Ambiente de poetas, idílico por natureza, bucólico, romântico até na disposição que incute no ânimo.
Como brasileiro, do Nordeste, fui confrontado, na primeira visita, com tudo o que a beleza e a magia possuem, para se poderem contrastar e exibir em nobreza.
Nunca soube o que era o cenário e o que eram os figurantes, no Parque do Gerês.
Na realidade, os belos contrastes são de tal forma intensos e harmoniosos, que se movimentam livremente pelo humor e pelo afeto, transformando a perceção num quadro de exclusiva e natural pertença.
Tudo está perfeito e no presente.
A beleza do verde, fresco, refrescante, húmido, acolhedor, contrasta com os verdes que habitam em mim.
Verdes diferentes, igualmente belos, são os raiados de turquesa e de amarelo ouro, da raiz do sol do Nordeste do Brasil.
A beleza maior encontra-se no feliz encontro destes verdes.
Os verdes brasileiros e os verdes portugueses.
Verdes do Gerês ... verdes que ditam as vontades.
Os verdes falantes do Gerês, comandam a flutuação de cada um.
A dádiva pela visita e pelo saber estar, no sítio, é a libertação.
Desde o primeiro momento, na primeira visita, que me senti em plenitude com a envolvência do Gerês.
Magnífico!
Magnífico!
Não deixo de querer repetir esses sentimentos, sempre que vou a Portugal, qual dependente de si próprio para com a grandiosidade da emoção naquele local.
Fica-se auto-dependente por contração, sendo o Gerês a aliviante purga para as necessidades de bem estar.
O Gerês respeita-se, enquanto cenário onde o livro e o silêncio fazem parte da atmosfera natural.
O homem torna-se natural.
O homem torna-se natural.
O livro faz parte. Mas no Gerês sente-se a consciência, sente-se o bem entranhar do livro na mão, passeando-se, enamorado e companheiramente.
O livro confunde-se com a musicalidade embaladora do correr das águas.
Águas e ares que limpam a toxicidade psicológica.
O livro é uma porta do Gerês.
Águas e ares que limpam a toxicidade psicológica.
O livro é uma porta do Gerês.
Está tudo conjugado na primeira pessoa de cada um.
Gosto, particularmente, de estar no Gerês, de Inverno!
A serra parece apresentar-nos aos habitantes mágicos, que nela e por ela se aconchegam.
O frio fica acolhedor, reclamando pela presença das lãs e da quentura dos ternurentos acessórios.
O cachecol, o gorro, as luvas, ganham dimensões e categorizações que ultrapassam, largamente, a sua função de proteger e aquecer!
O contraste e a pertença, ficam com as cores da satisfação e da generosa surpresa.
... A história do Limão e do Ananás no Gerês ...
Foi num sábado, na casa de férias de uns amigos, no Gerês, em meados de Janeiro deste ano (2016).
Depois de um notável passeio pelo parque e pela vila, obrigatório para a reintegração nos cenários dos contos de fadas que se consolidam no Gerês, acompanhado por uma amigável, sorridente, agasalhada e saudosa conversa a três, era tempo de regressar a casa, antes da hora de jantar.
Casacos tirados e pendurados, luvas postas dentro dos bolsos deste, cachecóis pendurados sobre o respetivo casaco e, ao som de uns risos de satisfação, invade-nos um soberbo e quente aroma, proveniente da cozinha, que não deixou margem para dúvidas, qual o itinerário a seguir...
Lareira acesa, estalidos da lenha, cheiro limpo de lenha misturado com o cheiro quente do forno, ficou enformada a decisão - já ninguém saiu da cozinha ...
Enquanto conversávamos, bem sentados em frente da lareira, apresenta-se-nos um jarro com um suco jamais esquecido por quem o beber, naquele ambiente...
Foi, contrastantemente notável, das bebidas mais frescas, cristalinas e revitalizantes ...
Um vinho, seria o habitual e previsível, aliás como das anteriores vezes.
Não, não foi um vinho ...!
Foi um suco de limão com ananás, misturado com água e gelo (a água corrente no Gerês é de extrema limpidez e qualidade), mel local (prestigioso néctar) e com folhas de hortelã bem picadas.
O aconchego da companhia e do ambiente, o frio na rua, um copo de suco gelado na mão de cada um de nós, foi de um absoluto e elegante contraste, que jamais poderei não recordar.
Pura e saborosa hidratação ... da alma!
Novamente presenteado pelo Gerês, pelo admirável Gerês.
... Gerês, serra e terra de uma notoriedade, infinitamente infalível de encanto e surpresa...
Nobre, Poderoso e Delicioso Gerês ... Pujante Gerês ... Bem Haja!
Fonte das imagens: Janielson Martins
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