Serra da Tapuia
Sítio Novo
Rio Grande do Norte
Nordeste
Brasil
Castelo Zé dos Montes
Castelo Altaneiro
Castelo Vigilante
Castelo feito Homem! Homem feito Castelo!
Um castelo no Sertão. Porquê? Porque sim ... !!!
O Castelo Zé dos Montes, no distrito da Serra da Tapuia, é um importante e curioso
ponto turístico, tanto para visitantes como para os residentes locais.
O Castelo foi feito por um aposentado,
que lhe concedeu o seu próprio nome / alcunha - Zé dos Montes.
Levou cerca de 20 anos a ser construído.
Consta, nos relatos populares, que o Zé dos Montes, refere ter tido instruções
divinas de Nossa Senhora para executar a obra.
Mistérios.
Mistérios.
A sua insólita e exuberante beleza, contrastante com todo o seu circundante, debate-se com
um constante silêncio de cariz misterioso que envolve o olhar com um prelúdio arrepiante
de segredos, de histórias de encantar e de materiais das profundezas psíquicas,
derivantes da ondulação dos ventos e dos ventos psicológicos.
É um ponto de digno interesse turístico, indubitavelmente!
Mas é muito ... para além disso!
É um excelente ponto de encontro entre a interioridade do castelo
e a interioridade de cada um.
A presença do Castelo e a sua interioridade, permitem a imparável fuga do pensamento,
para locais e vivências que se arrastam sem comando das vontades.
Vai, o pensamento, nos itinerários da confabulação e da imaginação, pelas rédeas dos
estímulos que o Castelo vai gerando, eternamente e sempre de modo pessoalizado.
É um descobridor de psiquismos profundos, de inconscientes.
É um motor da interioridade das fantasias e o motor para essa interioridade ... para
as incertezas, as angústias, os receios, as divagações, os fantasmas, os desejos, as memórias,
as memórias reais e as memórias construídas, o medo presente e o medo angustiado, o medo materializado e os medos desconhecidos.
Neste sentido, o Castelo, está muito para além do seu indiscutível interesse
turístico e arquitectónico.
É um causador de experiências sensitivas e de (in)consciência.
É um provocador de razões e sensações.
Está incluso no património material e, sobretudo, imaterial.
Tem, com ou sem intenções, os determinismos da construção
psicológica de cada um e de um colectivo, sem que a opinião ou a descrição
turística disso se possam ocupar.
São os sentimentos vividos no Castelo e a ansiedade experimentada,
até antes da entrada, que demarcam a dimensão psicológica da construção, na sua essência.
Que psicologismos estarão subjacentes aos intentos do homem que engenhou esta construção?
Que percursos e caracterizações psíquicas determinaram a feitura e formato
deste enigmático Castelo?
Esta enigmática rede de galerias?
Este misterioso circuito de comunicação interior?
Esta fortaleza habitável de que razões?
Esta armadura sem corpo ... mas com afectos?
Labiríntico, como todos os meios dos psiquismos, sobretudo os mais puros
e menos viciados pelas toxinas sociais a exigir clareza de conduta ... mas
tão só de conduta!
O Castelo exige muito para aquém e para além da conduta, do comportamento.
O Castelo entranha-se nas profundezas do psiquismo. Vai até ás origens.
Arrepia circular pelos cantos, pelos becos, pelos esconderijos, pelo vai e vem
dos labirintos mentais, materializados na interioridade do Castelo.
Desassossega a sua interioridade, como desassossegam todas as interioridades
se estiverem expostas ... !!!
É a exposição, é a exterioridade que aflige ... é o incómodo e o incauto da nudez ...
falta roupagem para esconder as interioridades.
Que roupagem falta dentro do castelo?
Que roupagem faltará à nudez, à visibilidade das essências?
A roupagem da protecção psicológica ... as defesas?
Falta, no mínimo a parra psicológica!
Dedução valorizada!
O Castelo oferece a visita à interioridade de cada visitante, resta que cada um se revista
de seriedade e de coragem para vivenciar a excelência desta catártica oportunidade,
ainda que surpreendente e, eventualmente, assustadora ...
sobretudo para os que não se conhecem,
desconhecendo a própria interioridade.
Interioridades arcaicas, góticas, transcendentes ,..., de linhagem psicótica!
Interioridades intermédias, doentias de segurança e de carácter ,..., de linhagem falsa!
Interioridades intermédias, doentes na mentalização da corporalidade ,..., de linhagem dissimulada!
Interioridades medianas, barrocas, travestidas ,..., de linhagem neurótica!
Interioridades incompletas, desgastadas de rancor, inveja e dor de mágoa ,..., de linhagem social!
Interioridades dependentes, arrastadas nas correntes das mansas indecisões ,..., de linhagem familiar!
Castelo Zé dos Montes, abridor das portas do que cada viajante possui e guarda em mente,
para poder confrontar e confrontar-se, ilimitando as possibilidades das consciencializações,
assinalando os receios socorridos por amarras defensivas.
Castelo espelho de almas ... das interioridades de todos e de cada um
... na sua própria interioridade.
Castelo onde cada um e cada qual se projecta, se identifica, se estende sobre o seu próprio
psiquismo, num manto de vicissitudes e idiossincrasias que, qual bom psicanalista, faz emergir os sentimentos da profundidade de cada um.
É um espaço possível dos devaneios, facilitado pelos desígnios do formato
da construção ... é labiríntico, é esconderijo, é surpresa, é peculiar, provoca o desconhecido,
é ímpar, incomum, único ,..., é também refúgio, inusitado, é caminho para
as imagens interiores e conteúdos do inconsciente.
Castelo Zé dos Montes ... minimalismo repleto de interioridades.
Castelo Zé dos Montes ... roteiro ocupável de imaginação deslumbrante.
Castelo Zé dos Montes ... ambientador psicológico das recônditas memórias oferecidas pela História e pela magia com que cada um as decora.
Memórias decoradas pela magia de cada único mundo psicológico.
Lugar arqueológico dos anjos e demónios que povoam os psiquismos ... os interiores!!!
Castelo Zé dos Montes ... ou Divã de Psicanálise ... !!! ... !!!
Faz bem à saúde ... !!!
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Fonte das imagens: Janiel Martins |