COIMBRA
REGIÃO CENTRO
PORTUGAL
COIMBRA... NUMAS PITADINHAS...
O blogue – Comer e Saber – apresenta-se com o intuito de exterminar amarras. Impera-se em três rubricas: Sustento da Alma; Café com Letras; Gastronomia e Culinária, como ferramentas de promoção e fomentação de liberdades e pluralidades. Movimenta-se na consciencialização da noção de direito às criatividades, no débito da conjugação dos intrínsecos conceitos de SABER (enquanto fonte de SABOR) e o de SABER (enquanto fonte de CONHECIMENTO).
NU SILÊNCIO (II)
(Janiel Martins, RB/Brasil)
Os fortes são os que mais sofrem.
Os fracos só esperam pela morte.
Eu vou saltar do meu corpo, depois da morte, e viver o fragmento de mim.
Acho que se devia preservar o corpo, pelo menos ouvia-se tudo.
É mesmo, só que iria ficar com muito cheiro a mofo.
Só se nós falarmos com o Elon Mush e mandar os corpos para a lua.
Íamos ter a garantia de pelo menos sentir a frieza do universo.
E o sol quando expandir?
É mesmo!
Vamos fazer assim, falamos com o Elon Mush, para fazemos um lugar protegido, só para colocarmos os corpos e ficarmos protegidos para sempre.
NU SILÊNCIO (I)
(Janiel Martins, RN/Brasil)
É no silêncio
Que surgi
É no silêncio
Que surgiram as estrelinhas
É no silêncio
Onde tudo acontece
Foi no silêncio
Que surgiu o tudo
Poof poof ...black
Pára de me fazer medo, doido!
Tavas cantando, doida?
Estava pensando em voz alta.
É engraçado, não precisamos falar pra escutarmos.
É o quê, doida!
Deixa de ser abestalhado Francivaldo.
Esses dias eu estava vendo eu falando, sem estar falando.
Agora que complicou, "vendo falando", vai continua!
Eu estava falando e não estava usando a boca.
Estavas a pensar!
Eu sei, só que também estava falando.
Falar e pensar é a mesma coisa!
É nada, doido, eu fiquei pensado: já que eu não preciso de boca para falar as coisas também podem pensar e falar. Será José Francivaldo?
Vamos falar com as plantas?
As plantas não, as plantas já pensam e sentem, tu nunca prestou atenção como as plantas e as árvores se vestem tão bem?
Vamos, então, começar com as rochas.
O vento atravessa?
O vento acho que não, mais a frieza sim.
Oh meu deus, porque tu foste falar isto é tão ruim sentir frio, dói a alma.
Chora não doida, vamos desenhar dois olhos e nariz e uma boca nela, pra ver se ela consegue falar connosco.
E os pés e as mãos.
Pode ser.
Uau pedra, como tu tais forte.
Agora já podes falar comigo!
6º SENTIDO
(Janiel Martins, RN/Brasil)
Desculpa, não é o sexto sentido, mas um órgão.
A humanidade recebeu um novo órgão.
Foi tão rápido a implementação da internet, que o sentimento não tem mais valor.
Consumimos mais internet do que vivemos.
As ruas estão vazias... de homem.
É mesmo doida!
O vazio é um perigo. A Rússia invadiu a Ucrânia. Israel está em guerra com a Palestina.
Porquê guerra?
O homem sempre almeja a grandeza.
É por território, porque ele não se basta. É incompleto.
E o interessante, doida, é saber quando o homem vai acordar e reivindicar a posturar de humano e não o titulo de animal.
Hoje a tecnologia trabalha pelo homem e o homem não sabe que o direito é de todos.
Mas o homem continua a ser o pior dos animais... é gente perdida.
Investir em igualdade, será o kkk, ou o sonoro riso zombadeiro de um grupo americano... ou de demais.
DISTRITO DE BRAGA
PARQUE NACIONAL PENEDA GERÊS
PORTUGAL
HOTEL UNIVERSAL
GERÊS
GRANDE HOTEL UNIVERSAL / GERÊS / PORTUGAL
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EU, O DIABO, DEUS E JESUS
(Janiel Martins, RN/Brasil)
Eu sou um carrapato do tempo
O diabo é um homem pequeno
Deus é um fragmento
Para não me sentir só
Jesus foi um homem
Que gostava da vida
Tais pensando, doida?
É.
O homem é engraçado.
Tinha tudo para dar certo.
Mas não, deseja tudo e se protege com Deus.
Na verdade, Deus é a nossa loucura.
Quando criança ouvia-se: "quem fala só é doido!"
E aqui estou, falando com Deus.
Eu sou louco pela vida. E tu doido?
Eu também sou louco pela a vida e falo com Deus.
E ainda confirmo com os pensamentos de Jesus Cristo.
(O pensamento de Cristo é bonito. É o limite do pensamento. Depois disso só existe um lugar, que eu gosto muito, que é a queda livre. Não sei porque os brasileiros vivem tanto a loucura, gosto da sanidade Europeia, na paz do europeu. Parece até o meu mundo é um silêncio que me dá paz. É como se todos estivessem vivendo em queda livre. Já o brasileiro parece que está aos prantos na beira do abismo.)
O MAR E UMA VEIA
(Janiel Martins, RN/Brasil)
Oi Fumarolo, bom dia!
Bom dia pequeno.
Porque tu me chamas de pequeno! Só porque tu és grande?
Nada disso, pequeno Tornico.
Acho engraçado quando sinto que tenho uma identidade.
Fumarolo, entrei numa veia de mar e saí da cidade das Fumarolas.
Lá vens tu com os teus abismos.
Não se sai da cidade das Fumarolas.
Mais eu saí…
Eu gosto do abismo. Só caí um pouco.
Flutuar o corpo e a mente é bom.
Sinto um friozinho junto com os pensamentos.
Os pensamentos são como estrelas.
Eu gosto, porque as estrelas explodem dentro do meu juízo.
Fumarolo, o corpo é muito bonito.
Quando eu estou na morte eu fico triste e o meu corpo chora.
É por isto que eu gosto do abismo.
Lá em baixo tem um mundo que tem muitas estrelas.
Desculpa, deixa eu voltar ao assunto.
...
Entrei pelo rio da Ribeira Grande.
Ohhh Ribeira
Que beira
Na poesia
Que grita
Como um choro
Querendo voltar
Oh Ribeira Grande
Porque
Eu não
Me joguei
Na ribanceira Grande
...
Vive em mim
O poeta
Que adormeceu
No banco da árvore
Que nos traz
Para a cidade das Fumarolas
E como tu saíste?
Por aquela veia, estás vendo?
Estou.
Não conte para ninguém, porque segredos dão-me felicidade e felicidade produz muitas estrelas, que explodem dentro do meu juízo.
...
Fumarolo a passagem é por ali.
Uauu
Não conte para ninguém, é segredo nosso, só se for para Ruth Pianista, combinado?
Combinado.
Lá tem um castelo, sobe rio acima, e chega uma hora que a água acabou Fumarolo. Começa a aparecer o rio de pedrinhas, aí aparece um castelo, visitei e vim me-embora. É assim que se escreve "vim-me-embora" Fumarolo?
É como se pensa Tornico.
Ai obrigado.
O SOPRO (NÃO EXISTIA LUGAR) II
(Janiel Martins, RN/Brasil)
O silêncio estava tão forte, que dentro da minha cabeça começou a explodir uma estrelinha.
Criança está bem, até demais.
Não era dos ouvidos não, minha mãe. Era na parte da frente do juízo. A parte de trás só fazia doer de solidão. Nos ouvidos só entra uma pressão que faz outro som.
Oh menino doido.
Chega ao coração que acelera. Chega até a doer. Não gosto de sentir medo, não.
Vai dormir com os boi ou com as galinhas!
Eu vou.
Não podes, se não vais adoecer.
Então vou brincar com as galinhas.
Vá, só fique pelo terreiro e pegue este pedaço de pau para se protege.
Cócorococo...
Oi galinhas, como tu está? Vou brincar com vocês.
Ei menino não pode comer o que as galinhas comem. Vem para dentro de casa.
Ai que medo.
O SOPRO (NÃO EXISTIA LUGAR) I
(Janiel Martins, RN/Brasil)
Dentro de uma casa numerosa seguia o quotidiano, quase animal.
Mas o homem não passou a ter cabresto e rédeas.
O sol caiu.
Vou apagar a luz.
Não minha mãe, falta a minha coberta!
Cuida, Francisquinho!
É brincadeira minha, mãe.
Saiba diferenciar brincadeira de mentira.
Eu queria dormir com tu, minha mãe, estou com medo!
Não pode, tens que aprender a dormir só.
(A última cena que se tinha, daquelas 11 de escuridão, era de uma mulher, com um olhar medíocre e apagando a lamparina de querosene. O silêncio reinava, no Sertão.)
(Não se tinha relógio. Às vezes o galo cantava de meia noite a primeira vez. Depois às 3 horas da madrugada e, a seguir, no dia amanhecendo.)
Minha mãe, eu passei a noite acordado.
Porquê?
Eu estava com medo.
E porque não me chamaste?
Estava com tanto medo, que fiquei todo enrolado no medo. Tu não deixou eu dormir com tu!
Estou com medo de dormir.
Deixa de doidice, que já és grandinho demais!
E porque os bois dormem todos juntos? Nós éramos para ser igual?
Eu lá sei! Não somos boi!
Muuu muuu, vou ser amigo dos boi.
Vai.
O FRIO
(Janiel Martins, RN/Brasil)
O cold é chique.
Desde quando é que o frio é chique, doida?
Onde os pássaros dormiram?
É mesmo, nem tinha pensado.
O homem é perigoso. Está sempre em guerra.
Fico pensando que a inocência é bem melhor, apesar de ser bruta.
Os animais brigam muito.
Pelo menos é só por causa justa. O homem não.
Às vezes sinto falta de ser animal, de brincar descalço na terra e de ir atrás só de comida.
Mas não... aqui estamos numa guerra por um "futuro" que não existirá.
A vida na cidade grande é muito individual e solitária. As pessoas estão escondidas em caixinhas, caixas e caixonas e outros dormem sobres essa caixaria toda.
O homem, por se dizer ser humano, deveria voltar a mamar.
Tantas espécies e logo eu sou humano.
Queria ter a coragem de voltar a ser animal.
O pensamento do homem foi ao além e voltar é para poucos.
É mesmo doido! O além é perigoso porque não faz parte do corpo.
Vamos ao Gerês brincar de ser animal?
Vamos.
Gosto de ver as montanhas, porque o cérebro parece escalar.
Parece um instinto e não um pensar.