domingo, 17 de março de 2024

CAFÉ COM LETRAS - O MAR E UMA VEIA


O MAR E UMA VEIA

(Janiel Martins, RN/Brasil)


Oi Fumarolo, bom dia!

Bom dia pequeno.

Porque tu me chamas de pequeno! Só porque tu és grande?

Nada disso, pequeno Tornico.


Acho engraçado quando sinto que tenho uma identidade. 

Fumarolo, entrei numa veia de mar e saí da cidade das Fumarolas.

Lá vens tu com os teus abismos. 

Não se sai da cidade das Fumarolas.

Mais eu saí…


Eu gosto do abismo. Só caí um pouco. 

Flutuar o corpo e a mente é bom. 

Sinto um friozinho junto com os pensamentos. 

Os pensamentos são como estrelas. 

Eu gosto, porque as estrelas explodem dentro do meu juízo. 


Fumarolo, o corpo é muito bonito. 

Quando eu estou na morte eu fico triste e o meu corpo chora. 

É por isto que eu gosto do abismo. 

Lá em baixo tem um mundo que tem muitas estrelas. 

Desculpa, deixa eu voltar ao assunto.

...

Entrei pelo rio da Ribeira Grande.

Ohhh Ribeira

Que beira 

Na poesia

Que grita

Como um choro

Querendo voltar

Oh Ribeira Grande

Porque

Eu não 

Me joguei

Na ribanceira Grande

...

Vive em mim

O poeta 

Que adormeceu

No banco da árvore 

Que nos traz

Para a cidade das Fumarolas

E como tu saíste?

Por aquela veia, estás vendo?

Estou.

Não conte para ninguém, porque segredos dão-me felicidade e felicidade produz muitas estrelas, que explodem dentro do meu juízo. 

...

Fumarolo a passagem é por ali.

Uauu 

Não conte para ninguém, é segredo nosso, só se for para Ruth Pianista, combinado?

Combinado.

Lá tem um castelo, sobe rio acima, e chega uma hora que a água acabou Fumarolo. Começa a aparecer o rio de pedrinhas, aí aparece um castelo, visitei e vim me-embora. É assim que se escreve "vim-me-embora" Fumarolo?

É como se pensa Tornico.

Ai obrigado.