domingo, 11 de setembro de 2016

CAFÉ COM LETRAS - RN / BRASIL, FONTE DOS VERSOS

Fonte da imagem: Janiel Martins

RIO GRANDE DO NORTE / BRASIL

 FONTE DOS VERSOS

Fonte da imagem: Janiel Martins


(Fonte informativa da lista de autores (google):
http://www.antoniomiranda.com.br/poesia_brasis/rio_grande_norte/rio_grande_norte.html)

POETISAS E POETAS  

RIO GRANDE DO NORTE













Fonte da imagem: Janiel Martins


Alguns trovadores ... com a humildade e a igual representação de 


TODOS os trabalhadores

da(s) Palavra(s), das (des)Rimas, (des)Métricas e (a)Simetrias,

dessas Palavras e Versos escritos e trovados com Liberdade e Sentir,

paridos por este e neste, como legados, Estado do Nordeste do Brasil,

RIO GRANDE DO NORTE 



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Auta de Souza, RN / Brasil (1876 - 1901)
Fonte da imagem: google.



CAMINHO DO SERTÃO
 (Auta de Souza, RN / Brasil)

Tão longe a casa!... Nem siquer alcanço
Vêl-a, atravéz da matta. Nos caminhos,
A sombra desce... E, sem achar descanço,
Vamos, nós dois, meu pobre irmão, sosinhos!

E' noite, já! Como, em feliz remanso,
Dormem as aves nos pequenos ninhos...
Vamos mais devagar... de manso e manso,
Para não assustar os passarinhos.

Brilham estrellas... Todo o céo parece
Rezar de joelhos a chorosa prece,
Que a Noite ensina ao desespero e à dôr...

Ao longe, a Lua vem dourando a treva,
Thuribulo immenso, para Deus eleva
O incenso agreste da jurema em flor. 


NOITES AMADAS   
(Auta de Souza, RN / Brasil)

Ó noites claras de lua cheia!
Em vosso seio, noites chorosas,
Minh’alma canta como a sereia,
Vive cantando n’um mar de rosas;
 
Noites queridas que Deus prateia
Com a luz dos sonhos das nebulosas,
Ó noites claras de lua cheia,
Como eu vos amo, noites formosas!
 
Vós sois um rio de luz sagrada
Onde, sonhando, passa embalada
Minha Esperança de mágoas nua...
 
Ó noites claras de lua plena
Que encheis a terra de paz serena,
Como eu vos amo, noites de lua!

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Miguel Cirilo, RN / Brasil (1936)
Fonte da imagem: google.

DOIS MENINOS
(Miguel Cirilo, RN / Brasil)

estão ao lado um do outro,    
juntos, colados no chão.
achados de pouco em pouco,
são dois: cosme e damião.

retenho-os breves no ar,
enquanto cor aderência:
porém, livrá-los não há
da madeira consistência

quem se demora nos dois
vê que foram trabalhados,
um antes, outro depois:
pelos detalhes usados,
a hora que os sabe mortos
vem com — estando com sono
— ouvi-los: rumor de corpos,
sem dentro, ocos, sem sumo.

são vivos unicamente
do modo como os aceito:
unidos supostamente
no ar do quarto desfeito.

—" não a ambígua face
do deus: já tenho quase
com que moldar o morto
à sua própria imagem.

—não em precário espelho,
o outro: me contento
com apenas o modelo
—o que se tem detento.

(o reino é tão de treva
que — só temor e sono,
não sabe o rei que vela,
talvez, o próprio trono).

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Nei Leandro de Castro, RN / Brasil (1940)
Fonte da imagem: google.
O BAIRRO DAS ROCAS
(Nei Leandro de Castro, RN / Brasil)

- O povo das Rocas é visto
pelo galo, ao amanhecer.
A manhã ali se põe
De pé antes de querer.

Ou seja, ali a manhã
não mais serve ao seu fim:
em vez de acordar, acorda-a
o mestre Valentim.

No cais do Canto do Mangue
é água mansa do rio,   
apenas arrepiada
por uma onda de frio:

a pele cortada pela
lâmina corrente de ar
que sobre o dorso das águas
desce da noite do mar.

Dali os veleiros partem
todos a uma só hora
e transpõem a barra antes
que a transponha a aurora.

A mulher que permanece
não espera pelo homem.
E tudo tão rotineiro
como sua antiga fome

ou como o feto anual
que intumesce seu ventre
ou ainda como a morte '
de um tísico, seu parente.

Meninos sujos, sem cor
definida, fazem festa
nas poças frias de lama
da Rua da Floresta.

O galo da torre, olhando,
humanamente tece
um canto rubro de amor
às crianças., Mas permanece

porque feito de metáfora 
silente, na altaneira
torre cinza de azulejos.
E depois olha a Ribeira.  


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Paulo Augusto da Silva, RN / Brasil (1950)
Fonte da imagem: google.

ATENTADO AO PUDOR
(Paulo Augusto da Silva, RN / Brasil)

Para prender-me
a polícia
por a-tentar
— o pudico e ávido
público
termina por decifrar
a mensagem
dos órgãos de segurança
sexual
e mergulha
sob as cobertas
          comigo.
Deliciosamente infratores
simultaneamente
gozamos
entre relinchos, unhadas,
beijos e coronhadas.


VIDA - MEDO
(Paulo Augusto da Silva, RN / Brasil)

Olho para ele embevecido.
Ânsia voraz de agarrá-lo.
AS BARREIRAS.
Busco seu olhar,
fugindo, fugindo, fugindo.
Nessas horas, persevero.
AS BARREIRAS.
Vou para o outro lado.
Mudo a tática.
 Deixo-me ver à luz do sol.
Os olhos, fugindo
— a chance, fugindo.
Sempre as barreiras, sempre.
É preciso ter consciência
de nossa profunda inutilidade
para suportar o estabelecido.

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João Felinto Neto, RN / Brasil (1966)
Fonte da imagem: google.
FIO DA MEADA
(João Felinto Neto, RN / Brasil)

Se o amor é uma palavra abstrata, 

por que a dor 

é tão física? 

Por que a carne 

é tão fraca? 
Entre nós, 
impressões desfeitas. 
Entre outros, 
o fio da meada.


PERFIL
(João Felinto Neto, RN / Brasil)

Tocasse a vida 
com sua mão 
em uma tinta turva, 
e contornasse em sinuosa 
curva, 
uma forma definida, 
traços que marcam uma silhueta: 
Testa, nariz, 
lábios e queixo, 
olho e orelha, 
restauraria seu perfil. 
Lábios calados, 
olho vazio, 
nariz sangrando, 
testa febril, 
queixo quebrado 
e orelha de abano.

Fonte da imagem: Google


Janiel Martins, RN / Brasil (1991)
ELEFANTINHO RESIDÊNCIA
(Janiel Martins, RN / Brasil)

Elefantinho figurança
aconchego em residência 
Estado que celebra Nordestando
honras em valores 
deste que te é Brasilis.

Fronteiras a Oeste no Ceará
 a Sul com a Paraíba
 e a Este e a Norte
lambido e beijado estás
em Atlânticos banhos indo. 

Ligas pelo Alto Oeste
sensibilidades proboscídeias,
levas memórias e ensinos
na linha do Apodi
Sertão do Apodi,
cerebreias no Assu
este que é de Mossoró,
por Seridó tens motor
e pelo Agreste Litoral Sul,
fecundas por Trairí,
com bases em Potengi,
imponentas em Mato Grande
equilibras pelo Sertão Central
que é de Cabugi e Litoral Norte,
 e potiguas em Metropolitana Natal,
medidas geográficas unificantes
Estado que és cá e lá
interior com costa
chão vermelho
de pó de rubi 
Rio Grande do Norte
assim.

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Janiel Martins



quinta-feira, 8 de setembro de 2016

SUSTENTO DA ALMA - JENS GALSCHIOT



JENS GALSCHIOT ...

... inadmissível continuar sem conhecer ...

http://www.aidoh.dk/new-struct/About-Jens-Galschiot/GB-PT-Short-Galschiot.pdf

Serralheiro de formação, Galschiot é um escultor dinamarquês, nascido em 1954, impondo-se com o poder reinvindicativo e denunciador pelos seus postulados, através da arte escultural.

 A Coluna da Infâmia (8 metros), é uma escultura de corpos entrelaçados em dor e com fantasmas dos terrores do (in)consciente colectivo, 
simbólica de atrocidades contra os direitos humanos. 


COLUNA DA INFÂMIA - UM GRITO ESCULTURAL:

Fonte: http://www.aidoh.dk/art_and_events/pos/poposshort.htm

" Um grito escultural

No dia 4 de Junho de 1997 se ergueu uma Coluna da Infâmia em Hong Kong. Este evento artístico deu início a uma série de acontecimentos artísticos que vão se espalhar por toda Terra nos próximos 10 anos.

Uma Coluna da Infâmia será erguida uma vez por ano para denunciar violações contra os Direitos Humanos, onde estas tenham ocorrido.

   

A Coluna da Infâmia é uma escultura original de oito metros de altura, esculpida com

cinqüenta corpos retorcidos pelo sofrimento. A Coluna da Infâmia representa uma grande soma de dinheiro: o único que realmente se respeita no mundo inteiro. Monumentos deste tipo são normalmente erigidos para se recordar "ações heróicas".

Mas esta escultura para se manter na memória o desacato dignidade e vida humanas, que
nunca deve ser repetido. A Coluna da Infâmia é um tipo de Prêmio Nobel dos Massacres.

Lembrando a história

Nossa memória se torna cada vez mais curta porque nossas mentes são entupidas com a carga excessiva de informação promovida pela média. O fedor dos cadáveres desaparece da nossa alma assim que as cenas somem da tela do televisor. Aqui entra en função a Coluna da Infâmia, pois ela nos faz recordar as violações contra o ser humano e manter na memória a imagem das vítimas. A Coluna da Infâmia se torna então um "lembrador" da História. 

O valor simbólico da escultura obtém sua força conforme a reação das autoridades. Ela pode ser destruída, censurada e escondida ou simplesmente exposta. O valor simbólico também se reenforça dado o fato de que a escultura entra em um contexto global de esculturas similares.

Debutou em Hong Kong

A primeira Coluna da Infâmia foi apresentada para o público mundial em novembro de 1996. Este evento ocorreu no foro da ONG. sob os auspícios da cume da F.A.O. em Roma. Ela se transformou em símbolo da conferência. 

No dia 4 de junho de 1997 a Coluna foi exposta no Parque da Vitória em Hong Kong como uma manifestação para lembrar o oitavo aniversário do massacre na Praça Tiananmen em Pequim em 1989.

A escultura se tornou o ponto central da manifestação reunindo 55.000 com velas acesas para recordar o massacre. A cerimônia foi organizada pelo Movimento Democrático. Durante todo o dia vieram milhares de pessoas para botar flores no Parque reivindicando respeito aos direitos humanos.

É quase impossível imaginar uma estréia mais significativa para um happening artístico.

Os estudantes de Hong Kong tomaram a Coluna para si. Até junho de 1998 a Coluna foi
exibida rotativamente nas sete universidades de Hong Kong, e no dia 4 de junho regressou ao Parque Vitória para de novo ser o símbolo central da cerimônia em memória do massacre na Praça Tiananmen.

O fato da escultura ser exposta justamente no período da reunificação da China, é para
desafiar os velhos e os novos detentores do poder. Para provocá-los a fim de verificar se eles realmente pensam em respeitar os direitos humanos e a liberdade de expressão em Hong Kong.

A próxima vez

Será sem dúvida em México, atual por causa do terrível massacre no dia 22 de dezembro de 1997, no massacre no povoado de Acteal, onde 45 foram assassinadas a sangue frio. 

Depois de México a coluna será erguida no Brasil em memória dos trabalhadores sem terra igualmente assassinados em um massacre. "

JENS GALSCHIOT E ESCULTURA INTERVENTIVA


Escanchada a in(justiça) e suportada pelas dores das fraquezas ...


... fitness ...


... mala de viagem ...


... estendal ...


... caixa de dádivas com santo ...


... uma ida às compras ...


... esplanada ...


... parque de diversões ...


 ... sempre em pé ...


... o vencimento ...


... churrasquinho ...


... beaux rêves ...


... variâncias ...
... new shoes ...


... cruzeiro ...



... menu ...


... happiness in a bottle ...!!!


Há a divertida rábula de "Pigs in Space", que não se prende a este assunto ...

e há o ... PORCOS EM PEDESTAIS ... que já é com isto ...!!!

Extermínio imediato a todas as formas de atrocidades, desigualdades, injustiças e abusos.

NÃO COME UM ... NÃO COME NINGUÉM

Fim à sobrevivência dos mais GORDOS.

Extermínio, também, aos pérfidos promotores de desigualdades.

Tantos são os merecedores, indubitáveis, de uma Coluna da Infâmia ... espetada nos cornos...!!!

Notável Jens Galschiot ...!!!

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Fonte das imagens: internet


Janiel Martins