domingo, 6 de novembro de 2016

CREME LOURADO DE LEGUMES


Ingredientes:

- 2 folhas de louro verde
- Azeite
- Sal
- Salsa
- Couve
- 1 beringela
- 2 chu-chus
- 2 pés de aipo
- 1 nabo
- 2 dentes de alho
- Malagueta (opcional)


Modo de preparação:

Corte a beringela, nabo, chu-chu e aipo em pedaços e 
coza-os numa panela com água e um pouco de sal, misturando 
as folhas de louro verde (bastante mais aromatizado) e os dentes de alho.


Depois de cozidos (relembra-se que os legumes devem ser consumidos, 
tão próximo quanto possível, do seu estado natural), 


retire as folhas de louro e, com a consolidada 
amizade e confiança da liquidificadora, ponha-a a trabalhar ...!!!


Creme pronto ... ao que juntará mais um pouco de água, se for o caso disso.


Após farripar as folhas de couve, deite-as no creme de legumes e volta ao lume.


Já com o lume desligado, adicione a salsa picada e um fio de azeite.
Confira temperos.


Atreva-se com queijo, maçã, um copo de vinho tinto ... 
... e a presença da sua companhia e ...!!!


This is happiness ...!!!

Fonte das imagens: Janiel Martins

quinta-feira, 3 de novembro de 2016

SUSTENTO DA ALMA - CHAGAS DAS MENORIDADES

              Coisas e coisas maquilhadas. 
ORFANATO DA INFERIORIDADE
(Paulo Passos, Braga/Portugal)

      Actualmente uma "faculdade" é todo o estabelecimento de ensino que não seja anterior ao ensino secundário. Do ensino secundário exclui-se, faça-se justiça, o regime das novas oportunidades. Este sim, com os mesmos direitos de académicos designatórios, merece o respeito inerente e, assenta bem dizer-se que “…vou para a faculdade comprar o 12º ano …” em vez de “…vou para as novas oportunidades fazer macramé…”.
      O aproveitamento, de quase tudo o que é ensino pós secundário, ter passado à designação de licenciatura (umas, verdade, justa ou injustamente, outras, mentira!), certamente com muito duvidosos critérios, dizem as más-línguas, foi de tal modo abrangente que “licenciatura” (já íntima de curso técnico/profissional) passou a ser sinónimo de doutor ou doutora.
     De bom e justo tom (felizmente), salvaguardar os honrados e genuínos licenciados em Arquitectura ou Engenharia, que jamais lhes passou por qualquer neurónio motivacional serem designados de outro modo a não ser de “arquitecto ou engenheiro”.
       Contudo, saliente-se que, o "Manel" e a "Maria", continuam a ser o mais nobre, insuspeito e irrepreensível trato. 
       Foi um proliferar de "faculdades" e "universidades", por esse país fora, encontrando-se, num registo geográfico, "universidades" em variadíssimos locais. Só a título de exemplo, apontam-se a universidade de Mesão Frio, a universidade de Mértola, a universidade de Campo Maior, a universidade de S. Brás de Alportel, a universidade de Castro d`Aire e por aí adiante. Para os interessados numa completa listagem, podem dirigir-se a qualquer centro comercial e perguntar às moças que nos querem ver as mãos (mas não é para lerem a sina), em que "faculdade" andaram e, assim, vão completando a lista, indo perguntando a estes licenciados onde estudaram.

         
        Tudo anda, ou andou, numa "faculdade" qualquer. É uma questão de sobrevivência. Até o pequeno dos desportos radicais diz, que andou na "faculdade" em Rio Maior.
         A pequena, que sempre carregou, e bem, no botão para activar o mecanismo radiográfico, para o povo fazer as chapas (ou raio-x), agora também tem uma licenciatura porque andou numa escola que chamou de "faculdade". Não mudou de trabalho nem de funções, mudou só de grau, porque na escola (isenta de culpas, certamente) que frequentou, houve a libertinagem de se auto-intitular "faculdade". Aliás, tal como a rapaziada que esfrega os ossos dos desvalidos com dores ...!!! São os doutores das massagens, como as pedicures/manicures e gentes das dietas também o são, no seu respectivo ramo.
         Há já quem se tenha formado em manutenção de campos de golfe, com o devido rigor, apreciado e validado por hostes experimentadas na construção de planos curriculares. Destes não há a certeza se foi em regime de licenciatura ou de mestrado.
A criatura que sempre segurou (tão bem) o aspirador que suga a saliva da boca das pessoas (ali escancaradas e silenciosamente (exceptuando os fanhosos "nha-nha" que se vão libertando, consoante as dores, medo ou incómodo) de bocarra aberta) para o dentista poder trabalhar, também passou a doutora. O mesmo com a rapaziada das análises laboratoriais, técnicos de diagnóstico e ... qualquer coisa mais!
Catequistas ... mesmo cenário! Qualquer alma que tenha andado sempre enfiada numa igreja e paróquia, num automático processo de equivalência, também passou, divinalmente, a ser portadora, de direito, do tão desejado título. Aqui, a "faculdade" tanto pode estar localizada nas traseiras do adro da igreja, como em qualquer sala de costura de uma qualquer dedicada paroquiana, ainda não beatificada, mas acredita-se merecedora.


Um burrinho enfeitado ...  aparentemente feliz ...!!!
        Quem tiver a chave do armário das vassouras e dos panos de pó, também é titular, porque tem a responsabilidade de tomar conta da chave, desses bens tão preciosamente antagónicos ao esterco que de nós sai.
        Por falar nisto ... e em ode a quem costuma ter as chaves dos armários deste género de materiais (e outros bens a distribuir!) ... que tanto sofrem na mendiga exibição do tão aspirado título ...
        Falha grave, e injusta, não aludir ao merecido empenho, ao longo dos tempos, das senhoras da assistência social, continuando o louvável trabalho de entretenimento e de ocupação dos tempos livres (em regime de voluntariado, mas com hierarquias), em nome de um apoio que chamaram de “moral”, dado pelo movimento nacional feminino, durante a guerra colonial portuguesa. As senhoras, ou meninas, consoante a idade e os anos de serviço, que muitas vezes não coincidem, também fizeram os telefonemas, também iam esperar os necessitados e indicavam-lhes os percursos, também distribuíam roupas, alimentos e medicamentos, davam um conforto aos de rua, com uma conversa sobre paciência e um aconchego com a sua presença, repreendiam os gastos excessivos pela parte dos necessitados, do que ofertado por tão nobres corações da sociedade. Nunca exigiram nada, estas santas. Nem títulos, nem vencimentos, nem condecorações.  
         A porca torce o rabo, no concernente às pequenas da assistência, quando as referências e as pertenças não se movimentam em sobreposição. Ora, muitas destas senhoras não estavam satisfeitas com tanta injustiça que, nos últimos anos, estavam a acontecer. Então tudo vinha de uma "faculdade" (eram as enfermeiras, eram as moças dos laboratórios, os contabilistas, as ascensoristas credenciadas, costureiras com mais de 10 anos de nobre serviço à agulha (desde que fizessem uma formação de 50 horas, num centro formativo do Estado, mas gerido pela filha mais velha (que é decoradora), de um qualquer secretário de Estado) e elas (as meninas da assistência) com história de louvores e de presença associativa (sim porque não há nenhuma associação que se preze que não tenha uma senhora da assistência (vulgo assistente social)), não teriam direito a um titulozito mais pomposo do que apenas “as meninas da assistência”?


"Um burro entre livros é um doutor". Provérbio popular.
       Vai de se criar uma comissão de estudo para definir critérios. Escusado será dizer que, o que surgiu dessa comissão foi um tratado de tudo o que era conveniente para cumprir os fins.           Os sentimentos de injustiça deram lugar aos de revolta e não é que, num tempo record, auto-intitularam-se doutamente de “doutoras”. Facto que ainda hoje se verifica e, de modo já tão enraizado, que não restam alternativas, nem justas nem injustas. Agora são doutoras, pronto!      Mudaram de funções ou de conhecimento? Isso não interessa. Só interessa o que está contemplado nos critérios definidos e aprovados na associação das moças da assistência.
Vai-se passar o mesmo com os pequenos das andanças do futebol. És jogador? Então andaste numa "faculdade". E o que é válido para os jogadores é válido para os bem-falantes treinadores, os pequenos que marcam as linhas do campo, a pequena dos gelados e, imperdível, a moça da bilheteira.
As escolas profissionais, com requisitos mínimos do 9º ano completo, são as que estão a dar o grau de bacharel, em várias áreas.
Perdoem se há algum esquecimento, de algum grupo profissional enquadrado nestes movimentos “ascendentes”, mas a intenção nunca por aí se referenciou.
Saliente devido é o que justifica que academismo (titular, sub-titular, para-titular, ou outra coisa qualquer) e conhecimento não são gémeos nem vizinhos e, jamais, se deverão tratar por tu. São, em jeito sócio-decorativo, um eventual divertido passatempo, quando não, alvo de uma justa ridicularização ou, pior, de um colosso desprezo...!!!
É um manto negro académico que se pairou sobre o pobre país, já escuro de alma, em si.
Se é para estar tudo na mesma panela, porque não ser tudo uma grande corja de bichas mariconças? Só difere o valor social (o que não se entende!), mas mantém-se o princípio. Basta continuar a travestir conceitos e modelos!
Ensino superior e ensino superior universitário não são sinónimos e nenhum deles é melhor ou pior que o outro (ou outros!).  
Respeito por todos (na sua naturalidade) é respeito genuíno, não é clonado.
Infeliz travestismo sócio-profissional, que tanto podre traduzes ...!!!
Muito esquecido está o elogio da diferença e da diversidade ...!!!
Vale, re-citar: "uma gralha vestida de pavão, não é reconhecida nem pelas gralhas nem pelos pavões." - Esopo, 621-564 a. C."


O lugar onde as Referências divergem das Pertenças ...!!!
É invejar o lugar de Pertença de outrem ...!!!
É o reino da Imitação ...!!!
É a assunção da Desidentidade ...!!!
É o despropósito do Não-Ser ...!!!
É DesVida ...!!!
São colossais calhoadas na Verdade ...!!!
São colossais Mentiras ...!!!


Entenda-se, então, à luz do enquadramento psicológico (real e objectivo), 
onde se deveria fundamentar as práxis do ser ... 
... considerando Louis Althusser - "Política e História - de Maquiavel a Marx":

Louis Althusser (1918 - 1990 / França). Fonte da imagem: internet.
"(...) A filosofia não desempenha apenas o papel de garantia da racionalidade da história; também desempenha um papel teórico fundamental: necessidade de uma teoria abstracta em toda a ciência.
(...)
A que corresponde essa teoria abstracta? "O importante ... nesse processo do entendimento científico é que o essencial seja distinguido e separado daquilo que se chama insignificante ... voltar-se para o que é realmente essencial."
Esta teoria abstracta é frequentemente tomada como um elemento a priori e estranho ao conteúdo empírico das ciências.(...)". (Louis Althusser).



Apriorismo, é o saber estar, exacta e intrinsecamente e prévia aos conteúdos de rigor, 
nos contextos e nas relações entre os propósitos, determinismos e consistências, 
aquém e além de qualquer jeitinho fácil, opinião ou boa vontade ... 
ou (tão comum!) ruinosa idiossincrática frustração causada pela menoridade ...!!!

É o posicionamento onde não é preciso fingir ...!!!

  Onde não se sabe mentir ...!!! 


"(...) Kepler ... devia a priori conhecer as elipses, os cubos, os quadrados e as ideias das suas relações, antes mesmo de descobrir, de acordo com dados empíricos, as suas leis imortais que consistem nas determinações dessas esferas de representações. 
Sem essa teoria absctrata, ou seja, sem o conhecimento dos princípios da esfera, ou seja, da região da objectividade visada pela ciência, Kepler poderia ter estudado o céu pelo tempo que quisesse, e não teria  descoberto as suas leis (...)." (Louis Althusser).



Natural. 
Naturalmente. 
Naturalidade.

 Sem disfarces ...!!!

          Eis ...!!!

Edição: Paulo Passos










domingo, 30 de outubro de 2016

COZIDO DE LEGUMES COM PEIXE


Ingredientes:
(As quantidades são as necessárias em cada cozinha)



- Peixe
- Cenoura
- Nabo



- Beringela
- Chu-chu
- Couve-flor
- Pão



- Ovos
- Alho
- Azeite
- Vinagre
- Sal
- Pimenta


- Salsa
- Rosmaninho (um pequeno galho)
- Oliveira (um pequeno galho)

Modo de preparação:



Num tacho com água e sal, misture rama de oliveira e os legumes 
cortados aos pedaços, ao que adicionará, pouco depois, os ovos.
Primeiramente o nabo e a cenoura e, quando quase cozidos, 
misture a beringela, o chu-chu e a couve-flor.
Desligue o lume e escorra a água.



Num outro tacho, com sal e apenas o fundo coberto com água, 
aromatize com o rosmaninho e coloque o peixe por cima.
Cubra o tacho com a tampa e deixe cozinhar apenas o suficiente
 para que o peixe coza levemente.



Retire-o do tacho e coloque-o numa travessa com os legumes.
Adicione os ovos cozidos (opcional) e tempere com 
um fio de azeite, vinagre, pimenta acabada de moer e salsa picada.



Não descarte a fruta ... foram as uvas ... as eleitas nesta refeição.



Um sereno e feliz Domingo ... nas companhias do seu agrado.

Fonte das imagens: Janiel Martins




quinta-feira, 27 de outubro de 2016

SUSTENTO DA ALMA - PAULO (CORREIA; MARIANO; PASSOS)

Título: Sperme avec le Sperme.

Indiscutivelmente ... um texto para ser tatuado ...

Notáveis Senhores:


Paulo Correia





















Paulo Mariano


Paulo Passos























             3 Paulos ... 

3 Psicólogos ... 

3 Portugueses ...

             Indissociável honra e ilimitado orgulho em vos ter.
Admiração, indubitavelmente, orgástica, com o vosso ser de Homens, 
Homens que fazem e escrevem saber.


Janiel Martins

          ###########################
Moléstias de um Carácter Enfermo

Um novo artigo escrito em Julho de 2016 e publicado em Setembro de 2016, 
no Portal dos Psicólogos:
http://www.psicologia.pt/artigos/ver_opiniao.php?molestias-de-um-caracter-enfermo&codigo=AOP0401


Isto sim ... é boa fruta ... nem verde nem podre ...!!!


MOLÉSTIAS DE UM CARÁCTER ENFERMO
(Paulo Correia; Paulo Mariano; Paulo Passos)

            Os tiranos, os ditadores, os manipuladores, os abusadores de direitos e de outrem, são os eternos medrosos, escudando-se noutros em protecção e companhia, fugindo da solidão e abandono, que tão bem conhecem.
Não precisam desse escudo, quando assumem louros, mesmo que não sejam os devidos contemplados.
Têm, contudo, o problema de não saberem Ser.
            Temem a liberdade e dão-se muito mal com a equidade e a justiça, sobretudo quando ela é justa e os contemplados com o prémio não são eles.



Em simultâneo, são incapazes de sobreviver sem se esmurrarem (negando os filhos, se necessário!) na tão desejada ascensão ao palco.
Desconhecem que nunca brilharam, brilham ou brilharão.
Não sabem que são baços, opacos, que estão manchados pelo desamparo e ameaça das trevas.
Ávidos (e ávidas … está de se ver!) de protagonismo, ainda que jamais merecedores, ou mesmo que nada tenham contribuído para tal, roubam feitos e inventam outros tantos, tão só para que a sua exibição seja louvada e glorificada em público e, caso este não exista, paga-se, ameaça-se, impõe-se e mendiga-se para que exista o tão precioso reconhecimento.



            Eles (e elas) são os perpétuos abandonados, deitando-se diariamente com os próprios medos e com os de novos abandonos.
Tremem de cima a baixo perante a honra e a sanidade de um carácter.
            Tremem e temem porque nunca sentiram o amor.
São os desamados, os descurados da felicidade, os escorraçados do direito dos prazeres.
Deitam-se e levantam-se no seio do espinhoso desprazer, do pérfido desconsolo.
Nem mais conseguem desejar ou fantasiar, senão mal, vingança, ódio, massa de que são feitos.
Sorriem como vomitam.
Debitam doença por todos os poros, como manda a mansidão do medo.



            A denúncia é sempre implacável e eles próprios se amordaçam no único sentimento que vivem – o MEDO, o infinito e estrangulador medo.
            Jamais conseguem olhar, tranquilamente, de frente.
Jazem ancorados nas paranóias.
            Jamais se afastam da sua segurança e confiança na cobardia.
São os mais puros exemplares do disfarce e dos efeitos da rejeição.
Liberdade, igualdade e justiça desconhecem o medo.
Os enfermos de carácter estão impregnados dele.
Assustam-se, até, com a própria sombra, sempre alerta.



Se o navio ameaça afundar, são os primeiros a rasparem-se. Antes dos filhos.
Contudo, travestem-se de grandiosidades, honras e orgulhos, intentando salvaguardar uma integridade cheia de moléstias, que não pára de sangrar medo e desesperança, sem vislumbre de forma de purga.
Temem a igualdade por temerem a verdade.
Abaixo deles só estão restos deles, cacos, fragmentos e a morte em material psicológico decomposto.
São os filhos da mentira, do impulso, do primário, da ambivalência e incongruência.
São os filhos do sítio onde nada tem sentido lógico, abstracto, continuado e universal.
São filhos do sítio onde as premissas e valores são o egoísmo, o capricho, o egocentrismo e o primarismo do princípio do prazer próprio e imediato.



Vivem na idealização e glorificação da própria supérflua e falsa grandiosidade, que quando se desmorona, despeja-se dolorosamente nas rugas do desamparo, já tão familiarizado.
São uns pujantes e poderosos candidatos ao Nobel do disparate, se este existisse.
São fugidios, reptícios e viventes de pérfidos esconderijos.
Os subterfúgios a que recorrem nunca são os transparentes e fiéis comparsas da honestidade.
Nunca estão de igual.
A menoridade e a rastejante subalternidade, impregnada em cada fragmento desses sofridos sobreviventes seres, não dá tréguas.



Como náufrago em si, exige que essa inferioridade seja compensada e enfeitada com manifestos de exaltação de ego, auto-injectando as caracterizações e competências que apenas eles próprios conseguem identificar, no ridículo das circunstâncias.
Alheios a qualquer tipo de auto-crítica estão sujeitos aos mais miseráveis e patéticos conceitos por eles próprios construídos.
Usam e gostam da mentira e da ameaça, para se sentirem protegidos, enquanto sobreviventes incompletos, oriundos da incerteza, da falência, da insegurança, da susceptível corrupção e do suborno.
Gostam do poder, para alimentar a própria mentira e para camuflarem as próprias dores e agonias da inserenidade.



Alerta constante dos delírios, perigos sentidos e percepcionados, que de qualquer lugar se podem evidenciar. Da sua interioridade, em primeiro lugar e, depois, da extrapolação defensiva dessa doente interioridade, para a exterioridade.
Está, nesses enfermos, ainda, a limitação de perceberem como constroem o que os circunda.
Vêm as suas tatuadas dores e os próprios persecutórios fantasmas ao seu redor e conspurcam todos os ambientes em que se infiltram.



Infiltram-se, desonrosamente, quais ratazanas infestadas de males, em quaisquer meandros que lhes promovam sentirem algum valor dentro do seu eterno desvalor e desvalia.
Gostam da sua imposição e do desrespeito, porque o conhecem desde o nascimento.
São verdadeiros cúmplices da massacrante angústia de separação, da inaceitação, da negligência e da desintegração.
São vítimas do desconforto invariável.
São uns Não-São.


Cresceram e desenvolveram-se na interioridade do abandono, na interioridade de um útero psicológico punitivo, castrador, vadio, frio, alheado e ferrado em dor.
Estão incompletos, inacabados, enfermos que acartam a própria moléstia do nascimento ao caixão.
São os eternos incompetentes, inoperantes, mascarados, contudo sempre ávidos e aspiradores de presença e poder.
Intoleram qualquer frustração, quais criancinhas caprichosas e mal vividas.
Vivem na sombra do medo, escudados por uma importância que só eles a identificam.


A companhia da viagem onírica, dos sujeitos enfermos de carácter, é o terror, o susto, o pesadelo, o suor untoso e gélido.
Sempre em alerta, com moletas (cães de capanga) e sem tréguas.
Fedem a medo por todos os poros, demonstrado pelos sorrisos tensos de incerteza e insegurança, bem como pelo ferro da rejeição.
Vivem a repetição do abandono, da invinculação, ou vivem pelas tóxicas certezas que engendram, obediente e rigidamente, para sobreviver à panóplia de mansidão a que estão sujeitos, pelos seus acumulados rancores, já transformados em amargas certezas que conferem a corrosiva “ordem natural das suas coisas”.



São sociopatias, psicopatias, tiranias e manipulações … são enfermos do carácter, escudados na doença social, na doença, no medo que não desgruda e na vingança traiçoeira.
Usufruem do poder da circunstância e do poder do logro.
Sempre ávidos e disponíveis para um qualquer comando, para remediar e remendar os fundos lanhos que exibem nos seus não elegíveis esqueletos psicológicos.
Têm fim curto.
Só que se clonam, quais ninhadas de fungos.
Sai um entra outro.



A digníssima vontade, que de todo desconhecem, está para além das pulsões básicas do mal e da sociopatia, esta movida pela inferioridade enraizada no âmago da sua atroz sobrevivência.
Morrem pelos próprios meios, em cega e imponderada obediência com que debitam os seus sintomas em formato de rancores e incompetência.
Nunca está, ao alcance destes enfermos, o poder comunitário, de grupo, centrado no fundamento dos postulados da igualdade e honestidade do sufrágio.
Serem os eternos ilegíveis, está na base do entendimento da análise do substrato formal e de conteúdo dos registos intrapsíquicos dos infectados no carácter.



É a falsidade, a mentira e o jeitinho circunstancial que lhes corre e corrói.
Os pré-conceitos e os conceitos duram, para estes manhosos enfermos, o tempo das suas próprias conveniências.
São mutantes, consoante os ares … vivem na deriva, sem porto, sem razão.
Ostentam serem e parecerem um muro blindado de rigor e razão, mas que foi construído pelo medo, por maus ventos, maus vínculos, maus pais, más mães, descoloridas matrizes de aleitamento … em todos os seus fragmentos … persecutório, intoxicado, abandónico e abandonado.
Foram escarrados, não foram paridos.
Mas são epidemia.

Julho de 2016, Braga / Portugal

Título: Retrato de Família.

3 Homens, 3 ambientes mentais, 
1 precioso texto ... feito 1 unidade familiar de crédito.

 Veredicto em texto a saborear ... como a fruta ... no ponto.
Sustentando a alma. 

GREAT ... GREAT FAMILY ...!!!