Aluísio Azevedo, MA / Brasil. Fonte da imagem: internet.
"(...) ao passo que o Albino, saracoteando os seus quadris pobres de homem linfático, batia na tábua um par de calças, no ritmo cadenciado e miúdo de um cozinheiro a bater bifes. O corpo tremia-lhe todo, e ele, de vez em quando, suspendia o lenço do pescoço para enxugar a fronte, e então um gemido suspirado subia-lhe aos lábios."
Em: "O Cortiço"
Aluísio Azevedo
Adolfo Caminha, CE / Brasil. Fonte da imagem: internet
"(...) Estava satisfeita a vontade de Bom-Crioulo. Aleixo surgia-lhe agora em plena e exuberante nudez, muito alvo, as formas roliças de calipígio ressaltante na meia sombra voluptuosa do aposento, na penumbra acariciadora daquele ignorado e impudico santuário de paixões inconfessáveis ... (...)"
Em: "Bom-Crioulo"
Adolfo Caminha
Caio Fernando Abreu. Fonte da imagem: internet.
VEM
NAVEGAR NA MINHA VIDA
(Caio Fernando Abreu, RS / Brasil)
Vem navegar na minha vida
Faça de conta que meu corpo é um rio,
Faça de conta que os meus olhos são a correnteza,
Faça de conta que meus braços são peixes
Faça de conta que você é um barco
E que a natureza do barco é navegar.
E então navegue, sem pensar,
Sem temer as cachoeiras da minha mente,
Sem temer as correntezas, as profundidades.
Me farei água clara e leve.
Para que você me corte lenta, segura,
Até mergulharmos juntos no mar
Que é nosso porto.
Cazuza, RJ / Brasil. Fonte da imagem: internet.
“Eu quero a sorte
de um amor tranquilo, com sabor de furta mordida, nós na batida no embalo da
rede, matando a sede na saliva.”
Cazuza
Renato Russo, RJ / Brasil. Fonte da imagem: internet.
“Mas tão certo quanto o erro de ser barco a motor e insistir
em usar os remos.”
Renato Russo
Antônio Baltazar Gonçalves. Fonte da imagem: facebook.
NA MINHA FACE UM RIO TRANSFIGURA
(Antônio Baltazar Gonçalves, SP / Brasil)
O que eu tinha para ganhar trago guardado,
quando preciso não morrer escrevo poesia.
O que perdi é agora estampa dos séculos,
das eras engendradas o genoma da minha espécie.
Visto a pele do tempo,
na minha face um rio transfigura o que fui não sendo.
Tenho todo o tempo do mundo sonhando.
Não passo, fico.
O novo milênio está escrito:
ressurreto, escolho renascer.
quando preciso não morrer escrevo poesia.
O que perdi é agora estampa dos séculos,
das eras engendradas o genoma da minha espécie.
Visto a pele do tempo,
na minha face um rio transfigura o que fui não sendo.
Tenho todo o tempo do mundo sonhando.
Não passo, fico.
O novo milênio está escrito:
ressurreto, escolho renascer.
Janiel Martins
TESÃO NO MASCULINO
(Janiel Martins, RN / Brasil)
O fogo que
entre pernas
me abrasa,
da cor do teu
chão coberto
de luarengos
lençóis de prata,
alivia-se
no chamamento
da luz,
e no penetrado
braçado de estrelas,
que a ti queima
e não emprenha,
com o tesão
que de mim jorra,
em forma de
leite macho.
Os cheiros erectos,
os beijos seivados.
Os cheiros erectos,
os beijos seivados.
Parabéns pelos textos no blog, obrigado por sua correspondência Janiel
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