COSQUINHAS NAS ESTRELINHAS DO CÉREBRO
(Janiel Martins, RN/Brasil)
Mergulhei na vasta solidão do corpo.
O que o pensamento pensa, acho que o silêncio pensou e fez o corpo para brincar no mundo.
Gosto de escutar o silêncio, lembrando do som dos ponteiros do relógio de parede.
Então, Ruth, estás a pensar?
Estava mergulhando, Eneston.
Este sentimento de flutuar deve ser quando éramos fetos, ou é uma construção do nosso corpo!
Sonhar é como os pássaros vivem, voam.
Tu sabes o que é o sonho, Eneston?
Fala a verdade.
Eu só gosto de sonhar porque vamos a lugares incríveis, mas tenho medo de entender as reações químicas e elétricas que o corpo precisa para sonhar. Acredito que sejam muitas e que muitas sejam malignas.
Até parece que o sonho faz mal?
Acho se eu entender certas coisas, perde-se a fantasia de viver.
Gosto de sentir cosquinhas nas estrelas do cérebro.
Parece que elas fogem atrás de respostas, já reparaste?
É aquela estrela que se forma e vai para longe procurar respostas do pensamento para o corpo.