MARVI: A ÍNDIA TAPUIA (III)
(Janiel Martins, RN/Brasil)
(Calixto era um homem recém casado. Vinha do estado da Paraíba, com a sua tropa, pois o mesmo teve problemas com o coronel Azevedo, no qual atirou no filho do coronel, numa festa de padroeiro. Seu pai, António Calixto, um politico, mandou-o embora com alguns dos seus homens e animais, para recomeçar a vida longe dos problemas.)
Vamos assistir aos Tapuias a trabalhar e vamos tomar aquela velha cachaça em comemoração a descoberta da pedra que da água.
Cândida vá para dentro de casa, se é que isto se pode chamar de casa.
Quero todo mundo trabalhando.
Amanhã mesmo vamos começar a construir uma casa de verdade.
Vocês dois vão à Paraíba avisar a papai que também sou dono de terra fartas e ricas.
Fale para ele que se chama Pedra d'água.
Alguns anos depois...
Todo mundo já tem seus ranchos e seus documentos.
Todo mundo já tem seus ranchos e seus documentos.
Já mandamos tudo para o governo, lá na cidade grande, agora vamos procurar quem está vivendo na mata, para podemos lucrar alguma coisa com esse povo.
O governo desmancha um rancho para contruir outro de tijolo. Não sei qual é a diferença, mas o importante é o lucro.
Vamos subir a serra, meus homens, amanhã.
Que serra bonita, deve haver algum índio perdido aqui!
Quem vai se perder somos nós senhor Calixto!
Homem, larga de ser frouxo, que hoje nós havemos de pegar uma dúzia.
Vamos para aquele lado, que os cachorros tão seguindo algum rasto!
Pega a caboca... Marvi, essa mulher linda.
O senhor Calixto está apaixonado.
Ela está com uma cria!
Lá sou homem de me apaixonar, apenas gosto do difícil.
Os cavalos seguem-na pela serra, entre os cactos, as pedras e a jurema. Os cachorros ladram desesperadamente.
Os cavalos seguem-na pela serra, entre os cactos, as pedras e a jurema. Os cachorros ladram desesperadamente.
De repente tudo pára.
A índia lança a sua cria sobre um lajedo, matando-o e, em seguida, faz o mesmo.
Valente índia da Serra da Tapuia.
Lajedo do Leon, refletiu Calixto...