Homenagem ao Interior.
Homenagem ao Homem e à Mulher do Interior.
A interioridade brasileira, salvo raras excepções, tem tido a sina de ter sido condenada ao abandono e à desigualdade, tanto nas oportunidades,
como no trato plasmado e consagrado na constitucionalidade.
Gratidão para com a garra e as vontades das populações do Interior,
devidas por todo o povo brasileiro.
Desigualdades nas oportunidades, traduzem, no imediato, um grave lanho na liberdade e no usufruto dos direitos, através da privação legal nas acessibilidades à justiça.
Desigualdades no trato, traduzem, igualmente um desencontro de direitos e deveres, uma vez que a difusão de responsabilidades e os abusos de poder, pela via da escassez de meios e de recursos, surge como via reparadora de lacunas e de necessidades,
onde as básicas, frequentemente, se incluem.
Um país civilizado não é um país abandónico, nem um país discriminatório,
no que concerne aos direitos populacionais.
A igualdade rege-se pelo mecanismo de auto-protecção e auto-determinação colectivas,
no regime constitucional.
O primitivismo operativo dos meios menos favorecidos, no concernente à
igualdade, liberdade e justiça, fomentados pelas negligências governativas,
institucionais e políticas, servem de bode expiatório a outras camadas populacionais,
pela imatura e inacabada composição psicológica destas
e pela sujeição a que aquelas outras estão condenadas, contudo erguidas!
Sistemas sociais salutarmente evoluídos não necessitam de bodes expiatórios para se vangloriarem e enfeitarem as suas lacunas psíquicas, ao ponto de não as reconhecerem!
Parece sina ... não o sendo!
A interioridade tem o seu qualificador nas origens e na serenidade,
que muito pouco se tem considerado.
Na interioridade está o secretismo de cada um e o secretismo de cada comunidade.
Está o cerne, a essência, o núcleo organizador. É o interior. É o interior de cada um.
Estão os desejos íntimos, estão os medos, os fantasmas e as aspirações, está a proximidade do genuíno, está o afastamento do falso e do supérfluo.
Estão as regras de sobrevivência e vivência sociais, expostas nas atitudes e manifestos de todos, como mecanismo assegurador do equilíbrio social.
Estão também as partilhas e as seguranças de vida, onde o todo funcional não é redutível ao somatório dos diversos componentes, nem dos fragmentos
de conveniência ou de logroso equilíbrio.
No sereno e no silêncio da interioridade está o som do discurso do pensamento e do desejo.
São as mais valias da segurança, onde o todo social é
de todos e onde o todo individual se aconchega.
Os tesouros da interioridade, plasmados no folclore, na arquitectura, na música, na gastronomia, nas convicções e crenças, nos usos e costumes, vividos de Domingo a Domingo, parecem ritualizações rotineiras mas, antropológica e psicologicamente estão encharcadas de inovação, variedade e de criatividade.
Cada função, cada tarefa ou comemoração, não se iguala às anteriores, onde o tónico do prazer é colocado naquele momento, de forma peculiar, como se fosse uma primeira vez.
O Rio Grande do Norte é muito mais do que o seu rico, belíssimo e cosmopolita litoral.
INTERIORES E INTERIORIDADES
Bem Vindos
Bienvenue
Welcome
Bienvenidos
Benvenuto
Willkommen
Uma paragem, para uma tarde numa amigável, acolhedora e ternurenta localidade do interior do Rio Grande do Norte, em passagem para terras da interioridade mais interior,
já Sertão!
Serra da Tapuia inclusa no município de Sítio Novo, microrregião da Borborema Potiguar,
no Estado do Rio Grande do Norte - Brasil.
A sede dava sinais de incómodo quando, já na Serra da Tapuia,
surge a pousada que foi olhada como um oásis.
A simpática e protectora pousada - Pousada de Santa Inês.
Os sucos de maracujá, bem reconfortantes, frescos, repositores e hidratantes, fizeram
o renovar do brilho e dos sorrisos.
Momento de esticar as pernas, num passeio calmo na pracinha e pelas ruas, de
modo a integrar o espaço vital e colectivo da localidade.
Serra da Tapuia
Ambientes rurais e urbanos da Serra da Tapuia ...
... depois de entrar volte a fechar o portão!
Bem vindos à Serra da Tapuia.
A Serra da Tapuia, sem precisão, deverá ter um número próximo dos 1.500 habitantes.
Conta a lenda que, a índia Tapuia, habitante natural da região,
de coragem invulgar e coerente nos seus intentos de liberdade,
ao ser perseguida por um colonizador,
e sentindo a dor do possível encurralamento,
decide lançar a filha de um lageiro, seguindo-se
o suicídio.
Simboliza a coragem e a determinação dos tapuienses,
enquanto nobres e senhores das suas liberdades.
Jamais sujeitos a domesticações e a submissões subalternas.
A altivez das gentes da Serra da Tapuia está patente nos
genes da sua socialização e independência decisória.
Notável Povo, notável Índia Tapuia.
Serra da Tapuia, Tapuienses.
Encanto de nome, encantadora designação.
Glorificação da interioridade, do Interior.
Ouvida a lenda, no sereno do aliviante e inigualável pôr de sol,
o pôr de sol no Interior,
sente-se a presença da índia Tapuia,
avistando-se um dos ex-libris da localidade - o Castelo do Zé dos Montes.
É o deslumbre do sol em despedida, num "até amanhã" vocalizado
pela imaginação, como se fosse ele o mutável!
É uma despedida do dia ,..., da Índia Tapuia aos Tapuienses!
Tapuia dos desígnios libertadores.
Fonte das imagens: Janielson Martins
|