CAFÉ COM LETRAS - PONTA DELGADA REVISITADA

ILHA SENTIDA

 SÃO MIGUEL

... 

CIDADE SENTIDA

PONTA DELGADA

Fonte: internet

DO SENTIMENTO TRÁGICO DA VIDA

(Natália Correia, 1923-1993, Ponta Delgada/Portugal)

Não há revolta no homem

que se revolta calçado.

O que nele se revolta

é apenas um bocado

que dentro fica agarrado

à tábua da teoria.

Aquilo que nele mente

e parte em filosofia

é porventura a semente

do fruto que nele nasce

e a sede não lhe alivia.

Revolta é ter-se nascido

sem descobrir o sentido

do que nos há-de matar.

Rebeldia é o que põe

na nossa mão um punhal

para vibrar naquela morte

que nos mata devagar.

E só depois de informado

só depois de esclarecido

rebelde nu e deitado

ironia de saber

o que só então se sabe

e não se pode contar.

Edição: Paulo Passos 

AÇORDA DE CHOURIÇO

Ingredientes:

- Pão duro

- Pasta de chouriço

- Pé de torresmo

- Ovos

- Alho

- Cebola
- Couve

- Vinho tinto

- Louro

- Coentros
- Limão

- Sal

- Azeite

- Malagueta

Modo de preparação:

Demolhe o pão em água, sal, alho esmurrado, louro, malagueta e vinho tinto.

Deixe absorver durante umas 2 horas, mexendo de vez em quando.

Refogue cebola num fio de azeite, no pé de torresmo e na pasta de chouriço.

Pé de torresmo e pasta de chouriço.

Adicione o pão, já bem ensopado.

Envolva e deixe cozinhar em lume baixo.

Mexa de vez em quando.
Deixe cozinhar o tempo suficiente para que
o sabor do álcool do vinho se evapore.

Quando cozinhado, misture os ovos (um por pessoa) inteiros.

Bata com determinação, de modo a que os ovos cozinhem e

se envolvam na açorda.

Ajuste temperos e textura.

Desligue o lume e polvilhe com coentros (opcional)
e umas gotas de limão.

Pois... entretenha-se...!

Edição: Janiel Martins

CAFÉ COM LETRAS - MEN`S UNDERWEAR

MALE

SOCKS

BRIEFS

MAN AND MEN

MASCULINITY AND MALE`S UNDERWEAR

MEN`S UNDERWEAR

(Paulo Passos, Braga/portugal)

Triunfos

Triunfos e suspiros

Em verso MASCULINO

Solene

Ímpar

No início foi a PARRA

Púdica

Casta

Ferida de intenções

A parra

Direitos
 MÁSCULOS

Em ânsia 

De libertar

Almas e tesões

Sensualidades de MACHO

Que só a eles 

Só por eles

Entendido

Horny sentido

Tesão

Horny de HOMEM

Desígnios 

Ímpetos

Feito esporra

Atrevimentos

Socks

Briefs

UNDERWEAR

Men`s underwear

Verticalidades

Posturas bípedes

Pés que os suportam

A eles

Masculinos e TESOS

BRIEFS

Camuflando

Evidenciando

The dick and the balls

Da honra

Rubor de tesão

A verga

Em riste 

Ou sonolenta

Nobre MALHO

Na segurança 

De entre pernas pendurado

Aconchega-se

Salienta-se

Em VOLUME 

E faz-se mancha líquida

QUENTE leitoso

Mancha suspirada

Mancha gemida

Enlouquecida

Mancha desejada

Honra a quem JORRA

Jorra masculinidade

Jorrar tesão

Jorrar alívio 

Socks... que enlevam bases

Briefs... que acolhem pujanças

Embriagados 
Exigidos
No TESÃO

Sedutoramente with horny smell

Penetrantes e vibrantes

Que acrescentam como mistério

Tesão de macho LIVRE

 TeStOsTeRoNaMeNtE dito em liberdade

Janiel Martins, RN/Brasil

MEN

MEN`S UNDERWEAR

Edição: Paulo Passos

ABÓBORA RECHEADA COM FRUTOS DO MAR

Ingredientes:

- Uma abóbora

- Camarão

- Ameijoas

- Coentros

- Pimenta

- Açafrão

- Azeite

- Sal

Modo de preparação:

Lave uma abóbora e corte a parte superior, de modo a ficar com uma tampa.

Retire as sementes.

A abóbora usada nesta receita foi abóbora patisson, por ter a polpa bastante tenra,
mas pode usar a que lhe estiver no agrado.

Misture o miolo do camarão e da ameijoa com azeite, um pouco de açafrão,

e tempere com pimenta e sal.

Verta para dentro da abóbora e use a tampa da própria abóbora.

Leve ao forno, previamente aquecido a 180 graus.

Quando o exterior da abóbora estiver tostado, pode

desligar o forno.

Envolva os ingredientes, raspando bem as laterais e fundo

da abóbora, para retirar o seu miolo e misturá-lo com os

frutos do mar.

Adicione os coentros picados e delicie-se, acompanhando

com um copo de vinho branco da sua eleição.

Edição: Janiel Martins

CAFÉ COM LETRAS - ENLATADO

ENLATADO

(Janiel Martins, RN/Brasil)

Quem pensou No natal?

O álcool.

O tabaco é legalizado.

Até onde freamos Os nossos pensamentos?

Que danos causam?

Em traí-los?

A sociedade é velha disforme.

O natal deveria Ser o julgamento.

O julgamento dos traidores.

Como um homem Fode a vida de uma sociedade!

E é aplaudido!

Planet Earth 2018.

O domador domina A presa.

Como a indústria, como o natal,

Domina o medroso (domador e domado).

Ceia DE natal...(des)enlatada...

AMIGOS (q.b.)

com
.
.
.

Compota de figo

Frutos secos

Dióspiros 

Romãs
Queijo 

Tostas

Vinho 

Edição: Paulo Passos 

ARROZ DE FAVAS E LULAS

Ingredientes:

- Arroz

- Favas

- Lulas

- Pimento

- Tomate

- Cebola

- Alho

- Coentros

- Louro

- Malagueta

- Colorau

- Azeite

- Sal

Modo de preparação:

Num tacho junte azeite, cebola picada, louro, malagueta e alho picado.

Refogue, adicionando o colorau e o sal.

Lave e corte as lulas, juntando-as ao refogado.

Misture o pimento e o tomate cortados aos pedaços.

Coloque as favas e envolva delicadamente.

Deixe cozinhar durante cerca de 5 minutos, 

após o que adicione o arroz.

Envolva e acrescente com a água necessária.

Verifique temperos e desligue o fogo

quando o arroz estiver cozinhado.

Na hora de servir, polvilhe com coentros picados.

Bom apetite...!

Edição: Janiel Martins

CAFÉ COM LETRAS - VOU-ME EMBORA PRA PASÁRGADA

Fonte da imagem: internet 

MANUEL BANDEIRA 

Escritor

1886 - Nasceu no Recife/Brasil

 1968 - Faleceu no Rio de Janeiro/Brasil 

Fonte da imagem: internet

VOU-ME EMBORA PRA PASÁRGADA

(Manuel Bandeira)

Vou-me embora pra Pasárgada

Lá sou amogo do rei

Lá tenho a mulher que eu quero

Na cama que escolherei

Vou-me embora pra Pasárgada

Vou-me embora pra Pasárgada

Aqui eu não sou feliz

Lá a existência é uma aventura

De tal modo inconsequente

Que Joana a Louca de Espanha

Rainha e falsa demente

Vem a ser contraparente

Da nora que nunca tive

E como farei ginástica

Andarei de bicicleta

Montarei em burro brabo

Subirei no pau-de-sebo

Tomarei banhos de mar!

E quando estiver cansado

Deito na beira do rio

Mando chamar a mãe - d´água

Pra me contar as histórias

Que no tempo de eu menino

Rosa vinha-me contar

Vou-me embora pra Pasárgada

Em Pasárgada tem tudo

É outra civilização

Tem um processo seguro

De impedir a concepção

Tem telefone automático

Tem alcalóide à vontade

Tem prostitutas bonitas

Pra gente namorar

E quando eu estiver mais triste

Mas triste de não ter jeito

Quando de noite me der

Vontade de me matar

- Lá sou amigo do rei -

Terei a mulher que eu quero

Na cama que escolherei

Vou-me embora pra Pasárgada

Edição: Janiel Martins

FEIJOCAS COM CHOURIÇO E COUVES SALTEADAS

Ingredientes:

- Feijoca

- Chouriço

- Couve

- Cebola

- Alho

- Malagueta

- Louro

- Coentros

- Tomate

- Pimento

- Azeite

- Sal

Modo de preparação:

Coloque as feijocas em demolhado, durante 24 horas.

Renove a água e deixe-as cozinhar na panela de pressão,

juntamente com o louro, sal, malagueta, alho e o chouriço.

Num tacho refogue, em azeite, a cebola picada e o alho.

Adicione o pimento e o tomate, cortados aos pedaços.

Após cortar o chouriço às rodelas, misture no refogado.

Envolva para misturar os sabores.

Verta as feijocas e a água da cozedura que achar conveniente.

Mexa cuidadosamente.

Deixe apurar e confira os condimentos.

Polvilhe com os coentros picados.

Coza as couves em água e sal.

Escorra e espreme-as bem.

Corte-as em pedaços grosseiros.

Saltei-as numa frigideira com azeite e alho.

Acompanhe com um bom copo de vinho tinto...!

Edição: Janiel Martins

CAFÉ COM LETRAS - SÓ PARA SERTANEJOS

SÓ PARA SERTANEJOS

(Janiel Martins, RN/Brasil)

Sertão ...

 pleno nas e com as tuas pratas ... 

nobre baixela ... nobres tesouros sertanejos ... 

 são as pratas e os louvores do TRABALHO ...

  trabalho sertanejo ...
 são as ferramentas, os utensílios, 

as extensões das mãos da GENTE sertaneja ...
 são coisas no seu lugar ... 

 é a monumentalidade do sentido do SERTÃO ...

luz ... luz sertaneja ...

cor ... cor sertaneja ...

 tesão ... o tesão sertanejo ...

Sertão brasileiro ...

Amado Sertão .... tão esquecido e escorraçado, 

dentro da tua própria casa!

Cru, genuíno e belo Sertão ... 

és soberano nas tuas decisões e, com a honra, 

os que pariste isso herdaram de ti.

Não há estranheza ... há beleza! A tua beleza singular e imensa ... 

que portas nas dores e que obrigas a tatuar.

Os miseráveis que de ti desdenham e desprezam ... 

é em ti que se vêem e se despejam, 

achando que se aliviam das próprias farsas.

Sentem em ti o esterco que lhes corre nas veias da alma.

Sentem-te como a sua própria e imunda interioridade ... 

que detestam ... e escondem!

Mas, meu Sertão, meu jardim de delícias, Sertão de tesão, 

Sertão do meu tesão ... 

tu és Homem, és Homem de palavra, de honra ...

e os que pariste, exibem-te, expõem-te na coroa da lua, 

na luminosa aura da nobre determinação do orgulho.

Entranhas-te, feliz, em tudo e todos que te incorporam.

És eu, Sertão. 

Eu sou TU.

És todos, Sertão. Todos são TU. Os teus!

Sertão de povo ...

 tresandas a poesia ...

transbordas poesia ...

és poeta ...

 tu és poesia ...

 tu és a poesia ...!!!

Sertão ... fomos paridos em ti, 

 somos teus, somos tu, somos os teus.

Sertão ... somos feitos de ti, somos feitos em ti ... 

 somos amantes, SERTÃO.

Sertão ... meu tesão!

 És o tesão dos teus ...!!!

És macheza ...

És tesão feita tu ...

És tesão feita eu ...

 fazes-me esporrar em ti ...

 e te re-crias ...

 SERTÃO.

És tesão dos teus HOMENS MACHOS ...!!!

És tesão dos teus HOMENS MACHOS ...!!!

És o tesão dos teus machos ...

 o tesão dos teus HOMENS.

O teu tesão masculino.

O tesão dos teus HOMENS.

Edição: Paulo Passos