domingo, 15 de outubro de 2017

MOLHO DE VILÃO EM CHICHARROS FRITOS


Ingredientes:

- Meio pimento
- 2 dentes de alho
- Salsa ou coentros q.b.
- 2 colheres de sopa de pimenta da terra
- Azeite q.b.
- Vinho branco q.b.


Pimenta da Terra. Produto Regional dos Açores.
Modo de preparação:

Uma dica a considerar: a pimenta da terra (a notável pimenta da terra açoriana) 
é bastante salgada, pelo que o uso do sal é dispensável.



Numa frigideira junte o azeite, os alhos e o pimento cortados 
em pedaços pequenos, deixando cozinhar.
Adicione a pimenta da terra e o vinho.
Envolva bem.
Polvilhe o molho com a salsa e/ou coentros picados.
Deixe cozinhar mais algum tempo (1 ou 2 minutos) integrando-os no molho.
Retire do lume e regue os chicharros e os acompanhamentos que, no caso, 
foram chu-chus e bróculos cozidos.

Os chicharros são fritos conforme o seu gosto e hábito determinarem,
contudo, estes, antes de fritar, foram polvilhados com sal e sumo de limão.



Nada mais havendo a acrescentar ... para a mesa, que se faz tarde...!!!

Edição: Janiel Martins

domingo, 8 de outubro de 2017

TAPIOCA


Ingredientes:

- Tapioca
- Mel
- Bananas
- Uvas
- Limão
- Queijo
- Nozes


Modo de preparação:

Peneire a tapioca.
Aqueça bem uma frigideira.
Cubra o fundo da frigideira com uma leve cobertura de tapioca.
Aguarde que uniformize, sacudindo, ligeiramente, a frigideira.
Vire com ajuda de uma espátula.
Retire do fogo, logo que apresente o formato de uniforme ligação.
Recheie com rodelas de banana, mel, nozes, queijo e umas gotas de limão.
Repita e repita-se ... acompanhando com uvas.


Fonte: Janiel Martins




quinta-feira, 5 de outubro de 2017

CAFÉ COM LETRAS - AÇORES: COZINHAR EM BARRO


Nos AÇORES ...

Dos AÇORES ...


Lembrando ...
 ou informando ...
uma forma do
prévio e devido tratamento
das peças de barro, que se 
destinam a cozinhar em fornos.



Imemoriáveis são os tempos desde que o homem se processa em aventuras de 
descobertas para solucionar usos práticos, para as suas genuínas necessidades.
O barro foi uma das matérias primas que se conjugou, técnica e poeticamente, 
com as habilidades manuais, fruto de experimentações e de rasgos 
de intelectualidades pelos homens tidos.


Barro ao forno ...!!! Preparado como é, antropologicamente referenciado, 
pelo povo português, especificamente nos lugares das 
Ilhas ... estas que são dos AÇORES.

Barro, após moldado, cozido e endurecido, torna-se num excelente 
e categórico utensílio culinário.

Cozinhar, assando, diga-se, exige preparação prévia do recipiente 
de argila não vidrado, de forma a impedir que o sabor e o cheiro do 
barro se integrem pelos alimentos.



Assim, antes da primeira utilização da peça, deve esta ser bem 
untada com banha de porco e, em aproveitamento dos calores dos fornos 
de outros cozinhados, colocada no forno, repleta de sobras, talos,
cascas de batatas e de outros legumes, bem como todo 
o tipo de restos que se possam usar, mergulhados em água.
Depois de arrefecido, esfregue-se, generosamente, esta "sopa"
pela parte interna do recipiente.

A intenção é que estas sobras absorvam o sabor e cheiro do barro e que, 
pelas gorduras, que se vá formando uma película protectora, 
no interior da assadeira que, jamais deverá ser esfregada 
(e muito menos com materiais abrasivos), mas, tão só, lavada.

Quantas mais vezes for tido este procedimento, 
mais facilmente a presença do cheiro e sabor do barro se eliminará.



Quando a sua sensibilidade lhe indicar que a assadeira, alguidar, 
panela, pingadeira ... ou afins, está pronta para a servir, 
verificará que, qualquer refeição, ali cozinhada, 
tem o delicado sabor que há muito procura.

Diversão, cozinha e olaria ... 
uma coordenação para todos os tempos,
no belo e nobre requinte que é devido ... ao BARRO.

Escusado será dizer que, antes de lavar, deve o utensílio arrefecer
naturalmente. Não o mergulhe em água fria, enquanto estiver quente.
Evitar, igualmente, que os utensílios de corte, raspem no barro.



É delicada.
Delicada, artesanal e deliciosamente preparada ...
... dos AÇORES.


Edição: Paulo Passos 

domingo, 1 de outubro de 2017

CAFÉ COM LETRAS - DAS ILHAS ... PORQUE SIM ...!



 Manchas de dor: desenho, aguarela e colagem, 48X44 cm / 1997.
António Eduardo Soares de Sousa / S. Miguel.

Desenho, 27X24 cm / 1961.
Tomáz Borba Vieira / S. Miguel.



Óleo sobre tela, 58X53 cm /1990.
Luís França Machado / S. Miguel.




Tuna: acrílico sobre tela, 30X23 cm /1993.
Fátima Madruga / Pico.


Desenho e aguarela, 50X35 cm / 1991.
Urbano Resendes / S. Miguel.



Acrílico sobre tela e colagem, 25X20 cm /1993.
Ana Paula Dourado / S. Miguel.

Serigrafia, 19X14 cm /1993.
Ana Paula Dourado / S. Miguel.



Acrílico sobre tela e colagem, 120X30 cm /1998.
Filomena Cordeiro / Stª Maria.




Integrantes de coleção particular ...!!!
Representatividade de manifestos sidos, tidos e sentidos, 
nas vias das impressões expressas.

Das Ilhas ... das Ilhas que são lares.

Lares de essência de FOGO ...

Lares de essências de ÁGUA ...
Lares de essência de TERRA ...
Lares de essência de AR ...!

Alguns dos AÇORES
PORTUGAL




Edição: Janiel Martins


domingo, 24 de setembro de 2017

CAFÉ COM LETRAS - CHEIRAR A VERMELHO ... DA COR DO CHÃO


CANÇÃO DO AMOR DEMAIS
(Vinicius de Moraes - RJ/Brasil)

Quero chorar porque te amei demais
Quero morrer porque me deste a vida
Oh, meu amor, será que nunca hei de ter paz
Será que tudo que há em mim
Só quer sentir saudade

E já nem sei o que vai ser de mim
Tudo me diz que amar será meu fim
Que desespero traz o amor!
Eu nem sabia o que era o amor
Agora sei porque não sou feliz

Vinicius de Moraes. Fonte: Internet

O QUE É QUE TEM SENTIDO NESTA VIDA
(Vinicius de Moraes - RJ/Brasil)

O que é que tem sentido nesta vida
Não vai ser casa e comida
Cama fofa, cobertor
Não vai ser ficar mirando os astros
Ou então andar de rastros
Pelas sendas do senhor

Para muitos é o dinheiro
Ir de Janeiro a Janeiro
De pé no acelerador
Eu sinceramente, preferia
Uma vida de poesia
Na vigília de um amor

Há quem creia em ter status
Sair em fotos & fatos
Ter ações ao portador
Eu só acredito em liberdade
E estar sempre com saudade


Cazuza. Fonte: Internet
FAZ PARTE DO MEU SHOW
(Cazuza - RJ/Brasil)

Te pego na escola e encho a tua bola
Com todo o meu amor
Te levo pra festa e testo o teu sexo
Com ar de professor
Faço promessas malucas
Tão curtas quanto um sonho bom
Se eu te escondo a verdade, baby
É pra te proteger da solidão
Faz parte do meu show
Faz parte do meu show, meu amor
Confundo as tuas coxas com as de outras moças
Te mostro toda a dor
Te faço um filho
Te dou outra vida pra te mostrar quem sou
Vago na lua deserta das pedras do Arpoador
Digo 'alô' ao inimigo
Encontro um abrigo no peito do meu traidor
Faz parte do meu show
Faz parte do meu show, meu amor
Invento desculpas, provoco uma briga, digo que não estou
Vivo num clipe sem nexo
Um Pierrot retrocesso
Meio bossa nova e rock'n roll
Faz parte do meu show
Faz parte do meu show, meu amor
Confundo as tuas coxas com as de outras moças
Te mostro toda a dor
Te faço um filho
Te dou outra vida pra te mostrar quem sou
Vago na lua deserta das pedras do Arpoador
Digo 'alô' ao inimigo
Encontro um abrigo no peito do meu traidor
Faz parte do meu show
Faz parte do meu show, meu amor
Meu amor, meu amor, meu amor


Janiel Martins. Fonte: Paulo Passos

SERTÃO ... THE POETRY
(Janiel Martins - RN/Brasil)

Sentindo, sabendo
e ouvindo o sentido.
Narrativas transbordantes de poesia,
narrativa pura, narrativa vida, narrativas em vísceras poéticas.

Fiel dureza.
Fiel crueza.
Quimeras submersas nos suspiros.
Afogadas nos desejos.
Real, existente, poético ...
Sertão autoritário, amarrador, 
Sertão de fuga jamais, de entranhado no que lá se pariu.
Nado em poesia, nascido das rimas, 
rimas que são vidas.

Exigência pelo poema, por que pare 
e por que vive ...
Sertão,
guardião de desígnios sem escolha.

Por ser poesia, por ser Sertão,
Sertão supremo,
Sertão soberano,
de gente sentida no silêncio do verso pronunciado.

Sertanejos Machos.
Sertanejas Fêmeas.
Glorificam pertenças.
De honra feita Gente ...
De honra feita Nação.

Tamanho domínio, imperioso Sertão ... 
Sertanejão ou Sertaneijão ...!!!


Janiel Martins. Fonte: Paulo Passos

VERMELHO DA COR DO CHÃO
(Janiel Martins - RN/Brasil)

Vermelho 
dos prazeres
da pujante cor
pujância de cor do chão
do desejo que se advém espreitoso.

Na conversa que comanda o silêncio e o pulsar
livre em alma e corpo que quer
que quer e deixa
tesão que adivinha 
tesão colosso ... já antes de ser.

Ejaculo sobre o pó ... vermelho de chão
vermelho da força do prazer 
e tremo ... num tremer de macho
num tremer suado 
num tremer luado de Sertão.

Verei vermelhar a vida
no interno e eterno chão de cor
chão de Sertão
chão onde gemi e me jorrei
chão meu onde me orgasmei.


Edição: Paulo Passos


domingo, 17 de setembro de 2017

SUSTENTO DA ALMA - FOMES

FOMES ...

Fomes narradas, sentidas e vividas.

Há fomes e fomes ... e (como nos PORCOS de 2 patas) 
fomes saciadas pela conveniente cegueira.

Fomes do corpo e outras fomes.

Fome de sexo. 
Fome de sexo neurotiza.
Fome de sexo é inveja letal.
Fome de sexo causa guerra e dor - interna e em todos os lados.

Outras fomes ... as desentendidas, 
que provêm dos CORNOS da corrupção, 
dos CORNOS do egoísmo e da ganância, 
dos CORNOS da injustiça, 
dos CORNOS da doença do carácter,
 dos CORNOS das ofensas à liberdade, 
dos CORNOS das chagas purulentas das desigualdades,
dos CORNOS das filhas da putice ...


Marco Pórcio Catão (República Romana, 234 – 149 a.C.)
"É difícil, ó cidadãos, discutir com o ventre, que não tem orelhas."


Denis Diderot (1713 - 1784, França)
"A voz da consciência e da honra é bem fraca quando as tripas gritam."


Jacques- François Ancelot (1794 - 1854, França)
"Sim, mais do que a razão, é o estômago que nos governa."


Graciliano Ramos (1892 - 1953, Brasil)
  "Os homens do primado espiritual viviam bem, tratavam do corpo. Mas nós, desgraçados materialistas, alojados em quartos de pensão, como ratos em tocas, a pão e laranja, como se diz na minha terra, quase nos reduzimos a simples espíritos. E como outros espíritos miúdos dependiam de nós, e era raro calçá-los, vesti-los, alimentá-los, mandá-los ouvir cantigas e decorar feitos patrióticos, abandonamos as tarefas de longo prazo, caímos na labuta diária (...) 
De alguma forma nos acanalhamos (...)."



Max Frisch (1911 - 1991, Suiça)
"Quem tem fome não tem escolha. 
O seu espírito não vem de onde ele gostaria, mas da fome."


Nelson Mandela (1918 - 2013, África do Sul)

"Nos lugares em que homens e mulheres e crianças carregam o fardo da fome, um discurso sobre democracia e liberdade que não reconheça estes aspectos materiais pode soar falso e minar os valores que procuramos promover."


Luciano de Crescenzo (1928, Itália)
"Hoje, setenta por cento da humanidade ainda morre de fome ... 
e trinta por cento faz dieta."


Sérgio Godinho (1945, Portugal)
Excerto do poema Liberdade

 "(...) Só há liberdade a sério quando houver
A paz, o pão
habitação
saúde, educação
Só há liberdade a sério quando houver
Liberdade de mudar e decidir
quando pertencer ao povo o que o povo produzir (...)"

Edição: Janiel Martins
Fonte das imagens: Internet