Flutuei por todos os lados
Na verdade fui levado
Os pensamentos empurraram-me
O corpo é tão delicado
O pensamento é tao bruto
Leva-nos a cada lugar!!!
Como equilibrar este peste
Que vê
Que até vê com os olhos fechados
O blogue – Comer e Saber – apresenta-se com o intuito de exterminar amarras. Impera-se em três rubricas: Sustento da Alma; Café com Letras; Gastronomia e Culinária, como ferramentas de promoção e fomentação de liberdades e pluralidades. Movimenta-se na consciencialização da noção de direito às criatividades, no débito da conjugação dos intrínsecos conceitos de SABER (enquanto fonte de SABOR) e o de SABER (enquanto fonte de CONHECIMENTO).
Flutuei por todos os lados
Na verdade fui levado
Os pensamentos empurraram-me
O corpo é tão delicado
O pensamento é tao bruto
Leva-nos a cada lugar!!!
Como equilibrar este peste
Que vê
Que até vê com os olhos fechados
(Original de Paulo Passos, em: https://sai-qolo-gi.blogspot.com/2025/07/a-pisca-pisca.html)
ERA UMA VEZ UMA
INSTRUTORA DE UM PROCESSO...
Um processo que
tinha cara de sério mas todo esbardalhado na sua interioridade, feirado por
algumas queixosas e imaturas psicólogas (diz-se!) e por alguém travestida de
instrutora. Alheadas de qualquer compromisso com o trabalho, esgotavam-se em
aparentar um compromisso sólido, e eficaz na representação, com o emprego.
...
Estava, a
instrutora do processo, bem longe das intenções e das possibilidades destas,
tanto institucional como academicamente. Ficou-se, como já habituada, pelas
sobras.
PRISCILA
PISCA-PISCA era mais um senão do academismo português (formada em Direito,
dizia, por uma qualquer universidade), materializado na
institucionalidade pública.
Conhecida por
Pisca-Pisca, não só pela razão do sobrenome, mas também pela facilidade com que
manipulava a intermitência entre a lógica e os seus feitios (de corpo e de
alma).
Era uma
intermitência regular, sendo que, em arena, a primeira sofria e falia (feitio
de corpo) por imposição da segunda (feitio de alma).
Era o jeito de
Priscila e no qual Priscila acreditava e bem se movia.
Colocadas as
hipóteses:
H.01
– A criatura é incompetente e negativamente discriminatória. (Cedência ao
preparado “drama de opereta” – lamúria, choradinho, vitimização e
representações afins, pela parte das psicólogas (e demais em eventualidade) em
questão).
H.02
– A criatura é manipulada pelas queixosas.
H.03
– A criatura sonega, deliberadamente, ocorrências, considerando outras, num
diferencial axiológico discriminatório, para o apuramento e descrição de
factos.
H.04
– A criatura inverte o sentido (lógico, dos valores e dos critérios que regem a
protecção institucional) do processo de inquérito, acusando e desconsiderando o
denunciador.
H.05
– A criatura está distraída ou é precipitada.
H.06
– A criatura é preconceituosa.
H.07
– A criatura é sexista no seu sentido feminista (aproveitamento da função de
relatora para benefício de um género).
H.08
– A criatura é tendenciosa/parcial
H.09
– A criatura confunde histórias narradas com histórias vividas.
H.10
- A criatura negligencia as denuncias e valoriza os enfeites de narrativas de
conveniência.
H.11
– A criatura promove a glorificação do incumprimento.
H.12
– A criatura legitima a mediocridade.
H.13
– A criatura julga.
H.14
- A criatura é, indubitavelmente, incompetente e nada deve ao mérito.
H.15
- A criatura tem mérito profissional.
H.16
- A criatura compensa-se pela doença do carácter.
H.17
- A criatura é incompleta.
Todas confirmadas... à excepção da hipótese H.15.
...
Priscila (Pisca-Pisca) sofria com as dores dos joanetes que, mais uma vez,
foram causadas pela insistência de usar sapatos que não estavam para o seu
amplo pôr de pé. Apertavam. Traiu-se, de novo.
Estava habituada. É parte integrante da imensidão da mediocridade que assola o
espaço.
A
warning...
COSQUINHAS NAS ESTRELINHAS DO CÉREBRO
(Janiel Martins, RN/Brasil)
Mergulhei na vasta solidão do corpo.
O que o pensamento pensa, acho que o silêncio pensou e fez o corpo para brincar no mundo.
Gosto de escutar o silêncio, lembrando do som dos ponteiros do relógio de parede.
Então, Ruth, estás a pensar?
Estava mergulhando, Eneston.
Este sentimento de flutuar deve ser quando éramos fetos, ou é uma construção do nosso corpo!
Sonhar é como os pássaros vivem, voam.
Tu sabes o que é o sonho, Eneston?
Fala a verdade.
Eu só gosto de sonhar porque vamos a lugares incríveis, mas tenho medo de entender as reações químicas e elétricas que o corpo precisa para sonhar. Acredito que sejam muitas e que muitas sejam malignas.
Até parece que o sonho faz mal?
Acho se eu entender certas coisas, perde-se a fantasia de viver.
Gosto de sentir cosquinhas nas estrelas do cérebro.
Parece que elas fogem atrás de respostas, já reparaste?
É aquela estrela que se forma e vai para longe procurar respostas do pensamento para o corpo.
Deixei a lua à minha procura.
Aqui estou.
Estais a falar só, doida?
Estava a pensar alto.
Nem todos os dias posso olhar para a lua, para ficar com saudades dela.
Fico triste quando a lua nasce nas minhas costa, acho que é a leste.
Depende, doida.
Sei lá, só sei que a lua me trás pensamentos e acho, até, que causa uma explosão de estrelinhas no cérebro mas só não podemos deixar os ouvidos pensarem.
Já basta ouvir, não doida?
É, as vezes é melhor ser inocente.
Gosto tanto de cair no pensamento.
É melhor deslizar-me.
Tu já reparaste, Francivaldo, que nós vamos onde queremos!
Como assim, doida?
Quando pensamos e sonhamos as estrelinhas que tem dentro do nosso cérebro explodem e devem torna-se fumaça e vão para onde queremos.
É engraçado o que que vimos fazer no mundo!
Ter duas fomes.
Ham!!!
A de comida e a outra.
Será que o teu olho, é o fim do ramo, chuchu?
As pessoas falam do olho da planta, deve ser o teu olho.
Sento assim, tu tem um bocado de olhos.
Que pena que tu não tem um a boca para falar com eu.
Já agora, lembrando, a boca das plantas fica nas raízes.
Tu tiveste foi sorte em ter-se expandido.
Já a vida humana não é muito justa, chuchu!
Uns têm de mais e outros nada.
Chuchu, eu acho que tu queres andar igual a nós, por isso é que tu cresces.
Não é?