Almocei, sem referências, num restaurante do centro da cidade, onde me degustei com uns rojões minhotos, por sugestão do garçon (como se diz no Brasil) ou funcionário (como se diz em Portugal) e, ..., "em Roma sê romano!" ..., que me estava a atender, ao se aperceber que eu era brasileiro. Notável sugestão, a dele!
... a cordialidade, a empatia e a simpatia tiveram, igualmente, lugar de pódio, tendo sido um merecedor de ouro durante todo o almoço ...
Fez as honras da casa ao me oferecer um dos muitos nobres e símbolos da Região do Minho e de Portugal - o Vinho Verde.
Bebi durante o almoço (aprendendo!) uma malga de vinho verde "batido" por ele.
O vinho verde deve ser servido fresco e deixado cair de determinada altura para o vivificar na malga, advindo daí a expressão "batido".
A malga foi um delicioso requinte!
Na companhia dos invejáveis rojões (prato regional da gastronomia minhota) e do vinho verde, a refeição tornou-se demais agradável e, surpreendentemente, também pela companhia de um vizinho de mesa, que fez questão de me integrar nos meandros culturais da vinha e do vinho verde.
Após o almoço, terminado com um pudim regional e um café tirado na perfeição, despeço-me do meu parceiro de conversa e pago a minha despesa, já ao balcão.
A gentileza e simpatia do ambiente do almoço, deixou-me confortavelmente sorridente, assim como me fez sentir que em Barcelos ninguém é estranho. Todos integram a terra e todos estão convidados, por bem, a pertencer à cidade e à vida da cidade.
Enternecido com a genuína cordialidade e feliz com todo o momento, saí do restaurante ... garantindo-me que este almoço não ficaria apenas comigo. Teria que ser partilhado ... teria que ser contado, pela satisfação vivida!
Com tempo e sem rumo definido durante a tarde, viajei-me pela cidade, olhando, olhando, olhando e caminhando.
A tarde estava chuvosa. Contudo, nada que abalasse as garantias de conforto, a que esta cidade já me tinha habituado.
Reparei, mais uma vez, que, pelas ruas, praças, rotundas, avenidas, jardins ... enfim onde houvesse Barcelos, estava presente a sua gente.
Aqui, nunca se está só!
Aqui, nunca se está só!
Gente que recolhe do interior da vida, a matéria para ser iluminada. Gente que desenha e esculpe o figurado da terra, uma das suas maiores e douradas virtudes.
O povo está na rua, também pela via dos seus manifestos culturais, pelos seus representantes em figurado.
O figurado de rua, esculpido com a mestria do conhecimento ancestral e com o orgulho na modernidade.
É o manifesto do poder popular transformado em arte.
É o manifesto do poder popular transformado em arte.
Pelo figurado, senti a presença da íntima vida, exposta pelos espaços comunitários, pelos espaços do coletivo.
Esplendor da criatividade nas relações entre pares.
Esplendor da criatividade nas relações entre pares.
Notável exemplo de manter a cidade nos seus cidadãos, devolvendo a existência barcelense a quem é barcelense e a quem recebe como um barcelense.
Qualquer pessoa é barcelense, quando está em Barcelos!
O figurado está na rua.
São esculturas de Barcelos para o mundo, representações do concretismo e do imaginário, dos seus notáveis artesãos e artesãs.
Em débito ... algumas fotos das esculturas que, não sendo apenas peças que decoram a cidade, são, sobretudo, preciosos brasões de identidade e grandiosidade de uma Gente:
Ilustre cidade ... um museu vivo e futuro.
Agigantou-se o figurado, simbolizando a monumentalidade do povo.
Uma experiência de vida comungada com a terra.
Congratulações por, de todas as vezes que estive em Barcelos, me terem obrigado a sentir-me um homem de Barcelos.
Nunca é excessivo, ..., aludir a Barcelos!
Até breve e bem haja, Barcelos!
Fonte das imagens: Janielson Martins
E muito bom ouvir falar assim de Barcelos.
ResponderExcluirBarcelos e sem duvida uma cidade maravilhosa e tenho orgulho de ser barcelense.
Alem das pessoas saberem receber, como refere no texto,também e uma cidade que incentiva o artesanato e o comercio rústico, as pequenas lojas no centro da cidade, onde se encontra de tudo. Para alem da feira que se realiza as Quintas-feiras, no centro da cidade. E uma cidade que apesar de muitos não saberem dar valor, fornece aos habitantes um nível de vida que não se encontra nas grandes cidades... Amo Barcelos... Sara Macedo
Boa tarde , Sara Macedo
ExcluirObrigado pelo seu comentário.
A verdade tem que ser dita, pelo que os meus textos incidem tão só no que eu sinto nos locais por onde viajo.
Tem todos os motivos para ter orgulho em ser barcelense.
Barcelos é uma cidade de prestígio.
Bem haja, Sara
Janielson Martins
Muito obrigada... Será sempre bem vindo a nossa maravilhosa cidade.. bjsss
ExcluirFico lisonjeado com a simpatia.
ExcluirAceite, francamente, as minhas cordiais saudações.
Janielson Martins
Boa tarde, Sara Macedo
ExcluirPois é, mais uma matéria sobre a sua maravilhosa cidade, publicada hoje no blog. Acho que já me sinto cidadão de Barcelos. Não consigo estar em Portugal, sem passar por aí.
Fique com um abraço de consideração e boa leitura. Janiel Martins
Que encantador, seu texto. Já estou curiosa por conhecer Barcelos, e me encantar, assim como você, por mais uma cidade portuguesa, com certeza.
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