sábado, 13 de fevereiro de 2016

SUSTENTO DA ALMA - RECORDAR CAZUZA


Recordar um Homem 

Recordar Cazuza

Justa e carinhosamente um homem recordado e a recordar

Compositor, poeta, cantor e dador de sorrisos ... Cazuza (Agenor de Miranda Araújo Neto, Rio de Janeiro, 04/04/1958 - 07/07/1990) ... um pujante, avassalador e exigente promotor de mudanças!



Enriqueceram-se e enriquecem-se, os rastos deixados pelos seus pés, com melodias poetizadas e férteis da modernidade e da suada liberdade.


Acusador e denunciador, esculturalmente irónico, das moléstias sociais impostas por sistemas obscuros - fieis parentes medievais - paralisantes corrosivos da justiça, do direito, da igualdade, da cidadania, da civilidade e das pluralidades.

A beleza da sua categorização, a beleza da sua mobilidade social e a beleza, estão confundidas com a sua existência.

Naturalmente inconformado com o embotamento social vigente, com as parasitantes regras anti-liberdade e anti-sufrágio e enaltecido com a insatisfação, era nele que a criatividade bebia.

Lutador cantante, trovador dos imemoriais tempos do futuro, repelia os ascos sociais (tão bem implementados nas sociedades brasileiras - não sendo, porém, realidade única neste mundo chamado Brasil),  através da sua categórica função de letrista e da sua função de energizar, séria mas divertidamente, o próprio corpo, colorindo as existências.

Roía, de cima a baixo, os miseráveis e desprezíveis preconceitos e preconceituosos. 
Foi (e será) um magoador dos preconceitos e seus agentes ... nobremente magoador dos que o temiam doloridamente: os adeptos das diferenciações de gentes e corruptos aproveitadores de misérias. 

A áspera doçura da liberdade era confundida com ele e assumia-se nele.
A liberdade usava-o para os seus intentos e manifestos.

Coincidia-se, com o arejo das passagens, dos caminhos, onde quer que fosse, ou onde quer que fosse pensado ...

Qual mestre-sala, foi, é e será o dançarino onde se ferram mais desejos, quaisquer que sejam as proveniências!

A atualidade de Cazuza habita a eternidade da história, da revolução, ...,  mesmo que futura!

Nobre Cazuza, em ode, fiquemos com o teu inesquecível poema "Codinome Beija-Flor":


Pra que mentir
Fingir que perdoou
Tentar ficar amigos sem rancor
A emoção acabou
Que coincidência é o amor
A nossa música nunca mais tocou

Pra que usar de tanta educação
Pra destilar terceiras intenções
Desperdiçando o meu mel
Devagarzinho, flor em flor
Entre os meus inimigos, beija-flor

Eu protegi o teu nome por amor
Em um codinome, Beija-flor
Não responda nunca, meu amor
Pra qualquer um na rua, Beija-flor

Que só eu que podia
Dentro da tua orelha fria
Dizer segredos de liquidificador

Você sonhava acordada
Um jeito de não sentir dor
Prendia o choro e aguava o bom do amor
Prendia o choro e aguava o bom do amor




                                                                                                                                                                               Fonte das imagens: Internet
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