segunda-feira, 14 de março de 2016

CAFÉ COM LETRAS - ILUMINÁRIAS NÃO ELÉTRICAS (METAL - I)


Castiçais, candelabros, candeias, lanternas, lucernas, ..., enfim iluminárias não elétricas, são objetos que tem atravessado a história da humanidade, pelo seu cariz utilitário e do grande valor que à luz foi, é e será atribuído.

Objecto presente, pela sua curiosa capacidade de acompanhar, quase sempre de forma despercebida e, por vezes, até despeitada.

É um objeto de luz, é um objeto de feição contra os medos, contra as trevas, contra o incerto, contra a invisualidade.

É um companheiro de presença, sem que exija o retorno de gratidão.

É um companheiro do conhecimento, da visão, da luminosidade.

É o substituto da luz natural. 

Contrariador das limitações causadas pelos naturais movimentos da Terra.

Por eles, vê-se artificialmente.

São os objetos iluminadores, aqui expostos em categorias, consoante os materiais e a adequação funcional.

São de pendurar; de colocar sobre móveis; de pé alto para o chão; utilitários, decorativos ,..., sendo que, todos eles se conjugam no território da disponibilidade em prestar.

Impensável esta história da humanidade, sem estes preciosos objetos.

Nesta rubrica - "Café com Letras", serão publicadas as matérias inerentes a este assunto, sendo esta a primeira, com inerências às iluminárias de metal e de pendurar (Metal - I).


DE PENDURAR


Ferro: 33 X 18 X 13 cm


Ferro: 26 X 09 X 10 cm


                                                                                                                                                      Ferro: 17 X 08 X 09 cm


Ferro: 37 X 25 X 12 cm


Ferro: 40 X 26 X 22 cm (suporte para archote)


Ferro com base de barro: 26 X 12 X 10 cm


Ferro: 33 X 22 X 08 cm


Ferro: 43 X 20 X 20 cm


Lata com globos de vidro: 37 X 34 X 17 cm


Ferro e barro: 23 X 12 X 08 cm


Ferro e madeira: 35 X 15 X 20 cm


                                                                                                                                               Ferro e lata: 16 X 10 X 13 cm



Ferro: 14 X 13 X 14 cm


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Fonte das imagens: Janielson Martins


domingo, 13 de março de 2016

CARIL / CURRY DE FRANGO

Ingredientes:

- 4 coxas de frango
- Arroz (a seu desejo)
- 1 alho francês
- 1 cebola
- 1 dente de alho
- 1 tomate
- 1 chávena / xícara de ervilhas
- 1 folha de louro
- 1/2 malagueta
- Funcho
- Azeite
- 1/4 de copo de vinho branco
- Caril / Curry q.b.
- Sal q.b.


Modo de preparação:


Com as 4 coxas descongeladas (deixe que o processo de descongelamento seja natural. Não o apresse, a não ser que não tenha alternativa!), foram colocadas num aconchegante e bem aromatizado ambiente conjugado de vinho, sal, a meia malagueta, o louro e o caril.
Estas coxas ficaram, neste preparado, de um dia para o outro, de modo a que o caril impregnasse bem na carne.
Num tacho, coloque o pé de funcho, o alho francês cortado em meias rodelas, o azeite e o tomate cortado grosseiramente.
Deixe que os ingredientes se misturem e impregnem carinhosamente uns nos outros.
Deite as coxas sobre esta cama e deixe cozinhar, envolvendo todos os sabores e aromas que se vão criando.
Logo que as coxas de frango estiverem cozinhadas e o molho engrossado, pode desligar o lume.

Num outro tacho, coloque azeite, o alho esmurrado, o sal, a cebola picada  e deixe que esta fique translúcida.
Adicione o arroz, mexendo suavemente até que as pontas dos grãos fiquem brancas.
Junte as ervilhas e água (o dobro da quantidade do arroz).
Misture e deixe cozinhar ao seu jeito.

Sirva o arroz com o frango como o seu desejo imperar. 
Não dececione as suas vontades.
Não pense muito ... 
... Faça!
Fonte das imagens: Janielson Martins

sábado, 12 de março de 2016

PORCO FRITO COM ARROZ DE GRELOS



Admita que nenhum ingrediente é insubstituível e que, como já referido algumas vezes, 
"quem não tem cão, caça com um gato"!

Ingredientes:

- 3 bifes de cachaço de porco
- Arroz (a gosto)
- Grelos
- 1 cebola
- 2 dentes de alho
- 1/2 pimento / pimentão
- Sal q.b.
- Pimenta ou malagueta q.b.
- 1/4 de copo de vinho branco
- Azeite
- Carqueja (o que entender)
- 1 folha de ouro

Modo de preparação:

Pique a cebola e, metade desta, ponha num tacho, com azeite e 1 dente de alho esmurrado. Deixe refogar um pouco, misturando o arroz, até as pontas deste ficarem com um branco opaco.
Deite o sal, a carqueja e os grelos cortados (caules e folhas) e o dobro da quantidade de água, relativamente à quantidade de arroz (na verdade ,..., aqui, levou um pouco menos de água, não chegando bem ao dobro da quantidade de arroz!).
Envolva bem, delicadamente e cozinhe ao seu jeito.

Uma campestre subtileza de si para si: 
decore o arroz com o pé da carqueja ou com outro requinte natural!

Cortados aos pedaços os bifes de cachaço, tempere com o vinho, sal, pimenta ou malagueta e 1 dente de alho picado.
Coloque a outra metade da cebola picada e a folha de louro, numa frigideira ampla, com o azeite e deixe refogar um pouco.
Junte a carne, deixe fritar ligeiramente, misture o pimento cortado, envolva tudo e deixe acabar de cozinhar, até o seu critério exigir. 

Envolva-se com o seu livro, intervalando com deliciosas garfadas de arroz com grelos e de pedaços fritos de cachaço de porco ... !!!

Não permita que hajam intromissões ... é um momento para si !!!

Edição: Janiel Martins


sexta-feira, 11 de março de 2016

CAFÉ COM LETRAS - FURNAS E COZIDO À PORTUGUESA


Ingredientes:

- 2 chispes e pés de porco
- 2 rabos de porco
- 2 chouriços / embutidos
- 3 cenouras
- 1 couve branca
- 3 nabos
- 3 batatas
- 1 limão
- 2 folhas de louro
- 1/2 malagueta
- 2 dentes de alho
- 1 pé de funcho
- Sal q.b.


Modo de preparação:


Coza os chispes e os pés de porco, numa panela de pressão, com 1 dente de alho, 1 folha de louro, o funcho, o limão com 2 pequenos golpes (absorve muita gordura da cozedura da carne, devendo, por tal, ser descartado), o sal e a 1/2 malagueta.
Deixe cozer durante cerca de 35 minutos, depois de começar a ferver.

Corte os legumes e coloque-os numa panela normal, sobre os quais deite, carinhosamente, os embutidos ou enchidos.
Apure com sal, a outra folha de louro e o dente de alho esmurrado.
Deixe cozer a seu gosto!

Sirva com a sua habitual beleza e requinte de quem conhece e lida bem com a serenidade.

Salienta-se que o cozido, aqui apresentado, foi confecionado numa cozinha normal. 
O que degustei nas Furnas, foi cozinhado numa cozinha de dimensões geológicas!


Em São Miguel, nos Açores, num local onde os deuses viveram a generosidade e a abundância do belo, e a natureza acolheu para si os brilhos misteriosos que surpreendem os sentimentos mais reservados, transparecendo-os com a luminosidade do belo conjugado com o natural, salpicado de fantasias ao gosto de cada um.

De nome - Furnas, Concelho da Povoação.

Localidade infiltrada dentro da cratera de um vulcão, onde os fumos das caldeiras vulcânicas, os aromas, a musicalidade das entranhas da terra, as quentes aragens, as cores, a lagoa, as águas, a luxuriante vegetação, as delícias dos prazeres, ...,, e a certeza de que ali iria ficar uma noite, garantiram que a justiça e a liberdade, ainda liberam pelos percursos da humanidade ... resta encontrá-las!

Encontrei-as nas Furnas, sem que me tivessem sido apresentadas. 
Apresentaram-se quando o delírio tomou as rédeas do pensamento e a magia foi sendo incorporada, sem que eu pudesse interferir de algum modo.

Fui ... para onde a magia me levou. 
Nada me perguntou.
Nada me exigiu.
Só cumpri os seu desígnios, sem outros quereres.


Furnas
Cada monte de terra cobre um buraco
onde está uma panela com os
ingredientes do cozido açoriano.
Nas Furnas, na Ilha de São Miguel, Açores/Portugal, no interior da terra fazem-se cozidos, durante cerca de 6 horas, em buracos próprios, por onde fumega e esquenta a atividade e a linguagem do vulcão.
Comi um cozido feito na cozinha do vulcão!
Não se descreve ... tal como a Ilha que não se deixa descrever, apenas se deixa viver, este cozido reclama do mesmo requisito. 
Insubstituível...
A terra fica prenha dos desejos do homem, naquele local onde tudo é equilibrado e seguro, até as oscilações!

Apesar das infinitas sensações para viver nas Furnas, enquanto espera pela refeição, poderá conhecer a pitoresca e acolhedora localidade da Ribeira Quente, na costa sul da Ilha e, de carro, a cerca de 10 minutos das Furnas, contrastante desta, pela sua atividade piscatória e vida turística virada para o mar. 



Liberte-se das habituais certezas e viva inúmeras seguranças. 

Sobretudo aventure-se nas que não conhece. 

Só o que se diz! ,...,  não ... não é seguro...!!!

Avance e sinta! Liberte-se! Despressione-se, como o vulcão ...!!!


Edição: Janiel Martins




quinta-feira, 10 de março de 2016

SUSTENTO DA ALMA - UM LANCHE DE SUCO IOGURTADO



Ingredientes existentes na cozinha e prontos para servirem de refeição, hoje de tarde, quando a fome apareceu (quase do nada!), na hora do lanche.

Certamente e, escusado será repetir, nunca se intimide com um, ou mais, ingrediente/s. 

Não havendo um ... há outro.

Pondere, em exercício, se o entender, assim: 

Recolha as garras das construções intimidatórias, construídas no corrosivo e pérfido estado novo português (como em qualquer local onde a ditadura impere ou imperou!).
Impeça-as de continuarem a intimidar.
Limite-as à sua condição de construção e nada mais!
Destroce todas as possibilidades de alguém se intimidar com uma coisa, como se fez e faz nas ditaduras.
Até as desgraçadas construções eram obrigadas a impedir a pessoa de se erguer... 
Tudo era feito à imagem de uma poderosa e, escondida (o cínico é sempre medroso ... não fosse o diabo tecê-las!) abstração, qual exacerbação gótica.

Desgraçado povo que se habituou a ficar disponível para a submissão e o sofrimento ... !!!

Não faça, por isso, nenhum esgar às suas majestosas decisões.
Nunca se intimide, nunca se limite na liberdade ... não há limões ... há laranjas ...  ou bróculos ... ou ... ou ... ou ...!

... Neste lanche, participaram:

- O abacaxi
- Os limões
- Os morangos
- O iogurte de coco
- O mel
- E o ramito da hortelã


Não tem modo de preparação!

Faça como realmente entender!

Cada gosto vinca a decisão!

Beba os sucos e coma o iogurte com o mel...

Misture tudo...

Faça um batido...

Alterne com as variantes possíveis...

Jogue com os ingredientes e desafie-os à estimulação!


Lanche consigo, muitas vezes!

Fonte das imagens: Janielson Martins



quarta-feira, 9 de março de 2016

SUSTENTO DA ALMA - BRILHO DENUNCIADOR DE UM PREFÁCIO

Braga, Portugal - Janeiro de 2016


Um chá em casa de amigos ,..., muito familiares!

O privilégio de conhecer um livro, ainda no prelo, escrito por um português presente.

A natural descontração do ambiente, da conversa e da companhia, adicionado à veracidade do texto, incondicionalmente traduziram-se num notável e surpreendente final de tarde. Uma tertúlia.

A maledicência é uma arte peculiar, comportando em si tanto a eventual culpa de um produto da inveja e do propósito difamatório, como a nobreza da denúncia de manipulações e de logrosas estratégias sub-reptícias.
Este texto, na sua qualidade de prefácio de um livro em prelo, assume-se, categoricamente, na segunda possibilidade da maledicência, enquanto poderosa arma que é a escrita, impedindo a prolífera invasão e/ou manutenção de desprezíveis aproveitamentos, parasitismos e subjetividades caprichosas transformadas em bens sociais.

Texto denunciador ... é verdade!
Texto revelador ... é verdade!
Texto libertador ... é verdade!
Texto educativo ... é verdade!
Narrativa poética ... é verdade!
           Narrativa anti-corrupção ... é verdade!

Narrativa merecedora de destaque ... indubitavelmente verdade!   

O  incontornável prazer de me ter sido, expressamente, autorizado a divulgar este texto prefácio, vinca as diferenças de quem se movimenta no exercício da livre igualdade, em oposição a quem se movimenta acorrentado às amarras da mansidão e odediência cegas.

Vinca também o motivo de, enquanto cidadão brasileiro, me integrar fortemente nuns sistemas sociais que, infelizmente, tão bem se encaixam nas nobres e denunciadoras mensagens que neste texto habitam.
Maleitas, impune e lamentavelmente, também muito enraizadas no Brasil ... 
Pragas, corrosivas realidades, invasões ... que todos devemos contrariar, denunciar e lutar, com as mais nobres armas, em prol da decência e da justiça - a divulgação! Jamais o silêncio!


protagonismo é tido por detrás do palco ... 

O protagonismo está muito muito para além da decoração do corpo ...

O protagonismo está na magia do gregário, manifesto em igualdade e liberdade ...

O protagonismo nunca é uma vivência nominal! 

           "PREFÁCIO

Texto que se ergue contra as novas e actuais versões torturadoras da santa fogueira, numa época em que as noções de direito e de justiça estão letalmente feridas pela institucionalização de valores intencionados no seio da doença do amiguismo e do abusivo poder desleal.
Era de princípios invertidos e adulterados pela soberba e desmedida ambição em que se confunde, com ou sem intenção, a vida com a glorificação do sofrimento e da dolorosa e humilhante pobreza, para uns e, para outros, a glorificação do obscuro e desmedido despesismo, do caseirismo, da incompetência, da farsa, tudo na perfeita isenção de culpas e de responsabilidades.
Mostra-se, o texto, nas intenções, que nenhuma construção se suporta quando iniciada pelos adornos. O material de construção dos indivíduos é o afecto continente, é o vínculo da segurança, é a disponibilidade na relação. Os materiais de construção não são os enfeites e os berloques, que apenas servem para preencher o que está vazio. Quando se cresce na saúde relacional, não se cresce vazio nem no vazio.
A cegueira é um colosso, no que concerne à forma como se cresce em humano. Uma mera organização de pessoas a viverem debaixo do mesmo tecto e em cumprimento com uma pré-estabelecida matriz de valorizações, no registo hierárquico, não é uma família. A protecção destes sistemas familiares tem sido a origem da doença psicológica, nas suas diversas expressões e da sua expansão epidémica. São vidas maquilhadas de rancores arcaicos, com origens na família.
Estão invalidados os postulados que regem que o indivíduo sobrevive em si. Sem relação não há relatividade e sem relatividade não há consciência de si, não há identificação e não há gente. Resta o oco, esperando ser preenchido pelo disfarce.
Desfavorecido no enredo, o texto, quase romance ensaístico ou quase ensaio romanceado, sobressai pela posição privilegiada do narrador, enquanto observador e construtor, arquitectando personagens, formas e contextos num palco, mobilizados e iluminados pela focagem do crítico farol apontador, incidindo, quase individualmente, no visível e farto material psicológico merecedor de caracterização e exposição. Sobressai o holofote da observação psicossociológica, em convicto detrimento de preocupações das articulações figurativas.
É um texto ficcionado, repreensivo e irrepreensivo, materializado através de quotidianos e valores dominantes, invasores e parasitas do bem colectivo e do bem individual.
         Tem, nas características repreensivas, a personagem Olívia e inerências figurativas e ambientais, como figura adoptada para ser denunciada, contrariada e condenada. Olívia tresanda a imoralidade e a toxicidade.
         Tem, nas características irrepreensíveis, as personagens Pedro e Sophie e, igualmente, as inerências figurativas e ambientais, como figuras de asserção, de valorização e, como tal, de exemplar promoção.
         Na raiz, é um texto que promove e despromove, consoante o cumprimento de critérios obedientes e desobedientes, a satisfação e maturação dos sistemas sociais próximos e alargados, a satisfação da honra, do trabalho, da seriedade e do altruísmo colectivos e individuais, pela materialização de especificidades familiares, profissionais e sociais.
         Pela ficção, generaliza e intenta consciencializar, esclarecer e denunciar a doença social e a doença familiar, o seu impacto nos grupos e sujeitos, e a limitação que impõe.
         Regra-se pela procura de virtuosas alternativas construtivas e maturadoras do desenvolvimento do carácter que se deseja humano, sendo que o verdadeiro poder está na sincera origem do altruísmo. É-se através do outro.
Regra-se pela denúncia das usuais e falhadas práticas relacionais impensadas, como exemplares códigos pré-estabelecidos de conduta, suportados por acríticos e institucionalizados genes sociais e familiares. 
Abstrai-se e generaliza-se através da conceptualização dos personagens e dos meios ambientais, com o cariz de exemplaridade que induz.
Intenta-se no contexto das odes à criação e actualização de representações mentais, para a construção de um todo e de um si integrado.
Alerta os perigos da passividade e da mansidão, pela denúncia da distorcida e propositada conveniência dirigida aos intuitos individuais, em detrimento da justa e de direito conveniência, centralizada em intentos e benefícios comunitários, gregários e ambientais.
Comemora a nobreza da felicidade substituindo-a pelo flácido e falso entusiasmo momentâneo de uma alegria intoxicada ou de um louvor imerecido.
Alude ao trabalho, sobretudo ao trabalho psicológico do crescimento e da cívica evolução, derrubando os alicerces do defeito, transmitido com a roupagem do altruísmo, da equidade e das boas intenções; derrubando igualmente o que está na convicta certeza do disparate e da instituída falcatrua da errática trajectória existencial e do chico-espertismo.
A origem da corrupção não está, garantidamente, na segurança do amor que dá o prazer do crescimento, sem fixações e sem regressões. A origem da vocação para a corrupção, está na mágoa das arcaicas feridas psicológicas sem restauro. Está no abandónico e sangrento percurso histórico-psicológico, confirmado pela denegação e pela mentira.
Não há tempo para se perder com a falsidade da diplomacia discursiva. Não houve nenhuma preocupação de conceptualização diplomática, ou outra, no acto de explorar, de lograr e de roubar.
 Não há tempo para se perder, pagando pelos astronómicos devaneios efectuados e canalizados aos interesses individuais das camadas favorecidas da população.
Não há tempo a perder porque cada dia que passa é maior a distância do jardim-de-infância e maior a proximidade do lar de terceira idade. A vida tem que ser vivida na dignidade e não na mendicidade.
O texto utiliza a infecção nacional, ou a portugalite, para denunciar as doenças da estrutura e do aspecto psicossociológicos.
O texto revê-se num apelo à implícita justiça da existência, que não poderá permitir que sejam crucificadas as pessoas alheias aos erros que se cometeram e aos ilícitos enriquecimentos de outros. Revê-se, pela via do desenvolvimento centrado na lealdade e na confiança.
Investe na substituição do marasmo, da estagnação, da pasma mansidão com que se permite a prevalência da mentira, pela sã mobilidade psicológica em iluminar a cegueira institucional, social e familiar que se tem mantido abafada pela própria mortalha.  
O texto, movendo-se na experiência do imundo chafurdo, move-se também na experiência da beleza.
Identifica e condena mas também arrasta em si, o poder da liberdade para se experimentar os dourados raios da bela aura da completa existência." (Paulo Passos)

Incontornável e esculturalmente realista ... dedicado a todos.

Identificativamente grato ... !!!

 Fonte das imagens: Janielson Martins
      







                                                                                     


terça-feira, 8 de março de 2016

CALDEIRADA DE BATATAS COM OVOS

















    Ingredientes:

- 1 kg de batatas
- 1 alho francês
- 1 cebola
- 2 dentes de alho
- 2 tomates
- 2 folhas de louro
- 1 colher de sopa de polpa de tomate
- 1 pimento 
- Sal 
- Malagueta
- Ovos (1 por pessoa)
- Azeite


Modo de preparação:

Coloque o azeite num tacho, deite a cebola picada e deixe-a alourar.
Pique o alho, corte o alho francês às meias rodelas e adicione. 
Junte o pimento cortado.
Misture e envolva tudo, com o seu jeitinho.
Adicione a polpa de tomate, os tomates cortados a seu modo, o louro, o sal e a pimenta.
Corte as batatas às rodelas, com cerca de 0,5 cm de espessura e 
coloque-as no tacho envolvendo-as com o preparado.




Deixe cozinhar o tempo necessário para que as batatas fiquem ao seu gosto.
Na hora de servir, deite os ovos sobre essa saborosa cama de sabores e aromas, 
sendo que, cada ovo durará o tempo em cozedura consoante 
as preferências dos comensais.

Jamais que a falta de algum ingrediente seja motivo de desistência! 
Nada é insubstituível!

Não desista de surpreender ... 
e também é gostoso surpreender-se ... 
poupando, no reino da economia doméstica!

Saboreia o molho misturado com a gema do ovo,
ensopando um bom pão e um copo de vinho tinto picaroto.

Edição: Janiel Martins


segunda-feira, 7 de março de 2016

CAFÉ COM LETRAS - GERÊS: SUCO DE LIMÃO COM ANANÁS


O Parque Nacional da Peneda-Gerês, situado no Norte de Portugal, em plena Serra do Gerês, alberga a Vila, com o mesmo nome, localidade que me é impossível não visitar e passar uns excelentes momentos, de todas as vezes que estou na Europa.

Ambiente de poetas, idílico por natureza, bucólico, romântico até na disposição que incute no ânimo.

Como brasileiro, do Nordeste, fui confrontado, na primeira visita, com tudo o que a beleza e a magia possuem, para se poderem contrastar e exibir em nobreza.
No Gerês, a figura e o fundo coincidem tanto que chegam a misturar-se com a imaginação. 
Nunca soube o que era o cenário e o que eram os figurantes, no Parque do Gerês.
Na realidade, os belos contrastes são de tal forma intensos e harmoniosos, que se movimentam livremente pelo humor e pelo afeto, transformando a perceção num quadro de exclusiva e natural pertença. 
Tudo está perfeito e no presente.

A beleza do verde, fresco, refrescante, húmido, acolhedor, contrasta com os verdes que habitam em mim.
Verdes diferentes, igualmente belos, são os raiados de turquesa e de amarelo ouro, da raiz do sol do Nordeste do Brasil. 

A beleza maior encontra-se no feliz encontro destes verdes. 
Os verdes brasileiros e os verdes portugueses.

Verdes do Gerês ... verdes que ditam as vontades. 
Os verdes falantes do Gerês, comandam a flutuação de cada um. 
A dádiva pela visita e pelo saber estar, no sítio, é a libertação.

Desde o primeiro momento, na primeira visita, que me senti em plenitude com a envolvência do Gerês. 

Magnífico!

Não deixo de querer repetir esses sentimentos, sempre que vou a Portugal, qual dependente de si próprio para com a grandiosidade da emoção naquele local.

Fica-se auto-dependente por contração, sendo o Gerês a aliviante purga para as necessidades de bem estar.
O Gerês respeita-se, enquanto cenário onde o livro e o silêncio fazem parte da atmosfera natural. 
O homem torna-se natural.

O livro faz parte. Mas no Gerês sente-se a consciência, sente-se o bem entranhar do livro na mão, passeando-se, enamorado e companheiramente. 

É o livro, como é o sereno dos passos ou o braço que o segura. 
O livro confunde-se com a musicalidade embaladora do correr das águas.

Águas e ares que limpam a toxicidade psicológica.
O livro é uma porta do Gerês.

Está tudo conjugado na primeira pessoa de cada um.

Gosto, particularmente, de estar no Gerês, de Inverno!

A serra parece apresentar-nos aos habitantes mágicos, que nela e por ela se aconchegam.
O frio fica acolhedor, reclamando pela presença das lãs e da quentura dos ternurentos acessórios. 
O cachecol, o gorro, as luvas, ganham dimensões e categorizações que ultrapassam, largamente, a sua função de proteger e aquecer!

O contraste e a pertença, ficam com as cores da satisfação e da generosa surpresa.

... A história do Limão e do Ananás no Gerês ...

Foi num sábado, na casa de férias de uns amigos, no Gerês, em meados de Janeiro deste ano (2016).

Nesta última viagem ainda não tinha estado no Gerês.
Depois de um notável passeio pelo parque e pela vila, obrigatório para a reintegração nos cenários dos contos de fadas que se consolidam no Gerês, acompanhado por uma amigável, sorridente, agasalhada e saudosa conversa a três, era tempo de regressar a casa, antes da hora de jantar.

Casacos tirados e pendurados, luvas postas dentro dos bolsos deste, cachecóis pendurados sobre o respetivo casaco e, ao som de uns risos de satisfação, invade-nos um soberbo e quente aroma, proveniente da cozinha, que não deixou margem para dúvidas, qual o itinerário a seguir... 

Lareira acesa, estalidos da lenha, cheiro limpo de lenha misturado com o cheiro quente do forno, ficou enformada a decisão - já ninguém saiu da cozinha ...

Enquanto conversávamos, bem sentados em frente da lareira, apresenta-se-nos um jarro com um suco jamais esquecido por quem o beber, naquele ambiente...

Foi, contrastantemente notável, das bebidas mais frescas, cristalinas e revitalizantes ...

Um vinho, seria o habitual e previsível, aliás como das anteriores vezes.

Não, não foi um vinho ...!

Foi um suco de limão com ananás, misturado com água e gelo (a água corrente no Gerês é de extrema limpidez e qualidade), mel local (prestigioso néctar) e com folhas de hortelã bem picadas.

O aconchego da companhia e do ambiente, o frio na rua, um copo de suco gelado na mão de cada um de nós, foi de um absoluto e elegante contraste, que jamais poderei não recordar.                                                       
 Pura e saborosa hidratação ... da alma!

Novamente presenteado pelo Gerês, pelo admirável Gerês.

... Gerês, serra e terra de uma notoriedade, infinitamente infalível de encanto e surpresa...



Nobre, Poderoso e Delicioso Gerês ... Pujante Gerês ... Bem Haja!


Fonte das imagens: Janielson Martins