SÃO JOSÉ DE MIPIBU / RN / BRASIL
CERÂMICA
Foi na Pré-História, no período Neolítico, que se considera que a cerâmica foi criada.
O material cerâmico mais antigo e catalogado, perde-se na História da Humanidade e,
segundo constam as referências, foram encontradas, em escavações arqueológicas,
na Europa Central, no Japão e na Floresta Amazónica - no Brasil.
A expressão "cerâmica" provem do Grego Clássico e tem o significado de "argila queimada".
Cerâmica é, assim, todo o vasto leque de produtos que tem o barro/argila, como matéria-prima, exposto a elevadas temperaturas, durante o processo de cozedura.
Utilizados, inicialmente, para guardar e reservar bens alimentares e água, com finalidades de subsistência e manutenção, evoluíram para intentos e formatos figurativos, de representação simbólica, decorativos e industriais, ao longo dos tempos, sem, contudo,
que a sua função utilitária fosse descartada.
Cerâmica utilitária e decorativa são os dois pontos que extremam e unificam
a função do barro, nos registos da criação humana.
Grês, barro e porcelana são as três variedades de cerâmica e destinam-se, pelas suas características, à produção diferenciada de peças, tanto de natureza figurativa/artística como utilitária, mantendo-se alheias às valorizações sociais que lhes foram e são incutidas.
Todas cumprem a sua função, de existência, desde o início do processo de moldagem!
A produtividade e consumo de peças de cerâmica é universal e difundida por todo o planeta, onde a criação e a materialização das necessidades humanas se fizeram e fazem manifestar.
Com uma variada hierarquização de valorização e apreciação tem,
no seu reportório de existência, a garantia da fidelidade e do constante servilismo,
para com o homem.
Vale, em coerência e justa imposição, referir que, a cerâmica,
mais deve assumir o estatuto de assíduo companheiro da humanidade,
mais não sendo pelo seu real valor histórico e antropológico.
No nosso país, são vários os Estados onde a produção de cerâmica é um desígnio,
sendo que, em todo o Brasil, ela é comercializada e usada
em consonância com a sua franqueza social e comercial.
São vários os locais assinalados como referência de produção e comercialização de cerâmica.
Vista parcial de São José de Mipibu. Ao fundo os dois torreões da Igreja.
Esta matéria oferece a digna homenagem à Olaria,
como meio de subsistência e de categorização cultural e ambiental,
ao Município de São José de Mipibu.
São José de Mipibu é uma cidade localizada a cerca de 30 km,
no sentido sul de Natal (capital do Estado),
no Estado do Rio Grande do Norte, Região Nordeste, Brasil.
Emblemático centro de produção e comercialização de trabalho em cerâmica.
As peças fotografadas e exibidas neste artigo, integram uma colecção particular de
um cidadão português e adquiridas em São José de Mipibu,
tanto na olaria como nos pontos de venda circundantes e da cidade.
Refere o coleccionador, não reconhecer a hipótese de estar no Brasil
e especificamente no Estado do Rio Grande do Norte, sem fazer,
obrigatoriamente,
paragem em São José de Mipibu, para,
cito:
"... sentir a gente, sentir o local, sentir o Nordeste em essência e, assumir o barro e os seus atributos de plasticidade e adaptação ...",
citando ainda:
"... é um cumprimento e um louvor, parar e estar numa olaria, com o cheiro das amizades já estabelecidas, em são José de Mipibu ...",
continuando a citar:
"... depois da olaria é a hora de degustar o pastelzinho, bem brasileiro, adquirido num dos vários pontos de venda localizados na ampla praça principal (pracinha), sentado na companhia de todos os transeuntes, da luminosidade do sol e da sombra de uma árvore. Chama-se vida!"
Peças da colecção:
Bem haja, com muita consideração e dedicação,
a São José de Mipibu
e a todas/os as/os qualificados e preciosos ceramistas,
dignos promotores de empreendedorismo
e de desenvolvimento cultural e turístico.
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Fonte das imagens: Janielson Martins