domingo, 6 de novembro de 2022

SUSTENTO DA ALMA - DESORGANIZADORES LABORAIS E INSTITUCIONAIS OU... INVISÍVEL DESESPERO

Autorizado o uso deste texto divulgado, originariamente, em:

https://sai-qolo-gi.blogspot.com/2021/04/desorganizadores-laborais-e.html

Paulo Passos

Psicólogo Clínico

Braga / Portugal

 

"Público ao que é público. 

Sensualidades em aflição e em manha.

O espaço laboral, enquadrado na institucionalidade, exige e exige-se num adequado e equilibrado padrão de relacionamento inter-pessoal, respeitando os determinismos que justificam a existência profissional, desempenhada por sujeitos cuja formação, desenvolvimento e maturidade da personalidade sejam factologia e num paralelo constante com os requisitos e desígnios da competência profissional. 

Contrariamente à majoração do equilíbrio entre o relacionamento e a produtividade, fomentada em determinante, tem, a institucionalidade, opositores num pacote de condutas desviantes dos intentos que parasitam e paralisam espaços laborais, fruto do domínio de idiossincrasias, de aproveitamentos indevidos, de interesses obscuros, de desconhecimento, do amadorismo ou caseirismo e da inércia/incapacidade (conveniente ou inconveniente) das estruturas de liderança. 

         Os contributos da Psicologia Organizacional e do Trabalho estão inclusos no conhecimento e fomentação, de práticas articuladas entre a maximização da produção e do relacionamento motivador e partilhado, porquanto que os contributos da Psicologia Clínica estão centrados na oferta de meios diagnósticos/identificação, facilitadores de promoção de consciencialização que se canalizam à mudança e aperfeiçoamento.

            A conflitualidade intra-psíquica e inter-pessoal (nos trabalhadores, entre trabalhadores e entre trabalhadores e utentes) que abonam os meios laborais, merece ser identificada e clarificada, de modo a que os intentos de outrem servir, se maximizem na plenitude do prazer pelo trabalho.

            Clarificar (diagnosticar e seleccionar) o impacto (eventualmente clínico) na caracterização do dinamismo dos factores da personalidade e consequente ressonância no relacionamento e ambiente, é um intento deveras e amiúde desconsiderado, mas… cuja essência poderá ser a raiz da corrosão do espaço laboral sobre o que, merecidamente, se devem apurar os manifestos para o extermínio dos ruídos e indefinições institucionais onde, lamentavelmente, tantas e tantos se ancoram. 

            A questão centra-se na potenciação da conjugação dos critérios relacionais e produtivos, apetrechando os intervenientes de instrumentos ajustados (isentos de cariz de interesse subjectivo) para o exercício salutar e cabal das funções, no registo do respeito, da maturidade, da viabilidade da actualização das próprias representações mentais… numa institucionalidade que se inteira justiceira da harmonia, equilíbrio, espírito de equipa e de gregarismo, competência… canalizando o prazer em servir o que de público se enforma.

            Inacabamentos e incompletudes de personalidades; feitios em defeito ou defeito em feitios; corpos amordaçados como ferramenta de acting-out e passagens ao acto no formato de sintomas… que se enformem nos próprios pacotes de enfermidade doméstica de cada um… mas jamais em co-habitação e fomentação de toxicidades em territórios laborais e institucionais. 

            Farejam-se à distância mas.... trata-se sempre de um terreno minado e armadilhado pelas próprias criaturas que, inicialmente, se mostram travestidas pelo "conveniente e empático" representante.

                  ... predisposições e rasgos dos desígnios psicopáticos ... in action...  

                 Público ao que é público."

 

 

domingo, 30 de outubro de 2022

CAFÉ COM LETRAS - HALLOWEEN

REMEMBERING

HALLOWEEN

ORIGENS CELTAS - IRLANDA

Inclusão, interpretação, libertação das aventuras do espírito colectivo.


Folclore, cultura, tradição, desenvoltura de gente (de cá e de lá) que se enfrenta...


e enfrenta medos, demónios, assombrações, fantasmas e anjos de com e sem fim.


Mesmo com trânsito muito congestionado.


Marcadamente... em Montalegre...!



Excelente HALLOWEEN ...!

domingo, 23 de outubro de 2022

CAFÉ COM LETRAS - A VELA E O PENSAMENTO


A VELA E O PENSAMENTO
(Janiel Martins, RN/Brasil)

Me deitei na cama.
Entre lençóis e me refugiei.
Porque o pensamento apaga?
Vou tentar acender.
Vou à lua.
O pensamento vai.
Falhou, foi?
Parece que o pavio acabou.
Perdi-me num lugar bem escurinho.
O corpo é faminto, necessita engolir outro homem.
O pensamento vive num vazio escuro.
Joguei-me no vazio, onde sinto a terra e a vida a passar.
O corpo fica chorando pela morte, junto ao sol.
Pensamento... cria umas asas para mim voar.
Não tem pressa.

terça-feira, 11 de outubro de 2022

SUSTENTO DA ALMA - EXAME PSICOLÓGICO NAS IX JORNADAS DE PSICOLOGIA

 

IX JORNADAS DE PSICOLOGIA E CUIDADOS DE SAÚDE PRIMÁRIOS

6 E 7 DE OUTUBRO DE 2022

OFIR / ESPOSENDE

EXAME PSICOLÓGICO

PROGRAMA


6 de Outubro de 2022 (Quinta-Feira)

8h30      SECRETARIADO

9h00      SESSÃO DE ABERTURA

               Benjamim Pereira (Presidente da Câmara Municipal de Esposende)

               Fernando Ferreira (Director Executivo do ACES do Cávado III – Barcelos/Esposende)

               Raul Borges (Presidente do Conselho Clínico e da Saúde do ACES do Cávado III – Barcelos/Esposende)

               Paulo Passos (Presidente Residente das Jornadas de Psicologia Clínica e CSP, ACES do Cávado I)

10h00   PAINEL I - EXAME PSICOLÓGICO, EPISTEMOLOGIA E COMPLIANCE

               Moderação: Raul Borges (Médico MGF, ACES do Cávado III)

               Exame psicológico: da epistemologia ao determinismo metodológico

               clínico-científico 

               Paulo Passos (Psicólogo, Centro de Saúde de Braga)

               Compliance... absolutamente
               Zinho Baptista 
(Advogado, Luanda / Angola)

10h45   Debate

11h00   Coffee break

11h30    PAINEL II - AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA, INSTITUCIONALIDADE, ÉTICA

                Moderação: Helena Oliveira (Psicóloga, Escola Secundária Alcaides de Faria / Barcelos)

               Ética e avaliação psicológica                

               Miguel Ricou (Psicólogo, Universidade do Porto)

               Ética e institucionalidades                

               Fernando Ferreira (Médico MGF, ACES do Cávado III)

               Contrapeso… em conta e em medida                 

               Jorge Cruz (Jurista, Barcelos)

12h15    Debate

12h30    Almoço 

14h00     PAINEL III - CLÍNICA PSICANALÍTICA

                Moderação: José Torres Freixo (Psiquiatra, CRI / Braga)

                Avaliação estrutural integrada: do telescópio ao microscópio                 

                Rui Guimarães (Psicólogo, DICAD / Porto)


14h45    Debate

15h00    PAINEL IV - AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA… EMERGENCY

               Moderação: Susana Oliveira (Psicóloga, Centro de Saúde de Vila Verde)

               Look around… emergências em psicologia
               José Carlos Rego 
(Psicólogo, INEM / Porto)

               Avaliação psicológica e risco suicidário
               Rui Campos
(Psicólogo, Universidade de Évora)

15h45    Debate

16h00    Coffee break

16h30    PAINEL V - ESCOLARIDADE E RISCOS DE DESENVOLVIMENTO

               Moderação: Paulo Correia (Psicólogo, Centro de Saúde de Esposende)

               Maturidade psicológica e ingresso na escolaridade obrigatória
               Maria José Ramos 
(Psicóloga, Centro de Saúde de Cabeceiras de Basto)

               Ansiedade escolar
               Jorge Gonçalves
(Psicólogo / TEPH, INEM / Porto)

               Iliteracia… no exercício de parentalidades
               João Carlos Major
(Psicólogo, Braga)

7 de Outubro de 2022 (Sexta-feira)

   09h00    PAINEL VI – MILITÂNCIAS… EX OFFICIO, EX LEGE, EX ORDINE

                   Moderação: Salete Anjos (Jurista, Braga)

                   NACJR: significâncias em observação
                   Teresa Cristina Alves
(Psicóloga, Centro de Saúde de Braga)

                   Psicologia… justamente
                   Vânia Gonçalves
(Psicóloga, APAC / Barcelos)

                   Revisitação em psicologia forense
                   Sónia Gonçalves
(Psicóloga, Hospital de Magalhães Lemos / Porto)

   09h45    Debate

   10h00    PAINEL VII – MIRARES EM ANÁLISE BIOENERGÉTICA

                   Moderação: Adelaide Marques (Psicóloga, Centro de Saúde de Vila Nova de Gaia)

                  Seeing… mistérios do corpo… in action

                   José Luís Gomes (Psicólogo, Braga)               

   10h45    Debate

   11h00    Coffee break

   11h30    PAINEL VIII – dISFORIAS DE gÉNEROS

                   Moderação: Luís Gonzaga (Ginecologista, Braga)

                   With no trait of indignation
                   Manuela Moura
(Psicóloga, Hospital de São João / Porto)

                   Meeting point
                   João Décio Ferreira
(Cirurgião plástico, Hospital de Jesus /Lisboa)

   12h15    Debate

   12h30    Almoço

   14h00    PAINEL IX – TRANSFERÊNCIAS E CONTRA-TRANSFERÊNCIAS

                   Moderação: Zeferino Ribeiro (Psiquiatra, Braga)

                   Transferência e contra-transferência
                   Paulo Azevedo
(Psicólogo, Porto)               

   14h45    Debate

   15h00    PAINEL X – AVALIAÇÃO PSICOBIOLÓGICA

                   Moderação: Graça Mendes (Psicóloga, Centro de Saúde de Vila Nova de Famalicão)

                   Avaliação psicobiológica: da significância clínica ao potencial para

                   o bem-estar
                   Paulo Moreira
(Psicólogo, Universidade de Trás os Montes e Alto Douro; CIPD / Porto)         

   15h45    Debate

   16h00    SESSÃO DE POSTERS

   16h30    SESSÃO DE ENCERRAMENTO

                  Paulo Correia (Psicólogo, coordenador do Núcleo de Psicologia Clínica / ACES Cávado III)               

 

domingo, 9 de outubro de 2022

CAFÉ COM LETRAS - O TAPETE DO BREU (III)

O TAPETE DO BREU (III)
(Janiel Martins, RN/Brasil)

O que faço quando lá chegar?
Fale que quer uma dormida, e que veio reparar a ambição dos humanos no planeta terra.
Porque irei reparar a ambição dos humanos no planeta terra?
Existia uma lenda na terra sobre três maletas de pedras.
Uma delas tinha uma rainha.
Outra tinha um revolver.
E a outra com uma serpente.
Para testar a ganância do homem, quem abrisse a maleta da rainha, ficava rico.
Quem abrisse a do revolver, morreria de um tiro. 
A da cobra, o que aconteceu, comeria todos os habitantes da terra.
A cobra se alimentou de todos e, não tendo mais o que comer, tornou num castelo.
A cobra recebeu a sina de dar dormida aos espíritos que voltassem à terra para reparar a terra.
Os que lá chegassem voltariam a ter o corpo de humano.
Como assim?
Voltar a ter o corpo de humano para limpar o planeta terra.
Os humanos deixaram muito lixo na terra.
Quando você chegar terá o corpo de outro ser vivo.
Porquê? 
Porque os humanos só terão o direito de serem humanos dentro do castelo.

Tenho o meu corpo de volta. 
Tenho o meu corpo de volta e não consigo ver na escuridão.
Sou o tempo bruto, vejo o tempo mais não me vejo.
O chão não é os meus pés, é o meu pensamento que tanto quero ver.
O que é o meu chão? 
O meu chão é a minha carne.
O pensamento não é meu, é alheio e sempre quer está na nossa frente.
Ó escuridão, qual é o meu caminho?

domingo, 2 de outubro de 2022

CAFÉ COM LETRAS - O TAPETE DO BREU (II)

 

O TAPETE DO BREU (II)
(Janiel Martins, RN/Brasil)

Que pedras bonitas são essas, de todas as cores?
Não toque.
São os olhos dos seres que cansaram de viver e se petrificaram no breu.
Eles estão aí porque escolheram este lugar para ver o mundo.
Quem mexer nos olhos petrificados será castigado.
Como assim: "castigado"?
Terão olhos solidificados em pedras escuras e nunca verão o mundo.
Não quero este castigo, quero conhecer o mundo e depois repousar no meu canto.
Pois tome cuidado, quem mexe nos olhos alheios terão os seus olhos pretos.
Tão pretos que não conseguirão enxergar o mundo.
Só terão o direito de pensar.
Será como viver num pesadelo feio.
As pedras pretas vivem aquela eterna tensão de um pesadelo.
Por isso que aqui não podemos mexer em nada.
A única coisa que nos pertence é o nosso pensamento.
Não toque em nada, só procure o seu equilíbrio.
Quando chegar o seu dia o seu pensamento será lançado para o seu mundo.
Para onde?
Para um mundo só seu, que é o seu equilíbrio, a sua paz.
Lá só terá as coisas que o seu pensamento desejou.

Estou cansado.
Aqui ninguém descansa, pois os que adormecem se perderão na escuridão do breu.
Depois vou levar você a conhecer a sapa que leva os seres vivos ao  castelo da serpente.
O que é isso?
É um castelo onde os humanos tem direito a descansar.
Fica onde?
Fica no planeta terra.
É um castelo muito grande com labirintos e muitas torres.
Quero muito ir descansar.
Calma.
Só há um caminho para lá chegar.
Como assim?
Uma sapa, que está petrificada, levará você e os humanos.
Só que a sapa acordará numa noite de lua cheia, a cada dez anos.
A cada dez anos anos?
Sim, mas você teve sorte pois só faltam dez dias para ela acordar.
Só existe uma forma de entrar na boca da sapa, na noite de lua cheia.
Ela vai despetrificar, para ir ao lago colocar as ovas.
Quando ela despetrificar, você tem que jogar uma brasa.
Em seguida deve-se jogar na frente, para ele te engolir.
Assim, ela o levará ao fundo do lago, que só ela sabe a passagem secreta para o planeta terra.
Quando lá chegar, fale que veio se proteger da ambição dos humanos.
E ela está acordada?
Não, porque ela tem o formato de tijolos com muitas torres, que são os quarto dos humanos.

domingo, 25 de setembro de 2022

CAFÉ COM LETRAS - O TAPETE DO BREU (I)


O TAPETE DO BREU (I)
(Janiel Martins, RN/Brasil)

O pensamento é mais antigo que os nossos antepassados.
Somos alheios.
Não somos um ser.
Somos os seres.
O pensamento não morre, viverá! 
O pensamento não precisa de olhos, só precisa do espaço. 
O pensamento pensa. 
Nós satisfazemos a vontade do pensamento.
A carne é a escultura do pensamento.

As rochas.
As rochas são filhas de uma explosão que aconteceu no tempo.
O tempo era sozinho.
O tempo era um breu só. 
Era tão frio que explodiu e pegou fogo. 
Assim, deu origem as cinzas.
Em seguida originaram-se as rochas e os planetas que estão pendurados.
O vento estabilizou. 
As demais rochas caíram e formaram o tapete do breu.
É para lá que vamos, quando fechamos os olhos aqui na terra.

Onde estou... onde estou?
Que lugar é este? 
Cadê a lua e as estrelas?
Aqui é o tapete do breu. 
Tem toda espécie de vida.
Este tapete não tem início nem fim.
Só o breu da escuridão é a sua companhia.
É onde o pensamento vem repousar.
Vamos dar uma volta, para eu apresentar o tapete do breu.

domingo, 18 de setembro de 2022

CAFÉ COM LETRAS - NO DEDO PODE NASCER UM OLHO


NO DEDO PODE NASCER UM OLHO

(Janiel Martins, RN/Brasil)


O que estás a fazer com estes dois dedo em pé, e com os olhos fechados? 

Estou tentando ver se nasce dois olhos nos dedo, mas tu cortaste a energia que estava sendo usada para isso. 

Levanta-te, tens que ir trabalhar! 

Obedecer a um patrão de um sistemas injusto. 

É o teu ganha pão. 

Sim, mas não a minha guerra. 

Obedeces e nada mais. 

Como isto mudou o ramo do homem, deveríamos caçar e não rasgar o sentimento. 

Ferimos a natureza do ser vivo, começamos a minguar e a tristeza vem com mais facilidade.

Não temos mais voz a não ser a de obedecer. 

Temos que ser flexíveis. 

Como assim, flexíveis?

A terra foi dividida em curral.

Não somos humanos.

Mais um número... ou uma vontade de alguém...!


Já sei que o dia e a noite não me pertencem, mas gosto de sentir a emoção das nuvens, da distância do sol e, às vezes... são vezes que pensam por mim. 

Isto me pertence.

O sol troca de roupa? 

Claro que sim. 

Deve ser para ir dormir.

É bonito quando ele está com a roupa vermelha, ele fica bem grandão e quando acorda também.


quarta-feira, 14 de setembro de 2022

CAFÉ COM LETRAS - VEREDAS DA VIDA


VEREDAS DA VIDA

(Janiel Martins, RN/Brasil)


Até onde o pensamento vai?

Sem me arder.

O meu corpo é frágil.

Finjo ser forte.

A ferida da alma dói.

domingo, 4 de setembro de 2022

CAFÉ COM LETRAS - FIOZINHO

 

FIOZINHO
(Janiel Martins, RN/Brasil)

O mundo era todo escuro, da cor de tirna de fogão a lenha.
Bem mais escuro ainda.
Nessa escuridão, começou a criar um fiozinho, bem fininho mesmo.
Esses fios começaram a bater no outro.
Oi, oi, aí... nessas batidas começaram a pensar, só que nem eles sabiam o que estavam fazendo. 
Só que eles estavam pensando: por que um batia no outro? 

Um dia, esses fios, de tanto pensarem, explodiram e pegou-se fogo no mundo.
Daí as cinzas formaram pedras e as pedras foram-se desgastando e formaram a terra e os outros cantos do mundo.

Surgido do pensamento, o mundo não tem nem início e nem tem fim.