domingo, 18 de abril de 2021

CAFÉ COM LETRAS - HALLACAS DE MARLENE PEREIRA

HALLACAS

Uma das iguarias da Venezuela, comuns na época natalícia.

Limpidez da suspirada culinária que se aquece e aquece, em (re)torno da magia que exala dos requintes da sofisticação e da coerência que a genuinidade encorpa.

Experimentei hallacas, ofertados gentilmente por uma amiga venezuelana - Marlene Pereira.

A estima conduziu a esta matéria neste blogue, como forma de acarinhamento à cordialidade, à simpatia da criadora, assim como aos aromas e sabores que das hallacas foram surgindo. Surpreendentemente, primeiro da expectativa... logo seguido do momento da abertura do recipiente que as transportou... sequenciados pelos aromas e sabores que, durante a preparação da cozedura iam emanando, culminando, indubitavelmente, através da degustação.

O entusiasmo do momento de retirar o fio amarrador de cada hallaca, ir abrindo as camadas de folhas envolventes... até à expectante visão da novidade do ansiado tesouro.

São viagens onde a gastronomia é o veículo de comunicação e de contacto.

São viagens feitas nas ferramentas das sinceras amizades que se constroem e que caminham na consolidação.


São viagens demonstrativas dos prazeres da partilha e da pureza da oferta.

São passeios que repelem os desprazeres do egoísmo e da solidão.

São aromas de especiarias do estar junto.

Provocantes hallacas, são sabores do quente das novidades, das presenças dos trópicos que se traduzem pela vida quente, floral e, salienta-se, fruto do desígnio das pulsões, sensualidades e demais em danças de excitação pela conexão. 

São aromas de envolturas da surpresa, num esverdeado florestal, escondido, como todos os mistérios e, por tal secretismo, são os mais apetecíveis e apetecidos, como que de proibição se tratasse. 


Para não sair do clima, estas hallacas foram acompanhadas por macaxeira frita 
regadas com molho de manteiga e, sem sair do ambiente...


... intercaladas pelo doçura da curiosa textura de anonas...!

Beleza em forma de cheiro e de sabor.

Requintes.



Edição: Paulo Passossss

Nenhum comentário:

Postar um comentário