O MAR E UMA VEIA
(Janiel Martins, RN/Brasil)
Oi Fumarolo, bom dia!
Bom dia pequeno.
Porque tu me chamas de pequeno! Só porque tu és grande?
Nada disso, pequeno Tornico.
Acho engraçado quando sinto que tenho uma identidade.
Fumarolo, entrei numa veia de mar e saí da cidade das Fumarolas.
Lá vens tu com os teus abismos.
Não se sai da cidade das Fumarolas.
Mais eu saí…
Eu gosto do abismo. Só caí um pouco.
Flutuar o corpo e a mente é bom.
Sinto um friozinho junto com os pensamentos.
Os pensamentos são como estrelas.
Eu gosto, porque as estrelas explodem dentro do meu juízo.
Fumarolo, o corpo é muito bonito.
Quando eu estou na morte eu fico triste e o meu corpo chora.
É por isto que eu gosto do abismo.
Lá em baixo tem um mundo que tem muitas estrelas.
Desculpa, deixa eu voltar ao assunto.
...
Entrei pelo rio da Ribeira Grande.
Ohhh Ribeira
Que beira
Na poesia
Que grita
Como um choro
Querendo voltar
Oh Ribeira Grande
Porque
Eu não
Me joguei
Na ribanceira Grande
...
Vive em mim
O poeta
Que adormeceu
No banco da árvore
Que nos traz
Para a cidade das Fumarolas
E como tu saíste?
Por aquela veia, estás vendo?
Estou.
Não conte para ninguém, porque segredos dão-me felicidade e felicidade produz muitas estrelas, que explodem dentro do meu juízo.
...
Fumarolo a passagem é por ali.
Uauu
Não conte para ninguém, é segredo nosso, só se for para Ruth Pianista, combinado?
Combinado.
Lá tem um castelo, sobe rio acima, e chega uma hora que a água acabou Fumarolo. Começa a aparecer o rio de pedrinhas, aí aparece um castelo, visitei e vim me-embora. É assim que se escreve "vim-me-embora" Fumarolo?
É como se pensa Tornico.
Ai obrigado.