ANTES DO SOM
(Janiel Martins, RN/Brasil)
Vou voar para o quanto e para o onde o silêncio se faz escutar.
O meu cérebro estrela com estrelinhas.
Tu, que fizeste o pensamento!
Diz...
A vida não é um vazio?
Lá vens tu, doida, com os teus pensamentos!
É um desejo do tempo.
Quem sou eu?
Uma bactéria querendo viver eternamente.
O coração chora quando respondo, friamente, que vou morrer.
Dá um desgosto!!!
Oh, velho mundo, vou ficar com saudades.
Pois é, a tristeza vem de não sermos eternos e do que não vivemos.
Por isto eu digo que a dor tu não é minha.
Vamos estudar o corpo, Francivaldo?
Eu lá sei estudar, doida.
Não precisa ir pra escola, doido.
É assim: boca foi feita pra comer.
Quer dizer que antes de sermos gente as coisas já pensavam?
A boca é mais antiga que os ouvidos, o nariz, os olhos e quanto ao pensamento?
Como... a pensar se não tinha corpo nenhum?
Então gritou: eu preciso de ver o mundo!
Como gritou se não tinha boca?
Foi mesmo, acho que nasceu primeiro o ouvido, e ficou incomodada com o barulho e gritou.
Pensou: que diabo de barulho é este, deixa eu ver e nasceram os olhos.
Eu acho engraçado as palavras, quando o boi que namorar ele
entorta a cabeça.
Ajeita esse pescoço.
E eu sou lá alguma vaca?
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