DIA DO TRABALHADOR
Trabalho gerador de felicidade e de realização.
Trabalho gerador de felicidade e de realização.
Com foice, agulha, lápis, martelo, pincel, bigorna, enxada e todas as demais ferramentas bélicas que de TRABALHO são, sai e canta, dá alta voz ao direito, assassina a mansidão e a dor,
acorda consciências e faz o teu dever de MACHO, de FÊMEA, de GENTE -
IGUALDADE
FRATERNIDADE
LIBERDADE
JUSTIÇA
... como exclusivo patronato universal ...!
O ano um eterno 1º de MAIO.
Exterminar espartilhos ... de todos os formatos,
sobretudo os dissimulados, os ferrados em armadilhas.
"(...) Vinha de longe, de eras em grande medida ignoradas, o ensinamento
de que sem tempo para a prática do sonho o ser humano não vive, só sobrevive.
Assim se retemperava Estevão da corrupção legitimada que ele via as instituições
continuamente erguerem a pretexto de desenvolvimento (...)."
"(...) cada povo tem as suas especialidades. O povo português tem esta,
inscrita no seu assombroso ADN: é uma nação doutoral.
Se viesse a deixar de ser um país de dótores, diríamos - para
empregar uma pitoresca expressão popular - que o caldo estava entornado,
ou, trocando isto por miúdos, que talvez estivesse a bater à porta do país uma revolução.
Ora, Deus nos livre delas, como nos livrou da de 1974/75! Efectivamente, foi
graças à intervenção divina, em que participaram também muitas forças profanas,
mormente com tanques, que hoje podemos continuar a assistir a folhetins tão
fascinantes como a história escolar de soberbas personagens da política ou
a espectáculos tão edificantes e fragorosos como a Queima das Fitas, partes
congénitas e demopsicológicas da mentalidade doutoranda nacional. e
verdadeiro ouropel da vida cultural em toda esta região,
muito em particular nas suas feições faustosamente relinchantes."
Júlio Henriques. Fonte da imagem: internet |
de que sem tempo para a prática do sonho o ser humano não vive, só sobrevive.
Assim se retemperava Estevão da corrupção legitimada que ele via as instituições
continuamente erguerem a pretexto de desenvolvimento (...)."
"(...) cada povo tem as suas especialidades. O povo português tem esta,
inscrita no seu assombroso ADN: é uma nação doutoral.
Se viesse a deixar de ser um país de dótores, diríamos - para
empregar uma pitoresca expressão popular - que o caldo estava entornado,
ou, trocando isto por miúdos, que talvez estivesse a bater à porta do país uma revolução.
Ora, Deus nos livre delas, como nos livrou da de 1974/75! Efectivamente, foi
graças à intervenção divina, em que participaram também muitas forças profanas,
mormente com tanques, que hoje podemos continuar a assistir a folhetins tão
fascinantes como a história escolar de soberbas personagens da política ou
a espectáculos tão edificantes e fragorosos como a Queima das Fitas, partes
congénitas e demopsicológicas da mentalidade doutoranda nacional. e
verdadeiro ouropel da vida cultural em toda esta região,
muito em particular nas suas feições faustosamente relinchantes."
Júlio Henriques, Portugal
Em: Alucinar o Estrume
SÃO DIAS
Paulo Passos, Portugal
Comemorar tido num dia
A festa faz-se em dó
Com cores de vagabundagens
Que se vestem de trabalho
Engatam na pobreza
Engajam na miséria
Enganam na humildade
Na vergonha e na FOME
Em sofrimentos tidos num ano.
Comemorar tido num dia
Desigualdades tatuadas
No direito que não é universal
Pode o dinheiro
Pode o poder
Manda o sufrágio
Enganador que é
Disfarçando a fome da fome
Em sofrimentos tidos num ano.
Comemorar tido num dia
Vergastadas estão as almas
Que de altivez invadem seres
Desgraçados sem nó de laço
Enforcam na vã farra
O que de amanhã se adivinha
Sem mais saber
Com tanto a esperançar
Em sofrimentos tidos num ano.
Comemorar tido num dia
A diplomacia sorri
De cínica que a preenche
Encolhe a vergonha
Exibe o medo
Tem MERDA aos rodes
No que lhe chama pensamento
Sem sangue não há igual
Em sofrimentos tidos num ano.
Comemorar tido num dia
Veste o traje sem queixume
Leva o orgulho no rosto
A fome debaixo do sorriso
Vem e escarra no que te bandejam
Reclama com colhões de macho
Faz guerra, LUTA
Aquela que é a de direito
Em sofrimentos tidos num ano.
Comemorar tido num dia
Lança as ratoeiras
Mata os ratos
Mata as ratas e ratazanas
Mata a peste da rataria
Corta-lhes o pio
Serra-lhes as asas
Envenena-lhes a essência
Em sofrimentos tidos num ano.
Comemorar tido num dia
Lança as ratoeiras
Mata os ratos
Mata as ratas e ratazanas
Mata a peste da rataria
Corta-lhes o pio
Serra-lhes as asas
Envenena-lhes a essência
Em sofrimentos tidos num ano.
Comemorar tido num dia
Extermina a fome
Esgota a desigualdade
Liberta a LIBERDADE
Faz a justa o ser, LUTA
Não caias na lograda história
Sente o teu lamento, a tua dor ... CARALHO
Com GUERRA salvarás
Comemorar tido ... TODOS os dias.
PRA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DAS FLORES
Geraldo Vandré, Brasil
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Somos todos iguais
Braços dados ou não
Nas escolas, nas ruas
Campos, construções
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer
Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer
Pelos campos há fome
Em grandes plantações
Pelas ruas marchando
Indecisos cordões
Ainda fazem da flor
Seu mais forte refrão
E acreditam nas flores
Vencendo o canhão
Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer
Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer
Há soldados armados
Amados ou não
Quase todos perdidos
De armas na mão
Nos quartéis lhes ensinam
Uma antiga lição
De morrer pela pátria
E viver sem razão
Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer
Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer
Nas escolas, nas ruas
Campos, construções
Somos todos soldados
Armados ou não
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Somos todos iguais
Braços dados ou não
Os amores na mente
As flores no chão
A certeza na frente
A história na mão
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Aprendendo e ensinando
Uma nova lição
Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer
Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora