segunda-feira, 6 de junho de 2016

CAFÉ COM LETRAS - DONA ATREVIDINHA E O SEU NINHO

Dualidades intransponíveis ...

 .

Dona Atrevidinha não sobrevive sem a certeza do seu ninho, do seu esconderijo.
Do mesmo jeito, o seu esconderijo, o seu ninho, não é coisa, sem a presença e o encosto da 
Dona Atrevidinha.


Todo o sentido está no perfeito encaixe destas duas necessidades ... 
numa dependência que não se muda ... nem quer ser mudada ... nem tem nada para mudar.
Como se muda o AMOR?



São duas coisas e um só desejo! Mesmo a fusão parece insuficiente!
Ser o outro pode ser a solução mais próxima da satisfação.


Dona Atrevidinha e o seu Ninho ... são a mesma coisa ...!!! Sim ... sem dúvida!
Não é complemento ... é o mesmo ... é a mesma coisa ... é a mesma essência, 
a mesma vontade, a mesma coroação, o mesmo sentido.


Parelha, par, ..., que seja ...! É uma coisa só, apenas visível em duas matérias. 

Sentida ... numa só!

Auras fundidas numa, sem falha ... sem rachas, sem defeito ... UNIDADE.

Dona Atrevidinha tinha vontades, decisões e peremptoriedades próprias, para
além de uma teimosia atroz, impossível de contrariar.
De personalidade sã, bom carácter, bem disposta, divertida ... 
mas com excessos de determinação.


Tudo girava à sua volta e, naquela cabeça nada mais existia a não ser o acolhimento,
o desejo de estar protegida no seu amado esconderijo, que ela
punha e dispunha como bem lhe apetecia ... 
...ai de quem a contrariasse ...!!!

Contrariada!?! ... Vingança certa! Sem alternativa pensável!


Dura e sagaz nas artimanhas das vinganças ... !!!
Determinada nas suas vontades, não via meios para cumprir os seus fins ...
Machucava? ... sim, machucava! Sentia que machucava? ... sim, sentia e agravava
os seus intentos! 
Só tinha o objectivo de se realizar, bem arrumadinha no seu esconderijo ... com o seu jeitinho
de quem sabe que pode e sabe que quer.
Jeitinho ... sim ...mas com o vigor de que poucas se podem orgulhar ...!!!


Adormecida ... era uma delícia de se ver!
Adormecia, muitas vezes, mas só depois de torturar como queria, o que
mais ela queria, até à sua própria exaustão.
O desprezo ... era o natural dela, depois de se vingar!

Jamais, Dona Atrevidinha, se preocupou com o que a rodeava...
Era seu o esconderijo, era dona e senhora de tudo ...!!!


Apenas sentia que os direitos eram os seus e que nada poderia fazer para
alterar os desígnios do destino e da acertada fatalidade.

Era a Dona Atrevidinha e o seu esconderijo ... uma dualidade num formato só!


Fazer o que né? ... Contrariar a Natureza? ... Ficou doido?

Foi assim, é assim, será assim ...

... Dona Atrevidinha e o seu Ninho ...
... Dona Atrevidinha e o seu Esconderijo ...

Duas essências transformadas numa ...

Pares sintónicos ... sem separação ... UNO.


Pares formados no enquadramento terráquio ... existindo na
eternidade dos encontros marcados no Hiper-Urânio ... de Platão! 


Sem desistências ... encontra o que te pertence ... o que te pertence, existe.
Experimenta ver à tua volta, com olhos de dar e receber, sem defesas e sem as 
mágoas e os demónios do passado que habitam em ti ... e te amarram.


O Hiper-Urânio de Platão ... pode ser Terreno ...!!! É ... vai ver que é aqui mesmo!!!

No Hiper-Urânio vive-se em perfeita felicidade e saber ... aos pares ... !!!

AMAR ... É O VERBO ... sem reservas ... no justo e como manda o amor ...!!!



... AMAR ... DE CORPO E ALMA ...!!!


Fonte das imagens: Janiel Martins




domingo, 5 de junho de 2016

CAFÉ COM LETRAS - SÓ PARA SERTANEJOS

"Só para fumadores" - Conto de Julio Ramón Ribeyro, já aqui referenciado!

"Só para sertanejos" - Poema aqui e agora plasmado ...

SÓ PARA SERTANEJOS


SERTÃO

... plenamente nas e com as suas pratas ... nobre baixela ... nobres tesouros sertanejos ... 

... são as pratas e os louvores do TRABALHO ... trabalho sertanejo ...

... são as ferramentas, os utensílios, as extensões das mãos da GENTE sertaneja ...

... são coisas no seu lugar ... é a monumentalidade do sentido do SERTÃO ...


... luz ... luz sertaneja ...


... cor ... cor sertaneja ...


... tesão ... o tesão sertanejo ...


Sertão do Nordeste do Brasil ...


Amado Sertão .... mas tão esquecido e escorraçado, dentro da tua própria casa!


Cru, genuíno e belo Sertão ... és soberano nas tuas decisões e, com a honra, 
os que pariste isso herdaram de ti.


Não há estranheza ... há beleza! A tua beleza singular e imensa ... 
que portas nas dores e que obrigas a tatuar.


Os miseráveis que de ti desdenham e desprezam ... é em ti que se vêem e se despejam, 
achando que se aliviam das próprias mentiras.


Sentem em ti o esterco que lhes corre nas veias da alma.
Sentem-te como a sua própria e imunda interioridade ... que detestam ... e escondem!


Mas, meu Sertão, meu jardim de delícias, Sertão de tesão, Sertão do meu tesão ... 
... tu és Homem, és Homem de palavra, de honra ...


... e os que pariste, exibem-te, expõem-te na coroa da lua, 
na luminosa aura da nobre determinação do orgulho.


Entranhas-te, feliz, em tudo e todos que te incorporam.


És eu, Sertão. Eu sou TU.
És todos, Sertão. Todos são TU. Os teus!


Sertão de povo ...

... tresandas a poesia ...

... transbordas poesia ...

... tu és poesia ...

... tu és a poesia ...!!!


Sertão ... fomos paridos em ti, somos teus, somos tu, somos os teus.


Sertão ... somos feitos de ti, somos feitos em ti ... somos amantes, SERTÃO.


Sertão ... meu tesão!


 És o tesão dos teus...!!!


És o tesão dos teus HOMENS MACHOS ...!!!
És o tesão das tuas MULHERES FÊMEAS ...!!!


SERTÃO MEU INTERIOR
(Janiel Martins - Braga / Portugal, Novembro de 2015)

Sertão de desígnios
Serves a todos sentido e amado Sertão
Serves a todos que te escorraçam até
Escorraçando o que de mal lhes corre nas entranhas da alma
Usam-te como a infelicidade que lhes é
Querem-te para purga
Para se verem nos próprios fantasmas
Para se reverem nas próprias perseguições
Purgar a dor e a moléstia
Cravadas nas essências das almas
Sertão de coração de gente
És nobre e não reclamador
Na altivez do teu sereno
Reclamas apenas o amor dos filhos que em ti se pariram
Serás a eternidade da honra no sol da tua fogosa frescura
Frescura sentida por quem é Sertão
Frescura no sol do teu ser Sertão
Sair de ti é ficar no louvado Tu

Edição e fonte das imagens: Janiel Martins

sábado, 4 de junho de 2016

FRANGO COM CERVEJA


Certamente que as dosagens, dos ingredientes, são as necessárias e as 
das conveniências de cada um ...

Esta receita foi confeccionada com os seguintes ingredientes e quantidades respectivas:


Ingredientes:

- 1 frango 
- Meio pimento / pimentão
- 1 cerveja (33 cl)
- 2 folhas de louro
- 1 malagueta pequena
- 2 colheres de chá de colorau
- 1 cebola média
- 2 dentes de alho
- Azeite
- Sal q.b.



Modo de preparação:

Junte o frango partido aos pedaços (descarte o excesso de gorduras e de pele), com a cebola picada, o pimento cortado, as folhas de louro, a malagueta, o colorau, os dentes de alho picados, o azeite e o sal, cobrindo tudo com a cerveja.



Conjugue todos os ingredientes, com a suavidade e determinação necessárias.



Deixe cozinhar até que boa parte do líquido se evapore, mexendo de vez em quando.
Ajuste temperos e desligue o fogão.


Acompanhamento de arroz  com ervilhas e alho francês.

Ingredientes:

- 1 xícara /chávena de arroz
- Meio alho francês
- 1 punhado de ervilhas
- Azeite
- Sal q.b.

Modo de preparação:

Num tacho junte o alho francês cortado às meias-luas, o azeite e o sal.
Deixe que o alho francês fique flácido.
Junte o arroz e deixe que as pontas de cada grão fiquem opacas.
Adicione as ervilhas e o dobro de água, relativamente à quantidade de ervilhas.
Envolva e deixe que o fogo faça o resto ... a seu tempo!



Complete com um bem vitaminado suco de citrinos ... !!!


Divirta-se ... divirta-se com as surpresas que conseguir magicar ... !!!


Fonte das imagens: Janiel Martins


sexta-feira, 3 de junho de 2016

SUSTENTO DA ALMA - OS GRITÕES ... COITADOS


Falar é uma condição humana e uma competência promotora do principal meio de 
comunicação entre pares.

Sendo que ... falar, na sua essência, ... não é vomitar dores e recalques sobre o ambiente ... 
com a gaveta toda escancarada ...!!!

Abrir a bocarra e grunhir ... ou entra mosca ou sai merda, na sua forma 
de idiossincrático e conflituoso rancor ...

... exceptuam-se, está de se ver, todas as circunstâncias em que o poder reivindicativo,
em exigência de justiça, liberdade, igualdade, seja fundamental ... e é-o muitas vezes! 
Contudo, neste contexto, infelizmente, nem sempre o coro tem os elementos 
suficientes e necessários ...!!!


Com excepção de quem é portador de handicaps físicos e/ou sensoriais ...  ou em 
ambientes poluídos sonoramente, não será necessário as pessoas trocarem 
palavras num volume aumentado de voz ...

... já basta o corpo para marcar presença, não é preciso um arraial com barulho 
(a fingir que é música) ... muito aos berros!

Em princípio, assim deveria ser ... mas nem sempre isso acontece ...

... quando a dor da vida aparece, vinda lá bem do fundo da goela da existência ... 
quem pode travar a desgraçada da matraca?

Os medos, os demónios e as assombrações psicológicas que em muitos co-habitam,
 impedem a serenidade e a segurança de se exibirem no trato relacional.


Precisam de patéticos aditivos, precisam de mendigos adornos psicológicos, para se fazerem entender como portadores acrescidos de poder ou de abuso deste (ou apenas para se sentirem gente), através do aumento do volume do cacarejo, pensando e sentindo que, desta forma, conseguem travestir o próprio medo e amedrontar outrem.

Miseráveis, pobres miseráveis, desgraçados ... tal não é o desespero de confirmarem a própria existência, fazendo-se ouvir ... ainda que num registo primata ... vale tudo ...!!!



Coitados (e ... coitadas ... está de se ver ... !!!) ... redondamente enganados ...!!! 
O que a inconsciência e o primitivismo fazem a estas pobres criaturas ... !!!
Para além do ridículo, do burlesco e do cómico ... nas suas versões mais suaves, tornam o mundo, desnecessariamente, mais poluído de relações dessincronizadas e barulhentas ...
 miseráveis poluidores ambientais ... !!!

Mentes desprovidas de adultícia e crânios ... tão ... mas tão ocos ...!!! ...
de cima, num transversal corte ... só se vêm as temporais e parietais orelhas 
e a frontal penca (nariz ... !!!)


No postulado da generalização e do emocionalmente racional, entenda-se que, por GRITÃO, considera-se toda a criatura que exibe o seu medo através do BARULHO. 
Seja ele um ruído sonoro audível, como um perigoso e silencioso ruído sonoro sentível ... isto é, tudo e todos os que poluem ambientes e relações.

Sobretudo os que se julgam apetrechados de um BREGA direito acrescido,
onde se salientam todos os chefinhos, liderzinhos, patrõezinhos, directorzinhos, coordenadorzinhos (e ... quanto mais intermédios ... mais reles!) ,..., enfim, toda
esta escumalha pestilenta que corrói a produção e inerentes relacionamentos.   

Relembra-se, contudo e com merecida saliência, 
que os gritões silenciosos são, muitas vezes, os piores ... sem ironia ...!!!


(Literatura de Cordel - Parnamirim / RN, Brasil - 2010, CHICO Editora)

Li um louvável texto, em Braga, que me caiu nas mãos, parecendo até que propositadamente ..., do psicólogo Paulo Passos, que o escreveu em 2002 e o divulgou em 2005, no Boletim Informativo da extinta Sub-Região de Saúde de Braga (como todas as outras Sub-Regiões de Saúde portuguesas e substituídas por outras estruturas organizativas).

Boletim onde o texto foi divulgado ...




Diz o texto, mais um, consagrado às mais valias da razão e das merecidas e indispensáveis denúncias das idiotices que parasitam este desgraçado planeta ... diz assim o texto, 
desse homem com tudo no sítio ...



Com justa e desconcertante zombaria ... 

... que sejam despejados, todos os GRITÕES,


para as catacumbas do desprezo e da humilhação,

para que sejam desinfectados todos os ambientes, 



desta chungosa, fedorenta, tóxica e parasita moléstia ... !!!

Desovem ... !!! Desapareçam ... !!!

E rápido ... !!!

Estão a mais ... !!! 

Imbecis impregnados de toxinas ... desintegrem-se!!!

Infelizes porcinos fazedores de barulho (...ruidores ou roedores...),
vós sois, de facto, os medrosos, os domesticados, os mansos, os incompletos ...
que pensam que, através de um miserável poderzeco circunstancial, 
se vingam das vossas próprias dores ... !!!

Não sei quem disse ... mas sei que foi dito, "... quem tem colhões não exibe galões ...",
acrescentando aos "colhões", para não haver sexismos, ... "ovários" ...!!!

Uns ... os invejosos, fazem barulho, amordaçadamente gritam, 
em desespero com o doloroso ranger da própria podre interioridade ... !!!

Outros ... lêem, bem no prazer do sereno ...!!! 

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Fonte das imagens: Janiel Martins