O TAPETE DO BREU (I)
(Janiel Martins, RN/Brasil)
O pensamento é mais antigo que os nossos antepassados.
Somos alheios.
Não somos um ser.
Somos os seres.
O pensamento não morre, viverá!
O pensamento não precisa de olhos, só precisa do espaço.
O pensamento pensa.
Nós satisfazemos a vontade do pensamento.
A carne é a escultura do pensamento.
As rochas.
As rochas são filhas de uma explosão que aconteceu no tempo.
O tempo era sozinho.
O tempo era um breu só.
Era tão frio que explodiu e pegou fogo.
Assim, deu origem as cinzas.
Em seguida originaram-se as rochas e os planetas que estão pendurados.
O vento estabilizou.
As demais rochas caíram e formaram o tapete do breu.
É para lá que vamos, quando fechamos os olhos aqui na terra.
Onde estou... onde estou?
Que lugar é este?
Cadê a lua e as estrelas?
Aqui é o tapete do breu.
Tem toda espécie de vida.
Este tapete não tem início nem fim.
Só o breu da escuridão é a sua companhia.
É onde o pensamento vem repousar.
Vamos dar uma volta, para eu apresentar o tapete do breu.