domingo, 5 de maio de 2024

CAFÉ COM LETRAS - GERÊS NO VELHO CONTINENTE


GERÊS NO VELHO CONTINENTE

(Janiel Martins, RN/Brasil)


Estamos vivos?

Doida.


O Gerês está vivo.

Um dia decidi subir uma montanha, um caminho melhor, pensando que era estranho, o mais estranho de tudo, o estranho...!

Estranho, o Gerês não é.


É mesmo doida!

Um dia, na terceira série, uma professora falou que o meu texto, estava estranho, porque repetia muitas palavras, um texto que a mesma pediu para a turma fazer.

Estranho, achei aquele gesto dela, em falar que o texto de uma criança estava estranho.

Saí com os olhos cheios de lágrimas. 


O Gerês não é estranho.

O Gerês é estranho? 

Não é.

É um estranho que sabemos que não é estranho, mas que faz cosquinha no cérebro.


domingo, 21 de abril de 2024

CAFÉ COM LETRAS - COIMBRA: UMAS PITADINHAS

 


(Janiel Martins RN/Brasil)

COIMBRA

REGIÃO CENTRO

PORTUGAL

COIMBRA... NUMAS PITADINHAS...


















CAFÉ COM LETRAS - NU SILÊNCIO (II)


NU SILÊNCIO (II)

(Janiel Martins, RB/Brasil)


Os fortes são os que mais sofrem.

Os fracos só esperam pela morte.

Eu vou saltar do meu corpo, depois da morte, e viver o fragmento de mim.

Acho que se devia preservar o corpo, pelo menos ouvia-se tudo.

É mesmo, só que iria ficar com muito cheiro a mofo.

Só se nós falarmos com o Elon Mush e mandar os corpos para a lua.

Íamos ter a garantia de pelo menos sentir a frieza do universo.

E o sol quando expandir?

É mesmo!

Vamos fazer assim, falamos com o Elon Mush, para fazemos um lugar protegido, só para colocarmos os corpos e ficarmos protegidos para sempre.


domingo, 14 de abril de 2024

CAFÉ COM LETRAS - NU SILÊNCIO (I)


NU SILÊNCIO (I)

(Janiel Martins, RN/Brasil)


É no silêncio 

Que surgi


É no silêncio

Que surgiram as estrelinhas


É no silêncio 

Onde tudo acontece


Foi no silêncio 

Que surgiu o tudo


Poof poof ...black

Pára de me fazer medo, doido!

Tavas cantando, doida?

Estava pensando em voz alta.

É engraçado, não precisamos falar pra escutarmos.

É o quê, doida!

Deixa de ser abestalhado Francivaldo. 

Esses dias eu estava vendo eu falando, sem estar falando.

Agora que complicou, "vendo falando", vai continua!

Eu estava falando e não estava usando a boca.

Estavas a pensar!

Eu sei, só que também estava falando.

Falar e pensar é a mesma coisa!

É nada, doido, eu fiquei pensado: já que eu não preciso de boca para falar as coisas também podem pensar e falar. Será José Francivaldo?

Vamos falar com as plantas?

As plantas não, as plantas já pensam e sentem, tu nunca prestou atenção como as plantas e as árvores se vestem tão bem? 

Vamos, então, começar com as rochas.

O vento atravessa?

O vento acho que não, mais a frieza sim.

Oh meu deus, porque tu foste falar isto é tão ruim sentir frio, dói a alma.

Chora não doida, vamos desenhar dois olhos e nariz e uma boca nela, pra ver se ela consegue falar connosco.

E os pés e as mãos.

Pode ser.

Uau pedra, como tu tais forte. 

Agora já podes falar comigo!

domingo, 7 de abril de 2024

CAFÉ COM LETRAS - 6° SENTIDO


6º SENTIDO

(Janiel Martins, RN/Brasil)


Desculpa, não é o sexto sentido, mas um órgão.

A humanidade recebeu um novo órgão.

Foi tão rápido a implementação da internet, que o sentimento não tem mais valor. 

Consumimos mais internet do que vivemos.

As ruas estão vazias... de homem.

É mesmo doida!

O vazio é um perigo. A Rússia invadiu a Ucrânia. Israel está em guerra com a Palestina.

Porquê guerra?

O homem sempre almeja a grandeza.

É por território, porque ele não se basta. É incompleto.

E o interessante, doida, é saber quando o homem vai acordar e reivindicar a posturar de humano e não o titulo de animal.

Hoje a tecnologia trabalha pelo homem e o homem não sabe que o direito é de todos. 

Mas o homem continua a ser o pior dos animais... é gente perdida.

Investir em igualdade, será o kkk, ou o sonoro riso zombadeiro de um grupo americano... ou de demais.

domingo, 31 de março de 2024

CAFÉ COM LETRAS - HOTEL UNIVERSAL DO GERÊS

GERÊS

CONCELHO DE TERRAS DE BOURO

DISTRITO DE BRAGA

PARQUE NACIONAL PENEDA GERÊS

PORTUGAL

HOTEL UNIVERSAL

GERÊS

 












GRANDE HOTEL UNIVERSAL / GERÊS / PORTUGAL

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domingo, 24 de março de 2024

CAFÉ COM LETRAS - EU, O DIABO, DEUS E JESUS


EU, O DIABO, DEUS E JESUS

(Janiel Martins, RN/Brasil)


Eu sou um carrapato do tempo

O diabo é um homem pequeno

Deus é um fragmento


Para não me sentir só 


Jesus foi um homem 

Que gostava da vida


Tais pensando, doida?

É. 

O homem é engraçado.

Tinha tudo para dar certo.

Mas não, deseja tudo e se protege com Deus.

Na verdade, Deus é a nossa loucura.


Quando criança ouvia-se: "quem fala só é doido!"

E aqui estou, falando com Deus. 

Eu sou louco pela vida. E tu doido?

Eu também sou louco pela a vida e falo com Deus.

E ainda confirmo com os pensamentos de Jesus Cristo.


(O pensamento de Cristo é bonito. É o limite do pensamento. Depois disso só existe um lugar, que eu gosto muito, que é a queda livre. Não sei porque os brasileiros vivem tanto a loucura, gosto da sanidade Europeia, na paz do europeu. Parece até o meu mundo é um silêncio que me dá paz. É como se todos estivessem vivendo em queda livre. Já o brasileiro parece que está aos prantos na beira do abismo.)

domingo, 17 de março de 2024

CAFÉ COM LETRAS - O MAR E UMA VEIA


O MAR E UMA VEIA

(Janiel Martins, RN/Brasil)


Oi Fumarolo, bom dia!

Bom dia pequeno.

Porque tu me chamas de pequeno! Só porque tu és grande?

Nada disso, pequeno Tornico.


Acho engraçado quando sinto que tenho uma identidade. 

Fumarolo, entrei numa veia de mar e saí da cidade das Fumarolas.

Lá vens tu com os teus abismos. 

Não se sai da cidade das Fumarolas.

Mais eu saí…


Eu gosto do abismo. Só caí um pouco. 

Flutuar o corpo e a mente é bom. 

Sinto um friozinho junto com os pensamentos. 

Os pensamentos são como estrelas. 

Eu gosto, porque as estrelas explodem dentro do meu juízo. 


Fumarolo, o corpo é muito bonito. 

Quando eu estou na morte eu fico triste e o meu corpo chora. 

É por isto que eu gosto do abismo. 

Lá em baixo tem um mundo que tem muitas estrelas. 

Desculpa, deixa eu voltar ao assunto.

...

Entrei pelo rio da Ribeira Grande.

Ohhh Ribeira

Que beira 

Na poesia

Que grita

Como um choro

Querendo voltar

Oh Ribeira Grande

Porque

Eu não 

Me joguei

Na ribanceira Grande

...

Vive em mim

O poeta 

Que adormeceu

No banco da árvore 

Que nos traz

Para a cidade das Fumarolas

E como tu saíste?

Por aquela veia, estás vendo?

Estou.

Não conte para ninguém, porque segredos dão-me felicidade e felicidade produz muitas estrelas, que explodem dentro do meu juízo. 

...

Fumarolo a passagem é por ali.

Uauu 

Não conte para ninguém, é segredo nosso, só se for para Ruth Pianista, combinado?

Combinado.

Lá tem um castelo, sobe rio acima, e chega uma hora que a água acabou Fumarolo. Começa a aparecer o rio de pedrinhas, aí aparece um castelo, visitei e vim me-embora. É assim que se escreve "vim-me-embora" Fumarolo?

É como se pensa Tornico.

Ai obrigado.


domingo, 10 de março de 2024

CAFÉ COM LETRAS - O SOPRO (NÃO EXISTIA LUGAR) II


O SOPRO (NÃO EXISTIA LUGAR) II

(Janiel Martins, RN/Brasil)


O silêncio estava tão forte, que dentro da minha cabeça começou a explodir uma estrelinha.

Criança está bem, até demais.

Não era dos ouvidos não, minha mãe. Era na parte da frente do juízo. A parte de trás só fazia doer de solidão. Nos ouvidos só entra uma pressão que faz outro som.

Oh menino doido.

Chega ao coração que acelera. Chega até a doer. Não gosto de sentir medo, não.

Vai dormir com os boi ou com as galinhas!

Eu vou.

Não podes, se não vais adoecer.

Então vou brincar com as galinhas.

Vá, só fique pelo terreiro e pegue este pedaço de pau para se protege.

Cócorococo... 

Oi galinhas, como tu está? Vou brincar com vocês.

Ei menino não pode comer o que as galinhas comem. Vem para dentro de casa.

Ai que medo.

domingo, 3 de março de 2024

CAFÉ COM LETRAS - O SOPRO (NÃO EXISTIA LUGAR) I


O SOPRO (NÃO EXISTIA LUGAR) I

(Janiel Martins, RN/Brasil)


Dentro de uma casa numerosa seguia o quotidiano, quase animal.

Mas o homem não passou a ter cabresto e rédeas.


O sol caiu.

Vou apagar a luz.

Não minha mãe, falta a minha coberta!

Cuida, Francisquinho!

É brincadeira minha, mãe.

Saiba diferenciar brincadeira de mentira.

Eu queria dormir com tu, minha mãe, estou com medo!

Não pode, tens que aprender a dormir só.


(A última cena que se tinha, daquelas 11 de escuridão, era de uma mulher, com um olhar medíocre e apagando a lamparina de querosene. O silêncio reinava, no Sertão.)


(Não se tinha relógio. Às vezes o galo cantava de meia noite a primeira vez. Depois às 3 horas da madrugada e, a seguir, no dia amanhecendo.)


Minha mãe, eu passei a noite acordado.

Porquê?

Eu estava com medo.

E porque não me chamaste?

Estava com tanto medo, que fiquei todo enrolado no medo. Tu não deixou eu dormir com tu!

Estou com medo de dormir.

Deixa de doidice, que já és grandinho demais!

E porque os bois dormem todos juntos? Nós éramos para ser igual?

Eu lá sei! Não somos boi!

Muuu muuu, vou ser amigo dos boi.

Vai.