Numa conflituosa e perigosa época (mais uma!) em que os valores
que deveriam glorificar a humanidade
debitam-se em desvantagem,
face aos que dominam nos registos das desigualdades,
dos obscuros interesses, das corrupções,
dos abalos à justiça e dos danos à ética, relembrando, com novas roupagens,
holocaustos e inquisição ...
intenta-se contribuir no abalroamento que os sistemas sociais deverão impor,
a esses obstáculos condutores e promotores da supremacia da injustiça,
do mal e da desigualdade.
que deveriam glorificar a humanidade
debitam-se em desvantagem,
face aos que dominam nos registos das desigualdades,
dos obscuros interesses, das corrupções,
dos abalos à justiça e dos danos à ética, relembrando, com novas roupagens,
holocaustos e inquisição ...
intenta-se contribuir no abalroamento que os sistemas sociais deverão impor,
a esses obstáculos condutores e promotores da supremacia da injustiça,
do mal e da desigualdade.
As formas de luta jamais se vergarão perante as idiossincrasias
e as caprichosas falsidades e hipocrisias,
tão banalizadas que, quase,
já se transformaram em miseráveis postulados
protegidos legislativamente.
A pérfida valorização da mentira, camuflada pelos sorrisos cínicos
e concludentes dos vazios interiores,
das carregadas mágoas acumuladas pelas frustrações e pelos medos,
dos seus inacabados e doentes de carácter protagonistas,
as muralhas da razão e da justiça,
infinitamente disponíveis na defesa
das igualdades funcionais
e dos direitos em oportunidades
e em existência.
Nesta continuidade e defesa de valores e de princípios
que, em nobreza, regem os íntegros cidadãos e cidadãs,
transcreve-se um artigo alusivo,
da autoria de
dois psicólogos portugueses: Ana Sizalda Oliveira e Paulo Passos,
publicado em 2016,
no Portal dos Psicólogos - site: www.psicologia.pt
e cujo título foi o derivativo usado para titular a matéria de hoje,
na rubrica "Sustento da Alma", deste blogue.
O artigo:
"A PSICOLOGIA NA PROMOÇÃO DA
JUSTIÇA E DA IGUALDADE
Palavras-chave: Igualdade; Justiça; Direito; Liberdade;
Homotranssexualidades.
A Psicologia na Promoção
da Igualdade e da Justiça, é um artigo que se
inclui no vasto leque de manifestos e lutas pelo honesto e digno registo das
igualdades.
Cabe-lhe, enquanto ciência e enquanto conhecimento regido por ricos
e múltiplos postulados teóricos de subjacência eficaz na intervenção e
explicação de fenómenos inerentes à humanidade, contribuir para, efectivamente
e de modo claro, se impor na linha da frente, na luta contra tudo o que contrarie
a garantia do direito, da justiça e da igualdade, nos sistemas sociais.
Colocar a ciência e o conhecimento científico ao serviço
comunitário, das exacerbações da liberdade e da igualdade, são meios pelos
quais o bem estar social e ambiental se encontram, na certeza de um excelente
itinerário de facilitação social e de evolução.
Fica, neste enquadramento, um reforço à promoção da saúde mental,
tanto em indivíduos como em grupos sociais.
É um artigo que se incute nos intentos denunciadores da imoral
prevalência de opiniões, em territórios consagrados à ciência, agravado pelo
domínio das idiossincrasias individuais, sobre o que, de direito, assiste aos
indivíduos e populações.
O esclarecimento, o suporte clínico e terapêutico, os meios de
investigação, a melhoria de todo o equilíbrio mundano, não pode estar alheio à
justiça.
Enquanto os mecanismos parasitários de privação ao esclarecimento e
à informação, se sobrepuserem ao direito à saúde e, especificamente à saúde
mental, não poderá haver um silêncio tranquilo no terreno da paz.
Não se deixará, quem bem trabalha, silenciar moléstias enganadoras e
travestidas de qualificação profissional.
Este artigo, em soslaio de projecto, demonstra uma possibilidade de,
em cada serviço, em cada psicólogo/a, o radiante sorriso da satisfação de dar,
se embelezar pela criatividade e pela regência da Psicologia ao serviço de toda
a humanidade … a Psicologia nos Cuidados de Saúde Primários.
PROJECTO
------ SOLTA A FRANGA ------
“Prendia o choro e
aguava o bom do amor”
Verso do poema/canção “Codinome Beija-Flôr”, do cantor,
compositor, letrista e poeta brasileiro – Agenor de Miranda Araújo Neto,
conhecido por Cazuza (Rio de Janeiro 4/4/1958 – 7/7/1990).
A escolha desta alusão não é uma homenagem alugada.
A escolha desta alusão é uma declaração de vida, sem
limitação de prazo.
CONTEXTUALIZAÇÃO
“É-se” e não “está-se” nos determinismos, desejos,
práticas e modos de vida em qualquer condição sexual / psico-sexual, nunca
sendo, então, um percurso passageiro ou uma fase: é-se assim!
Infelizmente, ainda se vive com a presença e actualidade
da “santa fogueira”, sem que as estruturas políticas, institucionais, familiares
e sociais estejam na disposição de se implicarem de modo honesto (e não
conveniente ou de conveniente fuga, sabe-se lá de quê!) e com o suporte do emanado
pela ciência e conhecimento científico.
Não pode continuar a ser a opinião social, familiar e
individual, bem como de outras instâncias de cariz religioso, caseiro e
centrados no direito ao ponto de vista, ao mistério e ao dogmatismo, a
determinar quais as vias para os sucessos e prazeres das funcionalidades e
legítimos prazeres e viveres das sexualidades humanas.
A raiz da qualidade profissional, em Saúde, nunca deve
permitir actuar-se, sem o honroso e
respeitoso fundamento clínico-científico, dispensando-se quaisquer ponto de
vista, opiniões ou sugestões (ainda que designados, falsamente, como
profissionais), para aquém ou além dos designados pela Psicologia Clínica e da
Saúde, em âmbito do SNS (Serviço Nacional de Saúde).
Neste cenário e porque cada pessoa ama quem quiser
(uns/umas, infelizmente, de forma silenciada; outros/as, felizmente, com sonora
voz), sugere-se (em contributo para a construção de uma historiografia social
menos trágica, menos dolorosa, injusta, castradora, mirrada, corrosiva,
preconceituosa, infiel e, sobretudo, tão bem articulada com a pequenez, a
obediência e a mansa ignorância) a criação de medidas que façam cumprir os
seguintes intuitos:
-prevenir e contrariar o agravamento do actual contexto
individual, familiar e social, no que concerne à homo e/ou à trans sexualidades;
-impedir a continuação do postulado da mentira, no
intento de querer transmitir posturas de igualdade, este camuflado por
subjectividades discursivas e parasitas conveniências circunstanciais;
-promover a noção de direito à identidade;
-consciencializar a identidade sexual e psico-sexual;
-conjugar as imagens especular, mental e corporal;
-facilitar a auto-despenalização e auto-problematização;
-identificar a angústia e/ou conflito intrapsíquico,
sujeitos a repressão;
-mobilizar os mecanismos de defesa de forma ajustada;
-facilitar a identificação da homo e trans sexualidades
latentes;
-eliminar erros cognitivos sobre a relação homossexual –
nesta relação, nunca há um homem e uma mulher;
-actualizar, definir e integrar os papéis sexuais,
conjugais e parentais;
-sobrevalorizar a conceptualização de direito e de
justiça:
-tornar viável a ego–sintonia em cada sujeito,
familiares e pares;
-derrubar conceptualizações e postulados inerentes ao
moralismo e benfeitoria;
-interiorizar a noção de igualdade, justiça e liberdade;
-fortalecer a instância egóica, instaurando
operatividade na exposição em todos os contextos persecutórios, de alienação,
de rejeição ou de canalização à catarse social;
-adquirir ferramentas de luta contra a homotransfobia (e
conceitos inerentes);
-exprimir que a “aceitação” é uma variante homotransfóbica;
-identificar outras variantes de posturas de homotransfobia;
-impedir a continuidade do abuso e do preconceito, que
estipulam quem deve amar quem.
Assim, e na
impossibilidade de se ser indiferente, a todos/as os/as que abraçaram a
Psicologia nos Cuidados de Saúde Primários … projecta-se:
INTERVENÇÃO
1/ Criação de uma consulta destinada a todas as pessoas cuja
orientação ou práticas sexuais sejam ego-distónicas, bem como de suporte a
familiares, sobretudo no que diz respeito a púberes, adolescentes e, mesmo, a
crianças.
2/ A consulta e todos os actos inerentes, são efectuados,
exclusivamente, por psicólogos/as, nas instalações dos Centro de Saúde/ACES
(Agrupamento de Centros de Saúde).
3/ A consulta tem o cariz de gratuitidade (isenção de taxa
moderadora, tal como em muitos outros promotores de saúde) e de
confidencialidade (na sua máxima garantia, como em todas as outras consultas de
Psicologia).
4/ Os utentes terão acesso à marcação da consulta por e-mail (a
serem criados), sem passarem por nenhum procedimento administrativo habitual.
Este e-mail é aberto, exclusivamente, pelos psicólogos/as integrantes desta
consulta, que marcarão o dia e hora, em resposta ao e-mail recepcionado.
5/ O/a psicólogo/a, no Centro de Saúde/ACES, decidirá qual ou quais
os períodos destinados a esta consulta, que não deverão ter dia e horário
fixos, de modo a garantir a confidencialidade de sala de espera e evitar a
infeliz e usual tendência à rotulização.
6/ Entre os psicólogos intervenientes haverão reuniões prévias, de
forma a serem uniformes as questões de linguagem, ajuste de procedimentos e de
conceptualizações, bem como a revisão e actualização bibliográfica.
7/ Existirão reuniões periódicas, e sempre que necessário, para
discussão de casos clínicos, acerto de procedimentos e suporte de supervisão em
parceria.
8/ Uso de material de exame psicológico de forma uniforme, com
avaliação prévia e posterior ao espaço terapêutico, com intuito de
investigação.
9/ A divulgação da consulta é efectuada através de desdobráveis a
distribuir pelos diversos espaços do Centro de Saúde interveniente; publicitação
em órgãos de comunicação social locais (jornais e rádios); bem como pelas
actividades de Psicologia Comunitária efectuadas pelos/as psicólogos/as (escolas,
juntas freguesias, associações, IPSS e outros organizações de utilidade social).
10/ O/a psicólogo/a será o elemento de ligação entre o/a presidente
do conselho clínico e da saúde (pccs), do respectivo ACES e o presente
projecto.
11/ Os directores executivos dos ACES implicados neste projecto (na
eventual expansão do projecto para outros ACES), após as medidas lógicas (não
de eventuais subjectividades idiossincráticas) a tomar junto do/a pccs deverão emitir
o deferimento em documento único, a criar para o efeito, que circulará pelos
psicólogos/as para o acesso aos respectivos directores executivos.
12/ Este projecto deverá ser posto em prática logo após o
deferimento, sendo que, na inexistência de acordo geral, será posto em prática
nos Centros de Saúde que tiverem o lógico, congratulado e adulticiamente nobre,
parecer favorável.
A intenção da sua publicação é por demais evidente, pelo que
dispensará justificativas e/ou interpretações.
À questão sobre se se correrá algum risco discriminatório, na criação
de uma consulta específica a esta realidade; certamente que a resposta
contemplará todos os absurdos, atrocidades e negligências que se têm verificado ao longo da História da
Humanidade e da História Institucional em Saúde.
Não, não será um gueto. Será uma consulta de direito para a
construção da igualdade. Os critérios de acessibilidade a este assunto seriam,
francamente facilitados e melhorados, com a existência de uma consulta deste
nível.
Gueto é o local social onde as pessoas têm sido colocadas, pela
existência dos caprichosos e miseráveis
impérios da opinião e da crença, fomentados em espaço familiar, social,
institucional e individual.
Este
projecto não está implementado, por falta de resposta.
Foi
enviado para apreciação, à direcção do ACES, em Fevereiro de 2014.
Braga,
13 de Março de 2016
Referências Bibliográficas:
- La Personalité Normale et
Pathologique
Jean Bergeret
Dunod, Paris
1996
- Psychologie Pathologique
Jean Bergeret
Masson, Paris
1979
- Psychologie Sociale
J-P Leyens
Pierre
Margada, Brussels 1979
- Teoria Psicanalítica das
Neuroses
Otto Fenichel
Ed. Atheneu,
Rio de Janeiro 1981
- Liberdade sem
medo
A. S. Neill
IBRASA, São
Paulo 1976
- A Função do
Orgasmo
Wilhelm Reich
Publicações
Dom Quixote, Lisboa 1979
- A Revolução
Sexual
Wilhelm Reich
Zahar
editores, Rio de Janeiro 1975
- As Origens da
Moral Sexual
Wilhelm Reich
Publicações
Dom Quixote, Lisboa 1988
- A Loucura da
Normalidade
Arno Gruen
Assírio e Alvim,
Lisboa 1995
- A Traição do
Eu
Arno Gruen
Assírio e
Alvim, Lisboa 1996 "
Congratulações infinitas pela seriedade com que textos e pessoas
se ornamentam, na denuncia de atrocidades e violentações
aos justos valores patrimoniais da humanidade.
aos justos valores patrimoniais da humanidade.
na genuína
e na mais alta base
da harmonia social:
a igualdade,
a pluralidade,
a pluralidade,
a liberdade
e a catarse pela justiça!
Fonte das imagens: Janielson Martins