domingo, 19 de março de 2017

MAÇÃS COZIDAS COM CALDA


Ingredientes:

- Maçãs
- Canela em pau (a gosto)
- Canela em pó (a gosto)
- Estrelas de anis (a gosto)
- Açucar (a gosto)
- Nozes
- Mel (2 colheres de chá)


Modo de preparação:

Laves as maçãs e corte-as em rodelas.
Coloque ao lume um tacho com água, o açúcar e o mel.
Adicione a canela em pau e as estrelas de anis.
Mexa para diluir os ingredientes.
Junte as rodelas de maçã.
Deixe ferver e permita a redução do líquido.
Mantenha fervente em lume brando.
Deixe cozinhar as maçãs, reduzindo o líquido,
até que a textura deste tenha a consistência de uma calda espessa.


Verta para um recipiente, polvilhe com canela em pó.
Deixe arrefecer e acompanhe com nozes. 


Saliente-se, na parceria de quem quiser, nesta sedosa sobremesa...
...ou o que entender que deva ser...!!! 


Ah ... tem aromas de Outono nas cores ... de quente aconchego ...! 

Fonte das imagens: Janiel Martins

quinta-feira, 16 de março de 2017

SUSTENTO DA ALMA - LETRAS DE JOSÉ RÉGIO

José Régio, 1901 - 1969 / Portugal. Fonte da imagem: internet.
"(...)Só a minha memória, trabalhando depois sobre eles, pede à imaginação que lhes dê sentido(...)".
José Régio


Havia um tal de Lápis Azul ... carrasco da liberdade e da criatividade ...

Havia um tal de Lápis Azul ... amante da mesquinhez, da castração e dos pérfidos costumes valorizados e enfiados nas mentes da portugalidade ...

Havia um tal de Lápis Azul ... que proibia o homem se o ser ...

Havia um tal de Lápis Azul ... que escondia a verdade ...  

Havia um tal de Lápis Azul ...  que mentia e odiava como um cão raivoso ...

Havia um tal de Lápis Azul ... exibindo um lustro de paranóia e desconfiança ...


Havia um tal de Lápis Azul ... tão autoritário na própria inferioridade, traduzindo as pérfidas farpas da castração ... 

Havia um tal de Lápis Azul ... que era o censurador oficial do fascismo do Estado Novo Português (1926-1974).

A liberdade era o demónio que as hostes políticas e institucionais temiam, por temerem as suas próprias e promiscuas interioridades.
A corja era de tal modo impiedosa que, tanto estavam enfiados com os focinhos debaixo das saias dos padres, como estavam a mortalhar meia dúzia de desgraçados, só para alimento das suas insanas desconfianças.

Diferença entre estes montes de merda ditadores e os assassinos viventes nos círculos do império romano... tende para zero.

Momentos da história abonados por miseráveis enformadores informativos ... império romano, inquisição, ditaduras, holocaustos, ... enterram as origens na imaturidade das populações e nos escombros dos desaires psicológicos (feitos doença) dos protagonistas em cena ...

Pois foi ... o notável José Régio foi um destes ilustres que sofreu na pele a vergonha da censura, aliás, como muitos outros ainda a sentem, ainda que os formatos sejam ligeiramente mais polidos e manifestos de forma reptícia (não vá o diabo tecelas...!!!) ... é que: quem tem cu tem medo...
Corja de cobardolas, fingidos, cínicos, parasitas, ladrões, corruptos...!

O Jogo da Cabra Cega, de José Régio, um presente tratado de Psicologia, foi humilhado perante a ignorância, prevalecendo os montes de entulho que a protegiam, em detrimento do categórico e elevadíssimo texto, englobador, feito romance ... 

São o medo, a inveja e a falsidade...o eterno medo, a eterna inveja e a eterna falsidade, que fazem mover os tinhosos ...!


"(...) sustento que não há ligação profunda, mesmo entre indivíduos do mesmo sexo ou entre um ser humano e Deus, sim, até no amor místico como tantas vezes os místicos no-lo revelam, que não implique, não envolva, a natureza física do homem: a sua animalidade (...)"
                                                                                                                                                 José Régio


Sobre a vida...sentida, cognitivada e narrada ... para quem sabe ler.

Notável fonte de análise e de auto-análise ... aprendamos a ler e o respeito e, 
quem sabe, também seremos (gente).


ESTAÇÃO TÉRMINO
(José Régio)

Como um navio no mar
A meio da noite a casa,
E o vento e a chuva em redor.
Lá dentro, a um canto do lar
Onde um bom tronco se abrasa,
O homem sentado espera.
Se alguém chegar,
Terá luz, terá calor.
Batem à porta. Quem dera 
Que fosse realidade!
Já teve tais decepções
O homem que há tanto espera!
Mas agora, alguém batera
Que chega de tempestade,
Que percorreu solidões...
"Entre quem é!" Pode ser
Alguém que venha roubar,
Assassinar, ofender...
"Entre quem é!" Não importa.
Se alguém vem que bate à porta,
O homem só pode abrir.
Chegou, por fim, a saber
Que, venha lá quem vier,
Seja quem for,
Só um dos dois pode ser
Desde que não a fingir:
A Morte, o Amor.


Edição de Paulo Passos



segunda-feira, 13 de março de 2017

CAFÉ COM LETRAS - MONÓLOGO


VOO SEM ASAS
 (Janiel Martins, RN/Brasil)

As palavras já não têm prazer
Em serem ditas
Ou citadas
Só o silêncio corre o ar

O chão já não é pisável
É goma pegajosa
Já não há direcções
O horizonte é a escuridão
Sem contornos nas belas curvas

A alegria tornou-se apenas em um sorriso
Que contrai o ar
Serás tu a recompensar
De o respirar novamente

O equilíbrio faz-se manter
Na corda bamba
Com o teu sorriso
Poluindo o ar
Faz-se manter vivo


THE ANSWER
   (Janiel Martins, RN/Brasil)

Não é o sorriso que polui
É o amor que te não trai
És vivo porque te tens
Na certa porque me tens

Assim será
Assim deverá ser o sermos

Sem enguiços da ferrugem
Lubrificados com o odor
Odor que de nós jorra
Enquanto o ar se afasta
Para que nos recebamos
Luxuriados pelos olhares
Os sentires aspirados
Os desejos tornados assim
Giganteados ao tesão de nós

Não é o sorriso que polui
É o amor que te trás
É o amor que se ancora
Em ti que és porto
Alvoraçando o meu


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Edição de Paulo Passos



quarta-feira, 8 de março de 2017

CAFÉ COM LETRAS - HAJAM SERTANEJOS


Excertos de: As Pelejas de Ojuara - o homem que desafiou o diabo
Nei Leandro de Castro

Caicó
 Rio Grande do Norte
Brasil


ojuarA - Araújo

"(...) ele não passava de um bedamerda empregado no armazém do sogro, um turco brabo que só a gota, que parecia ter parido sozinho a filha única, tal a parecença dos dois (...)."


Assim se aguentou sofrido e humilhado, durante os sete seguintes anos.

Despertou e despertou-se o sertanejo em si ...!

Finou o Araújo e nasceu Ojuara.


"(...) Ojuara nasceu numa tarde de Agosto, aos vinte e oito anos de idade (...)." 

"(...) Dali a pouco, os dois nus e assanhados (Ojuara e a filha do turco), começava o relabucho. Diziam nomes feios como as mulheres da zona, gritavam, trocavam tabefes, como se estivessem brigando de vera.
- Me bate, seu fela da puta! - pedia a turca.
- Toma, sua quenga!
- Mais!
Depois de outro tabefe estalado na cara, seu José Araújo dizia:
- Abra as pernas, sacana, que vou rachar você em duas.
A turca se abria, oferecida:
- Isso, meu cavalão. Rasgue sua égua (...)."


"(...) A turca estava beirando os trinta anos, nove mais velha do que Zé Araújo. Do pai viúvo teria muito dinheiro a herdar. Infelizmente herdara antes um narigão ancestral e um bigode que poderia ser enrolado nas pontas, não fora o sacrifício de raspá-lo todo santo dia. Era uma mulher chegada ao feio. Mas muito bem servida de corpo, principalmente peito, perna e bunda. As buchechas bundais, aí nem se fala. Parecia que toda a beleza se tinha deslocado prali por gravidade.
Quando notou que estava sendo olhada, a turca, por partes de mulher fêmea, duplicou o tamanho da imensa e fornida padaria. Taí um bundão que dá e sobra para um batalhão de engenharia (...)."

"(...) O passo seguinte foi tirar a bruta para dançar. A orquestra contratada de Natal atacava um baião. Zé Araújo conduziu a dama até ao salão, abarcou sua cintura (...)."


"(...) O raparigueiro Zé Araújo, vinte e um anos de idade, estava espichado na rede da pensão onde se hospedava. Pela abertura da cueca, enquanto lembrava os acontecimentos da noite anterior, ele fazia exame ao seu pé-de-mesa. Mesmo na posição de descanso, a estrovenga era de um tamanho respeitável. Com gestos delicados, observou a chaleta roxa: perto do cabresto a esfoladela dava dó e piedade.
- Eita cabaço duro da gota! (...)."


"(...) Devo estar com um bafo pior do que o da turca bunduda, pensou. E pensou também no baile da noite passada. Por mais de uma hora, os dois tinham dançado sem trocar uma só palavra. Ele fechava os olhos, conduzia a dama sob a zoadeira do forró, tentava encaixar o cacete, duro como ferro, no centro daquela fartura de carnes. Ela suspirava e facilitava o que podia para que sua bichochota, toda molhadinha, ficasse muito colada naquele negócio enorme (...)."


Sertão que te és universal e a todos te referes ... meu Interior, meu Sertão.

Essência minha ...!!!

HAJA SERTÃO, com sertanejos ... forever ... and ever ...!!! 

Demonstrado com o tesão das diversidades ...!!!

 By the way ... with WATER ...!!!

Fonte das imagens: Janiel Martins



sexta-feira, 3 de março de 2017

COXINHAS DE CARNE DE SOL


Ingredientes:

- 1 kg de carne de sol
- 1 cebola pequena
- 2 dentes de alho
- 0,5 pimentão pequeno
- 1 folha de louro
- Manteiga (1 colher de sopa)

Modo de preparação da carne:

Preparada, previamente, como assinalada no link deste blog:


Corte-a aos pedaços, cubra-a com água e coza-a numa panela de pressão,
ao que se adicionou o louro, por cerca de 30 minutos.

Após resfriar, desfie a carne e refogue-a nos restantes ingredientes picados.


Ingredientes para a massa:

- 400 ml de leite
- Farinha de trigo q.b.
- 2 colheres de sopa de manteiga
- 1 caldo de carne
- Sal q.b.

Modo de preparação:

Leve o leite ao lume e acrescente a manteiga.
Deixe diluir e junte o caldo de carne, previamente diluído.
Ajuste o sal necessário e deixe ferver.

Em lume brando acrescente a farinha até a massa se soltar do fundo do tacho.
Continue mexendo, de modo a que fique bem trabalhada.


Feitura das coxinhas:

Espalme um pouco da massa, sobre a palma da mão, 
abrindo-a e tornando-a ligeiramente côncava.
Sobreponha o recheio e forme a coxinha (uma de cada vez!).


Envolve-as em farinha de trigo, passe-as na mistura de leite com ovos (bem diluída)
e, finalmente, passe-as por pão ralado (farinha de rosca).
Frite-as em óleo quente, até adquirirem uma tonalidade dourada.

Integre-se no pós receita ... inteiramente ...!

Fonte das imagens: Janiel Martins


segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

SUSTENTO DA ALMA - LUTADORAS

ALGUMAS ...
(Janiel Martins, RN/Brasil)

Com as garras da coragem, da dedicação, 
do direito, da sede de liberdade,
 igualdade e justiça,
e a alma a ditar justo, 
o exemplo foi o troféu maior,
na vitória da batalha,
desconhecida é a resignação, 
de quem como e por tal luta.

Material bélico feito trabalho, 
amas que se fazem pautar 
em pincéis, lápis, palavras, gestos ... em textos
que afloram das almas da fome em riste, 
filhos do justo direito, que em noção
regente de vida se plantou.

Lutadoras, activistas da vida, 
fazedoras dos tribunais colectivos, 
transformadoras de conceitos,
de práticas e de lutas arreigadas de cores que, 
ao som da libertação, se imperam na História.


Aung San Suu Kyi, Myanmar

"A única prisão real é o medo. E a única liberdade real é a liberdade de não ter medo."

Nadezhda Krupskaia, Rússia

"Quando comecei a compreender o papel que o operário devia desempenhar 
na libertação de todos os trabalhadores, senti um desejo irresistível 
de estar entre os operários, de trabalhar com eles."

Corazon Aquino, Filipinas

Antiga presidente das Filipinas que liderou a revolta popular 
contra a ditadura de Ferdinand Marcos ...

Angela Davis, EUA 

"Este é um país ancorado na escravidão e no colonialismo, o que significa,
para o bem ou para o mal, a real história de imigração e escravização.
Espalhar a xenofobia, lançar acusações de assassinato e estupro
e construir um muro não apagarão a história."

Ana Paula Maciel, Brasil 

"(...) Não se pode falar em final feliz enquanto o Ártico continuar a derreter,
a Amazónia a reduzir-se e os oceanos a serem envenenados (...)".

Vilma Espín Lucila, Cuba 

Presidiu durante 47 anos a Federação das Mulheres Cubanas e foi elemento do grupo
de guerrilheiros que depôs o ditador Fulgêncio Batista ...

Gabrielle Chanel, França 

"O luxo não é o oposto da pobreza, mas da vulgaridade."

"A força consegue-se com fracassos e não com sucessos."

Wangari Muta Maathai, Quénia

Activista ambiental.
Prémio Nobel da Paz em 2004.
Plantou 30 milhões de árvores.
Presa e ameaçada de morte por lutar pela democracia no seu país.


Catarina Eufémia, Portugal 

Lutadora contra a ditadura de Salazar, foi morta a tiro quando se manifestava
contra a miséria do proletariado ...

Kena Lorenzini, Chile

"A voz política das histéricas, santas, bruxas, loucas, putas e todas as mulheres."

Virginia Ruiz, Espanha

Activista contra a exploração de animais.
Activista contra a existência de touradas. 
Após ouvir um touro a chorar, invade uma tourada
e abraça o touro em agonia, para o confortar.

Kasha Jacqueline Nabagesera, Uganda

Activista dos direitos LGBT no Uganda, país africano onde a
homossexualidade é considerada crime, obra do demónio, 
fortemente reprimida e punida com prisão.

Sophie Scholl, Alemanha

Revolucionária e uma das fundadoras do movimento
de resistência anti-nazista, que incentivava e
lutava contra o regime de Hitler.
Panfletos e grafites eram os meios usados
para os seus manifestos.


Fonte das imagens: internet
Janiel Martins