domingo, 14 de maio de 2017

SUSTENTO DA ALMA - AMORDAÇADOS

Paulo Passos / Portugal.
Como qualquer outro criminoso,
a injustiça também tem mãe - a TIRANIA,
a sempre tóxica tirania.

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Na sua essência bio-psicológica a humanidade é una.
Na sua essência social a humanidade é una, com duas alíneas:
- Os favelados,
- Os que julgam que não o são.

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O preço da tirania e da corrupção
é sempre pago pelos desfavorecidos.

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MORDAÇAS

Mordaças que fuzilam a alma,
Mordaças que secam vontades,
Mordaças que castram pensamentos,
Mordaças que se suportam na mansidão
Obedecer ... OBEDECER ...
Castrar liberdades ...
Reprimir direitos ...
Dizer ... BENÇÃO ... à miséria e à submissão ...
Glorificar a dor ...
Agradecer o sofrimento ...
São os verbos dos carrascos
São predicados das ditaduras
Amordaçar ...
No corrosivo sorriso da tirania ...
Putas de ratazanas ...
Filhas da PUTA
Filhos da PUTA
Paulo Passos


"(...) Não compensar o trabalho é aniquilar o estímulo de trabalhar (...)."
Manuel Laranjeira

Manuel Laranjeira / Portugal, 1877 - 1912. Fonte da imagem: internet.
"(...) Representa esta passividade do povo português, em face da parasitagem que o devora, um profundo sentimento de cobardia? É esgotamento de dignidade? É exaustão da sua dignidade de reagir? Não.
Ninguém lhes ensinou os seus direitos e os seus deveres. Ele, dos direitos do homem tem apenas a noção secular, tradicional: obedecer. Os seus direitos de cidadão livre? Mas como querem que ele os defenda, se nem sequer sabe que eles existem? E com esta consciência moral de servo que ninguém educa até a transformar numa consciência de homem livre, lá se vai debatendo inutilmente a arrancar do ventre da terra-mãe a ilusão da subsistência quotidiana, ou, numa fúria animal de viver, emigra à conquista de pão.
Quanto à minoria ilustrada, como não há-de ser ela pessimista, se se sente isolada, inutilizada, nesta atmosfera de ignorância? Se sente triunfar apenas a escória mental e moral da raça portuguesa? (...)"
Manuel Laranjeira - Pessimismo Nacional (Publicado pela 1ª vez em 1907 - 1908, no jornal - O Norte / Porto).

Miguel Real / Portugal. Fonte da imagem: internet.
"(...) Com efeito, "Pessimismo Nacional" refulge hoje com uma actualidade inisutada. Sob a diferença da conjuntura, vibra hoje, estruturalmente, um século após a sua publicação, o mesmo Portugal que Manuel Laranjeira conheceu entre a última década do séc. XIX e a primeira do séc. XX: instituições bloqueadas ou ineficazes (Justiça, Educação, Saúde), uma classe política genericamente medíocre - refugo, em todos os partidos, das notáveis direcções refundadoras da democracia - , uma Assembleia da República de funcionários, em que mais sobeja o interesse do que o pensamento, um empresariado especulativo, assente no betão e no comércio de curto prazo, elites jogando com a sorte, visando a fama sem o suor do estudo e do trabalho, um povo bárbaro rastejando em Fátima ou ululando em estádios de futebol, de olhos grudados numa televisão vocacionada para mentes imbecis, frequentando os delirantemente maiores centros comerciais da Europa (...)."
Miguel Real. Prefácio de "Pessimismo Nacional" de Manuel Laranjeira,
Edição OMNIA OPERA, Guimarães, 2012.


Júlio Henriques / Portugal. Fonte da imagem: internet.
"Sem chefes não há rebanhos e isto é uma grande catástrofe."
Júlio Henriques


Fred Astaire / EUA, 1899 - 1987. Fonte da imagem: internet.
"Quanto mais alto subimos, mais erros nos são permitidos.
E quando estamos no topo, se errarmos o suficiente,
isso passa a ser considerado o nosso estilo."
Fred Astaire



Edição: Paulo Passos




quinta-feira, 11 de maio de 2017

CONGRO FRITO


Ingredientes:

- Congro fresco
- Limão
- Vinho branco
- Oregãos
- Pimenta branca
- Colorau
- Farinha de trigo
- Coentros
- Sal
- Óleo de fritar


Modo de preparação:

Sendo o congro (safio ou cação ... penso serem o mesmo e, a diferirem, 
talvez se prenda com fases de desenvolvimento ...!) um peixe bastante espinhoso, 
sugere-se que o corte em postas bastante finas.


Em São Miguel é hábito deixar as postas finas 
a marinar em limão e vinho branco, de um dia para o outro, 
para ajudar a amolecer e, como tal, serem de menor incómodo.
A marinada inclui sal e coentros.
A fritura ainda torna as espinhas mais quebradiças, 
pela crocância que lhes é incutida.


Misture num prato, a farinha, o colorau, os oregãos e a pimenta.
Envolva posta por posta do peixe, neste preparado.
Em óleo quente vá fritando, sem exagerar na quantidade de peixe que 
coloca de cada vez, para não arrefecer o óleo.
Deixe descansar sobre papel absorvente e acompanhe com um vinho branco, 
salada de alface, cebola nova e tomate, temperada a seu jeito.


Coma fruta, a que lhe apetecer ou lhe for possível.

A estes que a ternura invadiu - Fernanda e Paulo (Marianos),
fica um beijo ... bem no meio do tempo ...!!!
Parabéns querida e doce Fernanda.

Edição: Janiel Martins

domingo, 7 de maio de 2017

CAFÉ COM LETRAS - DIALOGANTES



SOB E SOBRE A PELE
(Janiel Martins - RN / Brasil)

Sob a pele e sobre a pele 
pelados ou por pelar.
Vos tenho.
Aqui no meio do tempo.
Dois mastros que me entesam 
pelo texto, pela palavra, por vós.
Um no cheiro, 
no tacto e no sabor.
Esse que é um ser eu.
Outro no imaginar, 
nos sentidos exaltados 
pelo mistério da incerteza sonhada.
São dois, feitos homens feitos, 
que se respondem nos desenhos grafados 
e perpetuados nos seus escreveres.
Texto de um, belezado pela essência impulsiva.
Texto de outro, belezado pela análise.
Texto de um, projectiva criação.
Texto de outro, analítica interpretação.
Dialogantes inteiros.
Meus.
Sob e sobre a pele.
Amados donos dos vossos dizeres 
... convosco sou.


Fonte da imagem: Facebook
SOB A PELE
(Antônio Baltazar Gonçalves - SP / Brasil)

Não há pressa na pele papel macio
do homem mais velho;
Não há demora na pele seda porcelana
fria do rapaz de frete.

Vivem sós, marcaram esse desencontro.
A pressa do rapaz é olho de águia na grana,
não aprendeu amar.
A demora no olhar do outro é gana,
esqueceu-se como se ama.
Seria bonito de ver se o caso fosse outro,
de amor entre dois homens
encontro de gerações como oração coordenada
pelo desejo nato desinibido
ou a simples sobreposição da pele
à sede de hidratação
ou troca de afeto,
solidão mordida ou apenas fome.
Mas não é o caso,
embora comum é famigerado esse encontro.
Os dois foram tatuados no escuro
marcados pela vida, um será o outro amanhã.
Sendo a pele o maior órgão do corpo
se compreendida tornar-se-ia
e a tudo, o mais humano de nós.
Mas não é o caso o caso desse encontro.
Aqui a pele é moeda de troca
papel de grife
embrulho
do perfume o frasco
perfumaria
mal tocada quebra
tanto mais trocada mais sangra.
A pele nunca está pronta.
Por negros pêlos de um lado
e loiros finos fios do outro,
perfurada feito granito,
a pele eriçada é a mais bela flora
na epiderme em choque.
Flor repisada, duro espinho
brutal arma na bainha.
Por fim, o acerto é feito
: amor abjeto, a obra
o coito.
Vivos beijos mortos de línguas tensas,
o silêncio é o oco do desejo que sobra.
Na pele dos dois um texto há muito redigido
é um pedido de socorro mal grafado,
o grito de um menino que foi abusado ,
gemido abafado, nada é esquecido.
O medo no ápice do orgasmo
pede colo e paz de abrigo.
Agora só há pressa,
grana gasta e marcas na grama.
Aplacada a gana, os dois buscam
no tempo o que não foram.
No escuro, a quixotesca figura se desfaz
depois de aplacado o furor.
Os homens seguem sem rumo seu rumo,
o que foi amplificado fica não dito.
Junto deles vai a sombra do medo,
cravado na memória do corpo
sob a pele.



SOBRE A PELE
(Paulo Passos - Braga / Portugal)

Esfregar na pele 
O sabor de língua
Esfregar na língua
O sabor de pele
O ansiado
O desejado
(In)cómodo e irresistível
Geme o tesão que é o teu
Não o que não te pertence
Não afogues o que tens
Porque não ao livre?
Solta no grito o jorro
Desamarra o pau.

Narração de angústias
Experimentos de vão
Tardios, perdidos
Em estepes de fraquezas
De mágoas
Ou de medos
Massacrado
Oscilante.

Dirás da pele
Que te é alma.

Mas tem desejo
Desejo e fuga
Deste não feito homem
Deste não feito gente
Desejo esquecido de ser
Desejo com dor
Mas tem outro querer
Mesmo o narcísico
De fugir
Par do tesão
Do tesão de ser homem.

Texto vivido
Denunciado
Discursação vérita 
Analítico em prosa
Dolorido em poesia
Cheira a medo
Tem narração
Tem mancha tatuada
Matador de um
Nascedor de outro
Fica no outro
No do homem teso
No teso que és tu
Ou todos
Gritador do teu gemido
Audível o teu tesão.

Diz de ti. 

Mutações 
Dirás.


Janiel Martins







quarta-feira, 3 de maio de 2017

SOPA DE ALFACE


Ingredientes:

- Alfaces
- Alho francês
- Cebola grande
- Salsa
- Azeite
- Sal
- Pimenta branca


Acompanhamento:

- Oregãos
- Queijo fresco
- Chutney (manga e lima)
- Azeitonas alcaparras
- Pão
- Laranja
- Limão
- Gengibre
- Mel



Modo de preparação:

Depois de cortar o alho francês em rodelas e a cebola bem picada,
refogue numa panela com azeite e um pouco de sal.
Reserve e, usando a mesma panela, escalde as alfaces, sem retirar os caules.
Passe-as na varinha mágica ou no liquidificador.
Misture o puré de alface com o refogado de cebola e alho francês.
Confira tempero.



Adicione uma chuvada de salsa picada e de pimenta do reino (branca)
e envolva carinhosamente.
Acompanhe com pão e queijo fresco polvilhado com oregãos,
azeitonas alcaparras e chutney.
Vitamine com um suco de citrinos, gengibre e mel.


E pronto ... fica consigo ...!!!

Fonte das imagens: Janiel Martins




segunda-feira, 1 de maio de 2017

SUSTENTO DA ALMA - TRABALHO É DIREITO É DEVER


LIBERDADES SEM MEDO
Sem Máscaras ... Sem Disfarces.



1 de Maio de 2017

DIA DO TRABALHADOR

Trabalho gerador de felicidade e de realização.



Do frágil faz a FORÇA ...
Com foice, agulha, lápis, martelo, pincel, bigorna, enxada e todas as demais ferramentas bélicas que de TRABALHO são, sai e canta, dá alta voz ao direito, assassina a mansidão e a dor, 
acorda consciências e faz o teu dever de MACHO, de FÊMEA, de GENTE -
 LUTEMOS em igualdade, pela igualdade e para a igualdade.



IGUALDADE
FRATERNIDADE
LIBERDADE
JUSTIÇA
... como exclusivo patronato universal ...!
O ano um eterno 1º de MAIO.



Exterminar espartilhos ... de todos os formatos,
sobretudo os dissimulados, os ferrados em armadilhas.


Júlio Henriques. Fonte da imagem: internet
"(...) Vinha de longe, de eras em grande medida ignoradas, o ensinamento
de que sem tempo para a prática do sonho o ser humano não vive, só sobrevive.
Assim se retemperava Estevão da corrupção legitimada que ele via as instituições 
continuamente erguerem a pretexto de desenvolvimento (...)."

"(...) cada povo tem as suas especialidades. O povo português tem esta,
inscrita no seu assombroso ADN: é uma nação doutoral.
Se viesse a deixar de ser um país de dótores, diríamos - para 
empregar uma pitoresca expressão popular - que o caldo estava entornado,
ou, trocando isto por miúdos, que talvez estivesse a bater à porta do país uma revolução.
Ora, Deus nos livre delas, como nos livrou da de 1974/75! Efectivamente, foi
graças à intervenção divina, em que participaram também muitas forças profanas,
mormente com tanques, que hoje podemos continuar a assistir a folhetins tão
fascinantes como a história escolar de soberbas personagens da política ou
a espectáculos tão edificantes e fragorosos como a Queima das Fitas, partes
congénitas e demopsicológicas da mentalidade doutoranda nacional. e
verdadeiro ouropel da vida cultural em toda esta região,
muito em particular nas suas feições faustosamente relinchantes."
Júlio Henriques, Portugal
Em: Alucinar o Estrume

Paulo Passos
SÃO DIAS
Paulo Passos, Portugal

Comemorar tido num dia
A festa faz-se em dó
Com cores de vagabundagens
Que se vestem de trabalho
Engatam na pobreza
Engajam na miséria
Enganam na humildade
Na vergonha e na FOME
Em sofrimentos tidos num ano.

Comemorar tido num dia
Desigualdades tatuadas
No direito que não é universal
Pode o dinheiro
Pode o poder
Manda o sufrágio
Enganador que é
Disfarçando a fome da fome 
Em sofrimentos tidos num ano.

Comemorar tido num dia
Vergastadas estão as almas
Que de altivez invadem seres
Desgraçados sem nó de laço
Enforcam na vã farra
O que de amanhã se adivinha
Sem mais saber
Com tanto a esperançar
Em sofrimentos tidos num ano.

Comemorar tido num dia
A diplomacia sorri
De cínica que a preenche
Encolhe a vergonha
Exibe o medo
Tem MERDA aos rodes 
No que lhe chama pensamento
Sem sangue não há igual
Em sofrimentos tidos num ano.

Comemorar tido num dia
Veste o traje sem queixume
Leva o orgulho no rosto
A fome debaixo do sorriso
Vem e escarra no que te bandejam
Reclama com colhões de macho
Faz guerra, LUTA
Aquela que é a de direito
Em sofrimentos tidos num ano.

Comemorar tido num dia
Lança as ratoeiras
Mata os ratos
Mata as ratas e ratazanas
Mata a peste da rataria 
Corta-lhes o pio
Serra-lhes as asas
Envenena-lhes a essência
Em sofrimentos tidos num ano.

Comemorar tido num dia
Extermina a fome
Esgota a desigualdade
Liberta a LIBERDADE
Faz a justa o ser, LUTA
Não caias na lograda história 
Sente o teu lamento, a tua dor ... CARALHO
Com GUERRA salvarás
Comemorar tido ... TODOS os dias.

Geraldo Vandré. Imagem cortada. Fonte: internet
PRA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DAS FLORES
Geraldo Vandré, Brasil
 
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Somos todos iguais
Braços dados ou não
Nas escolas, nas ruas
Campos, construções
Caminhando e cantando
E seguindo a canção

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer

Pelos campos há fome
Em grandes plantações
Pelas ruas marchando
Indecisos cordões
Ainda fazem da flor
Seu mais forte refrão
E acreditam nas flores
Vencendo o canhão

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer

Há soldados armados
Amados ou não
Quase todos perdidos
De armas na mão
Nos quartéis lhes ensinam
Uma antiga lição
De morrer pela pátria
E viver sem razão

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer

Nas escolas, nas ruas
Campos, construções
Somos todos soldados
Armados ou não
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Somos todos iguais
Braços dados ou não

Os amores na mente
As flores no chão
A certeza na frente
A história na mão
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Aprendendo e ensinando
Uma nova lição

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer


1º de MAIO - Dia Mundial dos Trabalhadores
Todos os dias ... que sejam dias dos Trabalhadores.

Gloriosa GENTE do trabalho, da honra e da verdade.

Edição de Janiel Martins, Brasil


quinta-feira, 27 de abril de 2017

RISOTO DE PEIXE


Ingredientes:

- Peixe
- Arroz para risoto
- Ervilhas
- Alho francês 
- Coentros frescos
- Limão
- Espargos
- Tomate
- Azeite
- Sal
- Pimenta
- Louro


Modo de preparação:

Numa panela coze o peixe (o que tiver, entender ou puder), 
em água, sal e uma folha de louro.
Retire a pele e espinhas e desfie o peixe.
Reserve a água da cozedura e descarte a folha de louro.


Cortado o alho francês em forma de meia-lua, refogue-o 
ligeiramente num tacho com um fio de azeite e sal.
Junte as ervilhas e um pouco de coentros picados.


Misture o arroz.
Adicione o peixe já em lascas.
Envolva cuidadosamente e confira temperos.


Para duas quantias de arroz, coloque 4 quantias iguais de líquido.
Este líquido deverá ser composto por duas quantidades da água 
de cozedura do peixe (coada) e outras tantas de água.


Logo que a natural textura do risoto seja atingida, retire do lume 
e sirva com espargos, tomate e uma chuvada de coentros picados, 
pimenta e um pouco de suco e raspa de limão.


Emprate, sente-se onde quiser, pense o melhor de si e ... risote-se ...!!!

Edição: Janiel Martins