Publicado ... agorinha !!! ... em Maio de 2016, no site www.psicologia.pt
do Portal dos Psicólogos
http://www.psicologia.pt/artigos/ver_opiniao.php?portugalite-instituida&codigo=AOP0391
Um artigo de três psicólogos portugueses, escrito em 2014 em Braga, que se reveste de extrema clareza e notoriedade, tanto pelo cariz demonstrativo, como pela possibilidade de se referir a outros desígnios, como pelo promotor intento de abrir consciências
comunitárias numa amplitude sociológica.
"... tenho uma infecção no país ..." sub-título do texto original, que foi publicado com o título de "Portugalite Instituída".
Autorizado pelos autores, "roubei" o sub-título para titular esta matéria ... que se aplica, indubitavelmente, tão bem, mas num chorado "tão bem" ... ao meu Brasil!
Lamentavelmente ... serve que nem uma luva ao tamanho!
Permitam-me os conselheiros da nobre justiça ética e mundana, dizer que ... se tem significado na Europa ... tem um colossal significado, entre outros, ..., no Brasil ... infelizmente para todos!
Mas, com gente assim ... como o são estes três notáveis trabalhadores e homens de intervenção, não há silenciamentos no mundo, sobretudo no concernente às injustiças, desigualdades, abalos nas liberdades e sobre os abusos de poder.
Nobres denúncias de corruptibilidades, nobres denúncias de suspeitas e de obscuras estratégias ... revejamos-nos nestes exemplos ... e o mundo institucional, político, económico e social passará a brilhar à luz das estrelas ... para todos!
Com permissão, deixarei a "infecção relativa ao país", em branco, de modo a que cada leitor possa preencher com o nome do país (ou outro ...) que entender ...
Ficará assim: " .................... lite Instituída ... tenho uma infecção no país!".
Deste modo, estende-se a verdade ... certamente!
... tanto que vi o Brasil, neste texto ...
... LIBERDADE ... IGUALDADE ... JUSTIÇA ... AMOR ... TRABALHO ...
SEM OLVIDAR !!!
Paulo Correia Mariano Passos ...
" Portugalite Instituída
Paulo Correia; Paulo Mariano; Paulo
Passos | 2014
Psicólogos (Barcelos, Amares, Braga) | Portugal
Idioma: Português (Portugal)
Palavras-chave: adultícia, justiça,
conhecimento, adaptação, defesas, consciência, identificação, trabalho, doença
psicológica e laboral
O relacionamento inter-pessoal e o dinamismo intra-pessoal, em espaço
profissional é francamente beneficiado e melhorado se cumpridor dos postulados
regidos pelos conhecimentos da Psicologia Social e do Trabalho/Organizações,
nas suas esferas integrativas e adaptativas do indivíduo em movimentação e
interacção social e laboral, balizado por sistemas normativos e por processos
de influência social que, raramente clarificados e consciencializados são,
regidos pelo obscurantismo da imperfeita conveniência, enraizadamente numa
versão circunstancial.
Contudo, num cenário de conflitos de índole laboral, salientam-se os
contributos decorrentes da Psicologia Clínica, tanto no seguimento das
intenções preventivas e adaptativas, como das intenções de minimização e/ou resolução
dos próprios conflitos.
Estes contributos (da Psicologia Clínica), que deviam estar inclusos nos
serviços de Saúde Ocupacional de cada instituição, estão centrados na oferta, a
todos os profissionais (independentemente dos cargos e funções), de meios
terapêuticos facilitadores de promoção de consciencialização das próprias
representações mentais e mecanismos defensivos, que constroem as matrizes
idiossincráticas, tão punitivas para sujeitos, como para os sistemas
profissionais.
Não é função de uma valência de Psicologia Clínica, nos serviços de Saúde
Ocupacional (ou similar) de cada instituição, ser depósito de desabafos e
coscuvilhices ou de qualquer outro tipo de saturante, inútil e desmotivante
débito de opiniões transformadas em factos, com o risco fácil de se transformar
uma intenção de ajuda numa conversa doméstica.
A intenção do suporte da Psicologia Clínica deve traduzir-se pela
canalização potenciadora da maximização da conjugação dos critérios de
satisfação relacional e produtivos, apetrechando os destinatários de
instrumentos ajustados (isentos de cariz opinativo e caseiro) para o exercício
salutar e cabal das suas funções, no registo do respeito, do equilíbrio
psicológico, da maturidade, da viabilidade da actualização das próprias representações
mentais, centralizando o conflito na objectividade, para a sua resolução,
devendo criar e facilitar a promoção:
· - da identificação dos próprios medos e angústias;
· - da identificação e reconhecimento dos próprios mecanismos de defesa;
· - da auto-consciencialização e da génese da actividade pulsional e
intencional;
· - da capacidade de identificação (em si e nos outros) de padrões de
comportamentos assertivos, passivos, agressivos e manipulativos;
· - da lucidez para diferenciar opiniões (próprias e de outros) e certezas;
· - de consciencialização que as próprias necessidades não podem ser
travestidas de interesses e necessidades de utilidade colectiva;
· - de um posicionamento centrado na unidade funcional e não num indivíduo;
· - de posicionamentos psíquicos críticos;
· - da concordância do colectivo:
· - de identificação das próprias motivações e construções idiossincráticas;
· - da capacidade de avaliação dos próprios motivos funcionais e as
consequências sobre o trabalho e sobre as outras pessoas.
... É muito usual, contudo, que modelos operativos domésticos
(institucionalmente desajustados, porque construídos no formato opinativo e
para uso caseiro) sejam transpostos para o espaço profissional.
Pelo seu cariz de privilégio pessoal e subjectivo são, quase
invariavelmente, caprichosos, imaturos, incompetentes, inoperantes, corrosivos
e parasitas da auto-regularização e auto-determinação do colectivo e das
equipas, para além de promoverem e agravarem conflitos (laborais e pessoais),
gerando insatisfações, desconfortos, desprazeres, inoperâncias e, …, inúteis
gastos!
O frequente manifesto deste género de contextos é traduzido pela
incongruente e ineficaz operacionalidade de determinados indivíduos, atitudes e
comportamentos, nada condignos à tão desejada evolução e maturação da
articulação entre relacionamentos e produtividades, de onde se salientam alguns
exemplos desses manifestos:
· - frequente e excessivo sentimento de posse e de anseio de galões (galões
estes tão desejados por tantos e nenhuns a assumirem);
· - sobrevalorização da imagem;
· - inferioridade e menoridade;
· - caprichos, birras e amuos;
· - falsidades e mentiras ao serviço da conveniência;
· - fomentação de distância e/ou superioridade face ao grupo;
· - impedimento da imediata circulação de informação;
· - frustração e dissimulação;
· - tendência à manipulação e à inacessibilidade;
· - tendência a debilitar a verdade;
· - reclama, para si, louvores e glórias grupais e de outros;
· - decisões solitárias em assuntos respeitantes a todos;
· - transformação das próprias “miudezas” em trabalho de excelência;
· - tentativa de catarse pelo poder e pelo abuso do poder;
· - existentes e valorizados modelos (caducos e apodrecidos) de hierarquização;
· - tendência à ignorância, à mansidão e à cega obediência;
· - dependência da paternalidade e/ou maternalidade;
· - castração da criatividade;
· - necessidade de busca de protagonismo e reconhecimento (por carência ou
falência de meios psicológicos próprios);
· - consideração pelo programa de vida pré-estabelecido;
· - protagonista da vida alheia;
· - imaturidade (por castração e desesperança);
· - conveniência do queixume;
· - opinião sem crítica;
· - fácil adesão a vias corruptas;
· - egocentrismo, egoísmo e o vício da auto-centralidade;
· - clássica inferioridade das chefias intermédias;
· - cobardia, a inveja e os rancores;
· - chefias de topo inadequadas;
· - eterna imagem vendida ao bom retrato;
· - ácidos utensílios travestidos de pessoas;
· - medrosos não-pensantes camuflados pelo pedantismo, arrogância e
colonialismo;
· - e outras tantas caracterizações deste infeliz género.
… Enfim, toda esta desgraçada e desgraçante panóplia de mendigos
figurantes, atitudes e actos que desonram e desacreditam instituições,
trabalhadores e o acto laboral, mas que são habitantes ou visitantes de espaços
que se querem profissionais e sobre os quais urgem necessárias, corretoras e
salvadoras medidas, protagonizadas por todos (quais justiceiros/as da
igualdade, harmonia, desenvolvimento, equilíbrio, gregarismo e bem-estar) os
que se movimentam nas esferas da coerente e lógica maximização da função
relacional e produtiva, na base do precioso princípio: o grupo é o cerne do
desenvolvimento e a função de liderança é um lugar comunitário.
Mas é facto que toda esta conflitualidade, quase invariavelmente e até de
forma não voluntária, é devolvida aos espaços sociais e familiares, criando
conflitos de outra natureza e aumentando riscos de pró-descompensação mental,
onde a ansiedade e a depressão, a implicância e a irritabilidade, a
intolerância e os desajustes, estão entre os primeiros sinais/sintomas que, no
mínimo, são de forte significado de alerta.
Salienta-se que este pacote de sintomas/síndromes, de índole psicológico,
psicossomático e somático, são altamente consumidores (com desgaste e
desperdício) de energia psíquica (na tentativa de manutenção da integridade do
aparelho psíquico), conduzindo ao agravamento, ao empobrecimento, à diminuição
dos empenhos e dos desempenhos, quando o arsenal energético e motivacional
deveria estar canalizado para fins prazerosos, de enriquecimento, de
construção, de desenvolvimento e de produtividade.
As defeituosas e incrédulas usuais medidas inoperantes, punitivas e
escravizadoras, valorizadas pelos/as fungos fomentadores de dependência, apesar
de, eles/as sim, verdadeiramente prisioneiros:
· - dos conflituosos e torturadores afectos sexuais internalizados;
· - da obrigatória gratidão à sua dissimulada castração;
· - da sua constitucional inveja e cobardia;
· - da própria incompletude e inacabada construção psicológica;
· - das experiências abandónicas e persecutórias vividas no útero psicológico;
· - do desassossego;
· - do cinismo oportunista;
· - da intolerância à crítica;
· - do pânico da rejeição;
· - da ausência de alternativas e de relações securizantes;
· - da caducidade do rígido sistema de crenças e valores,
… perderão a voz quando silenciados/as com a esmagadora força da luz e do
brilho da inapagável estrela do direito, da justiça, da liberdade, da igualdade
e da materialização do poder, que se impõe escrito no colectivo.
Sem as letais moralidades, sem as entranhadas e ultrapassadas
portugalidades e caducos puritanismos (como formas de ocupação de um corpo e
por abstenção da ofuscada mente) e, pelo elegante vinco da notabilidade, a
evolução existe e existirá através do insuperável desprezo pela corrosiva e
miserável doença na outridade.
Portugal não pode reclamar o heroísmo e a nobreza de que tanto se decora e
fantasia pois, na sua versão de ode à menoridade e à glorificação do medo e do
sofrimento, apresenta dos mais baixos níveis de civilização e maturidade.
A demonstrar, está o grande afastamento relativo ao empenho, estimulação e
aplicabilidade da riqueza dos recursos oriundos das ciências sociais e humanas,
por um lado e, por outro, no que concerne à infeliz prática deformadora de
sensibilidades, através da instituída conceptualização de honestidades
alternativas (como se isso fosse possível – honestidade é honestidade, não tem
alternativa no registo lógico).
A nova roupagem da actividade inquisitorial, plasmada na pequenez e na
mesquinhez da eterna “actualidade acrítica” portuguesa e cujos reflexos são
visíveis na pró-institucionalização:
· - da humilhação;
· - da pobreza;
· - do analfabetismo psicológico;
· - da homofobia;
· - do desemprego;
· - da descarada corrupção;
· - das incertezas e represálias;
· - da perseguição e da mentira;
· - da manipulação e do cinismo,
… materializada pelos
actuais aparelhos de tortura (diplomacia, discursos saturados e isentos de
crítica e significado, abuso de poder, partidarismo, representações adulteradas
nos conceitos de estatutos e papéis e a imoral prática das nomeações - mesmo
que isso acarrete inúteis e extras despesas públicas - em detrimento dos
sufrágios para o desempenho dos tão desejados cargos públicos de directorias e
chefias, acreditando e considerando e, até defendendo, o folclore que caracteriza
muitos dos currículos), não está isenta de riscos e, tal como a apreciada
calçada portuguesa, por muito bonita que alguns a achem, só serve para ser
pisada.
Em prol da seriedade e da crença na genuína evolução dos sistemas sociais,
com total alheamento de interesseiras subjectividades, as medidas de natureza
informativa e formativa, conjugadas com as medidas de investimento
psicoterapêutico (já referidas), são de excelência para a melhoria e
qualificação das relações institucionais, com peremptórios efeitos dirigidos à
grata satisfação e ao vingar do direito e da justiça.
Aos/às psicólogos/as cabe a responsabilização (certamente com os aspirados
e devidos formatos de garantia de protecção) de promoverem, alertarem,
realizarem propostas e projectos interventivos, dirigidos à criação e/ou
manutenção do bem-estar profissional e institucional, a bem da transparência do
direito, à boa, satisfatória e gratificante prestação de funções e cuidados
laborais.
A listagem de títulos e autores para a concretização de programas,
relativamente ao exposto, é vasta e, como tal, com possibilidades de selecção
bibliográfica dentro do enquadramento de conforto de cada psicólogo/a.
Salienta-se que a aconselhada credibilidade deve passar pela capacidade de
elaboração da segurança/insegurança dada pela experiência profissional de
trabalho institucional, de modo a que seja, naturalmente viabilizada, a
clareza, a adesão e a coesão dos intervenientes para com os intuitos a fomentar
ou a actualizar, em prol de um renascimento.
… Uma das colossais barbaridades que se fazem em Portugal (e certamente
noutros locais do mundo do mesmo calibre), é serem atribuídas caracterizações e
qualificações de mais-valia a pessoas com base nos cargos e/ou profissões =
subalternidade crónica portuguesa …
… Um nomeado nunca é um eleito! A necessidade justificativa das nomeações é
o medo à igualdade, à justiça e da liberdade.
… Sempre estagnados e pasmados a assistir ao passar da vida, enquanto a
História nos oferece futuro, mas a cegueira institucional, social e familiar
não tem permitido sacudir a mortalha …
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
- A. S. Neill
Liberdade Sem Medo
IBRASA, S. Paulo, 1976
- Louis Althusser
Política e História
Editora Martins Fontes, S. Paulo, 2007
- A. Jacinto Rodrigues
Viva Reich
Editora Afrontamento, Porto, 1981
- David Cooper
Gramática da Vida
Editorial Presença, Lisboa, 1974
- David Cooper
A Decadência da Família
Portugália Editora, Lisboa, 1971
- Wilhelm Reich
As Origens da Moral Sexual
Publicações D. Quixote, Lisboa, 1988
- Arno Gruen
A Loucura da Normalidade
Assírio e Alvim, Lisboa, 1995
- Arno Gruen
A Traição do Eu
Assírio e Alvim, Lisboa, 1996
- André Glucksman
Estruturalismo em Marx e Althusser
Edições Rés Limitada, Cadernos de Teoria e Conhecimento - 5
- Michel Pécheux et Michel Fichant
Sur l`Histoire des Sciences
Librairie François Maspero, Paris, 1969
- D. W. Winnicott
Deprivation and Delinquency
Tavistock Publications Ltd, London, 1984 "
Iluminação para a liberdade ...
... eternamente !!!
|
Fonte das imagens: Janiel Martins |