terça-feira, 31 de outubro de 2017

CAFÉ COM LETRAS - HALLOWEEN





HALLOWEEN


Muita atenção ao aumento de tráfego aéreo.
Cuidado com os congestionamentos.


Apesar do policiamento e da vigilância, aconselha-se prudência.



Desçam pelas escadas e não se atirem das janelas.
Nem todos voam ...!


Acompanhar as crianças nas travessias das estradas, ainda que aéreas.


Com malabarismos e boa disposição.


Constante iluminação de presença.


Nada de excessos de álcool.


Agasalhadinhos, não vá o frio tecê-las.


Cumprir regras de trânsito e das autoridades.


Enfardar com moderação.


Inclusão, interpretação, libertação das aventuras do espírito colectivo.

Folclore, cultura, tradição, desenvoltura de gente (de cá e de lá) que se enfrenta 
e enfrenta medos, demónios, assombrações, fantasmas e anjos de com e sem fim.

Mesmo com trânsito muito congestionado.

Excelente HALLOWEEN ...!


Edição: Janiel Martins

sábado, 28 de outubro de 2017

CAFÉ COM LETRAS - CORVO ... ILHA LAR


Riquezas antropológicas de caracterização ...


Riquezas naturais de identificação ...


Entrando pelos profundos meandros das essências da honra ...


Nos hábitos que se fizeram História ...


História que se conjuga pelos caminhos das recordações e das modernidade ... 


Corvo ilha ... filha de Terra e de Mar ...


Ilha dos aconchegos ...


Com chamamentos da doce e aspirada ternura ...


De liberdades ansiadas ...


Repleta de determinação na protecção que nas intempéries se impõe ...


Categórica nos gregarismos, nas ruralidades e nos urbanismos da naturalidade ...


Ilha do Corvo, a menor das 9 Ilhas do arquipélago dos Açores, 
a mais bela região de Portugal, encarna a demonstração viva 
de que os Homens e as Mulheres não se medem aos palmos ...!


Bem hajam Corvinos ...!
Bem haja população do Corvo ...!
Bem haja Ilha do CORVO ...!

Imagens: Paulo Mariano (à direita)
Texto: Janiel Martins 

domingo, 22 de outubro de 2017

SUSTENTO DA ALMA - DOM JUANISMO

Desenho de Gorka Olmo

PREFÁCIO (ANDO):
O El PAÍS, em 20 de Setembro de 2017, publica uma matéria acessível sobre o DON JUANISMO 
ou MITO DE DON JUAN, que merece ser lido e, entendido, 
como denúncia e como arma de protecção aos encantos 
de todos os que se movimentam na esfera do narcisismo psicopático, embebido numa doce e sedutora disponibilidade e empolgamento, até que a vítima deixe de estar na sua interesseira alçada manipulativa. 

A competência de encantar, encantando-se a si próprio, é falível, como todas as outras competências ... basta não cair nas pálidas tentações que dele emanam, e as feridas do encanto e da magia começam a manifestarem-se.

Recusar e contrariar, algum dos intentos do juanismo, obriga-o a mostrar o verdadeiro rosto. 
Surge, de imediato, o ódio, a impaciência, o medo, o desespero, tatuado em todo o facies. 
Desaparecem as cores do psiquismo da sedução e aparece o baço do tirano. 
Contrariar e não ceder, e a imaturidade e o carácter enfermo mostram as suas garras. 
Mostrar determinismo é mortal para o manipulador conquistador. Surgem as ambivalências e 
inseguranças quando as convicções da sua admiração e desejo de ser amado são beliscadas.

A validação do mito de Don Juan é aplicável tanto em relações de natureza amorosa, 
como em profissionais, familiares, sociais ou quaisquer outras ...! 
Resta perceber o antídoto, para que o seu extermínio da praga comece.

Enquanto lhe é vantajoso, injecta-se de delicados e sedutores sorrisos, promessas de encanto, 
eternas dedicações, declaradas benfeitorias e paixões disponíveis.
O desprezo, a saturação e a humilhação sobre a vítima, vem depois, 
quando precisa de novo sangue, repetindo e perpetuando o esquema.

Em suma, Don Juan, ... é uma bicha oportunista, incompleta e incubada ... 
travestida de narcisismo psicopático, exibindo-se para se esconder.

Desenho de Gorka Olmo. 

 
EL PAÍS (20 Set 2017): 

"Da psicanálise à falta de hormônios:
as explicações para o “donjuanismo”.

O Don Juan é um viciado: sedutor compulsivo, infiel e insatisfeito

Poucos mitos nascidos na Espanha são tão universais como o de Don Juan.
O sedutor insaciável inspirou artistas e escritores, de Tirso de Molina a José Zorrilla, sem esquecer de Prosper MériméeAlbert Camus e Lord Byron. Seja sob o nome de Don Juan ou de Casanova, o arquétipo foi alvo de incontáveis análises para tentar explicar o comportamento desse tipo de gente. Embora o donjuanismo possa ocorrer em ambos os sexos, costuma ser associado aos homens.
Quem sofre dessa síndrome é um sedutor compulsivo, infiel e insatisfeito. Sabe bem como conquistar, porque é um sábio manipulador das emoções. Mas quando uma pessoa se apaixona por ele, a abandona na hora, para começar a seduzir a outra. O sexo é o de menos para ele, não é o protótipo do garanhão que vai de cama em cama. O que lhe interessa, o que verdadeiramente lhe excita, é o cortejo sentimental, a paixão dos primeiros dias. Uma vez que a consegue, quando tem a certeza de que esse alguém está disposto a tudo por seu amor, perde o interesse. Pode manter uma relação de anos por pressões sociais, inclusive pode sentir afeto, mas não será fiel. Platão dizia que só se deseja o que não se tem, e é isso o que acontece com os afetados pelo donjuanismo. Muitos especialistas já tentaram explicar o porquê dessa conduta compulsiva e insaciável, da sua incapacidade de construir um amor estável e duradouro.
Para Freud, pai da psicanálise, o Don Juan está preso na fantasia edipiana de ser o alvo da paixão materna. É um homem emocionalmente imaturo, de perfil narcisista, que procura a figura da mãe em cada mulher que seduz. Quando consegue seu amor, não pode senão abandoná-la, fugir dessa relação que, para seu inconsciente, seria incestuosa. Assim, jamais conseguem estabelecer uma relação amorosa; vivem retidos nesse loop de busca e abandono, passando da entrega absoluta ao mais desalmado rechaço.
Bom conhecedor de Freud, o médico e escritor espanhol Gregorio Marañón (1887-1960) também estudou a fundo a figura de Don Juan e lhe atribuiu uma personalidade narcisista, com uma homossexualidade latente sob seu caráter gozador. Embora o escritor Albert Camus argumentasse que esse personagem se apaixonava por todas as mulheres, o psiquiatra e sexólogo Adrian Sapetti suspeita que ele só “acredita estar apaixonado”, já que depois da conquista esse sentimento nunca chega a se fortalecer. Se a presa se mostrar indiferente ou o rejeitar, o sedutor insatisfeito, valendo-se de todas as suas artimanhas, persiste até conquistá-la. Trata-se, portanto, de um sentimento muito primário, carente de profundidade.
Manuel de Juan Espinosa, catedrático de Psicologia da Universidade Autônoma de Madri e especialista nos mecanismos do amor, sustenta que os Don Juans sentem, de fato, um tipo de amor real, embora sua essência seja volátil e fugaz. “É uma espécie de sentimento que estoura feito rojão; essas pessoas da mesma forma que sentem uma euforia sofrem um baque.” O professor explica que os sedutores compulsivos são “predadores amorosos que na verdade se apaixonam pelo amor, pela sensação que lhes produz o fato de alguém se apaixonar por eles, e pela ideia de estarem apaixonados”.
Essas poéticas afirmações têm uma explicação muito prosaica: esse tipo de personalidade se caracteriza por níveis excepcionalmente baixos de vasopressina, um hormônio segregado no momento inicial da relação, junto com a oxitocina, causadora do bem-estar que o apego provoca. Essa substância é que desencadeia os sentimentos de fidelidade, coesão e confiança, três pilares sobre os quais se assenta o desejo de que uma relação perdure, e no caso desses sedutores ela se encontra em níveis mínimos.
Segundo a descrição de Manuel de Juan, o amor tem três etapas: uma primeira de atração amorosa, não necessariamente sexual; outra de paixão, e uma terceira de apego e comprometimento. E o que o Don Juan vive é esse amor lúdico já descrito por Aristóteles. Entende a primeira etapa como uma espécie de rapina. Só ativa a fase seguinte quando percebe que a outra pessoa está apaixonada. Esses indivíduos vivem intensamente os momentos iniciais: produzem mais dopamina e noradrenalina do que o normal e sentem o chute bioquímico do amor com mais intensidade que os demais. Isto lhes produz uma espécie de embotamento rápido, o que os especialistas chamam “saturação do estímulo”, fazendo com que rapidamente se desinteressem e passem a procurar uma nova presa que os sacie outra vez. Seja qual for a explicação psicológica ou analítica que se queira dar a esse comportamento, o que está claro é que tais pessoas sofrem uma disfunção hormonal que as deixa sempre às portas do “verdadeiro amor”, se assim entendermos o amor duradouro.
O Don Juan é, portanto, um viciado. Excita-se com esse coquetel de endorfinas segregado no início da relação – uma vertigem que acaba com a mesma rapidez com que surge. Pode se apaixonar em poucas horas e se cansar no dia seguinte, ou em semanas. Mas não muito mais: o tempo necessário para que seu organismo pare de segregar opiáceos e seu nível hormonal se equilibre. Então, Don Juan, ou Dona Joana, como todo viciado, sai de novo em busca de mais uma dose. No seu caso, de amor."


Desenho de Gorka Olmo. 
POSFÁCIO (ANDO):
O contributo explicativo hormonal e farmacológico, acarreta em si uma exequibilidade fácil ...!
E o contributo explicativo psicanalítico ? Exequibilidade eficaz mas de difícil 
acesso com muitos obstáculos na sensibilização de consciências ...! 
E não dá jeito ...!

A arma, contra o juanismo, é ter um frasco de antídoto no local de trabalho, 
em casa, nas ruas, na cama, nas fortuitidades ...! 
O poderoso antídoto contra o veneno do juanismo é a nobreza do carácter, 
é a verticalidade sustentada da personalidade ...!
A arma é gente completa, madura, regida pela imagem ética e estética.
Gente que não sabe maquilhagens de persona.
Gente que rejeita maquilhagens de persona.
Gente que repele maquilhagens de persona.
São armas.

Um Don Juan é um aflito a procurar, desesperadamente, ancoradouro, mãe.
É um aflito a fugir, desesperadamente, da ebulição das marés, da sua mãe.
Namorou o pai.
Anima-se e aninha-se (mentalmente inconsciente) com o homem.

Suga e suga-se nos aromas das masculinidades.
Vibra nas virilidades que não são suas.
Quando puder ter acesso à vontade ... fica HOMEM, bicha ou o que for de facto,
mas abandonando as pérfidas necessidades de oportunista, 
de incompletude, deixa de ser incubado e de andar travestido de narcisismo psicopático:
esconder-se-á menos, enfeitar-se-á menos e será (quase) mais GENTE.

Edição: Paulo Passos.
Fonte de imagens: internet.



domingo, 15 de outubro de 2017

MOLHO DE VILÃO EM CHICHARROS FRITOS


Ingredientes:

- Meio pimento
- 2 dentes de alho
- Salsa ou coentros q.b.
- 2 colheres de sopa de pimenta da terra
- Azeite q.b.
- Vinho branco q.b.


Pimenta da Terra. Produto Regional dos Açores.
Modo de preparação:

Uma dica a considerar: a pimenta da terra (a notável pimenta da terra açoriana) 
é bastante salgada, pelo que o uso do sal é dispensável.



Numa frigideira junte o azeite, os alhos e o pimento cortados 
em pedaços pequenos, deixando cozinhar.
Adicione a pimenta da terra e o vinho.
Envolva bem.
Polvilhe o molho com a salsa e/ou coentros picados.
Deixe cozinhar mais algum tempo (1 ou 2 minutos) integrando-os no molho.
Retire do lume e regue os chicharros e os acompanhamentos que, no caso, 
foram chu-chus e bróculos cozidos.

Os chicharros são fritos conforme o seu gosto e hábito determinarem,
contudo, estes, antes de fritar, foram polvilhados com sal e sumo de limão.



Nada mais havendo a acrescentar ... para a mesa, que se faz tarde...!!!

Edição: Janiel Martins

domingo, 8 de outubro de 2017

TAPIOCA


Ingredientes:

- Tapioca
- Mel
- Bananas
- Uvas
- Limão
- Queijo
- Nozes


Modo de preparação:

Peneire a tapioca.
Aqueça bem uma frigideira.
Cubra o fundo da frigideira com uma leve cobertura de tapioca.
Aguarde que uniformize, sacudindo, ligeiramente, a frigideira.
Vire com ajuda de uma espátula.
Retire do fogo, logo que apresente o formato de uniforme ligação.
Recheie com rodelas de banana, mel, nozes, queijo e umas gotas de limão.
Repita e repita-se ... acompanhando com uvas.


Fonte: Janiel Martins




quinta-feira, 5 de outubro de 2017

CAFÉ COM LETRAS - AÇORES: COZINHAR EM BARRO


Nos AÇORES ...

Dos AÇORES ...


Lembrando ...
 ou informando ...
uma forma do
prévio e devido tratamento
das peças de barro, que se 
destinam a cozinhar em fornos.



Imemoriáveis são os tempos desde que o homem se processa em aventuras de 
descobertas para solucionar usos práticos, para as suas genuínas necessidades.
O barro foi uma das matérias primas que se conjugou, técnica e poeticamente, 
com as habilidades manuais, fruto de experimentações e de rasgos 
de intelectualidades pelos homens tidos.


Barro ao forno ...!!! Preparado como é, antropologicamente referenciado, 
pelo povo português, especificamente nos lugares das 
Ilhas ... estas que são dos AÇORES.

Barro, após moldado, cozido e endurecido, torna-se num excelente 
e categórico utensílio culinário.

Cozinhar, assando, diga-se, exige preparação prévia do recipiente 
de argila não vidrado, de forma a impedir que o sabor e o cheiro do 
barro se integrem pelos alimentos.



Assim, antes da primeira utilização da peça, deve esta ser bem 
untada com banha de porco e, em aproveitamento dos calores dos fornos 
de outros cozinhados, colocada no forno, repleta de sobras, talos,
cascas de batatas e de outros legumes, bem como todo 
o tipo de restos que se possam usar, mergulhados em água.
Depois de arrefecido, esfregue-se, generosamente, esta "sopa"
pela parte interna do recipiente.

A intenção é que estas sobras absorvam o sabor e cheiro do barro e que, 
pelas gorduras, que se vá formando uma película protectora, 
no interior da assadeira que, jamais deverá ser esfregada 
(e muito menos com materiais abrasivos), mas, tão só, lavada.

Quantas mais vezes for tido este procedimento, 
mais facilmente a presença do cheiro e sabor do barro se eliminará.



Quando a sua sensibilidade lhe indicar que a assadeira, alguidar, 
panela, pingadeira ... ou afins, está pronta para a servir, 
verificará que, qualquer refeição, ali cozinhada, 
tem o delicado sabor que há muito procura.

Diversão, cozinha e olaria ... 
uma coordenação para todos os tempos,
no belo e nobre requinte que é devido ... ao BARRO.

Escusado será dizer que, antes de lavar, deve o utensílio arrefecer
naturalmente. Não o mergulhe em água fria, enquanto estiver quente.
Evitar, igualmente, que os utensílios de corte, raspem no barro.



É delicada.
Delicada, artesanal e deliciosamente preparada ...
... dos AÇORES.


Edição: Paulo Passos 

domingo, 1 de outubro de 2017

CAFÉ COM LETRAS - DAS ILHAS ... PORQUE SIM ...!



 Manchas de dor: desenho, aguarela e colagem, 48X44 cm / 1997.
António Eduardo Soares de Sousa / S. Miguel.

Desenho, 27X24 cm / 1961.
Tomáz Borba Vieira / S. Miguel.



Óleo sobre tela, 58X53 cm /1990.
Luís França Machado / S. Miguel.




Tuna: acrílico sobre tela, 30X23 cm /1993.
Fátima Madruga / Pico.


Desenho e aguarela, 50X35 cm / 1991.
Urbano Resendes / S. Miguel.



Acrílico sobre tela e colagem, 25X20 cm /1993.
Ana Paula Dourado / S. Miguel.

Serigrafia, 19X14 cm /1993.
Ana Paula Dourado / S. Miguel.



Acrílico sobre tela e colagem, 120X30 cm /1998.
Filomena Cordeiro / Stª Maria.




Integrantes de coleção particular ...!!!
Representatividade de manifestos sidos, tidos e sentidos, 
nas vias das impressões expressas.

Das Ilhas ... das Ilhas que são lares.

Lares de essência de FOGO ...

Lares de essências de ÁGUA ...
Lares de essência de TERRA ...
Lares de essência de AR ...!

Alguns dos AÇORES
PORTUGAL




Edição: Janiel Martins