domingo, 31 de maio de 2020

SUSTENTO DA ALMA - ORDENAÇÃO E ORNAMENTAÇÃO INFORTUNADAS (PRÉ-HISTÓRIA E OVERDOSE DE NARCISISMO)

Ordenação e ornamentação infortunadas (pré-história e overdose de narcisismo)

Ordenação e ornamentação infortunadas (pré-história e overdose de narcisismo)

... publicado em www.psicologia.pt - na autoria de:

Paulo Correia

                                    Paulo Mariano 

                                                            Paulo Passos 

... 3 psicólogos...



"Ordenação e ornamentação infortunadas (pré-história e overdose de narcisismo)

2020
pvpassos@gmail.com
Psicólogos clínicos (Esposende; Amares; Braga - Portugal)




ACES – Agrupamentos de Centros de Saúde
CSP – Cuidados de Saúde Primários
NPC – Núcleos de Psicologia Clínica
SNS – Serviço Nacional de Saúde
UPC – Unidades de Psicologia Clínica

Relato concernente à Psicologia nos Cuidados de Saúde Primários, em prol da criação de UPC (como elementos do dinamismo organizativo e funcional de qualquer ACES, e na semelhança factualizada de outras úteis Unidades Funcionais já existentes), em extermínio e substituição da sua forçada “integração” (num mal-armado campismo, agoniado e de injustificada vigência) em alheias e amordaçadas externalidades à Psicologia.
As igualdades estruturais e operativas, no cenário da Psicologia Clínica no SNS português são, de direito (e de consideração pelos desígnios das variantes e diversidades institucionais), premissas não submissas a enfermos e rombos lanhos que as façam sangrar.
A “lógica” de uma “igualdade” descoroada fomenta a implantação de conflituosos dissabores laborais e institucionais, que pouco ou nada contribuem para a evolução da qualificação dos sistemas profissionais e, consequentemente, do valorável (ainda que, ao que parece, desprotegido) prestígio institucional público.
Coroar o infortúnio e insistir (ainda que, tão só, através da negligência ou da cegueira) no acto dessa coroação é, no mínimo, uma crença de que a mediocridade é obra qualificada e que não deve pertencer (apenas) aos insanos devaneios delirantes das tiranias do passado.
Coroar o infortúnio é, simbolicamente, glorificar as mentalidades enfezadas pelas frustrações, pelas consciências obnubiladas, pelas menoridades e pela negação das (legítimas) pertenças psico-antropológicas.
Opinar (ou debitar de si ou por si) numa constelação profissional clínico-científica, é uma   inconfundível falência (ou ausência) do sentido de oportunidade, e foge das básicas regras do apriorismo (de devido rigor) que se espera (e exige) à subjacência do acto de laborar em Psicologia Clínica.
Devaneios opinativos, oriundos e conformes à inconsciência (e insuficiência) do medriocrismo, cumprem a pueril idealização da caridade (corrosivo institucional) ou “bem-feitorismo”, decorado com acréscimo de auto-valorização, porque provenientes dos seus protagonistas e reforçados por semelhantes. Estando estes, igualmente (e em caricato lirismo), cientes da excelência e importância dos seus actos, dos seus assuntos e das suas existências, frequentemente audíveis e visíveis em pregões e manifestos, de surda essência narcísico-angustiante.
Impondo-se a legendagem, constata-se serem puros estigmas (das auto-condenações adivinhadas), ou dolorosas cenas de pugilato (na orfandade de ínclita congruência e sustentabilidade adaptativas), num terreno técnico-administrativo institucional, que se vem intoxicando, permissivamente (pondo-se a jeito).
Opiniões e fundamentos de conveniência não devem ser suportados ou considerados nas regências da prática dos NPC, pelo que, eventuais ocorrências, traduzem-se (quase invariavelmente) em indevida perda de tempo e em prejudicial ruído.
A incompetente cegueira na definição das recentes organizações dos sectores de Psicologia Clínica no SNS, no concernente aos Centros de Saúde (vítimas da reestruturação dos CSP e, mais recente e paradoxalmente, da criação dos NPC - na sua limitada autonomização), devastou grande parte da autonomia que a sustentava (Psicologia Clínica), instabilizando, até, o que plasmado legislativamente (Decreto Lei nº 241/94 de 22 de setembro, especificamente no ponto 4 do seu Art.º 2).
Legislar e regulamentar (cumprindo… sem paradoxos de conveniência ou de pareceres da abusiva subjectividade) a ordem da organização e funcionalidade dos sectores de Psicologia Clínica, é um dever que se impõe e enaltece, e um direito que se coroa.
A prática da Psicologia Clínica, integralmente nas suas esferas autonómicas, organizativas e funcionais (devidamente… e como operado nos Hospitais e Unidades Locais de Saúde), num Centro de Saúde/ACES, não pode continuar a estar velada ou imersa numa alheia fundação (de infiéis sonhos inacabados em incompetências oníricas); nem sujeita à facilidade de inoportunos e dissaborosos recursos confusionais; nem ao desmérito das ansiadas referências (inalcançadas); nem a práticas, amorfamente, domésticas; nem à inércia de pálidas estruturas de representação.
No que concerne à organização e funcionalidade dos Núcleos de Psicologia Clínica (NPC) de quaisquer ACES(s), é suposta a participação decisória (se… não, a exclusiva) dos psicólogos clínicos, fazendo jus ao nome dos legislados Núcleos (que se anseiam Unidades, num crescendo direccional à completa autonomia, por lógica, por dever e por direito à igualdade), não podendo, estes Núcleos, continuarem reféns das infelizes retóricas da insuficiência (orgástica laboral) de outrem.
Existem Unidades de Saúde do SNS (onde os Centros de Saúde são peças fundamentais e integrantes) e existem também (nos diversos sistemas sociais) organizações familiares, recreativas, desportivas, culturais, sócio-paroquiais e demais afins. Salienta-se, enfaticamente, que… as funções do SNS versus as das organizações sócio-familiares (respectivas e de inerência), não devem/podem ser confundidas, adulteradas ou misturadas, em salvaguarda (e a bem) da seriedade devida, tanto à Psicologia como ao SNS.
Os contributos dos postulados clínicos e científicos são os exigidos e da (fiel) exclusividade das profissões que deles se sustentam e a eles prestam vassalagem, onde a Psicologia, nobremente, se integra.
Contributos caseiros, opinativos, idiossincráticos, anéticos e avulso, são dispensáveis em absoluto e na contingência do seu, casual, poder practo-lexical.
Não devem, em nome da transparência do substracto científico, clínico, terapêutico, técnico e do respeito institucional, outras (encruadas e entrevadas) parcelas (não executivas ou de governação clínica, no espectro do devido e justo equilíbrio institucional) serem concorrentes, substitutas ou parceiras decisórias dos NPC.  
O desconfinamento (em aproveitamento da expressão, porque… tão em voga!) das parasitárias, inapropriadas e ofensivas ordenações (depositárias de receios, frustrações, recalcamentos e demais em similitude), deve ser abrupto e ajustado, sem se cumprir, compadecer ou obedecer em validações de subjectivos, interesseiros e incautos "humanismos piedosos” (ou demais exageros de um pálido e falso pluralismo ou de narcísicos desejos de enfeites), mas sim, sem jamais desobedecer às validações da autonomia organizativa da ordem científica e da ordem clínica, operando nas fundações da auto-regulação e auto-determinação, integradas na ampla estrutura de um Centro de Saúde/ACES.
Haja purga… (intolerante para… subjectivos jeitos circunstanciais e de conveniência; para pensamentos ou ideias banais e primárias; ou para acríticas e vândalas confusões interpretativas…!)."

Edição: Janiel Martins



domingo, 24 de maio de 2020

CAFÉ COM LETRAS - DALVA


DALVA
(Janiel Martins, RN/Brasil)

não sei
olhar para o céu
sem me procurar

onde estou
dessa distância

o que tu estás
fazendo aí
Dalva

o meu pensamento 
se faz
de uma tristeza
que não consegue se chorar

porque
não estou perto de tu
 Dalva



Edição: Paulo Passos


domingo, 17 de maio de 2020

MIGAS COM MORCELA DE ARROZ


Ingredientes:

- Pão duro
- Morcela de arroz
- Couve
- Limão
- Louro
- Alho
- Pimenta
- Oregãos 
- Azeite
- Sal


Modo de preparação:

Corta-se o pão aos cubos e frita-se em azeite com alho picado, pimenta e oregãos.
Coze-se a morcela em água, com 2 folhas de louro e um limão às rodelas, 
após o que se desfaz com ajuda de um garfo.


A couve é cozida com água e sal.
 Descarta-se a água.
Corta-se a couve grosseiramente e salteia-se em azeite com alho picado.


Misturam-se o pão, a morcela e a couve e emprata-se.

Acompanhe com fruta de época.

Janiel Martins

domingo, 10 de maio de 2020

CAFÉ COM LETRAS - TA TIRANDO RETRATO



TA TIRANDO RETRATO
(Janiel Martins, RN/Brasil)

Vejo as estrelas tão longe

Hoje aquela parece estar bem baixinha

Sinto uma solidão entre essa distância

O caminho
O caminho

(Qual é?)
Deve ser o pensamento

Estou sendo empurrado por ele





Edição: Paulo Passos




domingo, 3 de maio de 2020

PATÉ DE FRANGO COM LEITE DE CÔCO


Ingredientes:

- Peito de frango (1)
- Fiambre (100 g)
- Alho francês (1)
- Pimento
- Cebola
- Hortelã
- Alho
- Azeite
- Leite côco (250 ml)
- Malagueta
- Sal
- Caril
- Limão

Modo de preparação:

Num tacho, pique uma cebola pequena e junte com o alho francês, 
previamente cortado às meias-luas.
Adicione um fio de azeite e deixe refogar moderadamente.
Corte uma fatia de fiambre, com cerca de 100 g, em cubos pequenos.
Prepare o peito de frango, cortando-o aos pedaços.
Faça o mesmo com o pimento.
Junte o fiambre, o frango e o pimento ao refogado.
Tempere com sal e a malagueta.
Envolva e deixe ir cozinhando.
Adicione uma colher de chá de caril ao leite de côco e misture bem.
Verta sobre o cozinhado juntamente com a hortelã.
Envolva e deixe que o lume cumpra a sua função,
mexendo de vez em quando.
Sirva... regando com sumo de limão e decore o apetite
 com fruta da conveniência.


Acompanhar com nachos, azeitonas, um bom vinho e
conversa de gente que vos preencham.


Edição: Janiel Martins





sexta-feira, 1 de maio de 2020

SUSTENTO DA ALMA - SÃO DIAS


SÃO DIAS
(Paulo Passos, Braga/Portugal)

Comemorar tido num dia
A festa faz-se em dó
Com cores de vagabundagens
Que se vestem de trabalho
Engatam na pobreza
Engajam na miséria
Enganam na humildade
Na vergonha e na FOME
Em sofrimentos tidos num ano.

Comemorar tido num dia
Desigualdades tatuadas
No direito que não é universal
Pode o dinheiro
Pode o poder
Manda o sufrágio
Enganador que é
Disfarçando a fome da fome 
Em sofrimentos tidos num ano.

Comemorar tido num dia
Vergastadas estão as almas
Que de altivez invadem seres
Desgraçados sem nó de laço
Enforcam na vã farra
O que de amanhã se adivinha
Sem mais saber
Com tanto a esperançar
Em sofrimentos tidos num ano.

Comemorar tido num dia
A diplomacia sorri
De cínica que a preenche
Encolhe a vergonha
Exibe o medo
Tem MERDA aos rodes 
No que lhe chama pensamento
Sem sangue não há igual
Em sofrimentos tidos num ano.

Comemorar tido num dia
Veste o traje sem queixume
Leva o orgulho no rosto
A fome debaixo do sorriso
Vem e escarra no que te bandejam
Reclama com colhões de macho
Faz guerra, LUTA
Aquela que é a de direito
Em sofrimentos tidos num ano.

Comemorar tido num dia
Lança as ratoeiras
Mata os ratos
Mata as ratas e ratazanas
Mata a peste da rataria 
Corta-lhes o pio
Serra-lhes as asas
Envenena-lhes a essência
Em sofrimentos tidos num ano.

Comemorar tido num dia
Extermina a fome
Esgota a desigualdade
Liberta a LIBERDADE
Faz a justa o ser, LUTA
Não caias na lograda história 
Sente o teu lamento, a tua dor ... CARALHO
Com GUERRA salvarás
Comemorar tido ... TODOS os dias.

domingo, 26 de abril de 2020

CAFÉ COM LETRAS - VÔO SEGUINTE


VÔO SEGUINTE
(Janiel Martins, RN/Brasil)

Sastifeitos com a ração
Nem todos os dias há
Mansos 

O sangue é humilhado
Frio
Faminto

Comida é lei
É oportunidade de igual
É vivência
Mas tanto que é sobrevivência

Guerrear por iguadade
Guerrear por direito

Igualdade não virá do Trampo
A igualdade virá 
Sem a resignação faminta
Sem aparelhos de manipulação
E o direito virá de justo 
Para ajudar

A filha do poder impõe
Impõe e chora 
Reclama por caprichos


Mas existe 

Existe sim
Existem filhos que perguntam
E anseiam por um prato de sustento


Existem sim

Noites sem pregar olho
Com gemidos silenciados
Da fartazana de dentes podres

O capitalismo é um papel
É uma ideologia
Capitalismo capitalista
Capitalismo é capricho

Não descolará avião algum
Com a justiça no rumo do destino

Voarão... só os habituais 


Edição: Paulo Passos







domingo, 19 de abril de 2020

CAFÉ COM LETRAS - TEMPANDO


TEMPANDO
(Janiel Martins, RN/Brasil)

sou eu o tempo

o tempo 
é antigo

o tempo 
é pesado

não carregarei 
recordações

não carregarei 
fantasmas

não carregarei 
o tempo


Edição: Paulo Passos




domingo, 12 de abril de 2020

CAFÉ COM LETRAS - AS FLORES


AS FLORES
(Janiel Martins, RN/Brasil)
           

           Eu queria ter vindo só olhar o mundo.
                                    Mas o pensamento é carrasco.
                                                          As flores são tão sensíveis.
                                                                              Será que o mundo o vê?
                                                                                             Ou elas só se arrumaram para o ver?



Edição: Paulo Passos 

domingo, 5 de abril de 2020

CAFÉ COM LETRAS - FÔLEGO



FÔLEGO
(Janiel Martins, RN/Brasil)

O tempo explodiu de emoção
A criança tenta descobrir o mundo
Na verdade o mundo é muito grande

O adulto já perdeu a ilusão
A estrela é só a distância
Piso na terra com o sentimento de sujeira

Sujo
Sujo estou

Tenho medo da morte
A imbutir no sentimento 
Chamado desgosto

Quando faltar o fôlego
Vai ser uma dor só
A corrente elétrica
Vai ser modificada

Não é queimada não, José?
Deixe de falar doidiças, mulher
Vamos ser lançados
Como um foguete 

Se tu pensas assim
Tu vais ser lançada no sol
E não vais ter o direito de conhecer o céu

Espero que algum sentimento fuja do meu corpo

Se eu não conhecer cada canto do céu
Vou ficar muito triste



Edição: Paulo Passos