sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

CAFÉ COM LETRAS - RUMO POÉTICO AOS AÇORES


Cenário: São Miguel.

Ambiente: Amigos de eleição.

Com:
... queijo fresco ... 
... pimenta da terra ...
... morcela (assada ou frita) ...
... ananás ...
... pão e vinho ... do Pico ...
... conversa e satisfação a gosto ...!

Vitorino Nemésio (Portugal, 1901-1978). Fonte: internet
ROCHA DO MAR

Já uma vila dos Açores 

Luze ligeira no horizonte. 
Será num alto das Flores, 
No Pico ou logo de fronte, 
Espraiadinha num cume 
Ou encolhida em Calheta? 
O ser nossa é que resume 
Seus amores de pedra preta. 
Para vila da Lagoa 
Falta-lhe a cidade ao pé, 
A distância de Lisboa 
Já não me lembro qual é. 
Para Vila Franca ser 
Falta-lhe o ilhéu à ilharga, 
É airosa pra se ver, 
Mais comprida do que larga. 
Povoação não me parece, 
Nos padieiros não condiz, 
Aos camiões estremece, 
Mas não aguenta juiz. 
Pra Ribeira Grande falta-lhe 
O José Tavares no quintal, 
Rija cantaria salta-lhe 
Dos cunhais, branca de cal, 
Mas não é Ribeira Grande: 
Essa merecia foral! 
No dia em que haja quem mande 
Será cidade mural. 
Nordeste - só enganada 
Na vista da Ilha Terceira, 
Longe de Ponta Delgada, 
Sua sede verdadeira. 
Nem Vila do Porto altiva, 
A mais velha da fiada, 
Em suas ruas cativa 
Como princesa encantada. 
De cimento a remendaram, 
Coroaram-na de aviões, 
Mas eternos lhe ficaram 
Os bojos dos seus tàlhões. 
Se é a Praia da Vitória 
Não lhe reconheço a saia: 
Enchem-lhe a areia de escória, 
Ninguém diz que é a mesma Praia. 
Talvez seja Santa Cruz 
Da Graciosa, ou a sua Praia, 
Com o Carapacho e a Luz 
Cheirando a lenha de faia. 
De S. Jorge a alva Calheta 
Ou a clara vila das Velas, 
E o alto, alvadio Topo 
Com um monte de pedra preta 
Dando realce  janelas. 
As Lajes ou o Cais do Pico, 
A escoteira Madalena 
Vilas são de vinho rico, 
Qual delas a mais morena. 
Santa Cruz das Flores seria 
Essa vila açoriana 
Ou as Lajes de cantaria 
Do bom Pimentel soberana. 
Finalmente, só o Rosário, 
Que do Corvo vila é, 
Pequena como um armário 
Ou um chinelinho de pé. 
Mas não é nenhuma delas, 
Nem Água de Pau, que o foi, 
S. Sebastião, ou Capelas, 
Da Terceira arca de boi 
Como a nossa Vila Nova, 
Que nem chegou a ser vila, 
Tão branca na sua cova, 
Tão airosa, tão tranquila. 
Ah, já sei! É delas, fundo, 
Que o muro alvo se perfila 
Contra os corsários do mundo 
Que invejam a nossa vila, 
Nosso povo, na folia 
De uma rocha de mar bravo, 
Que o Guião da autonomia 
Só por morte torna escravo.
                                                        
Vitorino Nemésio (1901 – 1978)  In: http://www.rea.pt/forum/index.php?topic=420.5;wap2


Edição: Paulo Passos






segunda-feira, 1 de janeiro de 2018

SUSTENTO DA ALMA - OS NOMEADOS E OS ELEITOS


Não é preciso comer nada estragado...para começar a enxergar o nítido visível.
Basta ter os olhos pintados com a clareza...
 ...da consciência, 
...da lógica 
...e da boa-fé...!

Nomeados e Eleitos


Colossais divergências institucionais, históricas, económicas e sociais.


Nomeado é submisso, manso e agarrado à doutrina.

Eleito (em sã consciência e vontade) pode (e deve) ser elite.

 Temer o fenómeno do sufrágio é temer a ética e a estética filo e ontogenéticas,

conceitos integrantes das instâncias superiores da personalidade, esta de ELEIÇÃO.

EM: 
www.psicologia .pt 
(publicação de 24/Dezembro/2017)

http://www.psicologia.pt/artigos/ver_opiniao.php?a-disforica-euforia-do-nomeado-e-o-potencial-eutimico-do-eleito&codigo=AOP0450&area=



A DISFÓRICA EUFORIA DO NOMEADO E O POTENCIAL EUTÍMICO DO ELEITO

Paulo Passos
Psicólogo Clínico (ACES do Cávado I – Centro de Saúde de Braga, Portugal)

Palavras-chave: Personalidade; Disforia; Euforia; Eutimia; Nomeação; Eleição.

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Perante a profissão de psicólogo/a está amplamente vivido e demonstrado que, se se colocar, objectivamente, a questão: O que é um/a psicólogo/a?…As respostas de domínio são de dois níveis (pelo menos) opostas e inconfundíveis. Respostas oriundas da civilização são centradas no registo: “É uma pessoa que tem a competência e o licenciamento para a aplicabilidade da Psicologia como profissão”. Contudo, respostas oriundas do Portugal (e arredores), nas suas múltiplas variantes, são empacotadas devida, indubitável e unanimamente em: “É uma pessoa que estudou para ser amiga”.

Perante tão (domesticamente) comprovado postulado, vale dizer que, essas pessoas estudaram nas Faculdades de Artes e Ciências da Amizade – F.A.C.A (lê-se “faca”. Isso…Isso mesmo, como as de cortar os pulsos…!). Contudo, ressalve-se em merecimento e justiça…há inúmeros motivos práticos para que esta institucionalidade, por cá, seja debitada, divulgada e exigida. Tem algum fundamento…!

Ora, em projecção, identificação e generalização, outros crânios (de)formados (sócio-familiar e academicamente); outras sapiências incontornáveis dos conhecimentos gerais e todos os das especificidades, diga-se!, estão aptos às candidaturas dos cargos para nomeados, tal como os provenientes das F.A.C.A(s) estão aptos para o exercício da Psicologia. É uma questão, pragmaticamente, popular…!

As raríssimas excepções ditam e confirmam a regra.

Entenda-se que, em subjacência, os candidatos a eleitos e os candidatos e nomeados diferem em colosso, estruturalmente no concernente à evolução, organização e funcionalidade da personalidade.

            A maturação e a operatividade dos candidatos a nomeados estão aquém do protagonizado nas competências que tais funções dos cargos exigem.
          A maturação e a operatividade dos candidatos a eleitos podem estar consonantes ou dissonantes com os desígnios que as funções dos cargos exigem.

         Em tese os candidatos a nomeações são viventes da incompletude dos desígnios da estruturação da personalidade (na conceptualização de Jean Bergeret –  Psychologie Pathologique), colmatando a evolução desta numa organização sem telhado (para usar o chapéu). Ou seja, a permeabilidade funcional é maior e sujeita às variantes de intentos proprioceptivos e subjectivos, assim como das convenientes estimulações circundantes. Com esta decoração plasmada, o sujeito está apto à concordância dos seus pontos de vista e opiniões, em detrimento dos valores que são gregários e complacentes ao desenvolvimento comunitário. São estes, os sujeitos, que se embargam nas próprias opiniões, transformando o seu sentir e opinar, em factos irredutíveis a qualquer argumentação ou lógica, a não serem as provenientes de chefias superiores, de quem dependem e obedecem piamente e sem piedade. Suportam-se nas próprias crenças e não nas necessidades institucionais ao serviço colectivo. Movimentam-se no cenário das oscilações (tocando a discriminação, com frequência) entre o que acham (como se devessem ou pudessem “achar”, ou fazer prevalecer os seus “achados”) e o que lhes é idealmente esperado, enquanto subalternos. São os genuínos cumpridores da mansidão.

Ora, tanta mansidão, fica ávida de compensação. Daqui advém o caseirismo, a arbitrariedade, o mediocrismo e a função doméstica da opinião circunstanciada. Nesta sequência, a dissonância entre as atitudes e os débitos (comportamentos), impera-se de tal forma, que a frustração dispara aleatoriamente, em débito das oscilações do próprio humor, no cenário institucional, como se estivessem nas suas casas de banho (depois aparece a aflição ao que se segue o MEDO, mas só depois…!). Vivem na inerência da fase da organização da personalidade. Desconhecem a adultícia e a maturidade que a completa estruturação da personalidade exige (ainda na conceptualização de Bergeret).

São os produtores e os realizadores dos enredos ligados aos afectos ambivalentes, às tristezas, às insalubres satisfações, às incómodas euforias, às iras disfarçadas que moem as entranhas e ambientes. São os triviais utilizadores das vidas incompletas, disfóricas, ou melhor, disforicamente eufóricas. Esgotam-se em mendicidades, apregoam competências e colhem-se em motivos depressores adornados com pálidas eutimias e com dolorosas euforias.

Curricularmente, são os malabaristas e ilusionistas das palavras. Transformam (e assumem), com a maior destreza e arrojo, a sua história vivida por uma história contada; uma história real por uma história inventada.

No balizamento do humor, os candidatos e efectivos nomeados, são os eternos procuradores, (in)conscientes, das vivências disfóricas das auto-avaliações, no concernente à miragem da própria rede atitudinal, contrariamente ao que lhes surge, em defesa, no comportamento. Aqui, debitam a glória do próprio troféu das competências. Manifestam-se, quase, como um eleito, não fosse o disparatado exagero do sentimento e comportamento de euforia. Registe-se que a disforia e a euforia são dois pólos da mesma realidade – doença do afecto. Há a tristeza e há a alegria, que não são sinónimos de disforia e euforia.

A travestida eutimia que, alguns poderão exibir, nada é mais do que a obediência à expressão – “sejamos espontâneos como treinámos”. É a incompletude da persona. É a representação de um papel, conjugado com o material psicológico existente, levando ao extremo da importância o respectivo estatuto. São os nomeados. Jamais os eleitos. Em sobrevivência, transformam a responsabilidade da nomeação, numa realidade de elite, por defeito de construção psicológica. Como a sua essência não tem suporte, um qualquer dourado existencial passa a ser mostrado como a sua pura essência, desconhecendo que mais não é do que um barato plástico revestidor de um carácter incompleto (ou doente). Não cumprem a vivência da parelha estatuto/papel de inerência à maturidade. Não existem no terreno da consonância entre a referência e a pertença. Referenciam-se num registo onde não pertencem. Desta dissonância, invariavelmente, emanam conflitos.

Engajando, ainda em tese, no cenário sexual/genital, foca-se a anorgasmia do nomeado. Há uma vivência constante e colossal, no apelo ao protagonismo, cuja subjacência se encontra na sujeição e na mendicidade. Não há sujeição, nem mendicidade nas sexualidades de plenitude. Assim sendo, é de crer que, no povo disponível a candidato a nomeado (ou nomeado), não poderão ir além da sublimação, onde os pálidos orgasmos só poderão ser entendíveis à luz da masturbação que fazem através dos delirantes constructos em que se fomentam. Não sabem ver. Não sabem que não se orgasmam. Acreditam que o seu modelo orgástico é olímpico. É tão frágil, insonoro e mascarado, que não dão por ele.
Como se libertam se desconhecem a liberdade e temem a entrega e a igualdade?
Masturbam-se nos cargos…!
E, quando estes não existem, inventam qualificações, que são os masturbadores.

Continuando nesta tese, os candidatos a eleitos (personalidades de elite psicológica), geralmente movimentam-se nas proximidades da eutimia, enquanto padrão de equilíbrio e ajuste no vasto leque de tendências dos estados de ânimo. Certo é que, e considerando o postulado que assume que “o poder é, naturalmente, corrupto”, o mais prudente será um estado de alerta sobre os compromissos e materializadores desses compromissos. Até porque existem muitos candidatos a nomeações e nomeados que se fazem passar por candidatos a eleitos…!

Deverá e espera-se, que o eleito cumpra as fases evolutivas da personalidade, desde a indiferenciação somato-psicológica (passando pela pré-organização e organização da personalidade em desenvolvimento), até à sua completa e madura estruturação (Bergeret), vivendo os intentos de cada uma das passagens, de modo a que os patamares de vivência sirvam de patamares evolutivos disponíveis para o serviço gregário, ambiental e comunitário.

Por outro lado, o eleito será verdadeiramente eleito, quando os eleitores deixarem de ser meros votantes e passarem a ser uns eleitores de madura e honrada eleição, elementos de um poder sufragado, jogando com o exercício da vontade (sem patologia volitiva), esta como pilar pleno da coluna vertebral da personalidade. O exercício da sanidade da vontade é um exercício canalizado para o exterior, com plena consciência dos determinantes, dos actos em ocorrência e das consequências. É uma tarefa continuada e voltada para o todo, para a comunidade, esta como cerne do civismo, da justiça, da liberdade e do desenvolvimento que tem que ser garantia de IGUALDADE.

            O Grupo … é um excelente domínio, sem personificações e nunca com personificações patéticas …!
Sobejam múltiplas maleitas feitas por personificações e que a História se encarrega de tatuar…!...mas não tem conseguido evitar…!
 Mas … o povo é manso, porque imaturo e excessivamente valorizador das esclerotizações sociais – crenças caducas e paralisantes, família, escola, institucionalidades (domesticadoras) e ministérios das castrações…! Enfim…portugalites e lusas infecções…!

Os “tugas” até gostam de saber o que os estrangeiros (preferencialmente os de locais civilizados ou idealizados) pensam sobre eles…! No desespero, viva o carnaval e a vicariância…!

Não o sendo por inteiro, força-se a ser…nem que seja pela mentira…!
Sem alternativas na mira, repetem, incessantemente, o ciclo da doença,
em detrimento da procura de uma candidatura a GENTE elegível à vida,
à vida de regência eutímica…!

Bem hajam construtores que corrigem e concluem
os jeitos e os feitios de criaturas … inacabadas…!

You never try … you never know …!

Edição: Paulo Passos




domingo, 31 de dezembro de 2017

CAFÉ COM LETRAS - DONAS AMÉLIAS

Fonte da imagem: deliciasecompanhia.blogspot.pt 

Angra do Heroísmo 
Ilha Terceira
Portugal

QUEIJADAS TERCEIRENSES ... com História ...!

Receita e informação complementar em:

https://deliciasecompanhia.blogspot.pt/2008/05/donas-amlias-o-doce-da-rainha.html


Link, gentilmente enviado por Guilherme Simões,
prezado amigo e cidadão (natural e residente) de 
Angra do Heroísmo - cidade de orgulho Nacional.


Fonte da imagem: deliciasecompanhia.blogspot.pt
Boa leitura e bom deguste...
...acompanhando um dos múltiplos licores dos Açores...
...ou com um pujante chá da Ilha de São Miguel...!

Edição: Paulo Passos