OS MIAUS
(Janiel Martins/RN, Brasil)
Dói
Pensar
Sobre
Mim
Miauu
Tem
Quantos
Us?
É
Estranho
Escrever
Uma
Letra
O blogue – Comer e Saber – apresenta-se com o intuito de exterminar amarras. Impera-se em três rubricas: Sustento da Alma; Café com Letras; Gastronomia e Culinária, como ferramentas de promoção e fomentação de liberdades e pluralidades. Movimenta-se na consciencialização da noção de direito às criatividades, no débito da conjugação dos intrínsecos conceitos de SABER (enquanto fonte de SABOR) e o de SABER (enquanto fonte de CONHECIMENTO).
OS MIAUS
(Janiel Martins/RN, Brasil)
Dói
Pensar
Sobre
Mim
Miauu
Tem
Quantos
Us?
É
Estranho
Escrever
Uma
Letra
remexendo em gavetas de papéis...!
Braga, 19 de Janeiro de 2012
Tertúlia
Em Braga, organizada e dinamizada por
Paulo Correia; Paulo Mariano; Paulo Passos (psicólogos)
OTTO GROSS E WILHELM REICH: RETRATOS
- VIDAS
- VISÕES CLÍNICAS
- VISÕES TERAPÊUTICAS
Psicanalistas, do tempo e da inovação...
Otto Gross (17/Março/1877 - 13/Fevereiro/1920). Fonte da imagem: net
Wilhelm Reich (20/Março/1897 - 3/Novembro/1957). Fonte da imagem: net"
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ALÉM DAQUELE MURO
(Janiel Martins, RN/Brasil)
Tem um muro entre o México e os Estados Unidos da América.
Além do muro que nos prende, tenho manias e vazios.
Somos insanos em silêncio.
O silêncio é a pior peste, a pior doença.
O povo já não pensa.
Pensar para quê, doida?
Pensar faz doer, nos leva ao outro lado.
As estrelinhas cerebrais surgem do nada.
Meu amigo falou que o pensamento não tem matéria.
Quando eu escutei isto o meu cérebro encheu de estrelinhas e falou: uauuu.
O cérebro tem boca, doida?
Nem tudo que pensamos podemos transformar em verdade.
A ilusão faz cosquinhas e as estrelinhas espantaram no universo.
Olha: um monte passando na tua frente.
É mesmo!
Quando olho, em direção ao sol, vejo um monte.
Aquilo é a imaginação dos homens e dos bichos vagando no universo.
Larga disto e vamos alimentar.
Há fome carnal.
Pra isto tu pensa.
Não se alimente só de pão.
Cristo falou isto?
ALCUNHA: TOINHO TORTO
(Janiel Martins, RN/Brasil)
Larga disto, doida
Já errei...
... com o homem das Fumarolas
Desculpa
É sentimento febril
Eu me sinto um Toínho Tortinho
Este é o meu choro
Odeio alcunhas, Fumarolo
Desculpa, homem das Fumarolas
09.00 H
SECRETARIADO
09.30 H
Paulo Passos - Psicólogo Clínico, Núcleo de Psicologia Clínica / ACES do Cávado I
10.00 H
ABERTURA
Benjamim Pereira - Presidente da Câmara Municipal de Esposende
Fernando Ferreira - Director Executivo - ACES do Cávado III
Joaquim Barbosa - Presidente do CA do Hospital Santa Maria Maior - Barcelos
Raul Borges - Presidente do Conselho Clínico e da Saúde - ACES do Cávado III
10.30 – 11.00 H
ULS(s) - HISTORIOGRAFIA CRONOLÓGICA E HISTORIOGRAFIA INFERENCIAL
Maria José Ramos – Psicóloga Clínica, Centro de Saúde de Cabeceiras de Basto
Modera: Daniela Simões, Psicóloga, Hospital Stª Maria Maior, Barcelos
11.10 – 11.30 H
INTERVALO
11.30 – 12.30 H
COMPROMISSOS FORMAIS, OFICIAIS E LEGAIS: GARANTINDO CONTRIBUTOS DE VALIDADE
Zinho Baptista – Advogado, Luanda
Diana Neiva de Araújo – Procuradora da República, DIAP, Braga
Salete Anjos - Jurista, Instituto da Segurança Social, Braga
João Filipe Marques - Advogado, Braga
Modera: Graça Mendes, Psicóloga Clínica, Centro de Saúde de Famalicão
12.40 – 14.00 H
ALMOÇO
14.00 - 15:00 H
O SERVIÇO DE PSICOLOGIA CLÍNICA DA ULS (ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO)
Paulo Passos - Psicólogo Clínico, Centro de Saúde de Braga
Paulo Correia – Psicólogo Clínico, Centro de Saúde de Esposende
Modera: Ivo Machado - Director Executivo, ACES do Ave
15:15 H
PÓS-FACIANDO
Paulo Correia - Psicólogo Clínico, Núcleo de Psicologia Clínica / ACES do Cávado III
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UM PUNHADO DE SOL - III
(Janiel Martins, RN/Brasil)
Gosto de pensar. Faz cosquinha. O pensamento quer ir a lua, mas os meus pais falaram que não temos asas e agora tu consegues colocar duas asas em mim, no meu pai e da minha mãe? Força pensamento vai à lua. Falhou a imaginação, a minha está muito fraca, o que devo fazer para pensar bem muito?
Comer, meu filho, faz você ficá forte e cresce bem rápido.
Traga comida minha mãe?
Eu levo-te comida, nós vamos fazer está bem?
Sim senhora, quero muita comida, para a imaginação chegar na lua, pode até ser num sonho. Pra vocês tá bem?
Sim, peste.
Vai ter que ser.
Combinado.
Oh imaginação, como és? Fala comigo. Como é que eu faço para chegar na lua? E o nosso limite, qual é?
O tempo sempre existiu, os vermes não. A paixão é como a vida, acaba. O pensamento acaba. Vou dormir.
Sonhe.
Os sonhos são como a luz do sol, vão embora do nosso corpo para algum lugar.
AO HOMEM DAS FUMAROLAS
(Janiel Martins, RN/Brasil)
Olá amigo, estás onde?
Desculpa, tu não falas.
Estás nos Açores?
As fumarolas
São lágrimas
Que não têm
Sentimentos.
Desculpa amigo
Não é com tu, não.
Tu sabia que hoje
É o teu aniversário!
Sabia, sim.
Estou longe, amigo
Tem um mar no meio
Mas te mando um monte de prendas
Pela ciência da imaginação
Estão lá na, Cidade das Fumarolas.
Tu vai lá pegar, amigo?
UM PUNHADO DE SOL - II
(Janiel Martins, RN/Brasil)
O que é o sol minha mãe?
É o sol.
Ele está muito alto, minha mãe.
Tá bem altinho.
Uauu... os pássaros devem saber mais do que tu, minha mãe, sobre o que é o sol. Vou perguntá a eles. Mas os pássaros nas falam como nós!
É mesmo, minha mãe.
Tem um que fala, meu filho,
E qual é?
É o papagaio.
Uauuu... um dia vou perguntá ao papagaio o que tem lá perto do sol.
É fogo!
Não, porque não tem fumaça.
Só sei de uma coisa: tem dia que o sol tá de matar de quentura.
Um dia eu vou pegá um punhado do sol pra nós ver como é.
Tu lá tem asas pra ir lá?
Faça isso sim, meu filho, primeiro vá a lua e depois ao sol,
Tu vai comigo, meu pai?
Se for seguro vai eu, tu e a tua mãe.
É... eu vou pensar como fazer para irmos na lua.
UM PUNHADO DE SOL - I
(Janiel Martins, RN/Brasil)
Limpa eu, minha mãe?
Tu já estás grandinho de mais para eu limpá tu.
E como tu se limpa?
A mãe ensinar a tu, a limpa o rabo.
Está bem minha mãe, obrigado.
E não esqueças de pedi ao teu pai também.
Tá bem, minha mãe, eu vou pedi.
(Sertão, meio dia 1999, tudo muito calmo.
O Sertão tem um silêncio onde se pode sentir as estrelinha do ser explodindo dentro do silêncio que o Sertão traz.
Ouve-se um grito.)
Meu pai, tu que veio?
Foi sim eu, meu pestinha.
Tu limpa eu?
E cadê tua mãe?
Não sei, sair correndo e fui fora.
Cagaste-te todo.
Obrigado meu pai.
Mãe meu pai já me ensinou a limpá.
Fez bem, a mãe agora já não limpa tu.
Só espero que te limpes bem e é para deixar bem limpinho. Se tiver uma dúvida chamas a mãe, combinado meu peste pequeno?
Ponta Delgada, 17.30 horas.
Após
uns formidáveis momentos com amigos, onde se misturaram os prazeres dos
reencontros, com alguns desejos e intentos de articulação de útil e motivante
(futuro) trabalho... voltei ao hotel e, (tão) feliz com a tarde, tomei um
duche e mergulhei na água, com a temperatura que me é tão de pertença (30º), na
piscina interior.
De
serenidade tatuada na alma e na expectativa de um final de tarde feliz... (que
me levaria e elevaria o entusiamo para umas cracas, lapas e demais açóricas
iguarias, ao jantar...), mal entrei na piscina, acordei (em pânico) do perfect
day que trauteava mentalmente e em consonância com o Lou Reed que me
fazia companhia...!
Deparei-me
com um cenário de vandalismo e toxicidade ambientais (apesar de todas as
indicações estarem escarrapachadas numa visível sinalética, para informação dos
mais distraídos, dos inábeis em civismo e em civilidade, ou dos puros tugas...,
do que possível e inadmissível neste wellness center ou, bem se entenda, noutra
coisa qualquer cujas exigências sejam similares), no local que procurei... para
um confortante final de tarde e preparatório início de noite.
Wellness
center... (tal como designado).
No
borbulhante jacuzi, estavam 3 moçoilas, já entradotas (fim dos 20 ou
início/meio dos 30 anos), com os antebraços, braços e crânios cabeludos (a
sinalética obrigava o uso de toucas) de fora de água, protegendo o que, digo eu
(!), lhes era de maior valia: os 3 telemóveis que seguravam, com as 6
mãos e sem que nem um pequeno desvio de olhar fosse autorizado pela formatação.
Talvez
o erro estivesse no facto da sinalética do Wellness Center não impedir o uso de
telemóveis.
Restaurando-me
(tentando...!) da bizarra visão..., olha o meu olhar para um pujante e saloio
som, que agudizou todo o (surpreendido) Wellness Center, e vi (ouvi e
assustei-me) uma mulher, escancarando a boca e disparando a cabeça para trás,
no seu orgulhoso biquini preto e dourado, numa tão sonora e despropositada
gargalhada, apontando e acompanhando o motivo de tanta graça, a saber: o
verdete gretado dos pés, sobre quem, especulei, ser o seu companheiro que,
igualmente, se torcia em gargalhos exibindo o barulho que lhe jorrava dos
cascos, num sotaque repleto de trejeito de linguagem (muito) lisboeta, que
fazia exibir o burgesso, em material e em gritante mediocridade.
... pois fiz o reparo na recepção
do hotel...
Nem voltei a ver verdete na
piscina, nem vi mais telemóveis no jacuzi.
Não reparei se estavam no banho
turco. Não se via muito bem.
Paulo Passos (Braga, Portugal)