FURNAS
ILHA DE SÃO MIGUEL
AÇORES / PORTUGAL
Bucólico
Enquadramento
O blogue – Comer e Saber – apresenta-se com o intuito de exterminar amarras. Impera-se em três rubricas: Sustento da Alma; Café com Letras; Gastronomia e Culinária, como ferramentas de promoção e fomentação de liberdades e pluralidades. Movimenta-se na consciencialização da noção de direito às criatividades, no débito da conjugação dos intrínsecos conceitos de SABER (enquanto fonte de SABOR) e o de SABER (enquanto fonte de CONHECIMENTO).
FURNAS
ILHA DE SÃO MIGUEL
AÇORES / PORTUGAL
Bucólico
Enquadramento
CASA DAS BORBOLETAS
(Janiel Martins, RN/Brasil)
Voa voa barboleta
Voa no meu coração
O meu coração o namora
Voa barboleta.
Tais doida?
O que foi tróce?
Não é barboleta, é borboleta.
Sei que são lindas e delicadas.
É como viver mais uma vida.
As borboletas são seres que devem ter um pensamento tão bonito na terra.
Nascem lagarta e criam asas.
Vestiram a melhor roupa para visitar a terra, e, nós, aqui estamos cheios de medos.
É livre o ser dos animais.
Quando as crias crescem, eles dão um "coice" de liberdade nelas, e vão namorar e fazer outro menino.
Nasci numa namorada.
Não foi de uma reza forte.
Meus irmãos ficaram para trás.
Aqui estou.
Voa voa borboleta
Tu quer coisar pra ver se nasce um minino com as barboleta?
EM VOLTA DO CORPO
(Janiel Martins, RN/Brasil)
As estrelas estão longe
A lua é amante
A terra é o chão
O corpo é sabido
O juízo é uma caixa organizada e quer namorar o tempo
A sociedade é bruta para ser organizada
Os desejos são proibidos
O PRATO QUE O DIABO E PUTIN NÃO COMERAM
(Janiel Martins, RN/Brasil)
Desgraçados... vão comer uma coxa, pegando com as mãos, tirando os pêlos com a sensibilidade das beiças e catucando com a língua... ao invés de matarem.
Deixe de ser doida, mulher!
Doida não, a fome não é só de pão.
A fome do homem é carnal.
Quando nos camuflamos, criamos guerra, guerra connosco, com o vizinho, com o colega, com o companheiro e com a comida.
Condecoramos com uma peça de roupa, para a ida a um lugar, vendido pelos mídia.
Criminalizamos costumes e esquecemos hábitos.
Buscamos uma aparência do que não existe em nós. É o alheio e nos perdemos.
Autorizado o uso deste texto divulgado, originariamente,
em:
https://sai-qolo-gi.blogspot.com/2022/11/espurio-no-wellness-center.html
Paulo Passos
Psicólogo Clínico
Braga / Portugal
“Ponta
Delgada, 17.30 horas, de um dia de Novembro do ano de 2022
Após
uns formidáveis momentos com amigos, onde se misturaram os prazeres dos
reencontros, com alguns desejos e intentos de articulação de útil e motivante
(futuro) trabalho... voltei ao hotel e, (tão) feliz com a tarde, tomei um
duche e mergulhei na água, com a temperatura que me é tão de pertença (30º), na
piscina interior.
De
serenidade tatuada na alma e na expectativa de um final de tarde feliz... (que
me levaria e elevaria o entusiamo para umas cracas, lapas e demais açóricas
iguarias, ao jantar...), mal entrei na piscina, acordei (em pânico) do perfect
day que trauteava mentalmente e em consonância com o Lou Reed que me
fazia companhia...!
Deparei-me
com um cenário de vandalismo e toxicidade ambientais (apesar de todas as
indicações estarem escarrapachadas numa visível sinalética, para informação dos
mais distraídos, dos inábeis em civismo e em civilidade, ou dos puros tugas...,
do que possível e inadmissível neste wellness center ou, bem se entenda, noutra
coisa qualquer cujas exigências sejam similares), no local que procurei... para
um confortante final de tarde e preparatório início de noite.
Wellness
center... (tal como designado).
No
borbulhante jacuzi, estavam 3 moçoilas, já entradotas (fim dos 20 ou
início/meio dos 30 anos), com os antebraços, braços e crânios cabeludos (a
sinalética obrigava o uso de toucas) de fora de água, protegendo o que, digo eu
(!), lhes era de maior valia: os 3 telemóveis que seguravam, com as 6
mãos e sem que nem um pequeno desvio de olhar fosse autorizado pela formatação.
Talvez
o erro estivesse no facto da sinalética do Wellness Center não impedir o uso de
telemóveis.
Restaurando-me
(tentando...!) da bizarra visão..., olha o meu olhar para um pujante e saloio
som, que agudizou todo o (surpreendido) Wellness Center, e vi (ouvi e
assustei-me) uma mulher, escancarando a boca e disparando a cabeça para trás,
no seu orgulhoso biquini preto e dourado, numa tão sonora e despropositada
gargalhada, apontando e acompanhando o motivo de tanta graça, a saber: o
verdete gretado dos pés, sobre quem, especulei, ser o seu companheiro que,
igualmente, se torcia em gargalhos exibindo o barulho que lhe jorrava dos
cascos, num sotaque repleto de trejeito de linguagem (muito) lisboeta, que
fazia exibir o burgesso, em material e em gritante mediocridade.
... pois fiz o reparo na recepção
do hotel...
Nem voltei a ver verdete na
piscina, nem vi mais telemóveis no jacuzi.
Não reparei se estavam no banho
turco. Não se via muito bem.”
NÃO CONFUNDA COM SOLIDÃO
(Janiel Martins, RN/Brasil)
Dentro de mim tem partes que me faz um ser humano, apesar de me achar um animal.
Não me entendo muito.
As mãos, às vezes, ficam inquietas.
Já pensei, porque não nascem uns olhos em cada mão?
Mas não, iriam atrapalhar outras coisas.
Vamos pular para o sentimento e deixar o corpo evoluir no inconsciente.
Deixa eu contar um segredo: Sou apaixonado pelo corpo dos animais.
Acho a vida tão bonita.
Às vezes fico triste.
Não quero me perguntar, mas acho que é
com a morte, porque quando falamos, não são coisas, são sentimentos.
A pedra mais preciosa são os olhos dos animais, apesar de já ter sido apaixonado pelas estrelas.
Ainda gosto, mas estão tão longe de casa.
O meu consciente, misturado com o inconsciente já tentaram ir lá, mas uma amigo falou que as estrelas são muito quentes.
(Vou movimentar com as pernas.
Gosto das pernas dos bois.
Aquelas duas na frente são mãos?)
Quando nos apaixonamos o tempo para de se concentrar.
É como se diz: "nos encontramos".
É bonito nos encontrar.
Que pena sermos coisas passageiras.
Gosto de sentir explosão no cérebro, que pena que o coração esfria, mas deve ser para não pegar fogo no corpo.
Não confunda com solidão.
FRALDAS
(Janiel Martins, RN/Brasil)
O cérebro treme
Há dias que está calmo
Os desejos não são meus
São coisas do tempo
Tensão e tesão
Fico tenso se não viver
Tensão é o desejo
Tesão é a realização
Desejo e medo
Tão repetitivo
Florbela Espanca
Às vezes quero adormecer ao teu lado
Autorizado o uso deste texto divulgado, originariamente, em:
https://sai-qolo-gi.blogspot.com/2021/04/desorganizadores-laborais-e.html
Paulo Passos
Psicólogo Clínico
Braga / Portugal
"Público ao que é público.
Sensualidades em aflição e em manha.
O
espaço laboral, enquadrado na institucionalidade, exige e exige-se num adequado
e equilibrado padrão de relacionamento inter-pessoal, respeitando os
determinismos que justificam a existência profissional, desempenhada por
sujeitos cuja formação, desenvolvimento e maturidade da personalidade sejam
factologia e num paralelo constante com os requisitos e desígnios da
competência profissional.
Contrariamente
à majoração do equilíbrio entre o relacionamento e a produtividade, fomentada
em determinante, tem, a institucionalidade, opositores num pacote de condutas
desviantes dos intentos que parasitam e paralisam espaços laborais, fruto do
domínio de idiossincrasias, de aproveitamentos indevidos, de interesses
obscuros, de desconhecimento, do amadorismo ou caseirismo e da
inércia/incapacidade (conveniente ou inconveniente) das estruturas de
liderança.
Os contributos da Psicologia Organizacional e do Trabalho estão
inclusos no conhecimento e fomentação, de práticas articuladas entre a
maximização da produção e do relacionamento motivador e partilhado, porquanto
que os contributos da Psicologia Clínica estão centrados na oferta de meios diagnósticos/identificação,
facilitadores de promoção de consciencialização que se canalizam à mudança e
aperfeiçoamento.
A
conflitualidade intra-psíquica e inter-pessoal (nos trabalhadores, entre
trabalhadores e entre trabalhadores e utentes) que abonam os meios laborais,
merece ser identificada e clarificada, de modo a que os intentos de outrem
servir, se maximizem na plenitude do prazer pelo trabalho.
Clarificar
(diagnosticar e seleccionar) o impacto (eventualmente clínico) na caracterização
do dinamismo dos factores da personalidade e consequente ressonância no
relacionamento e ambiente, é um intento deveras e amiúde desconsiderado, mas…
cuja essência poderá ser a raiz da corrosão do espaço laboral sobre o que,
merecidamente, se devem apurar os manifestos para o extermínio dos ruídos e
indefinições institucionais onde, lamentavelmente, tantas e tantos se
ancoram.
A
questão centra-se na potenciação da conjugação dos critérios relacionais e
produtivos, apetrechando os intervenientes de instrumentos ajustados (isentos
de cariz de interesse subjectivo) para o exercício salutar e cabal das funções,
no registo do respeito, da maturidade, da viabilidade da actualização das
próprias representações mentais… numa institucionalidade que se inteira
justiceira da harmonia, equilíbrio, espírito de equipa e de gregarismo,
competência… canalizando o prazer em servir o que de público se enforma.
Inacabamentos
e incompletudes de personalidades; feitios em defeito ou defeito em feitios;
corpos amordaçados como ferramenta de acting-out e passagens ao acto no formato
de sintomas… que se enformem nos próprios pacotes de enfermidade doméstica de
cada um… mas jamais em co-habitação e fomentação de toxicidades em territórios
laborais e institucionais.
Farejam-se à distância mas.... trata-se
sempre de um terreno minado e armadilhado pelas próprias criaturas que,
inicialmente, se mostram travestidas pelo "conveniente e empático"
representante.
... predisposições e rasgos dos desígnios psicopáticos ... in
action...
Público ao que é público."
REMEMBERING
HALLOWEEN
ORIGENS CELTAS - IRLANDA