sábado, 14 de maio de 2016

CAFÉ COM LETRAS - COM ALCIONE


... tudo que o mundo me der prazer, faço em poesia e dedico à você ...

(A)

JÓIA RARA

Faltava alguém pra me tirar da solidão
pra realmente me trazer essa torrente de emoção

Faltava alguém que me mostrasse o que é o viver, 
que me trouxesse algum prazer
e despertasse em mim a força da paixão

Faltava alguém pra me tira do chão apenas num olhar
pra me fazer capaz de sorrir e chorar
alguém pra ser o dono da minha razão

Faltam sim, é que eu já não preciso mais te procurar, 
pois de surpresa o tempo me trouxe você jóia rara

Tudo que o mundo me der prazer, faço em poesia e dedico à você
e se é pra toda a cidade escutar, basta você me tocar
Não satisfeito esse meu coração explode no peito querendo dizer 
que finalmente encontrou a razão pra viver

Faltava alguém pra me tira do chão apenas num olhar
pra me fazer capaz de sorrir e chorar
alguém pra ser o dono da minha razão

Faltam sim, é que eu já não preciso mais te procurar, 
pois de surpresa o tempo me trouxe você jóia rara

Tudo que o mundo me der prazer, faço em poesia e dedico à você
e se é pra toda a cidade escutar, basta você me tocar
Não satisfeito esse meu coração 
explode no peito querendo dizer 
que finalmente encontrou a razão pra viver 

Faltava alguém

(A)
Alcione Dias Nazareth (Marrom), nasce em 21 de Novembro de 1947, 
em São Luís do Maranhão, Região Nordeste do Brasil.


(A)

Em http://www.letras.com.br/#!biografia/alcione, num texto relativo à biografia de Alcione, retirado na internet, lê-se:

"Desde pequena, graças ao pai policial e integrante da banda de sua corporação, João Carlos Dias Nazareth, inserida no meio musical maranhense, Alcione fez sua primeira apresentação já aos doze anos.

Fez o curso normal, formando-se em magistério.

Mudou-se para o Rio de Janeiro em 1967, trabalhando na TV Excelsior. Após ter feito excursão por países da América do Sul, morou na Europa por dois anos. Voltou ao Brasil em 1972 e três anos depois ganhou o primeiro disco de ouro através do primeiro LP, A voz do samba (1975).

Identificando-se com o samba, desde cedo tornou-se fervorosa simpatizante da Mangueira, Escola que reunia grandes sambistas na capital do Rio.

Ganhou o apelido de Marrom, com o qual também é conhecida, e o primeiro grande sucesso foi Não deixe o samba morrer, de Edson e Aluísio, no repertório do primeiro LP.

Em mais de três décadas de carreira, ganhou prêmios de dezenove discos de ouro, dois de platina e um duplo de platina; por dois anos consecutivos, ganhou o prêmio Tim na categoria melhor cantora de samba, entre 2004 e 2005.

Além de Não deixe o samba morrer, foram consagradas na voz de Alcione inúmeras canções, como: Sufoco, Gostoso veneno, Rio Antigo, Nem morta, Garoto maroto, A profecia, Delírios de amor, Uma nova paixão, Depois do prazer, Enquanto houver saudade, Estranha loucura, Faz uma loucura por mim, A loba, Retalhos de cetim, Qualquer dia desses, Pode esperar, O que eu faço amanhã, O surdo, Pior é que eu gosto, Meu vício e você, Pandeiro é meu nome, Você me vira a cabeça, Quem de nós, Mineira, Meu ébano, dentre muitas outras.

Alcione é moradora do condomínio Village Marapendi, no bairro de Recreio dos Bandeirantes, Rio de Janeiro.

Prêmios e homenagens:
Considerada um dos orgulhos do Maranhão, a cantora Alcione recebeu várias homenagens não apenas na sua terra natal como em diversas partes do Brasil. Apenas para citar as mais importantes, veja: Alcione virou nome de um importante teatro, localizado no centro histórico de São Luís, sua terra natal; Em 2003 foi inaugurado, também em São Luís, o Elevado Alcione Nazareth, um importante viaduto que liga os bairros Ipase e Vila Palmeira. No Rio de Janeiro, foi tema de samba-enredo em 1994 da escola de samba Unidos da Ponte, com o enredo Marrom da cor do samba, embora a cantora se declare amante da escola de samba Mangueira.

Alcione recebeu diversos prêmios ao longo da carreira, dos quais vários discos de ouro e platina. Uma prova disso, desde de o início do Prêmio Tim de Música que ela sempre é eleita como a melhor cantora de samba, fazendo parte também do ABC da Música composto por: A:Alcione, B: Beth Carvalho e C:Clara Nunes."

(A)

No mesmo site, está referenciado a vasta discografia de Alcione, 
que se transcreve: 

Universal Music / Philips
A Voz do Samba (1975)
Morte de um poeta (1976)
Pra que chorar (1977)
Alerta geral (1978)
Gostoso veneno (1979)
E vamos à luta (1980)
Alcione (1981)
Dez anos depois (1982)

Sony BMG / RCA
Vamos arrepiar (1982)
Almas e corações (1983)
Da cor do Brasil (1984) (Ouro)
Fogo da vida (1985) (Ouro)
Fruto e raiz (1986) (Platina)
Nosso nome: resistência (1987) (Platina)
Ouro & Cobre (1988) (Ouro)
Simplesmente Marrom (1989) (Ouro)
Emoções Reais (1990)
Promessa (1991)
Pulsa, coração (1993) (Ouro)
Brasil de Oliveira da Silva do Samba (1994) (Ouro)
Profissão: Cantora (1995)
Tempo de Guarnicê (1996)

Universal Music / Polygram
Valeu - Uma Homenagem à Nova Geração do Samba (1997) (Ouro)
Celebração (1998) (Ouro)
Claridade (1999) (Ouro)
Nos Bares da Vida (2000) - ao vivo (Platina)
A Paixão tem Memória (2001) (Ouro)

Indie Records
Ao Vivo (2002) (Platina)
Ao Vivo 2 (2003) (Platina)
Alcione - Duetos(2004)
Faz Uma Loucura por Mim (2004) (Platina)
Faz Uma Loucura por Mim - Ao Vivo (2005)
Novo Millenium - ALCIONE(2005)
Maxximum - Alcione(2005)
Alcione e Amigos([2005])
Uma Nova Paixão (2005) (Ouro)
Uma Nova Paixão - Ao Vivo (2006) (Ouro)
Novelas(2006)
Coleções - Grandes Sucessos de Alcione(2007)
De Tudo Que eu Gosto(2007)
Raridades(2008) 

(A)

Alcione, mulher do Nordeste do Brasil, Estado do Maranhão, voz de pujância que no Nordeste se encarna. Voz do alerta de quem sabe de onde vem ... voz de presença ... voz de fêmea nordestina, convicta da própria honra, exibindo-a 
com a naturalidade que a simplicidade sabe impor.

(A)

Alcione, mulher conducente de ambientes instruídos nas interioridades de quem sabe a essência; mulher debitante da postura que lhe pertence, sem adornos da obrigatoriedade; mulher portadora e transmissora da quentura e doçura nas palavras com o sonoridade, que no Nordeste se misturam com o cheiro da gente!

(A)

Voz repleta de conteúdos analisados ao amor e aos costumes ... roubados às vidas, aos sentimentos experimentados, aos conhecidos e amplas emoções do leque de quem ama, avisando, até ... " ... quem não ama pra valer, está brincando de viver" ...

(A)

Trás nas letras, a quem dedica a voz, os sofrimentos, os encantamentos, as vidas, antropológica e psicologicamente narradas , ... , nos sentimentos e nos festins ... nas crenças e nos costumes ... Alcione, cantadora das emoções colectivas, mulher do Nordeste que arrasta o que se sente ... iluminando o texto com o sentimento da voz ... Alcione, mulher dadora de vida à palavra escrita ... 
fala, canta a palavra que a todos traduz, 
no poder da voz que a monumenta e nos imacula.

(A)

Cultural e Antropologicamente ... a voz de Alcione ... no texto ...

... é o Maranhão ... !!!

BOI DE LÁGRIMAS
(Compositor - Raimundo Makarra)

Sabiá

Já mostrou seu canto

Enfrentou cantor do boi da pindoba

É, boi...

Chegou prenda do Rosário
Beirada nunca viu tanto brilho e clarim

Chiador,
levantou maioba
Chão tremeu, quem fez?
Foi Maracanã...
É, boi, chegou
Batalhão da mata,
Enfrenta o contrário no cordão
É, boi...

Zé de França Pereira viu
Esse boi tão pequeno chegar
MadreDeus de São Pedro fez
Esse boi chorar...

Levanta, boi e vai
Que é pro amo ver
Que boi também chora,
Também sente dor
Que boi também chora,
Também sente dor
Que boi também chora

Lê lê lê...

....     ....     ....

Boi de Lágrimas ... um retrato, uma musicalização, um poema com
vidas, montadas nas crenças de hábitos consciencializadores, mas cujas raízes 
remontam na essência da nobreza de cada povo.


Cultura viva e sentida ... Nobre Alcione ... Nossa Marrom! 

Alcione ... Maranhão ... Nordeste ... Brasil

Fonte das imagens: internet (A)
e Janielson Martins




sexta-feira, 13 de maio de 2016

SUSTENTO DA ALMA - UM CINZEIRO PARA JULIO RAMÓN RIBEYRO





Julio Ribeyro, por um qualquer motivo de saúde, consulta um médico que lá resolve o assunto.
Este ...  afoita-se ... acrescentando ... em vez de se manter numa zona de segurança: 

"Não voltar a fumar" ...

Diga-se, em prol dos hábitos! ... com inabalável segurança e convicção 
de poder, de se fazer obedecer e com efeito corrector!
Criatura de sapiência (?) ... de soberba ! ... de inadaptação ! ... 
sobre si e sobre os outros ... !!! Pobre infeliz!


(JRR)

Julio Ribeyro, avançado com o pensamento nos meandros do interesse e do conhecimento ...

... cogita em caminhante débito, objectivamente, ... e já muito à frente do assunto:

"Inocente doutor Dupont!"




Briquet (isqueiro) Dupont. 

Estes isqueiros funcionam na exclusividade de gás da marca Dupont.
 Cada um só aceita uma das quatro cores de gás da Dupont.
Este só é receptivo a gás da botija verde e é de laca e de ouro.
Há o gás verde, o amarelo, o azul e o vermelho.
Cada isqueiro, com a devida numeração e carta de garantia tem no interior 
da tampa do canal de gás, a cor respectiva do gás.
Isto, no que concerne ao isqueiro Dupont ... apenas e somente! 



Monsieur Dupont, le briquet ...
... nada se relaciona com as caracterizações e funcionamentos 
do doutor Dupont, que consultou o Julio Ramón Ribeyro! 


Artigo que se quer provocador e criticamente centrado nos tratados psicológicos da oposição.
Oposição às idiotices que se escrevem, fazem e custam milhões, às custas dos logros e aproveitamentos das mansidões e domesticações que a pobreza incute e que a tirania fomenta.


Qualquer manual de pneumologia ou de condutas aditivas é ... RIGOROSAMENTE NADA, junto de uma frase de Julio Ramón Ribeyro.
A palavra está nos escritos dos JULIOS do planeta ... jamais nos escritos aproveitadores e plenos de 
acrítica e inconsistência.
Os Julios não fazem palestras sobre a fisiologia do fumo ... como se o fumo tivesse fisiologia!


Os Julios falam de pessoas, não de cigarros ... para quem entender!


Julio Ramón Ribeyro, autor já referenciado neste blogue, 
volta num serão de chá com letras, em 
conversa sobre o seu mais autobiográfico conto "Só Para Fumadores", 
a propósito de uma colecção de cinzeiros.

(JRR)
"Só para fumadores", conto, indubitavelmente, autobiográfico, sem nada a esconder, do notável escritor peruano Julio Ramón Ribeyro, publicado no livro "A Palavra do Mudo",
 numa edição da Editora Ahab, Lda - Porto, 2012.
Os excertos aqui apresentados foram fotografados do conto citado.


O cinzeiro, ao longo dos tempos, tem sido um objecto exclusivo de funcionalidade, em desaproveitamento das suas condições de criatividade e de estética.
(JRR)


O coleccionismo, de tão vasto e surpreendentemente improvável, assume dimensões que enquadram a função com a identidade e designações estéticas.


Colecciona-se de tudo, o que se imagine ... e não!


Não improvável, esta colecção, ... certamente! ...



... mas curiosa por se ajeitar tão adequadamente 
na conversa sobre Julio Ramón Ribeyro.


"Só Para Fumadores" é, literariamente e enquanto desígnio de conto, 
uma ode aos fumadores,
com a assinatura de Julio Ramón Ribeyro.




Alheemos-nos então, dos posicionamentos que se estendem aquém e além da 
notabilidade estética que um objecto em si comporta.

Conversemos sobre o objecto, com o total alheamento da representação afectiva 
que arrastamos sobre o objecto.

Sobre o objecto ... sem a sua representação mental!

Sobre o objecto ... nas entranhas da sátira social e política!







Da indiferença, incluindo o desprezo, estão os que apenas se destinam a cumprir a sua função - cinzeiro, exclusivamente, utilitário.


Da personalização e pessoalização, estão os que têm a sua função de objecto e a função de objecto de relação - cinzeiro, exclusivamente, pertencente, 
companheiro de uso e ouvinte de vida. Silenciosamente!


É nele (cinzeiro) que o pousar da cinza, o apagar o cigarro, se reflecte o ânimo momentâneo ou a profunda essência que designa o sujeito.


... o apagar vagaroso; o trémulo; o insistente com a ponta do cigarro já espremida mas em contínuo movimento; o apagar circular, quase desenhando no fundo do cinzeiro; o desprezo do apagar que deixa a ponta do cigarro (beatas) ainda acesa; a leveza; a negligência; o determinado; o conflituoso; o preconceituoso; o apressado, o colérico; o pasmado ..., ..., ...


É no cinzeiro que estes actos se espelham, notabilizam e plasmam o humor ...



É no cinzeiro que os intentos da criatividade e da gestão das ideias se concentram e
materializam, indissociavelmente ... !!!



Cinzeiro institucional e político, é o recipiente onde a catarse social pode ser satisfeita ...
... onde a catarse dos danos causados à justiça e à liberdade, pelos conformes institucionais e políticos, pode ser materializada.



Cinzeiro é depositário de crítica ... qualquer cinzeiro, utensílio para se extinguir a beata do cigarro, assume-se na função plena da sua intenção.




Servirá, em símbolo, para apagar as moléstias parasitárias de tudo e todos que se movimentam de bem com a corrupção, a tirania e a mentira ... os farsantes!


Extermínio, nesse útil depositário de restos mortos, de todas as beatas sociais,
institucionais e políticas que ofuscam o roem a clareza da honra e da honestidade,
da igualdade e do justo direito.


Não o direito feito em parceria com a permissibilidade da estratégia suja de desonra,
 nem o direito protector da corrupção.


Tanta desinteligência e tanta perversidade intelectual que deveriam ser apagadas
nestes úteis utensílios ... a começar por quem pensa que é líder de alguma coisa ou que tem importância acrescida e por quem usufrui de regalias condenáveis ...
tudo apagado num (ou mais) cinzeiro!

Regimes de excepcionalidade ... fomentos à corrupção, ao facilitismo
da conveniência do partidarismo e à legalização da desigualdade.

Seria uma tão necessária limpeza que se fazia ao planeta!

Criaturas ... acordem ... só um há líder - o POVO!

Só há uma liderança - a do POVO!


(JRR)
Um cinzeiro para o Julio Ramón Ribeyro ... por favor!

... um cinzeiro com abafador de beata ... !!!



... e um isqueiro, ..., já agora!!!









Só para fumadores e para não fumadores ... 
Só para fumadoras e para não fumadoras ...

... para quando um eficaz combate ao cancro das desigualdades, 
das falsas liberdades e das injustiças?
Isto sim ... é um verdadeiro e global cancro, a precisar de extermínio!

Para quando um combate eficaz ao manipulador cancro institucional e político, promotor das desigualdades e dos sangrentos lanhos na justiça e na liberdade.
Para estes parasitários, não é um cinzeiro ... é um escarrador!

É um gosto falar contigo, Julio.
Fica com abraço repleto de consideração, caro e notável Julio Ramón Ribeyro!

Fonte das imagens: Janielson Martins
e internet (JRR)