Comer e Saber: SUSTENTO DA ALMA

domingo, 21 de agosto de 2016

SUSTENTO DA ALMA - UMA CARTA ACTUAL

Título: Beija-Flor (acrílico s/ tela)

Noite de sábado, tão agradável e em conversas que só os confiantes amigos conhecem, com um cálice de Porto em gratificação, para os apreciadores, tive acesso a um texto que foi escrito (e não publicitado), pelo psicólogo Paulo Passos, homem já várias vezes mencionado neste blog.

Podia, perfeitamente, ser hoje e em muitos lugares ...

Pela actualidade, pelos ensinamentos. pela visão futura, pelo impacto que a imponderação e o recurso imediato e imperialista ao discurso opinativo (desde logo transformado em certeza), que, salvo raríssimas excepções, os senhores economistas, constitucionalistas, juristas, políticos ... entre outros do mercado ... jamais têm qualificações para cogitar e ponderar ...
divulgo, em dever, o texto.

São assuntos que estão muito para além da banal alçada cognitiva, no cenário associativo e avaliativo, demonstrada por estes e esses "políticos".

Acresço, ainda, o efeito catártico que produz, certamente na maioria das pessoas,
pelo que não me inibi de pedir para divulgar o texto, neste blog.

Concordância e autorização concedidas ... não esperei mais ...

... Eis a matéria ...!!!

Gente ... gente do Brasil, de Portugal e de todos os lugares ... onde o absurdo se tenta sobrepor à sabedoria e à razão ...

Façamos bandeira do lema ... Governar sob a alçada do CONHECIMENTO, do SABER e do SABER ESTAR ... governando na honra de pertença ao colectivo, ao POVO.

Jamais o direito à opinião (esta cai, quase sempre, no baú das conveniências do próprio) aos que representam o POVO, por este sufragados (não nomeados).

Exigência de procedimentos factuais, fenomenológicos e com os claros e rigorosos
fundamentos ... devidos e necessários ao colectivo.

Entretanto ... e tão válido para tantas e tantos similares, de hoje em dia ... e de passados ...

... Eis, então, o texto ...

"Aos executantes das práticas governativas e vizinhas ...

Senhoras e Senhores políticos (afins e aspirantes) ...

Pensais vós que estais a executar uma grande proeza! A vossa “proeza” é tão simples de executar, que qualquer cidadão, por saber que é disfuncional e caduca, rejeita-a no seu espaço familiar, optando por alguma outra coisa ponderada e competente.

A vossa herança governativa nunca é boa, nos vossos dizeres.

Contudo, conseguem sempre fazer o que todos pensam ser inexequível: adoptam e agravam essas mesmas ritualizações, por vezes tão macabras...

Antes que me sinta no direito de pensar apenas na minha casa e em mim, digo-vos o seguinte: trabalho, sobretudo, com e sobre os problemas da infância e, seguro da vossa ignorância sobre este assunto (entre outros), obrigo-me a esclarecer alguns dos aspectos vitais para o adequado desenvolvimento da criança e, consequentemente, para e salutar evolução dos sistemas sociais.

A harmonia ambiental, a coerência e uniformidade dos espaços relacionais, a vivência continuada de serenidade do afecto, o propósito emocional, a segurança, a espontaneidade, a estimulação das motivações, a qualificação de expectativas, o sentimento de protecção, a disponibilidade à partilha, a oportunidade, enfim, todas as atitudes subjacentes e inerentes ao desenvolvimento da criança estão postas em questão pela instalação de desconfiança, insegurança, incerteza, ausência de sã projecção futura e desespero de muitas pessoas - contexto quase epidémico nas actualidades (passadas, presentes e, desgraçadamente, quase certo que futuras) do país.

Por esta ordem …:

1) Desespero

2) Família ansiosa e/ou deprimida

3) Criança ansiosa e/ou deprimida

4) Doença

5) Condicionamento à doença

6) Cronicidade

7) Presente e Futuro comprometidos

8) Repetição do ciclo

… Entendido?

Quem paga, objectivamente, os danos e os abusos?
Onde está a responsabilidade institucional e política?
Onde está o respeito?
Onde está a saúde do carácter?

Isto reflecte-se, evidentemente, na criança e abafa as possibilidades e o direito de um adequado desenvolvimento/crescimento, refreando a necessária noção de aspiração e inibindo o inegável direito à implicação decisória na própria existência.

O desastre das vossas actuações (sucessivas) é tão grande que, no que se refere à criança (sempre sujeita às viabilidades familiares), me permite comentar que vós tendes tentado pensar, e como tal, permite-me exigir que deixai de continuar a tentar.

Criaturas governativas, é urgente que parem de tentar! Está demonstrado que não sabem e que estarão sempre destinados ao insucesso. “Pensar” não é para todos! Brinquem nas vossas casas, que não se chamam Portugal ... ou outro qualquer país, diga-se em extrapolada expansão!

Uns (e umas!) avaros e sôfregos na procura de dinheiro (dinheiro, o dinheiro!!!) e outros (e outras, bem entendido!) inseparáveis da falsa competência e ácida moralidade, têm promovido e instalado elevados e graves níveis de instabilidade afectiva e vivências de desajuste em muitas famílias, cujo impacto continuará a cair e a recair no desenvolvimento da criança, digo, no psicopatológico desenvolvimento da criança.

Assim, peço-vos para fazerem um favor fundamental ao país – desempreguem-se, sobretudo dessas funções, alcunhadas de governativas!!!

Um encarecido pedido ... levem convosco tudo o que está a comer à custa do Estado, nesses cargos criados por conveniência e tão danosos à honra e à competência (cargos de chefias) e alheios à causa do funcionalismo público.

Ah … mais um pequeno pormenor … para quando dar rostos ao “sistema” que é sempre culpado, para que nunca os verdadeiros desastrosos culpados paguem …???

Cordial e atentamente,

Paulo Passos

Fevereiro de 2014"