(Cazuza, RJ/Brasil)
Eu sou um portuga burro
E tenho mil caravelas na cabeça
Juntou com preto e com índio
Mas no fundo é portuga
Com seus sonhos de mar
Seu destino de fado
A eterna espera na praia
E a coragem de enfrentar tormentas
Eu sou portuga com meu dinheirinho contado
E meu gosto pela desgraça
Pelo meu corpo peludo
Pelo meu amor pelo acaso
Vou ter um dia uma mulher valente
Que vai ser a leoa da casa
E Portugal, África e Brasil
Vão ser uma grande comunidade
Se fala mais português que japonês, sabiam?
Se fala mais português que japonês, sabia?
E a gente vai se impor no mundo
O vinho, o fado, o porto
Sou triste, quase um "portuga" triste
Mas as vezes bebo e danço
E sou doce como um toucinho do céu
Portugal, meu útero
Acorda com os teus filhos
E vamos embarcar de novo
Nas novas caravelas
Vamos dominar o mundo
Só que de um modo mais belo
Só que de um modo mais belo
A liberdade já chegou em Angola
E vai chegar no Brasil
Mistura a culpa do teu fado
Com a alegria que veio da África
Mas, portugas, esqueçam
Esse destino de fado
Mas, portugas, esqueçam
Esse destino de fado
É preciso mudar e lutar
Eu acredito na força do português no mundo
Do português burro do mundo
Porque a grande piada é o Brasil
Edição: Paulo Passos |