Há um motivo válido e de preciosidade acrescida, para que esta matéria seja escrita na primeira pessoa do singular.
Sem poder considerar ou desconsiderar este invulgar, em mim, formato de escrita, não saberei, contudo, se será a última vez que o farei. Certamente que não!
Ver-se-á a seu tempo! Vale a intenção de hoje!
Os prazerosos momentos que deste atual blog têm nascido e acrescido na minha vida, jamais poderiam permitir alhear-me de celebrar o seu 1º mês de existência, com uma sorridente congratulação a ele próprio.
Hoje (17/02/2016) faz o seu primeiro mês. É um início!
É, sem dúvida, quase um manifesto parecido a um exercício narcísico! Mas quem não o faz, em pontos de exigência comemorativa?
É, provavelmente é mesmo um excedente ... !!! Enfim!
Mas é um início, é uma proximidade de uma cronologia...!!!
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É um renascimento; não um procedimento regressivo !!!
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Se, por associações livres, se atingem as esferas mais profundas das existências, as associações menos livres, porque mais rígidas, fomentam factualidades a que qualquer pensamento fica rendido. São quase postulados, são convenções, são matéria do impensamento. Não são pensáveis, existem por si e para todos, estão aquém e além da consciência quotidiana e social. É assim! É sempre assim, ... é como o Alfa, a primeira letra do clássico alfabeto grego. Foi, é e será sempre a primeira!
Não se resmunga!
Dela (alfa) surgem as palavras que instruem o conhecimento, no simbolismo da metafísica.
Não o conhecimento informativo, escarrapachado nos manuais, nos jornais e tele-jornais, na internet, nas escolas e universidades.
Não o saber acumulado por infrutíferas leituras infundadas no indivíduo, ou por falsas e convenientes mestrias auto atribuídas, em vários e abundantes setores profissionais e sociais.
Mera auto-valorização coletiva! É para desovar ... !!!
Alfa, é a primeira letra do alfabeto grego. Em linguística, dela saíram os Alfarrábios, os Alfarrabistas, os Alfarrabismos (!) e significantes afins.
É aqui, no cenário do simbólico e metafórico genuíno saber, incluso neste vocábulo Alfa (...), que habita o saber puro, o saber correlacionado, o saber não materializado num programa de licenciatura ou de mestrado ou de doutorado; o saber não protocolado, nem acumulado pelo saturante vício do martelante tecnicismo.
Voltando à ginástica narcísica ! ...
Numa das incursões que fiz pela Europa e, a especificar, na nobre, notável, monumental e belíssima cidade do Porto, que sempre visito, em Portugal (quanto a mim ... une ville magnifique!), fui privilegiado com os vários encontros, visitas e gratas tardes passadas com alfarrabistas nos seus próprios palácios, prenhos de serenidade como só a sabedoria sabe e pode ter.
Cidade cheia, cidade rica nestes meandros da cultura, cidade ilustremente feliz na sua fartura livresca, jamais estará alheia à grandiosidade Alfa.
Alfarrabistas, espaços de nobreza ímpar, pela arquitetura, pela decoração, pela história, pela alusão e ode, pelo passado e futuro, pela ética e estética, passando pelas imensas oportunidades momentâneas (mas eternas) de se estar em contacto com materiais que dignificam a maioridade do homem - o Livro e o seu habitat!
Não o livro cuja capa é a fotografia do/da "escrivador ou escrivadora".
Não o livro de prateleira limpa, mas o limpo livro de se saber. O limpo livro que se procurou sem se saber que estava. Está sim! está sempre um deles a suspirar e a procurar por alguém. Por si!
É mendiga a relação do livro.
Mas é maior, a ingratidão. E que ingratidão! A ingratidão de não se saber ouvir um livro! De não se estar sintonizado com o seu chamamento!
Os doutos, que se alastram como pragas por este chão mundano e escarrado de mágoas, eternos carregadores de cópias de saberes-fazeres (que outros, esses sim, inovadores criadores, fizeram!) nas suas pálidas mentes e que se intitulam magníficos e eleitos dotados, ..., (sendo que, de sapiência, têm coisa nenhuma), morarão na eternidade do destino, travestidos com berrantes qualificações penduradas nos seus frágeis e inseguros egos, quais carnavalescos e recalcados galões de imitação!
Foram, são e serão os perpetuadores da valorização das réplicas ... das falsificações!
Nunca serão Alfas!
Este texto, dedicatório ao mundo Alfarrabista, é um louvor a todos os que se movimentaram, movimentam e movimentarão, no cerne do nobre ofício sobre o Livro.
Conhecedores eficazes do livro, sabem o livro, integram o livro.
Desconhecem, naturalmente, os/as "escrivadores/ras" descoloridos/as com o desespero da falta de protagonismo, ou mesmo dos comprados protagonismos. Contudo, os mundos alfarrabistas lidam bem com os escritores e as escritoras, com os criadores.
Alfarrabistas, gentes que enaltecendo e mantendo a literatura secular e futura vivas, enaltecem a mais pura variante da clareza da liberdade - o Livro, aberto a todos. O justo respeito.
Mundo do Alfarrabismo, mundo primeiro, mundo Alfa!
Bem hajam!
Bem haja e parabéns pelo primeiro mês de vida da empresa COMER E SABER.
Poéticos, saborosos e eternos apetites ... !!! Apetites que se querem Alfas, primeiros, como a primeira letra grega ou como Alfarrabista!
Fonte das imagens: Coleção de Janielson Martins