Texto original de Paulo Passos
Em: https://sai-qolo-gi.blogspot.
Justificativamente, apontam-se determinismos ligados à elevada incidência
de sintomatologia de desajuste na infância (considerando e incluindo os sinais
e sintomas de natureza ansiosa e/ou depressiva).
Salientam-se, sobretudo e
etiopatogenicamente, os determinismos históricos, sócio-culturais e familiares,
onde a significância de valores (ainda que adversos ao desenvolvimento justo e
livre) são incidentes e enraizados nos contextos de validação
clínica/disfuncional/patológica.
No concernente à cidadania e às
estratégias interventivas, sugere-se que o recurso a práticas sustentadas (e
fundamentadas nos devidos apriorismos e rigores de direito) de continuidade e
promotoras da implicação de realidades ambientais, sejam as de eleição,
considerando a excelência de oportunidades na adesão em âmbito da saúde
(ambiental, comunitária, grupal/familiar e individual) desprovida da função de
condicionamento ou de domesticação.
O Chefe-de Família e a Dona-de-Casa:
Neste modelo inter-activo, e no
que concerne à criança, não são cumpridas as necessidades de
satisfação/gratificação da liberdade e do direito existencial, na sua esfera
promotora de integração, adaptação e de participação implicada e construtiva.
Neste registo, recai sobre a
criança a exigência de funcionalidade com caracterizações (de imposição) de
natureza histórica, institucional, política, económica, social, cultural e
familiar, em detrimento da existência centrada na realidade (actualizada e
actualizante) da infância.
Estas práticas operam e estão
sustentadas (entre outras responsabilidades) em posições feudais na paisagem
familiar e sócio-cultural.
Na demonstração deste, a
despromover, desígnio (usual e manipulador pró-tirano), estão:
- As práticas relacionais e educativas
referentes às lideranças centradas na hierarquia sócio-familiar (treino de
subjugação);
- A tendência ao cumprimento de
um programa de vida impositivo e pré-existente (auto-desinvestimento, fatalismo
e dependência);
- O recurso conveniente à opinião
como certeza educativa (invalidação de alternativas); a sujeição às matrizes de
valores dominantes (acriticismo);
- A exigência da aceitação
passiva de normas (conformismo e adesão acéfala);
- A função de condicionamento
como estratégia educativa e relacional (despersonalização do sujeito);
- A segregação da autonomização;
- A inibição da implicação e da
estimulação do decisório;
- A castração da responsabilidade
e independência;
- A intoxicação da
espontaneidade…!
O Pai e a
Mãe; o Pai ou a Mãe; os Pais ou as Mães:
Contrariamente ao cenário
anterior, neste registo de relacionamento, são debitadas vivências de
gratificação onde a incidência recai sobre a criança, por si, com extermínio
das caracterizações de conveniência e das crenças das ditaduras das hierarquias
sócio-familiares.
Salienta-se, como substracto
referencial à mudança, a revisão e renovação de enraizados e acríticos
constructos sócio-histórico-culturais, assim como a responsabilização para a
pertença e para a integridade ambiental.
São sistemas familiares e
culturais promotores de salutar desenvolvimento, onde a matriz da relação entre
a criança e o meio cuidador, estão centrados:
- Na qualificação da estimulação
afectiva;
- No recurso à naturalidade do
desenvolvimento e da interacção;
- Na disponibilidade para a
segurança e protecção;
- Nas acessibilidades para a
relação em direito e em justiça;
- Na democratização de formatos
comunicacionais e de socialização;
- Na confiança ambiental;
- Na implicação harmoniosa,
lúdica e integrada da criança no próprio desenvolvimento;
- Na facilitação gradual da
construção da noção do outro como parceiro nutritivo;
- Na conjugação e adequação de
expectativas;
- Nos procedimentos de
participação e de elaboração;
- Na operatividade assertiva,
livre e equitativa;
- Na facilitação de experiências
de variedade, através do aperfeiçoamento de modelos avaliativos;
- No exercício da função
gregária;
- No treino de alternância com
posturas hipotéticas…!
Os Outros:
Este enquadramento espelha as
intenções e os desígnios de outrem (de cidadania, profissionais e de
institucionalismos de rigor) no panorama (integrado e sustentado em apriorismos
de validade) promotor de saúde ambiental, comunitária, grupal, familiar e
individual.
A materialização das intenções de
maturação dos sistemas (promoção de saúde e prevenção de disfuncionalidades e
de patologias) incluem cenários laborais centrados no sujeito, nos manifestos
grupais e nos de realidade comunitária.
No que concerne à
institucionalidade, esta deve favorecer a possibilidade de se manter actualizado
o real cenário das necessidades comunitárias, pela leitura epidemiológica de
rigor e, consequentemente, pela construção de programas de benefício
comunitário, com fomentação dos próprios recursos das comunidades.
Dentro das práticas de
intervenção comunitária, os meios de excelência, são os que consideram a
implicação da comunidade como:
- Protagonista;
- Actuante;
- Pensante;
- Crítica;
- Coesa;
- Articulada;
- Influente;
- Capaz de ajustes em
auto-regulação e auto-determinação, no sentido dos poderes da coerência da
justiça nas equidades e nas liberdades…!
A ditadura (mesmo na
sua travestida e corrosiva forma de auto-indulgência) encobre-se com a
propaganda e o aplauso.
Evite-se ou,
preferencialmente, extermine-se…!
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