Uma conversa do tamanho de oito mil quilómetros.
Dois
(Janiel Martins, RN / Brasil, 2016)
Homens são
Brotam predicados
Dos respiradores dos desejos
Suspiros alentos
Dos épicos alívios
Que se encontram
No cruzar dos jactos
Amantes dos gemidos
Prazerosos e tremidos
Parceiros por iguais
Com cor de derramação
Caetano Veloso
(BA / Brasil)
Fonte da imagem: internet |
Rapte-me, Camaleoa
(Caetano Veloso, 1981)
Rapte-me camaleoa
Adapte-me a uma cama boa
Capte-me uma mensagem à toa
De um quasar pulsando lôa
Interestelar canoa...
Leitos perfeitos
Seus peitos direitos
Me olham assim
Fino menino me inclino
Pro lado do sim...
Rapte-me
Adapte-me
Capte-me
It's up to me
Coração
Ser querer ser
Merecer ser
Um camaleão...
Rapte-me camaleoa
Adapte-me ao seu
Ne me quitte pas...
Jacques Brel
(Bruxelas, Bélgica / 1928 a 1978)
Fonte da imagem: internet |
(Jacques Brel, 1959)
Ne me quitte pas
Il faut oublier
Tout peut s'oublier
Qui s'enfuit déjà
Oublier le temps
Des malentendus
Et le temps perdu
À savoir comment
Oublier ces heures
Qui tuaient parfois
À coups de pourquoi
Le cœur du bonheur
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Moi je t'offrirai
Des perles de pluie
Venues de pays
Ou il ne pleut pas
Je creuserai la terre
Jusqu'après ma mort
Pour couvrir ton corps
D'or et de lumière
Je ferai un domaine
Où l'amour sera roi
Où l'amour sera loi
Où tu seras reine
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Je t'inventerai
Des mots insensés
Que tu comprendras
Je te parlerai
De ces amants-la
Qui ont vu deux fois
Leurs cœurs s'embraser
Je te raconterai
L'histoire de ce roi
Mort de n'avoir pas
Pu te rencontrer
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
On a vu souvent
Rejaillir le feu
D'un ancien volcan
Qu'on croyait trop vieux
Il est paraît-il
Des terres brûlées
Donnant plus de blé
Qu'un meilleur avril
Et quand vient le soir
Pour qu'un ciel flamboie
Le rouge et le noir
Ne s'épousent-ils pas?
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Je ne vais plus pleurer
Je ne vais plus parler
Je me cacherai là
À te regarder
Danser et sourire
Et à t'écouter
Chanter et puis rire
Laisse-moi devenir
L'ombre de ton ombre
L'ombre de ta main
L'ombre de ton chien
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Antônio Baltazar Gonçalves
(SP / Brasil)
Fonte da imagem: Antônio Baltazar Gonçalves |
... rapte-me, adapte-me, capte-me mensagem à toa
de um quasar pulsando lôa
Interestelar canoa...
... ne me quitte pas ...
Ne me quitte pas? Jamais, mon homme de rêves!
Num
(Antônio Baltazar Gonçalves, 2016)
Sou desigual,
gosto das coisas desiguais e tudo tem um lugar em mim.
Nada dispenso e
me acho arranjando harmonia pra tudo.
Falo com um
amigo e aceno despedida pra um estranho que me quer bem.
Ouço Joy
division porque gosto do punk rock dos anos 80.
Gosto do preto e
do branco do cinema mudo alemão,
gosto do
amanhecer colorido.
Gosto de ver o Sol
iluminar o que se mostra à minha volta tingindo cada coisa com camadas de uma
tinta sempre nova.
Gosto de pensar
que um dia vou navegar o Atlântico, sobrevoar o Líbano
e escalar o Ebron.
Gosto de pensar
que escrevo quando na verdade estou pensando, gosto de pensar que o Amor vai se
pôr em mim permitindo que eu feche os olhos
pra descansar um pouco de viver.
Eu projecto o
que sonho em tudo que faço e quando me revejo sei que o lugar onde o eu habita
é uma palavra.
Eu está no som
da palavra, eu é o som impronunciável de num.
Janiel Martins
(RN / Brasil)
Fonte da imagem: Janiel Martins |
Ser...tão.
Sertão.
Sertão é ser tão...cheio de completo homem...!!!
Sertão.
Sertão é ser tão...cheio de completo homem...!!!
SERTÃO MACHO
(Janiel
Martins, 2016)
Ser...tão Sertão
Sertão é ser tão
Ser a jorrar masculino
Do substantivo que é singular
Mas tem também plurais
Tem Sertãos e tem Sertões
De honra brotou sem horizonte
Sertão é ser tão
Ser a jorrar masculino
Do substantivo que é singular
Mas tem também plurais
Tem Sertãos e tem Sertões
De honra brotou sem horizonte
O leite de pai
jorrado
De homem sim, de
homem
De homem que só
se avista
De já no leite
macho
Por chãos
ejaculado
Derramado sai em
si
Do desejo
encerra a questão
Pode cair em
seco
No desejo que
faz tremer
Mas cumpre de
seu tesão
Num seio que não
é vão
Machos Sertãos, machos
Sertões
É Sertão,
Sertãos ou Sertões
É fértil, é rijo, é inteiro
É substantivo
É masculino
É macho com
colhões
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Janiel Martins |
Obrigado, Janiel Martins, por sua correspondência poética. Grande abraço, parabéns pelo seu blogue.
ResponderExcluirGrato.
ExcluirAo seu inteiro dispor, meu prezado MK.
Abraço(s) retribuídos.
Janiel
Lindo! muito bem ó poeta do Sertão!! parabéns!
ResponderExcluirCaro Jaime.
ExcluirObrigado.
Do Sertão, eu sou. Poeta, os outros é que sabem.
Abraço.
Janiel