segunda-feira, 27 de novembro de 2017

SOPA DE NABOS COM ALHO


SOPA DE NABO COM ALHOS ...!

Para alguns e para algumas ...!


Ingredientes:

- 3 nabos
- 1 alho francês
- 4 dentes de alho
- Azeite q.b.
- Sal q.b.
- Pimenta (moída na hora)
- Restos de pão duro




Modo de preparação:

Coza, em água e sal, os nabos e 3 dentes de alho, transformando-os, posteriormente, em puré, aproveitando a água da cozedura e adicionando o outro dente de alho, em cru (aumenta a intensidade e a potência do alho).
Com o alho francês cortado às meias rodelas, refogue no azeite.
Adicione o puré de nabo com alho.
Confira temperos e adicione a pimenta acabada de moer.

Misture o pão duro, em cada malga de sopa.
Deguste-se ... bem no sustento da alma (justiça)!


                                                     É uma ... 

                                                      ... sopa densa, pujante e poderosa ... 

                                                      ... para mulheres e homens com robustez à medida!
                                ... para mulheres e homens com as coisas nos sítios!

                                               Acompanhe com vinho do Pico ... no verde de São Miguel ...!


Edição: Janiel Martins

quarta-feira, 22 de novembro de 2017

SUSTENTO DA ALMA - NO SENTIDO CERTO



VÃO PRÓ CARALHO
(Paulo Passos)

Pode até nem ser poesia
Mas certo é ser verdade
A poesia também o é

Ao gajedo
Que se masturba 
Nas prefixações sociais
Nos títulos enfeitadores
Que compraram 
Ou que não têm
Vão pró CARALHO

Inferiores
Menores
Fedorentos castrados
Invejosos
Entulho
Incompletos
Parasitas
Ervas daninhas
Em dívida para com a morte

Às que e aos que
Se punhetam
Nos títulos que não lhes assentam
Que não lhes cabem
Nos desgraçados feitios
Vão pró CARALHO

Ultrajantes
Pérfido ranço social
Poluidores relacionais
Bastardos institucionais
Vão pró CARALHO

As selas em cima de vacas
Não tropeçam tanto
Como a industria titular
Em quem dela precisa

Às moçoilas
(As novas, as trintonas
As meias velhas, as velhas e as podres)
E aos moçoilos igualmente
E de todos os tamanhos
Evaporem-se
Desintegrem-se
Vão pró CARALHO

A todas
A todos
Que pensam e que se esforçam
para não se encaixarem aqui
Vão pró CARALHO
Vão pró CARALHO
Levem os títulos, os cargos
E o poder que não têm
Mas vão pró CARALHO

Pelos caminhos certos
Pelos caminhos das denúncias
Sacuda-se a merda dos caminhos
Ceifem-se as ervas daninhas
Extermine-se a parasitagem
Guilhotina à corrupção
E aos seus rostos
E ... vão pró CARALHO!


Victor Hugo, 1802-1885 / França
OS HOMENS DO MAR (Victor Hugo)


"A religião; a sociedade. a natureza; eis as três lutas do homem. 
Estas três lutas são ao mesmo tempo as suas três necessidades;
precisa-se que elle creia, d`ahi a igreja;
que edifique, d`ahi a cidade;
que viva, d`ahi o arado e o navio.
Mas, estas três soluções, encerram três guerras.
A misteriosa difficuldade da vida sae de todas três.
O homem vê-se a braços com o obstáculo, 
sob a fórma superstição,
sob a fórma preconceito,
sob a fórma elemento.
Um triplo ananké pesa sobre nós:
o ananké dos dogmas,
o ananké das leis,
o ananké das coisas.
O autor denunciou o primeiro, em Nossa Senhora de Paris;
nos Miseráveis apresentou o segundo;
n`este livro indica o terceiro.
A estas três fatalidades, que envolvem o homem, 
junta-se a fatalidade íntima, o ananké supremo,
o coração humano!

Victor Hugo - Hauteville-House, março de 1866".


Edição: Janiel Martins

domingo, 19 de novembro de 2017

CALDEIRADA DE SAFIO


Ingredientes:

- Safio (ou congro)
- Batatas
- Pimento
- Cebola
- Tomate
- Alho
- Vinho branco
- Colorau
- Pimenta da terra 
- Malagueta
- Azeite
- Sal
- Louro


Modo de preparação:

Num tacho refogue a cebola e dentes de alho picados, em azeite.
Adicione o louro, o sal e a malagueta.
Misture o colorau e o tomate.
Corte, em tiras pequenas, o pimento.
Adicione uma colher de sopa de pimenta da terra. 
Junte as batatas cortadas aos pedaços.
Cubra com vinho branco e água.
Envolva e verifique temperos.


Acondicione as postas do peixe.
Tampe.
Deixe apurar.
Desligue o fogo.


Polvilhe com coentros picados, 
já de forma individual e opcional.

Sinta e sinta-se ...! 

Edição: Janiel Martins

quinta-feira, 16 de novembro de 2017

CAFÉ COM LETRAS - POESIANDO


MASCULINIDADES
(Paulo Passos, Braga/ Portugal)

Masculinidades
Sentidas
Coisas do masculino
Vividas
Masculinidades
Cheiradas
Coisas no masculino
Honradas
Masculinidades
Estas que
Só ao macho pertence
Só aos machos pertencem
Só aos machos entendíveis
O que é macho
A ele é devido
É dono
Dono dos encontros
Destes que se entesam
Com dois para que conste
Homens
POESIANDO 
Poetizando
Masculinidades
Nos jorros
Misturados
Os dois(s)
Orgasmados

Leandro Hermann (PR/Brasil)
AMOR IGUAL
(Leandro Hermann)

Um toque apenas,
Lábios rubros de prazer,
Um beijo, em som grave, início calhente ou entrave.
Conjuntura de dois corpos,
Postura, fatos e atos do igual,
A nudez pervertida dos músculos
A indecência de golpe fatal.
Entrelace de essências,
Violação dos membros rijos,
Sudoríparas glândulas se esvai
É um lençol de amor se faz.
As mãos fortes valsejam o corpo nu,
Deleite de emoções compreendidas
Em sussurros, murmúrios mútuos.
É um despertar da'lma escurecida,
A liberdade de amar é entendida,
As violações tornam-se divinas
E o pecado, crendices derrotadas.
São palavras ditas exatas,
Cenas reais sem qualquer ensaio,
São personagens incorporados no tempo de um rádio,
São realidades em proporção igual.
Não há espanto, poema ou canto que expresse,
Não há filosofia que ensine ou defina,
Não há solidão que resista,
Há sempre o mesmo gosto, pelos e proporções, como repetida prece.
É gozar do avantajado semelhante,
É tocar as partes e saber que sente,
E suprir e compreender o que não compreende,
É amar pulsante de meu próximo como a mim decentemente.
O igual sabes o que é, busca e sentes,
Sempre igual ou diferente,
Apenas quem cultua pelo outro sente,
Mesmo de visto diferente, um amor igual.

Janiel Martins (RN/Brasil)
VOAR
 (Janiel Martins)

Foi o destino
Que me levou 
Num VOO.

Fui puxado 
Pelos TEUS pensamentos
Naquele bosque vazio.

IREI ao teu encontro
Mesmo que não saiba
Eu estarei lá.

Chamamentos de sentir
Seguirei como luz
Hei-de estar em TI.

Hás-de haver em MIM
Haveremos
Haveremos de seguir.

Num voo a dois
Em asas de sentir
Aconchegos do TESÃO.

Em voo livre
Voamos para
Voamos para NÓS.


Edição: Paulo Passos


domingo, 12 de novembro de 2017

SUSTENTO DA ALMA - PALAVRAS ARMADAS

Paulo Passos, Braga/Portugal (citações de)

"As classificações escolares que os professores devolvem aos alunos,
traduzem o que eles (professores) não foram capazes de fazer e não
o que os alunos produziram. A diferença entre a classificação escolar máxima
e a classificação atribuída ao aluno, é a quantificação da falha da escola."


Sem título, 37 X 26 cm, acrílico sobre papel: Paulo Passos.
"O colapso das intenções está no colapso dos seus critérios...
no gélido silêncio da defunta e inerte acrítica."


"Pobres e pérfidos perseverantes incidentes no erro."

"Maldita é a inveja e maldita é a inveja quando se manifesta
através da má língua."


Sem título, 40 X 40 cm, acrílico sobre tela: Paulo Passos.
"A mansidão, a voz afogada na garganta e o silêncio submisso, 
da população portuguesa 
são de um vigor tal, que se transformou em doutrina."

"Em Portugal, a imaturidade e incivilização psicológicas estão de tal 
modo instituídas, que os psiquiatras não são precisos para nada.
A serem precisos ... serão pedopsiquiatras 
e pedosiquiatras para a faixa etária dos 18 anos em diante."

"Não emprenho, nem me venho, pelo entulho 
das corrosivas e valorizadas adjectivações e prefixações sociais."


"Os tementes de amor estão em dívida para com a denúncia. 
São os amantes da traição."

"Gosto de me esporrar torrencialmente, 
sentindo o teu gemido cravado no meu."

"O tamanho do meu tesão chama-se (e mede o) desejo."




Edição e imagens: Janiel Martins





domingo, 5 de novembro de 2017

CAFÉ COM LETRAS - O ÚLTIMO SUSPIRO



Vitorino Nemésio / Portugal, 1901-1978. Fonte da imagem: internet
O POEMA EM QUE TE BUSCO É A MINHA REDE (Vitorino Nemésio)
O poema em que te busco é a minha rede,
Bem mais de borboletas que de peixes,
E é o copo em que te bebo: morro à sede
Mas ainda és margarida e não-me-deixes
E muito mais, no enumerar das coisas:
Cordão de laço e corda de violino,
Saliva de verdade nalgum beijo,
E poisas
Como ave de aço em pão se não te vejo.
Mas onde mais real do céu me avisas
É nas tuas camisas,
Calças de cor no catre bem dobradas.
E és os meus pensamentos, se te ausentas,
Meu ciúme escuro como vinho em toalha;
E o branco circular das horas lentas
Que um perfurante amor lembrado espalha.
Põe o penso no velo intercrural
Com um atilho vertical:
Rosa coberta esquiva
Quer a mão do desejo, quer
O conhecido cravo da agressão
Que estendo às tuas formas de mulher,
Com esta soma e verbal precaução
De um fónico doutor de Mompilher.

JÁ NÃO ESCREVEREI ROMANCES (Vitorino Nemésio)
Já não escreverei romances
Nem contos da fada e o rei.
Vão-se-me todas as chances
De grande escritor. Parei.
Mas na chispa do verso,
Com Marga a aquecer-me,
Já não serei disperso
Nem poderei perder-me.
Tudo nela é verbo e vida;
Xale, cílio, tosse, joelho,
Tudo respinga e acalma.
Passo, óculos, nada é velho:
Quase corpo, menos que alma.
Já não lavrarei novelas,
Ultrapassado de ficto:
A vida dá-me janelas
A toda a extensão do dicto.
Mas sem elas, mas sem elas
(As suas mãos) fico aflito. 

Janiel Martins / Brasil, 1991- 
O ÚLTIMO SUSPIRO (Janiel Martins)

Parece fantasma na noite abafada do Sertão
O frio é amigo duma noite serena
O calor é fantasma para todo o lado
Não deixa a minha coberta me proteger

Na noite quente algo me sufoca
É o meu amigo protector lençol
O suspiro é o meu inimigo
É o sopro na escuridão

Dentro da escuridão o inferno existe
Já não é domínio humano
São espíritos, são malignos
Os que enxergo no mundo trevado

Não se vê gente de verdade
Quando alguém lhs toca, ouvem-se gritos de ambas partes
Todos temem na escuridão
Mas alguém tem que olhar, se estamos no mundo real

Já não se acredita que dormimos sós
O galo canta na meia-noite em ponto
Num só coral todos respondem
Mas ninguém falava nada

Estava num sonho de ser galo em todos
Acompanhado de mais alguns fantasmas da meia-noite em ponto
O sono andava a voltas da casa
Em passos sem tréguas

Só parava com o coral das três
Mais incrível … aquele fantasma não andava durante o dia
Não se sabe, até aos dias de hoje,
Mas acredito ser o fantasmar do relógio

Nos primeiros raios de luz
O sono batia adormecendo espíritos vagos na noite
Escuridão não é nossa amiga de sono
Atrai coisa ruim

Tudo que é treva anda na escuridão
De mão dada ao tesão
Dizia aquele padre que fez tanta criança
Acreditar em má companhia


Edição: Paulo Passos






terça-feira, 31 de outubro de 2017

CAFÉ COM LETRAS - HALLOWEEN





HALLOWEEN


Muita atenção ao aumento de tráfego aéreo.
Cuidado com os congestionamentos.


Apesar do policiamento e da vigilância, aconselha-se prudência.



Desçam pelas escadas e não se atirem das janelas.
Nem todos voam ...!


Acompanhar as crianças nas travessias das estradas, ainda que aéreas.


Com malabarismos e boa disposição.


Constante iluminação de presença.


Nada de excessos de álcool.


Agasalhadinhos, não vá o frio tecê-las.


Cumprir regras de trânsito e das autoridades.


Enfardar com moderação.


Inclusão, interpretação, libertação das aventuras do espírito colectivo.

Folclore, cultura, tradição, desenvoltura de gente (de cá e de lá) que se enfrenta 
e enfrenta medos, demónios, assombrações, fantasmas e anjos de com e sem fim.

Mesmo com trânsito muito congestionado.

Excelente HALLOWEEN ...!


Edição: Janiel Martins