quarta-feira, 9 de março de 2016

SUSTENTO DA ALMA - BRILHO DENUNCIADOR DE UM PREFÁCIO

Braga, Portugal - Janeiro de 2016


Um chá em casa de amigos ,..., muito familiares!

O privilégio de conhecer um livro, ainda no prelo, escrito por um português presente.

A natural descontração do ambiente, da conversa e da companhia, adicionado à veracidade do texto, incondicionalmente traduziram-se num notável e surpreendente final de tarde. Uma tertúlia.

A maledicência é uma arte peculiar, comportando em si tanto a eventual culpa de um produto da inveja e do propósito difamatório, como a nobreza da denúncia de manipulações e de logrosas estratégias sub-reptícias.
Este texto, na sua qualidade de prefácio de um livro em prelo, assume-se, categoricamente, na segunda possibilidade da maledicência, enquanto poderosa arma que é a escrita, impedindo a prolífera invasão e/ou manutenção de desprezíveis aproveitamentos, parasitismos e subjetividades caprichosas transformadas em bens sociais.

Texto denunciador ... é verdade!
Texto revelador ... é verdade!
Texto libertador ... é verdade!
Texto educativo ... é verdade!
Narrativa poética ... é verdade!
           Narrativa anti-corrupção ... é verdade!

Narrativa merecedora de destaque ... indubitavelmente verdade!   

O  incontornável prazer de me ter sido, expressamente, autorizado a divulgar este texto prefácio, vinca as diferenças de quem se movimenta no exercício da livre igualdade, em oposição a quem se movimenta acorrentado às amarras da mansidão e odediência cegas.

Vinca também o motivo de, enquanto cidadão brasileiro, me integrar fortemente nuns sistemas sociais que, infelizmente, tão bem se encaixam nas nobres e denunciadoras mensagens que neste texto habitam.
Maleitas, impune e lamentavelmente, também muito enraizadas no Brasil ... 
Pragas, corrosivas realidades, invasões ... que todos devemos contrariar, denunciar e lutar, com as mais nobres armas, em prol da decência e da justiça - a divulgação! Jamais o silêncio!


protagonismo é tido por detrás do palco ... 

O protagonismo está muito muito para além da decoração do corpo ...

O protagonismo está na magia do gregário, manifesto em igualdade e liberdade ...

O protagonismo nunca é uma vivência nominal! 

           "PREFÁCIO

Texto que se ergue contra as novas e actuais versões torturadoras da santa fogueira, numa época em que as noções de direito e de justiça estão letalmente feridas pela institucionalização de valores intencionados no seio da doença do amiguismo e do abusivo poder desleal.
Era de princípios invertidos e adulterados pela soberba e desmedida ambição em que se confunde, com ou sem intenção, a vida com a glorificação do sofrimento e da dolorosa e humilhante pobreza, para uns e, para outros, a glorificação do obscuro e desmedido despesismo, do caseirismo, da incompetência, da farsa, tudo na perfeita isenção de culpas e de responsabilidades.
Mostra-se, o texto, nas intenções, que nenhuma construção se suporta quando iniciada pelos adornos. O material de construção dos indivíduos é o afecto continente, é o vínculo da segurança, é a disponibilidade na relação. Os materiais de construção não são os enfeites e os berloques, que apenas servem para preencher o que está vazio. Quando se cresce na saúde relacional, não se cresce vazio nem no vazio.
A cegueira é um colosso, no que concerne à forma como se cresce em humano. Uma mera organização de pessoas a viverem debaixo do mesmo tecto e em cumprimento com uma pré-estabelecida matriz de valorizações, no registo hierárquico, não é uma família. A protecção destes sistemas familiares tem sido a origem da doença psicológica, nas suas diversas expressões e da sua expansão epidémica. São vidas maquilhadas de rancores arcaicos, com origens na família.
Estão invalidados os postulados que regem que o indivíduo sobrevive em si. Sem relação não há relatividade e sem relatividade não há consciência de si, não há identificação e não há gente. Resta o oco, esperando ser preenchido pelo disfarce.
Desfavorecido no enredo, o texto, quase romance ensaístico ou quase ensaio romanceado, sobressai pela posição privilegiada do narrador, enquanto observador e construtor, arquitectando personagens, formas e contextos num palco, mobilizados e iluminados pela focagem do crítico farol apontador, incidindo, quase individualmente, no visível e farto material psicológico merecedor de caracterização e exposição. Sobressai o holofote da observação psicossociológica, em convicto detrimento de preocupações das articulações figurativas.
É um texto ficcionado, repreensivo e irrepreensivo, materializado através de quotidianos e valores dominantes, invasores e parasitas do bem colectivo e do bem individual.
         Tem, nas características repreensivas, a personagem Olívia e inerências figurativas e ambientais, como figura adoptada para ser denunciada, contrariada e condenada. Olívia tresanda a imoralidade e a toxicidade.
         Tem, nas características irrepreensíveis, as personagens Pedro e Sophie e, igualmente, as inerências figurativas e ambientais, como figuras de asserção, de valorização e, como tal, de exemplar promoção.
         Na raiz, é um texto que promove e despromove, consoante o cumprimento de critérios obedientes e desobedientes, a satisfação e maturação dos sistemas sociais próximos e alargados, a satisfação da honra, do trabalho, da seriedade e do altruísmo colectivos e individuais, pela materialização de especificidades familiares, profissionais e sociais.
         Pela ficção, generaliza e intenta consciencializar, esclarecer e denunciar a doença social e a doença familiar, o seu impacto nos grupos e sujeitos, e a limitação que impõe.
         Regra-se pela procura de virtuosas alternativas construtivas e maturadoras do desenvolvimento do carácter que se deseja humano, sendo que o verdadeiro poder está na sincera origem do altruísmo. É-se através do outro.
Regra-se pela denúncia das usuais e falhadas práticas relacionais impensadas, como exemplares códigos pré-estabelecidos de conduta, suportados por acríticos e institucionalizados genes sociais e familiares. 
Abstrai-se e generaliza-se através da conceptualização dos personagens e dos meios ambientais, com o cariz de exemplaridade que induz.
Intenta-se no contexto das odes à criação e actualização de representações mentais, para a construção de um todo e de um si integrado.
Alerta os perigos da passividade e da mansidão, pela denúncia da distorcida e propositada conveniência dirigida aos intuitos individuais, em detrimento da justa e de direito conveniência, centralizada em intentos e benefícios comunitários, gregários e ambientais.
Comemora a nobreza da felicidade substituindo-a pelo flácido e falso entusiasmo momentâneo de uma alegria intoxicada ou de um louvor imerecido.
Alude ao trabalho, sobretudo ao trabalho psicológico do crescimento e da cívica evolução, derrubando os alicerces do defeito, transmitido com a roupagem do altruísmo, da equidade e das boas intenções; derrubando igualmente o que está na convicta certeza do disparate e da instituída falcatrua da errática trajectória existencial e do chico-espertismo.
A origem da corrupção não está, garantidamente, na segurança do amor que dá o prazer do crescimento, sem fixações e sem regressões. A origem da vocação para a corrupção, está na mágoa das arcaicas feridas psicológicas sem restauro. Está no abandónico e sangrento percurso histórico-psicológico, confirmado pela denegação e pela mentira.
Não há tempo para se perder com a falsidade da diplomacia discursiva. Não houve nenhuma preocupação de conceptualização diplomática, ou outra, no acto de explorar, de lograr e de roubar.
 Não há tempo para se perder, pagando pelos astronómicos devaneios efectuados e canalizados aos interesses individuais das camadas favorecidas da população.
Não há tempo a perder porque cada dia que passa é maior a distância do jardim-de-infância e maior a proximidade do lar de terceira idade. A vida tem que ser vivida na dignidade e não na mendicidade.
O texto utiliza a infecção nacional, ou a portugalite, para denunciar as doenças da estrutura e do aspecto psicossociológicos.
O texto revê-se num apelo à implícita justiça da existência, que não poderá permitir que sejam crucificadas as pessoas alheias aos erros que se cometeram e aos ilícitos enriquecimentos de outros. Revê-se, pela via do desenvolvimento centrado na lealdade e na confiança.
Investe na substituição do marasmo, da estagnação, da pasma mansidão com que se permite a prevalência da mentira, pela sã mobilidade psicológica em iluminar a cegueira institucional, social e familiar que se tem mantido abafada pela própria mortalha.  
O texto, movendo-se na experiência do imundo chafurdo, move-se também na experiência da beleza.
Identifica e condena mas também arrasta em si, o poder da liberdade para se experimentar os dourados raios da bela aura da completa existência." (Paulo Passos)

Incontornável e esculturalmente realista ... dedicado a todos.

Identificativamente grato ... !!!

 Fonte das imagens: Janielson Martins
      







                                                                                     


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