domingo, 26 de outubro de 2025

CAFÉ COM LETRAS - A FLOR E A FOLHA (II)

 


A FLOR E A FOLHA (II)
(Janiel Martins, RN/Brasil)

Flor o que tu pensa?
Queria dormir, dormir e nunca mais acordar para esse negócio parar de me perturbar. 
É sempre a mesma coisa, vivo vendo coisas que eu não queria ver.

E tu Folha oque pensa?
Eu queria pular de mim mesmo, para não ver coisas que eu não queria ver, esse monstro todos os dias me acorda de um friozinho que congela o meu corpo. Flor outro dia esse monstro colocou um bocado de monstros para correr atrás de mim, eu fui parar num lugar muito bonito, onde eu vi, plantas, árvores e uns negócios que iam para onde quisesse, será que tu estava lá?

Bem capaz folha, eu não me conheço, só penso, penso.
Também, queria tanto me reconhecer, mas não, aqui estou pensando, e sendo acordada por um monstro que coloca outros monstros para correr atrás de mim.

Ainda bem que esses caminhos nos levam a lugares que nos protege. Outro dia conheci Paulo, perguntei quem era ele, ele falou que era humano e que estava na terra há 60 anos, aproveitei perguntei se ele já me conhecia, ele falou claro que sim, você é uma planta que os humanos tanto  usam, desde para aquecer e fazer móveis e casas, e que nós éramos muito importante para a vida dele e de todo os seres vivos na terra. Eu perguntei como eu era, ele falou que eu era muito bonita e que tinha uma cor verde bem escuro, que era para poder dormir mais, para a luz do sol não nos incomodar muito.
E o que é o sol?
É monstro que nos acorda todos os dias? 
É!

É sim ele é uma bola de fogo que todos os dias a terra dá uma volta e nós pensamos que é ele que vem nos ver, mais não é. A terra dá um giro de trezentos e sessenta graus, e é por isso que nós nascemos, por isso temos que os suporta porque ele não é um monstro ruim não. Só é porque nos acorda, e eu perguntei ao Paulo como era tu Flor.
Foi folha? E como sou eu?
Ele disse que não sabia se era tu, porque tem muito tipo e cores de flor, ele disse que as flores são as plantas mas delicadas, as flores são os tecidos dos que partiram...


domingo, 19 de outubro de 2025

CAFÉ COM LETRAS - A FLOR E A FOLHA (I)


A FLOR E A FOLHA
(Janiel Martins, RN/Brasil)

Flor, tu vês?
Não, só imagino.
E tu, folha?
Também não, mais eu queria ver.
Ver comigo mesmo, não com a minha imaginação.

Eu sinto a quenturinha de um negócio, que me acorda todo santo dia.
É, flor, quando eu menos espero eu acordo com esse negócio, espremendo a mim, eu tenho tanto da raiva desse negócio, se eu pudesse o matava.
Pois é flor, quando estamos no melhor sono ele nos acorda, e o pior de tudo que quase todos os dias ele aparece.
Eu acho tão bom quando durmo muito.
Eu também folha.
Mas esse negócio é atrevido, sempre nos acorda, e ele vai e vem, quase todos os dias.
Ele deve ser muito grande.
Ainda bem que é só um, eu acho.
Flor, tem uma hora que ele chega tão perto de mim que eu penso que vou enlouquecer, fico pensado tanta das coisas que tu nem imagina!
Eu também Folha, eu todos os dias me pergunto como fugir desse negócio, até que melhorou um pouco pois sou uma flor com bastante fios e tu Folha como és?
Sou um corpo só, com um monte de veia cheia da água.

Flor o que tu pensa?
Queria dormir, dormir e nunca mais acordar para esse negocio parar de me pertubar, é sempre a mesma coisa, vivo vendo coisas que eu não queria ver.
E tu Folha oque pensa?
Eu queria pular de mim mesmo, para não ver coisas que eu não queria ver, esse mostro todos os dias me acorda de um friozinho que congela o meu corpo, Flor outro dia esse monstro colocou um bucado de monstros para correr atrás de mim, eu fui parar num lugar muito bonito, onde eu vi, plantas, arvores e ums negocios que iam para onde quisese, será que tu estava la?
Bem capaz folha, eu não me conheço, só penso, penso.
Também, queria tanto me reconhecer, mais não, aqui estou pensado, e sendo acordado por um monstro que coloca outros monstros para correr atrés de mim.
Ainda bem que esses caminhos nos leva a lugares que nos protege, outro dia conhecir Paulo, perguntei quem era ele, ele falou que era humano e que estava na terra há 60 anos, aproveitei perguntei se ele já me conhecia, ele falou claro que sim, você é uma planta que os humanos tantos os usam desde para aquecer e fazer moveis e casas, e que nós eramos muito importante para a vida dele e de todo os seres vivos na terra, eu perguntei e como eu era, ele falou que eu era muito bonita e que tinha uma cor verde bem escuro, que era para poder dormir mais, para a luz do sol não nos encomodar muito
E oque é o sol?
É monstro que nos acorda todos os dias.
É!
É sim ele é uma bola de folgo que todos os dias a terra dar uma volta e nós pensa que é ele que vem nos ver, mais não é a terra que dar um giro de trezento e secenta graus, e é por isso que nós nascemos, por isso temos que os suporta porque ele não é um mostrom ruim não, só é porque nos acorda, e eu perguntei ao Paulo como era tu Flor.
Foi folha e como sou eu?
Ele disse que não sabia se era tu, porque tem muito tipo e cores de flor, ele disse que as flores são as plantas mas delicadas, as flores são os tecidos dos que partiram...



domingo, 5 de outubro de 2025

CAFÉ COM LETRAS - ÁGUA TERRA, TERRA ÁGUA, ÁGUA TERRA

 

ÁGUA TERRA, TERRA ÁGUA, ÁGUA TERRA

(Janiel Martins, RN/Brasil)


Tou sim? estou, tou sim? vou desligar. Estou dentro de um vulcão, aqui na Ilha Branca.

Água terra, terra água.

A complexidade da vida surgiu. 

Dói tentar saber como a vida a surgiu. 

É um pensamento não decepcionante.

Acho que foi assim: o espaço sempre existiu, ficou muito frio, começou a pegar fogo, criou cinzas, as cinzas...

E a vida, doida!

Acho que foram os gases. Os cientistas acreditam que foi dentro da água. Deve ter sido do cheiro do enxofre. O enxofre tem um cheiro ácido. Este ácido deve ter soltado muitas bolhas dentro da água. O ácido deve conter muitas cores. As cores viraram lagartinhas, as lagartinhas criaram raízes, para poderem ficarem quietas, pois as águas não deixavam elas quietas.....

E elas pensavam?

Sem quererem pensavam, acho eu. Aí elas morriam. Vou usar esta palavra para ser mais fácil pra tu Francivaldo. As feridas da morte criaram lagartinhas mais evoluídas e cá estamos, pensado sem saber.

E a Ilha Branca é bonita, Ruth?

Claro, a beleza está na organização de cada partícula.

Agora, se tu educares o teu filho a ser um robô das grifes, não haverá beleza em nada.

A Ilha Branca, de tão graciosa, ficou Graciosa e mora nos Açores, mas pode morar noutros lugares, germinados pelo requinte.

O requinte não necessita de exageros.


domingo, 7 de setembro de 2025

CAFÉ COM LETRAS - AOS EMPURRÕES


AOS EMPURRÕES
(Janiel Martins, RN/Brasil)

Flutuei por todos os lados

Na verdade fui levado

Os pensamentos empurraram-me 


O corpo é tão delicado

O pensamento é tao bruto

Leva-nos a cada lugar!!!


Como equilibrar este peste 

Que vê

Que até vê com os olhos fechados


domingo, 17 de agosto de 2025

SUSTENTO DA ALMA - A PISCA-PISCA


(Original de Paulo Passos, em: https://sai-qolo-gi.blogspot.com/2025/07/a-pisca-pisca.html) 

ERA UMA VEZ UMA INSTRUTORA DE UM PROCESSO...

Um processo que tinha cara de sério mas todo esbardalhado na sua interioridade, feirado por algumas queixosas e imaturas psicólogas (diz-se!) e por alguém travestida de instrutora. Alheadas de qualquer compromisso com o trabalho, esgotavam-se em aparentar um compromisso sólido, e eficaz na representação, com o emprego.

...

Estava, a instrutora do processo, bem longe das intenções e das possibilidades destas, tanto institucional como academicamente. Ficou-se, como já habituada, pelas sobras.

PRISCILA PISCA-PISCA era mais um senão do academismo português (formada em Direito, dizia,  por uma qualquer universidade), materializado na institucionalidade pública.

Conhecida por Pisca-Pisca, não só pela razão do sobrenome, mas também pela facilidade com que manipulava a intermitência entre a lógica e os seus feitios (de corpo e de alma).

Era uma intermitência regular, sendo que, em arena, a primeira sofria e falia (feitio de corpo) por imposição da segunda (feitio de alma).

Era o jeito de Priscila e no qual Priscila acreditava e bem se movia.

Colocadas as hipóteses:

H.01 – A criatura é incompetente e negativamente discriminatória. (Cedência ao preparado “drama de opereta” – lamúria, choradinho, vitimização e representações afins, pela parte das psicólogas (e demais em eventualidade) em questão).

H.02 – A criatura é manipulada pelas queixosas.

H.03 – A criatura sonega, deliberadamente, ocorrências, considerando outras, num diferencial axiológico discriminatório, para o apuramento e descrição de factos.

H.04 – A criatura inverte o sentido (lógico, dos valores e dos critérios que regem a protecção institucional) do processo de inquérito, acusando e desconsiderando o denunciador.

H.05 – A criatura está distraída ou é precipitada.

H.06 – A criatura é preconceituosa.

H.07 – A criatura é sexista no seu sentido feminista (aproveitamento da função de relatora para benefício de um género).

H.08 – A criatura é tendenciosa/parcial

H.09 – A criatura confunde histórias narradas com histórias vividas.

H.10 - A criatura negligencia as denuncias e valoriza os enfeites de narrativas de conveniência.

H.11 – A criatura promove a glorificação do incumprimento.

H.12 – A criatura legitima a mediocridade.

H.13 – A criatura julga.

H.14 - A criatura é, indubitavelmente, incompetente e nada deve ao mérito.

H.15 - A criatura tem mérito profissional.

H.16 - A criatura compensa-se pela doença do carácter.

H.17 - A criatura é incompleta.

    Todas confirmadas... à excepção da hipótese H.15.

... Priscila (Pisca-Pisca) sofria com as dores dos joanetes que, mais uma vez, foram causadas pela insistência de usar sapatos que não estavam para o seu amplo pôr de pé. Apertavam. Traiu-se, de novo. Estava habituada. É parte integrante da imensidão da mediocridade que assola o espaço.

A warning...

 


domingo, 27 de julho de 2025

CAFÉ COM LETRAS - CRISTO NA VERSÃO SILENCIADA


CRISTO NA VERSÃO SILENCIADA
(Janiel Martns, RN/Brasil)

Queremos ser profetas mas não profetizamos um futuro de igualdade.
Construímos muros, definimos barreiras imaginárias, que separa a riqueza da pobreza.
Isto somos nós.
Seres humanos auto programados.
Grandes pensadores?
Gememos numa transa e temos vergonha da nossa cagada.

Senhores, o trabalho é para todos.
O ladrão não é o capitalismo.
Somos nós.
Criamos e realizamos as profissões e definimos os SALários desiguais.
Gostamos dessa putaria mas num sexo amorfo, descolorido, só para disfarçar de macheza.

A desigualdade é culpa nossa que continuamos sonhando em ter altos SALários.
E o teu irmão?
O que será?
O teu cão de companhia?
O teu aparador de problemas?
A tua mudez?

Enquanto isto o avião voa transportando diferenciais e outros silenciadores.
E o diabo disfarçado de cristo, tomando vinho a preço de uma vida.

Cristo morreu numa cruz lutando por igualdade.
Nós continuamos cegos e respeitando os homens que o mataram.
Esquecemos que somos cristo, na versão Silenciada.



domingo, 20 de julho de 2025

CAFÉ COM LETRAS - VOU APAGAR A LUZ


VOU APAGAR A LUZ
(Janiel Martins, RN/Brasil)

Não sei se me lembro, mas me contam e vi muitos bebés aos berros, sendo largados nas creches, quando apartam as crias!
Devia-se, ao menos, ter-me levado algumas vezes até a porta da creche e falando: é aqui que a mãe vai te deixar, enquanto trabalho!
Não tinha pensamento. Era só um corpo. Frágil e amedrontado, este era eu, aprendi, depois de grande, que tínhamos dois medos: quando bebé, o do escuro e de cair (para os que nasceram de parto natural); os outros implantaram-nos.
Depois de chorar por horas, calei-me e num cantinho de parede fiquei. Lembro do frio que a mesma me deu, até que minha mãe chegou. Corri de felicidade, mesmo não sabendo o significado dessa palavra. Era proteção.
Minha mãe, tu não traz mais eu para cá?
Porquê?
Fiquei com medo de não te ver mais e eu queria estar contigo.
Não te preocupas, a mãe vai-te proteger até tu voares só.
Eu vou ficar em casa?
Deixa eu te falar uma coisa.
Eu posso te trazer amanhã?
Não.
Então vamos fazer o seguinte: tu vens e se não gostares não vens mais.
Não quero.
Vais ter que vir.
Estou com medo.
Lá não tem bicho, para teres medo.
Mas tenho medo, sinto-me desprotegido.

Sertão.
Um dia, dezoito horas e vinte minutos.
Todo mundo está com suas cobertas?
Sim, minha mãe.
Vou apagar a luz.

O último sopro era o som que se ouvia. O sopro da desproteção misturado com as histórias de medo que os adultos nos implementavam, fermentando a imaginação de um forma ruim, o medo. 
Enquanto tentava adormecer, tudo era perigoso. O cão ladrando era um sinal que algo poderia estar querendo fazer o mal. Atacar o ninho. Quem iria nos proteger no escuro, se todos estavam com medo? Os ponteiros do relógio, pareciam ser pessoas rodeando a casa. 
Até que fim o sol nasceu.
Corria-se para todos os lados, parecendo uns tontinhos, doidinhos.
Até que se ouvia, um voz autoritária, aquieta que vocês vão para escola.
Hoje eu não vou?
É o quê?
Não quero ir.
Tens que ir.
Cuida.
Quando uma criança tem razão?

domingo, 29 de junho de 2025

CAFÉ COM LETRAS - CRIAS PAIS



CRIAS PAIS
(Janiel Martins, RN/Brasil)


O que é a vida humana se não o movimento do pensar?
Se parar morremos de tristeza.

Larga a cria quando esta decide ir.

Porque não deixamos as crias irem?
Os humanos não são boa raça.
Amordaçam.

Não cuidamos uns dos outros.
Somos a brutalidade do umbigo, visão única ao alcance.

Tentamos parecer civilizados.
Civilizado é um grupo de macacos que se cuidam mutuamente.

A política é a maquilhagem do pensamento.
A religião sem dinheiro não é religião.

Falta vergonha.
Falta humildade.
Falta saber.

Quando vamos ser crias, mas não crias pais?


domingo, 22 de junho de 2025

CAFÉCOM LETRAS - COSQUINHAS NAS ESTRELINHAS DO CÉREBRO

COSQUINHAS NAS ESTRELINHAS DO CÉREBRO

(Janiel Martins, RN/Brasil)


Mergulhei na vasta solidão do corpo.

O que o pensamento pensa, acho que o silêncio pensou e fez o corpo para brincar no mundo.

Gosto de escutar o silêncio, lembrando do som dos ponteiros do relógio de parede.

Então, Ruth, estás a pensar?

Estava mergulhando, Eneston. 

Este sentimento de flutuar deve ser quando éramos fetos, ou é uma construção do nosso corpo!

Sonhar é como os pássaros vivem, voam.

Tu sabes o que é o sonho, Eneston?

Fala a verdade. 

Eu só gosto de sonhar porque vamos a lugares incríveis, mas tenho medo de entender as reações químicas e elétricas que o corpo precisa para sonhar. Acredito que sejam muitas e que muitas sejam malignas.

Até parece que o sonho faz mal?

Acho se eu entender certas coisas, perde-se a fantasia de viver. 

Gosto de sentir cosquinhas nas estrelas do cérebro.

Parece que elas fogem atrás de respostas, já reparaste?

É aquela estrela que se forma e vai para longe procurar respostas do pensamento para o corpo.


domingo, 15 de junho de 2025

CAFÉ COM LETRAS - DUAS FOMES II

 

DUAS FOMES (II)
(Janiel Martins, RN/Brasil)

Deixei a lua à minha procura.

Aqui estou.

Estais a falar só, doida?

Estava a pensar alto.

Nem todos os dias posso olhar para a lua, para ficar com saudades dela.

Fico triste quando a lua nasce nas minhas costa, acho que é a leste.

Depende, doida.

Sei lá, só sei que a lua me trás pensamentos e acho, até, que causa uma explosão de estrelinhas no cérebro mas só não podemos deixar os ouvidos pensarem.

Já basta ouvir, não doida?

É, as vezes é melhor ser inocente.

Gosto tanto de cair no pensamento.

É melhor deslizar-me. 

Tu já reparaste, Francivaldo, que nós vamos onde queremos!

Como assim, doida?

Quando pensamos e sonhamos as estrelinhas que tem dentro do nosso cérebro explodem e devem torna-se fumaça e vão para onde queremos.

É engraçado o que que vimos fazer no mundo!

Ter duas fomes.

Ham!!!

A de comida e a outra.