quinta-feira, 7 de abril de 2016

CAFÉ COM LETRAS - BARCELOS: UMA LIÇÃO DE PORMENORES (PARTE II)


  
Chegar a Barcelos é, para quem ficou com a cidade, uma reposição da calma que a ânsia de regressar não permite ter.


É como chegar a casa depois de uma temporada fora.


O conforto da chegada, transforma o desejo numa satisfação que enobrece as 
mais variadas emoções.



Repete-se a liberdade de circular, de olhar, de estar, de sentir e viver os locais que já pertencem aos nossos interiores.


A ausência tem algumas particularidades que nos conferem segurança. Há como que um adormecimento do real, permanecendo apenas os valores que cada um filtra para sua própria protecção e satisfação. É a dominância da gratificação face ao desencanto.


A presença, activa todas as representações, numa ânsia certificativa de que tudo está como foi deixado. Tudo se mantém nosso!




Em Barcelos, esta particularidade é tão evidente que, ao revisitar a cidade, sinto sempre necessidade de me circular sozinho, para unificar os carinhosos laços existentes entre a cidade e o meu sentimento por ela.






Preciso, indubitavelmente, de circular, de me circular nela e comunicarmos num namoro que só a nós pertence. O aconchego das nossas trocas de secretos murmúrios, unificam-nos, fortalecendo a pertença à cidade, ficando a cidade como referência. É coesão, sim! É fusão.  
O que poderá ser repetido, ainda que invariável, tem sempre novidades para contar. 
Só a familiaridade existente entre nós, permite sentir a cumplicidade por nós já alcançada.









Um passeio, independentemente das condições climatéricas, envaidece-nos na grandiosidade de quem ama e ama com segurança.
A cidade veste-se, ao meu olhar, num provocatório traje de elegância e de beleza que, dos seus mais ínfimos requintes, transbordam ondas de encantador charme e de humor reluzente para ânimo e gáudio do nosso novo encontro.





Foi uma notável manhã que passei, vagueando pelo centro histórico da cidade, enquanto aguardava por uns amigos, para almoçarmos.

Fui conversando com a cidade. A cidade foi conversando comigo, indicando-me, como sempre acontece, qual o itinerário a seguir.
Eu só me deixei levar.









Sugeriu-me pormenores que mereceram representação. 

Fui olhando, com a curiosidade convidativa da cidade. Era num murmurar baixinho que ele me soprava no ouvido, dirigindo-me, carinhosamente, o olhar para os pormenores que lhe chamavam à atenção e que achava ser eu, merecedor de ser o seu parceiro de partilha.



De entre os inúmeros estímulos que uma rua pode ter, estão sempre outros tantos que, pela riqueza do pormenor, activam as valorizações e corrigem prioridades.

Alguns desses estímulos foram fotografados, com a soprada indicação incansável e sorridente da cidade, no meu ouvido...




São duas matérias sobre este assunto: "Barcelos, uma lição de pormenor", tendo sido a primeira crónica dedicado a elementos filiados na escultura e na arquitetura e já publicada neste site

Esta publicação é a segunda crónica e incidirá em elementos, predominantemente, de índoles arqueológicos e de diversos manifestos de artes.


Sugerindo um escutar a cidade e um olhar atento ao que ela diz, encontra-se, garantidamente, muito material de nobreza psicológica, artística e cultural.






Preciosa manhã de namoro ...

Sugere-se a experiência!



Bem haja ... bela e acolhedora cidade de Barcelos!


Fonte das imagens: Janielson Martins













   

quarta-feira, 6 de abril de 2016

CATAPLANA DE PEIXE


Uma cataplana é um recipiente típico de Portugal, especificamente da Região do Algarve, a sul do país. 

Contudo, hoje em dia, este utensílio está difundido por todo o Portugal.

É uma ferramenta de cozinha e, no seu registo funcional, tem muitas semelhanças com a tajine marroquina. 


Sendo que, a cataplana é composta por duas partes côncavas, que se encaixam através de uma dobradiça, onde as duas alças laterais de segurança, garantem que o recipiente se mantenha fechado, enquanto ao lume.


Apesar do significante "cataplana" se referir ao utensílio, está tão banalizado sob o ponto de vista da linguagem, que se designa "cataplana" qualquer refeição aqui confeccionada.




Ingredientes:

- 2 tomates
- Peixe (a gosto)
- 5 batatas
- Sal q.b.
- 1/2 pimento
- Vagens q.b.
- 1 cebola
- 2 dentes de alho
- Malagueta q.b.
- Colorau q.b.
- 2 folhas de louro
- Azeite







Modo de preparação:

Na cataplana, deite a cebola cortada às meias rodelas, 
os dentes de alho picados, 
o pimento cortado às tiras, a malagueta,
o louro, o colorau e o azeite.


Envolva bem todos estes ingredientes e vá acrescentando as batatas cortadas aos cubos,  os tomates grosseiramente cortados, as vagens cortadas em 3 partes e incorpore tudo com alguma delicadeza, de modo a que não se desfaça nenhum dos componentes.
Adicione o sal e volte a envolver tudo, com a ternura que a sua sensação lhe exigir.
Finalmente, junte as postas de peixe, cortadas aos pedaços e, muito suavemente, 
misture com o preparado.


Feche a cataplana e, em lume brando, deixe cozinhar.
Abra-a na hora de servir.


Cuidado com o vapor escaldante que sai, ao abrir a cataplana.

Deguste-se, como lhe apetecer!

Fonte das imagens: Janielson Martins

terça-feira, 5 de abril de 2016

CARNE DE PORCO COM ARROZ VERMELHO


Ingredientes para a carne:


- Carne de porco (a gosto)
- 1/2 alho francês
- 1/4 copo de vinho branco
- 2 dentes de alho
- 1 cebola
- 1/2 malagueta
- 1 pimento / pimentão
- 1 colher de sopa de mostarda
- 1 folha de louro
- Sal
- Azeite

Modo de preparação:


A carne usada nesta refeição, foram 4 bifes de lombo de porco, que se estavam a demorar, dentro do frigorífico.
Foi, a carne, cortada aos cubos pequenos e temperados com sal, malagueta, os dentes de alho (1 picado e o outro esmurrado), o louro, a mostarda (foi utilizado mostarda com grãos, mas, certamente usará a que entender!) e o vinho.
Depois de bem misturado, ficou em conjugação de aromas e sabores, durante cerca de 3 horas.


Numa frigideira, coloque o azeite, a cebola picada, o alho francês cortado às meias rodelas.
Deixe alourar e misture o pimento cortado aos cubos e a carne.
Deixe cozinhar, de modo a que o produto final se situe bem próximo do frito.


Ingredientes para o arroz:


- 2 chávenas / xícaras de arroz
- Azeite
- Sal q.b.
- Pimenta q.b.
- 1/2 cebola
- 1 beterraba
- 1 cenoura 
- 1/2 alho francês
- 2 ou 3 folhas de couve

Modo de preparação:

Pique a cebola para um tacho com azeite e deixe ficar translúcida.
Junte a cenoura, o alho francês, as folhas de couve partidas grosseiramente e a beterraba cortadas aos pedaços, como entender!
Tempere de sal e de pimenta e deixe que o vermelho da beterraba vá tomando conta de tudo.
Adicione o arroz e aprecie a absorção deste, da cor que o envolve.
Envolva tudo, com um garfo e com a doçura que o arroz exige.
Deixe cozinhar e vá-se deliciando com a peremptória e determinada cor com que o arroz fica.
Ficou iluminado com o lamber do fogo!


Ingredientes para a salada:


- Alface
- Tomate
- Requeijão (esfarelado)
- Rosmaninho (o que cobrir o fundo de um copo)
- 1 dente de alho (bem picado)
- Azeite
- 1 limão (sumo)
- Sal q.b.
- Pimenta q.b.

A preparação é, exclusivamente, da responsabilidade da sua vontade, decisão ou habitual modo de misturar todos os ingredientes.




Certo de que estamos entendidos e

 consonantes nas lides do deguste,

fique com um sincero desejo,

 de um apetite bem polvilhado de

 sorrisos, 

que traduzam a satisfação.






Fonte das imagens: Janielson Martins





segunda-feira, 4 de abril de 2016

CAFÉ COM LETRAS - ILUMINÁRIAS NÃO ELÉTRICAS (CERÂMICA)

Castiçais, candelabros, candeias, lanternas, lucernas, ..., enfim iluminárias não elétricas, são objetos que tem atravessado a história da humanidade, pelo seu cariz utilitário e do grande valor que à luz foi, é e será atribuído.

Objecto presente, pela sua curiosa capacidade de acompanhar, quase sempre de forma despercebida e, por vezes, até despeitada.

É um objeto de luz, é um objeto de feição contra os medos, contra as trevas, contra o incerto, contra a invisualidade.

É um companheiro de presença, sem que exija o retorno de gratidão.

É um companheiro do conhecimento, da visão, da luminosidade.

São os substitutos da luz natural. 

Contrariador das limitações causadas pelos naturais movimentos da Terra.

Por eles, vê-se artificialmente.

São os objetos iluminadores, aqui expostos em categorias, consoante os materiais e a adequação funcional.

São de pendurar; de colocar sobre móveis; de pé alto para o chão; utilitários, decorativos ,..., sendo que, todos eles se conjugam no território da disponibilidade em prestar.

Impensável esta história da humanidade, sem estes preciosos objetos.

Nesta rubrica - "Café com Letras - Iluminárias", foram publicadas as matérias inerentes às iluminárias não elétricas, sendo que, na presente matéria, estão inclusas as iluminárias de cerâmica (grés, barro e porcelana).


(Medida da largura máxima)


 10 cm

09 cm / cada


10 cm


07 cm


09 cm


09 cm

15 cm


17 cm


16 cm


13 cm


08 cm


14 cm / cada


22 cm

(Medida da altura)

07 cm

10 cm


07 cm

11 cm

17 cm


20 cm

14 cm

35 cm


13 cm


07 cm

48 cm

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Fonte das imagens: Janielson Martins


domingo, 3 de abril de 2016

CAFÉ COM LETRAS - TORNICO PELA MANHÃ

Tornico! Como ele só ... !!!

O Tornico é um potente elixir restaurador de energias psíquicas e físicas!

É um estimulante tónico do corpo e da alma!

Ele é o renovador do ânimo e do sentido de vida! 


Elimina saturações, monotonias, desgastes, rotinas ... enfim! O Tornico é um repositor de existência! Tem um eficaz efeito anti-depressivo e ansiolítico, enriquece a actividade psicológica e fisiológica de forma notável, com motivação, felicidade e prazer que, em análise, tem o efeito catártico e imediato, que apenas a flutuação da paixão e do amor pode gerar.


É, realmente, o Tornico é um Cúpido! Safadinho, sem dúvidas, mas de uma ternura que apenas os mais nobres degustes poderão identificar.

O Tornico é a excelência em matéria e em espírito. Compõe-se de todos os componentes que eternizam a condição humana e, até, supra-humana!

Compõe-se de um pacote infinito e transbordante de ternura, carinho, beleza, honestidade, honra, nobreza, dádiva, elegante e inesgotável pacatez e recato e, da fonte eterna do respeito, igualdade, liberdade, fraternidade, justiça e equilíbrio.

Adiciona-se a este reportório de desejadas e eleitas qualificações, os ingredientes que a materializam, para os lambuzados degustes do tacto, dos sabores, dos ouvires, dos olhares e dos cheiros, tanto nos desígnios das pulsões de vida, de desejo e sexuais, como nas do amor e paixão. 



A existir a pulsão para a fusão, aqui, será o seu seguro lugar! 
No Tornico...!


Facilitadores da materialização do Tornico (dosagens ao gosto e com permissão para a substituição ou eliminação de ingredientes ... se não houverem nozes, há castanha de caju ou amêndoas, ou sementes de jaca cozinhadas ... cumpra-se a vontade de quem trabalha!):


Este Tornico, restaurador energético e de ânimo, materializou-se, 
para além do descrito, através de:

- Abacaxi (1 rodela com cerca de 2 cm de largura)
- 6 morangos 
- 2 kiwis
- 1 limão (sumo)
- 1 cenoura (não retire a pele)
- 1 colher de sopa de mel
- 1 iogurte líquido de melão
- 1 iogurte de limão
- 1 copo de gelatina de limão
- 1 copo de água de coco (1 colher de sopa de coco ralado, num copo com água, caso não tenha a genuína)
- 1 ovo (inteiro e cru)
- 4 nozes
- 1 colher de sopa de sementes de linhaça moídas
- Bagas goji (1 colher de chá)
- 1 colher de chá de chá preto
- 6 folhas de hortelã
- Gengibre (cerca de 3 cm)
- Pimenta preta (1/2 colher de café, acabada de moer)
- 1 colher de chá de canela em pó.


O trabalho de tudo misturar, foi da exclusiva responsabilidade do liquidificador!


O apimentado do gengibre e da pimenta, misturado com a frescura da hortelã, 
com as fragrâncias das frutas, o aconchego do pacote de nutrientes matrimoniados, 
na globalidade da presença generosa da acção vital dos minerais, 
da riqueza proteíca e vitamínica e decorado com o sorriso prévio do vidente, 
perante a certeza da magia adivinhadora do prazer e do sabor, 
são as mais próximas semelhanças da revitalização dada por este Tornico.


Na impossibilidade de poder ter as caracterizações psicológicas do Tornico, 
satisfaça-se com a sua potente materialização.


Um excelente, pujante e avantajado copo do energético Tornico, em matéria!

Boa companhia para iniciar (para quem ainda não o fez!)
a imperdível leitura e análise de "Os Subterrâneos da Liberdade", 
trilogia composta por:
"Os Ásperos Tempos", "Agonia da Noite" e "A Luz no Túnel", 
do sempre presente, eterno e imenso Jorge Amado.

Fonte das imagens: Janielson Martins