
(Nesse dia vamo-nos perguntar de onde viemos.
Vamos ter a conciência que a vida é um pequeno acaso e não um mundo para encher com sofreguidão).
O homem é criatura da ambição.
Sofre dos devaneios, que são os seus.
É vítima de si.
O homem é bicho de juízo fraco.
Sente mal a vida.
Sente dor.
Sente o fosso da separação.
Aquela dor de estar em fila, esperando (amor).
Valha Jurema Preta.