domingo, 20 de março de 2016

SUSTENTO DA ALMA - CORROSIVA DITADURA

Relembrando um desonesto, vergonhoso, infeliz e triste 
período da História do Brasil ... 
... para não cair no esquecimento, 
de modo a que JAMAIS se repita.

Impedir, infinitamente, novas roupagens ditatoriais, é uma função nossa, do Povo Brasileiro!

As ditaduras são ...
 castradoras de honras e de identidades...
reclamam o silêncio porque não sabem falar...
grunhem, como grunhe tudo o que é medroso...
parem o medo que lhes vem das podres entranhas.  


É DE RELEMBRAR, ÀS MENTES MAIS ESQUECIDAS,
 QUE O BRASIL É DO POVO BRASILEIRO.

Só há uma elite no Brasil: O POVO
Que fique tatuado em todas as memórias e consciências !


A ditadura militar no Brasil (1964 a 1985) teve o seu início com o golpe militar de 31 de Março de 1964, resultando no afastamento do Presidente da República, João Goulart, e tomando o poder o Marechal Castelo Branco. Este golpe de estado, caracterizado por personagens afinados como uma revolução, instituiu no país uma ditadura militar, que durou até a eleição de Tancredo Neves em 1985. Os militares na época justificaram o golpe, sob a alegação de que havia uma ameaça comunista no país.
(“Comunismo”, entenda-se, é um significante que, etimologicamente provem do termo em latim comunis e tem o significado de “comum”, onde todos têm os mesmos direitos e deveres, valores consagrados em assembleias de auxílio mútuo, ou comunas.)
A ditadura militar no Brasil foi o período da política brasileira em que os militares governaram o país. Caracterizou-se pela falta de democracia, pela supressão de direitos constitucionais, pelo uso e abuso da censura, pela perseguição política e repressão sobre os que se posicionavam contra o regime militar.


DITADURA = ABUSO = REPRESSÃO = CORRUPÇÃO = MENTIRA

As ditaduras acobardam-se perante o resgate da liberdade, da justiça, do honesto direito, da democracia, da igualdade, da livre expressão, da fraternidade, da civilização, do civismo, do respeito, e de todos os valores que intimidam o medo!

Quem quer ditadura?

Os/as eleitos/as pelas moléstias do caráter. 
Os/as que lidam bem com 
as atrocidades, as injustiças e as desigualdades.

São eles/elas: 

Os inacabados, os verdadeiros inferiores, os incapazes, os menores, os cobardes, os mentirosos, os inválidos da maturidade ambiental e comunitária, os medrosos da igualdade, os tementes da justiça, os tiranos, os psiquicamente sarnosos, os falsos e gordurosos subjugados, os abusadores do poder, os ladrões de direitos e de riqueza coletiva, os desprovidos de dignidade e nobreza, os hipócritas e falsos benfeitores, os desonrados à nascença, os que ladram poder, os que estão abaixo de fungo … as falsas mulheres e os falsos homens … !!!

Eu luto! … Eu lutarei!
Tu lutas! … Tu lutarás!
Ele/Ela luta! … Ele/Ela lutará!
Nós lutamos! … Nós lutaremos!
Vós lutais! … Vós lutareis  
Eles/Elas lutam! … Eles/Elas lutarão!

… PELA JUSTA E NOBRE LIBERDADE E IGUALDADE …

... SILENCIAR A VERDADE É UMA FORMA DE DITADURA ...


Manifestos e lutas, em forma de poesia de intervenção, contra o estado ditatorial, autoritário e desprovido de liberdade e de justiça, no Brasil em estado da ditadura militar, 
cantados por algumas das múltiplas grandiosas vozes do nosso Brasil.


Mosca Na Sopa
(Raúl Seixas)
 
Eu sou a mosca
Que pousou em sua sopa
Eu sou a mosca
Que pintou pra lhe abusar

Eu sou a mosca
Que pousou em sua sopa
Eu sou a mosca
Que pintou pra lhe abusar

Eu sou a mosca
Que perturba o seu sono
Eu sou a mosca
No seu quarto a zumbizar

Eu sou a mosca
Que perturba o seu sono
Eu sou a mosca
No seu quarto a zumbizar

E não adianta
Vir me dedetizar
Pois nem o DDT
Pode assim me exterminar
Porque você mata uma
E vem outra em meu lugar

Eu sou a mosca
Que pousou em sua sopa
Eu sou a mosca
Que pintou pra lhe abusar

Eu sou a mosca
Que pousou em sua sopa
Eu sou a mosca
Que pintou pra lhe abusar

Atenção, eu sou a mosca
A grande mosca
A mosca que perturba o seu sono
Eu sou a mosca no seu quarto
A zum-zum-zumbizar
Observando e abusando
Olha do outro lado agora
Eu tô sempre junto de você
Água mole em pedra dura
Tanto bate até que fura
Quem, quem é?
A mosca, meu irmão!"

Eu sou a mosca
Que posou em sua sopa
Eu sou a mosca
Que pintou pra lhe abusar

Eu sou a mosca
Que posou em sua sopa
Eu sou a mosca
Que pintou pra lhe abusar

E não adianta
Vir me dedetizar
Pois nem o DDT
Pode assim me exterminar
Porque você mata uma
E vem outra em meu lugar

Eu sou a mosca
Que pousou em sua sopa
Eu sou a mosca
Que pintou pra lhe abusar

Eu sou a mosca
Que posou em sua sopa
Eu sou a mosca
Que pintou pra lhe abusar

Eu sou a mosca
Que perturba o seu sono
Eu sou a mosca
No seu quarto a zumbizar

Eu sou a mosca
Que perturba o seu sono
Eu sou a mosca
No seu quarto a zumbizar

Mas eu sou a mosca
Que pousou em sua sopa
Eu sou a mosca
Que pintou pra lhe abusar


Pra Não Dizer Que Não Falei Das Flores
(Geraldo Vandré)

Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Somos todos iguais
Braços dados ou não
Nas escolas, nas ruas
Campos, construções
Caminhando e cantando
E seguindo a canção

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer

Pelos campos há fome
Em grandes plantações
Pelas ruas marchando
Indecisos cordões
Ainda fazem da flor
Seu mais forte refrão
E acreditam nas flores
Vencendo o canhão

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer

Há soldados armados
Amados ou não
Quase todos perdidos
De armas na mão
Nos quartéis lhes ensinam
Uma antiga lição
De morrer pela pátria
E viver sem razão

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer

Nas escolas, nas ruas
Campos, construções
Somos todos soldados
Armados ou não
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Somos todos iguais
Braços dados ou não

Os amores na mente
As flores no chão
A certeza na frente
A história na mão
Caminhando e cantando
E seguindo a canção
Aprendendo e ensinando
Uma nova lição

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer

Vem, vamos embora
Que esperar não é saber
Quem sabe faz a hora
Não espera acontecer
  

 A Hora e a Vez do Cabelo Nascer
(Os Mutantes)

Venha ver as minhas cores
Ah... tá na hora do cabelo nascer
Hateei o meu cabelo
Ah... foi aí só que
Fiquei sabendo das coisas

O meu cabelo é verde-amarelo
Violeta e transparente
A minha caspa é de purpurina
Minha barba azul-anil

Venha ver as minhas cores
Ah, tá na hora do cabelo nascer


O Bêbado e a Equilibrista
(Elis Regina)

Caía a tarde feito um viaduto
E um bêbado trajando luto
Me lembrou Carlitos
A lua tal qual a dona do bordel
Pedia a cada estrela fria
Um brilho de aluguel

E nuvens lá no mata-borrão do céu
Chupavam manchas torturadas
Que sufoco!
Louco!
O bêbado com chapéu-coco
Fazia irreverências mil
Pra noite do Brasil
Meu Brasil!

Que sonha com a volta do irmão do Henfil
Com tanta gente que partiu
Num rabo de foguete
Chora
A nossa Pátria mãe gentil
Choram Marias e Clarisses
No solo do Brasil

Mas sei que uma dor assim pungente
Não há de ser inutilmente
A esperança
Dança na corda bamba de sombrinha
E em cada passo dessa linha
Pode se machucar
Azar!
A esperança equilibrista
Sabe que o show de todo artista
Tem que continuar


Alegria, Alegria
(Caetano Veloso)

Caminhando contra o vento
Sem lenço e sem documento
No sol de quase dezembro
Eu vou

O sol se reparte em crimes
Espaçonaves, guerrilhas
Em cardinales bonitas
Eu vou

Em caras de presidentes
Em grandes beijos de amor
Em dentes, pernas, bandeiras
Bomba e Brigitte Bardot

O sol nas bancas de revista
Me enche de alegria e preguiça
Quem lê tanta notícia
Eu vou

Por entre fotos e nomes
Os olhos cheios de cores
O peito cheio de amores vãos
Eu vou
Por que não, por que não

Ela pensa em casamento
E eu nunca mais fui à escola
Sem lenço e sem documento
Eu vou

Eu tomo uma Coca-Cola
Ela pensa em casamento
E uma canção me consola
Eu vou

Por entre fotos e nomes
Sem livros e sem fuzil
Sem fome, sem telefone
No coração do Brasil

Ela nem sabe até pensei
Em cantar na televisão
O sol é tão bonito
Eu vou

Sem lenço, sem documento
Nada no bolso ou nas mãos
Eu quero seguir vivendo, amor
Eu vou

Por que não, por que não?
Por que não, por que não?
Por que não, por que não?


 Cálice
(Chico Buarque)

Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue

Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue

Como beber dessa bebida amarga
Tragar a dor, engolir a labuta
Mesmo calada a boca, resta o peito
Silêncio na cidade não se escuta
De que me vale ser filho da santa
Melhor seria ser filho da outra
Outra realidade menos morta
Tanta mentira, tanta força bruta

Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue

Como é difícil acordar calado
Se na calada da noite eu me dano
Quero lançar um grito desumano
Que é uma maneira de ser escutado
Esse silêncio todo me atordoa
Atordoado eu permaneço atento
Na arquibancada pra a qualquer momento
Ver emergir o monstro da lagoa

Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue

De muito gorda a porca já não anda
De muito usada a faca já não corta
Como é difícil, pai, abrir a porta
Essa palavra presa na garganta
Esse pileque homérico no mundo
De que adianta ter boa vontade
Mesmo calado o peito, resta a cuca
Dos bêbados do centro da cidade

Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
Pai, afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue

Talvez o mundo não seja pequeno
Nem seja a vida um fato consumado
Quero inventar o meu próprio pecado
Quero morrer do meu próprio veneno
Quero perder de vez tua cabeça
Minha cabeça perder teu juízo
Quero cheirar fumaça de óleo diesel
Me embriagar até que alguém me esqueça


É DE RELEMBRAR, ÀS MENTES MAIS ESQUECIDAS,
 QUE O BRASIL É DO POVO BRASILEIRO.

O BRASIL É DOS BRASILEIROS.

TODO O BRASIL É POVO E DO POVO BRASILEIRO.














Fonte da cronologia e das imagens: internet


  

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