domingo, 2 de abril de 2017

CAFÉ COM LETRAS - COISAS ... AVULSO


Fonte da imagem: internet

Azulejaria portuguesa, Séc. XVIII. Azulejos avulso.


Pepetela. Fonte da imagem: internet
"(...) Mas era difícil chegar ao Paraíso. Pelo menos o padre Mateus não facilitava.
Todos estávamos devidamente condenados ao Inferno, pecadores que éramos. Quanto mais nos esforçávamos, mais nos enterrávamos no Inferno, vãos eram os gestos e as rezas. Mesmo depois da comunhão e de todas as confissões.
Comparávamos as confissões de uns e outros, entre nós não havia segredos.
As confissões eram todas iguais. Iguais também os castigos.
Três Ave- Marias e dois Padre-Nossos, ou o inverso, tanto fazia, ia tudo dar
à inutilidade, ao Inferno.
Sobretudo depois de ter ido às putas (...)."

"(...) Os adultos querem sempre os jovens com juízo.
Se for preciso, enfiam o juízo na cabeça dos jovens à porrada.
O problema é que os juízos variam, não são sempre os mesmos (...)."

Em: O planalto e a estepe
Pepetela, Angola


Antônio Baltazar Gonçalves. Fonte da imagem: facebook
AMOR INVENTADO
"eu devia ter mais pudor mas amo descaradamente
eu devia ser comedido, não resisto e torno público
o amor que invento não é fraude, de mentirinha
é amor genuíno, coisa gerada em moenda fria


amor inventado é amor criado
obra de arte sentida

do grão enterrado arvoredo que dá sombra
tô na sombra
também ergo meu carinho
e desenho a meia noite contra o sol
para refrescar no entre os dias amo só por hoje
água fresca eu bebo na boca de quem me beija
mas não mato minha fome de uma vez
porque preciso dela para amar quem me consome"
Antônio Baltazar Gonçalves, Brasil

Pier P. Pasolini. Fonte da imagem: internet
"(...) Enquanto - e isto deve ficar absolutamente claro - o amor naquela história não tinha nada a ver com isso. Não é verdade que o amor e o sexo sejam uma única e mesma coisa: aliás, quase sempre são duas coisas totalmente dissociadas. Embora seja verdade que há sempre uma gota de amor. Até nos dois minutos que se demora a foder em pé uma puta num campo cheio de merdas e de lixo. Não era o amor que retinha Carlo de telefonar, com os seus cálculos e as suas aflições. Era simplesmente a vergonha sexual, o terror de admitir que no seu baixo-ventre havia uma contracção terrível, de cortar a respiração, de modo a desejar correr qualquer risco - até a morte - desde que recuperasse a paz, por um só instante: de receber no vazio em espasmos a plena cura, o maná, o carisma; o caralho de Carmelo, certamente inchado de virilidade, cegamente propenso à fecundação (embora ignorando essa função por juvenil estouvadice e egoísmo) (...)."

Em: Petróleo  

"Os bens supérfluos tornam a vida supérflua."

Pier Paolo Pasolini, Itália


Paulo Passos



"O poder axiológico sobre uma matéria induz a uma orientação e canalização para a opção ou rejeição dessa matéria, sobrecarregando-a e enfeitando-a com os adereços, aditivamente subjectivos e (in)voluntários, aos já por ela contemplados.
O sujeito, acrescenta ou retira, atributos aos valores, consoante o seu próprio potencial e poderio idiossincrático, conjugado com o seu estado de coerência e resistência psicológicos, desviando-se, assim, do objectivo facto, ligeira ou delirantemente, consoante o valor atribuído ao alvo, 
a circunstância, bem como o terreno psicológico do sujeito." 

Paulo Passos, Portugal


Janiel Martins
IMBÚ DO IMBUZEIRO

Imbú do Imbuzeiro 
Árvore sagrada do Sertão
Plena do que mata a ânsia
Sagrada do Sertão por ter tão 

Tem água e vitaminas
 Minerais e dá esperança
Sorrindo e sussurrando
Matando a dor da sofrença

Nos sorrisos da satisfação 
Nos suspiros do alívio
Nos sorrisos enfeitadores

Enfeitada assim a feição
Sem o dote da moléstia
Nos rostos dos sofredores


Imbuzeiro (ou umbuzeiro)

Janiel Martins, Brasil
________________________
Edição: Janiel Martins



quinta-feira, 30 de março de 2017

CARAPAUS FRITOS COM COUVE E ARROZ


Ingredientes:

- Carapaus
- Óleo
- Farinha de mandioca
- Colorau
- Sal
- Couve
- Alho
- Azeite
- Malagueta
- Cebola
- Tomate
- Arroz



Modo de preparação:

Depois de amanhados os carapaus, enxague-os, escorra-os delicadamente 
e tempere-os com sal.
Envolva-os numa mistura de farinha de mandioca (ou como do seu jeito)
 e uma colher de colorau.
Aqueça óleo de fritar numa frigideira.



Frite os carapaus até ficarem com o aspecto dourado crocante.
Retire-os e deixe descansar sobre papel absorvente, de modo a retirar excessos de óleo.


Num tacho com azeite e sal, deite a couve, previamente cortada aos pedaços pequenos.
Junte o alho picado e deixe-a saltear, mexendo regularmente.



Enquanto se fritam os carapaus, uma cebola refoga num tacho com azeite, 
após o que se adicionam os tomates cortados aos pedaços, a malagueta e o sal.
Junte o arroz, envolva os ingredientes e as proporções de água como é seu costume.
Sugere-se, contudo, que este arroz deva ficar bem molhado.


Não descarte a fruta que lhe estiver no apetite ou na viabilidade.

Fonte das imagens: Janiel Martins






domingo, 26 de março de 2017

CAFÉ COM LETRAS - COM TEREZA BATISTA...COM O POVO BRASILEIRO


"(...) Tereza Batista (...) Mulherzinha persistente: me perseguiu durante anos, 
quis escapar-lhe, meter-me em empresa menos braba, não consegui, 
ela me teve e durante este ano todo fui seu escravo. Agora você é seu senhor.
Despeço-me dela com saudade, me ensinou a acreditar ainda mais na vida e na invencibilidade de um povo mesmo quando levado às últimas resistências, quando restam apenas solidão e morte. No final da história me dei conta que nem tudo no mundo é ruim como a princípio imaginei ao me afundar nos atropelos de Tereza. A maldade quase sempre é miséria ou ignorância. Frase digna do conselheiro Acácio, não a coloco na boca da Tereza. 
O que houver de bom no livro a ela se deve, o resto é meu, desacertos e limitações, 
trovador de rima pobre. (...)"



"(...) Com quem se parece Tereza Batista, tão castigada pela vida, tão cansada de apanhar e de sofrer e, ainda assim, de pé, com todo o peso da morte no lombo, porfiando em arrancar da maldita uma criança para a vida? (...) lhe digo, meu senhor, que Tereza Batista se parece com o povo brasileiro e com mais ninguém. Com o povo brasileiro, tão sofrido, nunca derrotado. Quando o pensam morto, ele se levanta do caixão.
Aceite um refresco de umbu, um sorvete de cajá. 
Se prefere uísque, também posso lhe servir mas não lhe louvo o gesto (...)"



Modinha de Dorival Caymmi para ... TEREZA BATISTA 

Me chamo siá Tereza
Perfumada da alecrim
Ponha açúcar na boca
Se quiser falar de mim

Flor no cabelo
Flor no xibiu
Mar e rio



(...) Para ele política era ofício torpe, próprio para gente de baixa qualidade, de mesquinhos apetites e espinhaço mole, sempre às ordens e a serviço dos homens realmente poderosos, dos legítimos senhores do país. Esses, sim, mandavam e desmandavam, cada um em seu pedaço, em sua capitania hereditária (...). Tinha asco da política e desconfiança dos políticos: 
olho neles, são profissionais da falsidade. (...)"



"(...) Não me transformei numa senhora como desejavas, talvez por não tê-lo conseguido, talvez por não querer. Que serventia possui uma senhora? Prefiro ser mulher direita, de palavra. (...) Antes a pensão de putas (...)"


"(...) Tereza lembrou-se daquele que não chegara a ser, arrancado de seu ventre antes da hora do nascimento. Pôs a mão sobre a de mestre Januário Gereda, Janu do bem-querer, fazendo-o mover o leme, mudar o rumo do saveiro, dirigindo-se para pequena enseada entre bambus na margem do golfo, escondido remanso. Estende-se Tereza na popa do saveiro:
- Venha e me faça um filho, Janu.
- Sou bom nisso como o quê.
Ali, na barra da manhã, rio e mar.
_____

FIM
Bahia, de março a novembro de 1972"

Jorge Amado. Fonte da imagem: internet


Jorge Amado - 1912 a 2001, BA / Brasil

JORGE AMADO
(Janiel Martins, RN / Brasil)

 Adivinho do texto
Vera Cruz e além
Assim é, justa, nobre e de devido
Antropólogo despartilhado
Isento de ciência e métrica
Antropólogo que lhe é nos fluidos
Tatuados em poesia
Nestes que lhes são os materiais
De uma emenda saturada
Antropólogo de ler sentires
Antropólogo bom juiz 
Juiz do justo a denunciar
Dores desencobridor
Gentes mares desbravador.
Homem do sentir, Macho
Macho no Nordeste PARIDO
Macho do Nordeste vermelho
Sertões de cheiro e tesão
Parido para vingar
Doçura que se faz bélica
Em seios de desLIBERDADES
Matéria de guerreiro
Essência de Homem
Lápis empunhado
PARIDO em macho
Macho de Todos os Santos 
Bahia de Todos os Santos
Nordeste criador letrado
Em gente
Jorge Amado.
Desenhador de sonhos
Escrevedor de magias 
Magias de rio, terra e mar
De alentos e de paixões
Orquestração por IEMANJÁ
Com Zélia mirando 
E com ela na mira
Gente
Jorge Amado.

Janiel Martins







domingo, 19 de março de 2017

MAÇÃS COZIDAS COM CALDA


Ingredientes:

- Maçãs
- Canela em pau (a gosto)
- Canela em pó (a gosto)
- Estrelas de anis (a gosto)
- Açucar (a gosto)
- Nozes
- Mel (2 colheres de chá)


Modo de preparação:

Laves as maçãs e corte-as em rodelas.
Coloque ao lume um tacho com água, o açúcar e o mel.
Adicione a canela em pau e as estrelas de anis.
Mexa para diluir os ingredientes.
Junte as rodelas de maçã.
Deixe ferver e permita a redução do líquido.
Mantenha fervente em lume brando.
Deixe cozinhar as maçãs, reduzindo o líquido,
até que a textura deste tenha a consistência de uma calda espessa.


Verta para um recipiente, polvilhe com canela em pó.
Deixe arrefecer e acompanhe com nozes. 


Saliente-se, na parceria de quem quiser, nesta sedosa sobremesa...
...ou o que entender que deva ser...!!! 


Ah ... tem aromas de Outono nas cores ... de quente aconchego ...! 

Fonte das imagens: Janiel Martins

quinta-feira, 16 de março de 2017

SUSTENTO DA ALMA - LETRAS DE JOSÉ RÉGIO

José Régio, 1901 - 1969 / Portugal. Fonte da imagem: internet.
"(...)Só a minha memória, trabalhando depois sobre eles, pede à imaginação que lhes dê sentido(...)".
José Régio


Havia um tal de Lápis Azul ... carrasco da liberdade e da criatividade ...

Havia um tal de Lápis Azul ... amante da mesquinhez, da castração e dos pérfidos costumes valorizados e enfiados nas mentes da portugalidade ...

Havia um tal de Lápis Azul ... que proibia o homem se o ser ...

Havia um tal de Lápis Azul ... que escondia a verdade ...  

Havia um tal de Lápis Azul ...  que mentia e odiava como um cão raivoso ...

Havia um tal de Lápis Azul ... exibindo um lustro de paranóia e desconfiança ...


Havia um tal de Lápis Azul ... tão autoritário na própria inferioridade, traduzindo as pérfidas farpas da castração ... 

Havia um tal de Lápis Azul ... que era o censurador oficial do fascismo do Estado Novo Português (1926-1974).

A liberdade era o demónio que as hostes políticas e institucionais temiam, por temerem as suas próprias e promiscuas interioridades.
A corja era de tal modo impiedosa que, tanto estavam enfiados com os focinhos debaixo das saias dos padres, como estavam a mortalhar meia dúzia de desgraçados, só para alimento das suas insanas desconfianças.

Diferença entre estes montes de merda ditadores e os assassinos viventes nos círculos do império romano... tende para zero.

Momentos da história abonados por miseráveis enformadores informativos ... império romano, inquisição, ditaduras, holocaustos, ... enterram as origens na imaturidade das populações e nos escombros dos desaires psicológicos (feitos doença) dos protagonistas em cena ...

Pois foi ... o notável José Régio foi um destes ilustres que sofreu na pele a vergonha da censura, aliás, como muitos outros ainda a sentem, ainda que os formatos sejam ligeiramente mais polidos e manifestos de forma reptícia (não vá o diabo tecelas...!!!) ... é que: quem tem cu tem medo...
Corja de cobardolas, fingidos, cínicos, parasitas, ladrões, corruptos...!

O Jogo da Cabra Cega, de José Régio, um presente tratado de Psicologia, foi humilhado perante a ignorância, prevalecendo os montes de entulho que a protegiam, em detrimento do categórico e elevadíssimo texto, englobador, feito romance ... 

São o medo, a inveja e a falsidade...o eterno medo, a eterna inveja e a eterna falsidade, que fazem mover os tinhosos ...!


"(...) sustento que não há ligação profunda, mesmo entre indivíduos do mesmo sexo ou entre um ser humano e Deus, sim, até no amor místico como tantas vezes os místicos no-lo revelam, que não implique, não envolva, a natureza física do homem: a sua animalidade (...)"
                                                                                                                                                 José Régio


Sobre a vida...sentida, cognitivada e narrada ... para quem sabe ler.

Notável fonte de análise e de auto-análise ... aprendamos a ler e o respeito e, 
quem sabe, também seremos (gente).


ESTAÇÃO TÉRMINO
(José Régio)

Como um navio no mar
A meio da noite a casa,
E o vento e a chuva em redor.
Lá dentro, a um canto do lar
Onde um bom tronco se abrasa,
O homem sentado espera.
Se alguém chegar,
Terá luz, terá calor.
Batem à porta. Quem dera 
Que fosse realidade!
Já teve tais decepções
O homem que há tanto espera!
Mas agora, alguém batera
Que chega de tempestade,
Que percorreu solidões...
"Entre quem é!" Pode ser
Alguém que venha roubar,
Assassinar, ofender...
"Entre quem é!" Não importa.
Se alguém vem que bate à porta,
O homem só pode abrir.
Chegou, por fim, a saber
Que, venha lá quem vier,
Seja quem for,
Só um dos dois pode ser
Desde que não a fingir:
A Morte, o Amor.


Edição de Paulo Passos



segunda-feira, 13 de março de 2017

CAFÉ COM LETRAS - MONÓLOGO


VOO SEM ASAS
 (Janiel Martins, RN/Brasil)

As palavras já não têm prazer
Em serem ditas
Ou citadas
Só o silêncio corre o ar

O chão já não é pisável
É goma pegajosa
Já não há direcções
O horizonte é a escuridão
Sem contornos nas belas curvas

A alegria tornou-se apenas em um sorriso
Que contrai o ar
Serás tu a recompensar
De o respirar novamente

O equilíbrio faz-se manter
Na corda bamba
Com o teu sorriso
Poluindo o ar
Faz-se manter vivo


THE ANSWER
   (Janiel Martins, RN/Brasil)

Não é o sorriso que polui
É o amor que te não trai
És vivo porque te tens
Na certa porque me tens

Assim será
Assim deverá ser o sermos

Sem enguiços da ferrugem
Lubrificados com o odor
Odor que de nós jorra
Enquanto o ar se afasta
Para que nos recebamos
Luxuriados pelos olhares
Os sentires aspirados
Os desejos tornados assim
Giganteados ao tesão de nós

Não é o sorriso que polui
É o amor que te trás
É o amor que se ancora
Em ti que és porto
Alvoraçando o meu


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Edição de Paulo Passos



quarta-feira, 8 de março de 2017

CAFÉ COM LETRAS - HAJAM SERTANEJOS


Excertos de: As Pelejas de Ojuara - o homem que desafiou o diabo
Nei Leandro de Castro

Caicó
 Rio Grande do Norte
Brasil


ojuarA - Araújo

"(...) ele não passava de um bedamerda empregado no armazém do sogro, um turco brabo que só a gota, que parecia ter parido sozinho a filha única, tal a parecença dos dois (...)."


Assim se aguentou sofrido e humilhado, durante os sete seguintes anos.

Despertou e despertou-se o sertanejo em si ...!

Finou o Araújo e nasceu Ojuara.


"(...) Ojuara nasceu numa tarde de Agosto, aos vinte e oito anos de idade (...)." 

"(...) Dali a pouco, os dois nus e assanhados (Ojuara e a filha do turco), começava o relabucho. Diziam nomes feios como as mulheres da zona, gritavam, trocavam tabefes, como se estivessem brigando de vera.
- Me bate, seu fela da puta! - pedia a turca.
- Toma, sua quenga!
- Mais!
Depois de outro tabefe estalado na cara, seu José Araújo dizia:
- Abra as pernas, sacana, que vou rachar você em duas.
A turca se abria, oferecida:
- Isso, meu cavalão. Rasgue sua égua (...)."


"(...) A turca estava beirando os trinta anos, nove mais velha do que Zé Araújo. Do pai viúvo teria muito dinheiro a herdar. Infelizmente herdara antes um narigão ancestral e um bigode que poderia ser enrolado nas pontas, não fora o sacrifício de raspá-lo todo santo dia. Era uma mulher chegada ao feio. Mas muito bem servida de corpo, principalmente peito, perna e bunda. As buchechas bundais, aí nem se fala. Parecia que toda a beleza se tinha deslocado prali por gravidade.
Quando notou que estava sendo olhada, a turca, por partes de mulher fêmea, duplicou o tamanho da imensa e fornida padaria. Taí um bundão que dá e sobra para um batalhão de engenharia (...)."

"(...) O passo seguinte foi tirar a bruta para dançar. A orquestra contratada de Natal atacava um baião. Zé Araújo conduziu a dama até ao salão, abarcou sua cintura (...)."


"(...) O raparigueiro Zé Araújo, vinte e um anos de idade, estava espichado na rede da pensão onde se hospedava. Pela abertura da cueca, enquanto lembrava os acontecimentos da noite anterior, ele fazia exame ao seu pé-de-mesa. Mesmo na posição de descanso, a estrovenga era de um tamanho respeitável. Com gestos delicados, observou a chaleta roxa: perto do cabresto a esfoladela dava dó e piedade.
- Eita cabaço duro da gota! (...)."


"(...) Devo estar com um bafo pior do que o da turca bunduda, pensou. E pensou também no baile da noite passada. Por mais de uma hora, os dois tinham dançado sem trocar uma só palavra. Ele fechava os olhos, conduzia a dama sob a zoadeira do forró, tentava encaixar o cacete, duro como ferro, no centro daquela fartura de carnes. Ela suspirava e facilitava o que podia para que sua bichochota, toda molhadinha, ficasse muito colada naquele negócio enorme (...)."


Sertão que te és universal e a todos te referes ... meu Interior, meu Sertão.

Essência minha ...!!!

HAJA SERTÃO, com sertanejos ... forever ... and ever ...!!! 

Demonstrado com o tesão das diversidades ...!!!

 By the way ... with WATER ...!!!

Fonte das imagens: Janiel Martins



sexta-feira, 3 de março de 2017

COXINHAS DE CARNE DE SOL


Ingredientes:

- 1 kg de carne de sol
- 1 cebola pequena
- 2 dentes de alho
- 0,5 pimentão pequeno
- 1 folha de louro
- Manteiga (1 colher de sopa)

Modo de preparação da carne:

Preparada, previamente, como assinalada no link deste blog:


Corte-a aos pedaços, cubra-a com água e coza-a numa panela de pressão,
ao que se adicionou o louro, por cerca de 30 minutos.

Após resfriar, desfie a carne e refogue-a nos restantes ingredientes picados.


Ingredientes para a massa:

- 400 ml de leite
- Farinha de trigo q.b.
- 2 colheres de sopa de manteiga
- 1 caldo de carne
- Sal q.b.

Modo de preparação:

Leve o leite ao lume e acrescente a manteiga.
Deixe diluir e junte o caldo de carne, previamente diluído.
Ajuste o sal necessário e deixe ferver.

Em lume brando acrescente a farinha até a massa se soltar do fundo do tacho.
Continue mexendo, de modo a que fique bem trabalhada.


Feitura das coxinhas:

Espalme um pouco da massa, sobre a palma da mão, 
abrindo-a e tornando-a ligeiramente côncava.
Sobreponha o recheio e forme a coxinha (uma de cada vez!).


Envolve-as em farinha de trigo, passe-as na mistura de leite com ovos (bem diluída)
e, finalmente, passe-as por pão ralado (farinha de rosca).
Frite-as em óleo quente, até adquirirem uma tonalidade dourada.

Integre-se no pós receita ... inteiramente ...!

Fonte das imagens: Janiel Martins