VÃO PRÓ CARALHO
(Paulo Passos)
Pode até nem ser poesia
Mas certo é ser verdade
A poesia também o é
Ao gajedo
Que se masturba
Nas prefixações sociais
Nos títulos enfeitadores
Que compraram
Ou que não têm
Vão pró CARALHO
Inferiores
Menores
Fedorentos castrados
Invejosos
Entulho
Incompletos
Parasitas
Ervas daninhas
Em dívida para com a morte
Às que e aos que
Se punhetam
Nos títulos que não lhes assentam
Que não lhes cabem
Nos desgraçados feitios
Vão pró CARALHO
Ultrajantes
Pérfido ranço social
Poluidores relacionais
Bastardos institucionais
Vão pró CARALHO
As selas em cima de vacas
Não tropeçam tanto
Como a industria titular
Em quem dela precisa
Às moçoilas
(As novas, as trintonas
As meias velhas, as velhas e as podres)
E aos moçoilos igualmente
E de todos os tamanhos
Evaporem-se
Desintegrem-se
Vão pró CARALHO
A todas
A todos
Que pensam e que se esforçam
para não se encaixarem aqui
Vão pró CARALHO
Vão pró CARALHO
Levem os títulos, os cargos
E o poder que não têm
Mas vão pró CARALHO
Pelos caminhos certos
Pelos caminhos das denúncias
Sacuda-se a merda dos caminhos
Ceifem-se as ervas daninhas
Extermine-se a parasitagem
Guilhotina à corrupção
E aos seus rostos
E ... vão pró CARALHO!
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Victor Hugo, 1802-1885 / França
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OS HOMENS DO MAR (Victor Hugo)
"A religião; a sociedade. a natureza; eis as três lutas do homem.
Estas três lutas são ao mesmo tempo as suas três necessidades;
precisa-se que elle creia, d`ahi a igreja;
que edifique, d`ahi a cidade;
que viva, d`ahi o arado e o navio.
Mas, estas três soluções, encerram três guerras.
A misteriosa difficuldade da vida sae de todas três.
O homem vê-se a braços com o obstáculo,
sob a fórma superstição,
sob a fórma preconceito,
sob a fórma elemento.
Um triplo ananké pesa sobre nós:
o ananké dos dogmas,
o ananké das leis,
o ananké das coisas.
O autor denunciou o primeiro, em Nossa Senhora de Paris;
nos Miseráveis apresentou o segundo;
n`este livro indica o terceiro.
A estas três fatalidades, que envolvem o homem,
junta-se a fatalidade íntima, o ananké supremo,
o coração humano!
Victor Hugo - Hauteville-House, março de 1866".
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Edição: Janiel Martins |
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