PORQUE FUI SAIR DOS COLHÕES DO MEU PAI
(Janiel Martins, RN/Brasil)
Oi Minhoquinha, Minhoquinha tu não está bem hoje!
Pois não Minhoquinha?
Tua cara não nega.
Porque fui, eu, sair dos colhões do meu pai?
Ele foi coisar e eu como sou atrevida, fui na frente dos meus irmãos e aqui estou.
Hoje acordei tão distante, que não tenho a mínima ideia de como voltar para mim.
Não consigo e nem quero saber onde os meus pensamentos têm ido.
Minhoquinha, nós somos muitos sensíveis.
Eu fico imaginando o alimento do corpo.
É o pão.
E o alimento da nossa imaginação é o quê mesmo?
É coisar?
Isso é uma pergunta para mim, Minhoquinha? É que eu não sei responder!
É uma auto-pergunta.
O alimento da nossa imaginação, na verdade, é o nosso querer.
O querer, na verdade, é um sentimento que nos dá força.
Só que a força também enfraquece e nasce a fraqueza.
E como destruir a frequeza?
Não trocando o juízo com a fraqueza, Minhoquinha.
É verdade Minhoquinha.
Só que, Minhoquinha... ir é um caminho muito fácil. Qualquer um vai. O difícil da vida é voltar.
É mesmo Minhoquinha...
... se fosse pela minha inocência...
... a minha mãe continuava a limpar a minha preguiça.
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Edição: Paulo Passos |